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Drag Queen Suzy Brasil será o diabo no desfile da Imperatriz Leopoldionense

O projeto de carnaval desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira para a Imperatriz Leopoldinense em 2023 vai ganhando os contornos provocativos que são uma das marcas do artista que volta à escola depois de levá-la ao grupo especial no ano de 2020. Com um enredo que vislumbra de forma delirante o pós morte de Lampião, Vieira constrói uma narrativa carnavalesca que leva o mais famoso cangaceiro ao céu e ao inferno baseando-se no conteúdo fantástico de clássicos da literatura de cordel que abordam o tema.

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Foto: Divulgação/Imperatriz

Fugindo da obviedade e tirando partido do sarcasmo, o carnavalesco convidou a Drag Queen Suzy Brasil, interpretada pelo ator Marcello Souza, para performar o diabo em pessoa na alegoria que aborda a passagem de Lampião pelo inferno.

Para o artista à frente do projeto, o visual e o comportamento escrachado da festejada personalidade da cena LGBT+ é o corpo perfeito para personificar um diabo bem humorado, que não coloca medo e é mais chegado a sacanagem que a maldade.

“Para ela não caberia um diabo qualquer”, brinca Leandro.

Diabinha da Penha

Assim sendo, Suzy cruzará a Marquês de Sapucaí de maneira endiabrada e bem humorada vestindo uma criação de Leandro Vieira batizada jocosamente de “Cramulhão”. Animada, Suzy comemora o convite para representar o personagem diabólico.

“‘Cramulhão’ tem tudo a ver comigo. Sou quente, sou picante, uma diabinha da Penha. Tenho certeza que será um casamento muito legal. Vai ser um escândalo”, comemora a drag famosa na noite carioca pelas apresentações irreverentes e postura desbocada através de um visual caricato que se opõe ao perfil padronizado de luxo e beleza.

“Difícil vai ser me colocar feia e representar um diabo. Eu sou uma garota sensual, embora os garotos aqui da rua sempre me chamaram de ‘cão chupando manga'”, ironiza.

Produtor do álbum da Série Ouro, mestre Macaco Branco fala sobre trabalho e relação com profissionais das escolas

Pelo segundo ano seguido, o álbum de sambas-enredo da Série Ouro foi produzido por mestre Macaco Branco. Além de comandante dos ritmistas da “Swingueira de Noel”, ele é formado como produtor musical pelo IATEC (Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação), já trabalhou com direção musical em algumas escolas e é há alguns anos músico da banda que acompanha a cantora Mart’nália. Em entrevista ao site CARNAVALESCO durante as gravações, o profissional falou sobre como tem sido proveitoso trabalhar na produção do CD. O lançamento oficial do álbum de sambas-enredo da Série Ouro acontece no sábado com mini desfiles na Cidade do Samba (COMPRE AQUI O SEU INGRESSO). Segundo o presidente da Liga RJ, Wallace Palhares, o CD físico deve estar disponível para a venda ainda no início de dezembro. As faixas já podem ser ouvidas nos principais agregadores de mídias digitais.

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“Para mim foi muito gratificante poder fazer este trabalho, mais uma vez, junto com as escolas da Série Ouro. Graças a Deus, a aceitação das escolas perante o nosso trabalho está sendo bastante satisfatória. Você vê os intérpretes, mestres de bateria, diretores musicais de cada escola e ritmistas chegando no estúdio e saindo muito felizes, devido ao tratamento, a forma que a gente conduz o trabalho, a forma que está sendo feita a nossa produção. Ouvimos também o que eles gostam, porque não adianta, quando você produz um trabalho, um CD, você tem que agradar também aquelas pessoas que é a galera que vai ouvir o álbum. O foco é você agradar o público alvo daquele projeto, daquele gênero musical. Graças a Deus a galera que é o público da escola, que escuta, está saindo feliz com os trabalhos e se sentindo bem representados”, comemora Macaco.

O disco foi gravado no M&C Estudio em Marechal Hermes. Macaco, que explica como se dá este processo de produção da faixa de cada uma das 15 agremiações que compõem a Série Ouro.

“O nosso trabalho de produção é fazer com que a escola venha, grave e veja o trabalho, e se sinta representado por ele e que bata no peito e veja que aquilo é a característica da sua agremiação. Tendo muito cuidado para que não fuja muito do tradicional, claro que o trabalho do disco é um trabalho comercial, voltado ao público do samba-enredo, mas é muito gratificante quando você vê a galera saindo feliz com o resultado do trabalho. Vale muito a pena este trabalho junto com a nossa equipe , a galera da produção, poder estar trabalhando com o Maurício (Fonseca, dono do estúdio), com o Jeferson (Carlos, Liga RJ), Curupira (Liga RJ), com os arranjadores e com a galera das próprias escolas. É mais uma ano que eu estou muito feliz com o trabalho e a qualidade, tanto do sambas-enredo, quanto a qualidade de cada bateria, cada cantor , de cada arranjador”, avalia o produtor musical.

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Combinado em plenária da Liga RJ com os presidentes das agremiações da Série Ouro, as escolas decidiram seguir algumas diretrizes para a gravação da faixa. Macaco explica alguns desses itens que tornam as faixas mais comerciais, homogêneas, mas sem perder as características fundamentais de cada instituição de samba.

“A nossa ideia é sempre fazer um alusivo, porque as escolas gostam, isso lembra os tempos áureos do carnaval, que a galera cantava o samba exaltação da agremiação, uma homenagem. Aí vem a introdução e a gente entrega para o samba que representa o enredo que você quer mostrar. A galera chega aqui com uma ideia, os arranjadores já tem uma, juntam, batem uma bola, todos vêem o que pode ser melhor. A gente conversa com os mestres de bateria para fazer as bossas, os arranjos de bateria na segunda passada do samba. Para a gente poder fazer uma primeira passada bem lisinha, para a galera ter um bom entendimento do que é a mensagem que a escola quer passar, ao mesmo tempo sem ser nada muito quebrado que faça com que o samba fique travando, parando, mas quando são arranjos que façam o samba fluir, tudo dentro da melodia, da métrica do samba, isso flui muito tranquilo. A gente tem isso acordado com os mestres. Até porque os mestres também acabam mostrando um pouco do seu trabalho, um pouco do que é a evolução dos arranjos de bateria de escola de samba. Tempos atrás eram muito mais simples, e como o grau de cobrança dos jurados, o nível técnico está muito elevado, acaba que as baterias têm que também evoluir com isso. Mas, ao mesmo tempo, sem deixar de serem tradicionais. O ritmo da bateria, o arranjo, tem que ser em cima da base original de cada escola. Você não vai perder sua essência, sua identidade. Mas, os arranjos às vezes tem que ter algumas coisas mais elaboradas e bem encaixadas no samba, porque você será julgado por um profissional da música. Os jurados são profissionais da música”, entende Macaco Branco.

Um dos grandes elogios que se ouve dos segmentos das escolas da série Ouro sobre o trabalho de Macaco Branco é a facilidade com que o profissional tem de entender os anseios e desejos das agremiações para a gravação de cada faixa. Ele comentou a relação com os mestres de bateria, diretores musicais, cantores, e outros integrantes das escolas de samba.

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“A gente quando fala a mesma língua, fica mais fácil de você transmitir uma idéia. Eu sou músico, sou mestre de bateria, sou produtor musical, sou formado em produção musical pelo IATEC, já fui diretor musical de algumas escolas de samba, então eu tenho um pouquinho de vivência do que é esse caminho, esse gênero, essa linhagem dos sambas-enredo. Quando a gente senta para conversar, junto aos mestres, intérpretes e arranjadores, a gente já fala a mesma língua, e vê aquilo que é mais fácil e aquilo que não vai agredir o samba, e vai fazer o samba fluir cada vez mais. Porque nós estamos aqui para valorizar o samba e fazer ele fluir sempre bem”, acredita mestre Macaco Branco.

Por dentro dos ritmos: Saiba detalhes sobre a bateria do Acadêmicos do Salgueiro

O Salgueiro realizou um ensaio produtivo e vibrante em sua quadra na Rua Silva Telles na última quinta-feira. O treino só começou após a gravação de um documentário que estava sendo filmado, gerando certo atraso e tendo uma duração relativamente menor para não prejudicar os componentes. Nada que mude uma exibição segura da bateria Furiosa, que ficou até um pouco mais tarde na quadra após a execução do samba, no intuito de alinhar a musicalidade presente em uma das bossas que levará para a Avenida.

Mestre Guilherme ressalta o trabalho de quem foi formado em casa e mesmo incluindo características musicais próprias, mantém como fio condutor preservar a herança cultural do ritmo salgueirense. Nos últimos três carnavais, Guilherme e Gustavo foram responsáveis por um quesito do Salgueiro que, embora ainda não tenha gabaritado, não perdeu sequer um décimo após descarte. Guilherme garante que a pegada em prol da nota máxima seguirá a mesma, visando à consolidação do trabalho. Para mestre Gustavo, a bateria “Furiosa” possui uma identidade enraizada com a comunidade, o que permitiu a continuidade de um projeto que já auxiliavam nos tempos de direção. A expectativa é que progressivamente o trabalho receba cada vez mais influências envolvendo as experiências musicais da dupla que comanda a bateria do Salgueiro.

Mestre Gustavo gosta de estudar a história da bateria, além de procurar ouvir o que os mais velhos têm a dizer. A influência e bagagem musical dos irmãos foram herdadas por um misto de dedicação e empirismo. Com pouca rotatividade no cargo de mestre de bateria, a “Furiosa” teve seu legado musical fundamentado por mestre Louro (que será merecidamente enredo da escola mirim Aprendizes do Salgueiro). O toque característico dos taróis contribui numa levada que ainda é amparada por caixas e repiques, complementando o peculiar molho da bateria do Salgueiro. Tudo isso com uma afinação bem grave de surdos, além das terceiras que mesmo mais modernas, não perderam a essência da função de centrador, dando um aspecto “Furioso” ao autêntico DNA da cozinha salgueirense.

Guilherme acredita que o grande refrão principal do samba enredo do Salgueiro será capaz de alavancar a escola durante o desfile. Mesmo criticada, a obra tem passado de forma explosiva na quadra, sendo um samba completamente inserido nas tradições da branca e encarnada da Tijuca. Os mestres pensam exatamente em fazer escolhas musicais que impulsionem o potencial de funcionalidade do estribilho principal pela Avenida. Mestre Gustavo confessa curtir esse tipo de desafio. Bate na tecla que historicamente, quando o Salgueiro é subjugado ou menosprezado antes do desfile, inúmeras foram as demonstrações de superação por parte da escola. A baixa expectativa sempre foi algo que uniu a comunidade salgueirense, não só para “dobrar a aposta”, mas também como combustível para calar os críticos mais céticos.

Os mestres pretendem, até o momento, levar um total de três paradinhas para o desfile principal. Por causa do tema abstrato da Academia do Samba, não houve uma procura por integrar culturalmente a musicalidade da bateria “Furiosa” ao enredo da escola. Sendo assim, a concepção da linha de trabalho consiste em basear a criação na melodia do samba com criatividade, aproveitando suas nuances para formular os arranjos musicais com balanço.

Mestres Guilherme e Gustavo são filhos musicais desse chão e ambos consideram vital a continuidade do processo de formação musical dentro da própria escola. Seja através da Aprendizes do Salgueiro ou mesmo da oficina de percussão. Isso possibilita não só a renovação no que tange a música, como um trabalho altamente vinculado à cultura musical da própria agremiação. As lições estão longe de ser somente musicais, pois o valor que se agrega ao aspecto social tem uma importância sem tamanho. Às vezes um jovem pode simplesmente deixar de seguir um caminho ruim ou fazer escolhas erradas, para integrar um projeto que desenvolva sua musicalidade e permita pertencer à bateria “Furiosa” do Acadêmicos do Salgueiro. Essas oportunidades além de transformar ritmos, também têm impacto suficiente para mudar vidas.

Vai-Vai é soberana em mini desfiles do Acesso I

As escolas do Acesso I de São Paulo se apresentaram no último sábado nos mini desfiles no evento do lançamento do álbum do Carnaval 2023, que ocorreu na Fábrica do Samba. Veja abaixo análise das apresentações feita pela equipe do CARNAVALESCO. * CLIQUE AQUI PARA VER FOTOS DAS APRESENTAÇÕES

Nenê de Vila Matilde – Debaixo de um temporal, a águia da Zona Leste iniciou os trabalhos do Acesso I. A chuva não abalou os componentes, que cantaram forte o hino “Faraó Bahia”. A agremiação gigante que subiu do Acesso II, quer mostrar serviço e que pode voltar a ser aquela escola tradicional que todos conhecem. O destaque vai para a longevidade do intérprete Agnaldo Amaral. O cantor, que é um dos mais veteranos e consolidados do carnaval paulistano, teve uma grande performance e levantou a comunidade na passarela da Fábrica do Samba.

X-9 Paulistana – Segunda escola a desfilar, a agremiação da Zona Norte pegou um temporal ainda mais intenso. Devido a isso, tudo aconteceu muito rápido. A evolução foi comprometida e os componentes tiveram que inevitavelmente correr. Porém, de positivo, fica o grande desempenho do intérprete Darlan Alves, que está de volta. O samba-enredo ajuda muito. O refrão do meio pegou bastante e está na ponta da língua dos desfilantes da X-9 Paulistana.

Camisa Verde e Branco – o Trevo da Barra Funda fez uma apresentação segura. Não levou muitos componentes, mas os que foram, corresponderam muito bem no canto. Clóvis Pê foi o principal destaque da apresentação. O intérprete, que está estreando na agremiação, desceu do palco e foi cantar no meio do povo com o intuito de animá-los.

Vai-Vai – Com folgas foi o destaque da noite. A maior campeã do carnaval paulistano arrebentou e sua torcida se fez presente. O enredo “Eu também sou imortal”, que é uma reedição de 2005, claramente está dando muito certo junto ao seu samba-enredo. O  intérprete Luiz Felipe joga a música para a comunidade cantar o tempo todo. Realmente, foi um espetáculo. Desde a comissão de frente, casal de mestre-sala e porta-bandeira até o último componente. Essa apresentação serviu para mostrar que a comunidade do Bixiga continua forte. Como já era imaginado, assim como em 2020, o desfile de chão e sua torcida na arquibancada podem ser trunfos para a volta imediata ao Grupo Especial.

Morro da Casa Verde – A verde e rosa foi uma grata surpresa. Levando uma considerável quantidade de componentes, o canto da escola não decepcionou. O intérprete Juninho Branco mostrou toda a potência da sua voz. No geral, ao que parece, é outra entidade que quer mostrar mais serviço, visto que ficou em sétimo lugar no Grupo de Acesso em 2022.

Colorado do Brás – Entre todas as escolas do Acesso I, foi a que mais fez um desfile divertido e gostoso. Houve perdas e mudanças do carnaval de 2022 para esse e, nitidamente, a comunidade quis mostrar que nada está perdido. Pelo contrário. A escola vai brigar pelo acesso. O samba foi muito cantado no comando do intérprete Léo do Cavaco. Outro detalhe é que a agremiação fez questão de desfilar colorida.

Pérola Negra – A Vila Madalena mostrou que é uma escola que também vai brigar até o fim pelo acesso ao Especial. A agremiação irá homenagear o artista Jair Rodrigues. Destaque para a comissão de frente já desempenhando a coreografia para o próximo carnaval. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Kadu Andrade e Camila Moreira, tiveram grande atuação e merecem destaque.

Mocidade Unida da Mooca – A MUM optou por fazer algo diferente. A comunidade se posicionou no meio da pista e começaram a dançar e coreografar naquele local. Em pouco tempo, os componentes se posicionaram e desfilaram normalmente pela pista. Depois do Vai-Vai, talvez, a Mocidade seja a escola que mais canta no Acesso I. A dupla que compõe a ala musical formada por Gui Cruz e Clayton Reis, teve destaque, além da bateria de mestre Dennys Silva.

Galeria de fotos: Acesso 1 de São Paulo no mini desfiles na Fábrica do Samba

Liesa informa que ‘restam pouquíssimas frisas’ para os desfiles do Grupo Especial no Carnaval 2023

Interessados em adquirir frisas para os desfiles do Grupo Especial no Carnaval 2023, domingo (19/02/2023), segunda-feira (20/02/2023) e sábado das campeãs (25/02/2023) devem se apressar, pois para os espetáculos de domingo e segunda-Feira restam apenas pouquíssimos ingressos de frisas, unicamente nos Setores 12 e 13, agora com 06 (seis) lugares. Importante registrar que as frisas para os desfiles das campeãs já se encontram com mais de 50% dos ingressos vendidos.

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Foto: Divulgação/Riotur

As frisas deverão ser adquiridas pelo telefone (21) 3190-2100 e o pagamento efetudo através de boleto bancário, que será enviado para o e-mail informado pelo interessado.

As frisas disponíveis são remanescentes das reservas efetuadas nas duas etapas anteriores de atendimento em (24/10 e 02/12), quando as pessoas habilitadas à compra não efetivaram o pagamento no prazo fixado, perdendo, com isso, o direito da reserva.

Informações e vendas na Central Liesa de Atendimento, telefone (21)3190-2100 das 09:00 as 16:00 horas, de segunda a sexta-feira.

Ritmo de luto! Morre Henrique Billucka

Henrique Billucka não resistiu à súbita perda de seu grande amigo, Cláudio Cardoso (falecido há menos de dois meses), nos deixando na manhã desta quarta-feira. Visivelmente debilitado durante o velório do seu grande irmão de ritmo, Henrique convivia com a diabetes, o que ajudou a agravar seu quadro clínico.

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Henricão foi responsável por formar um número significativo de ritmistas ao longo dos anos. Dono de uma personalidade brincalhona, o assunto era bem sério quando a prioridade era passar lição musical. Inúmeros são os que se sentiram verdadeiros órfãos musicais com essa triste notícia. Além das valiosas instruções sobre ritmo, Henrique era conhecido pelo coração imenso, por ser um indivíduo acolhedor e carinhoso com qualquer um que chegasse com humildade buscando conselhos musicais.

Notabilizou-se pela parceria com Mestre Claudinho dirigindo em dupla as baterias do Arranco do Engenho de Dentro e Acadêmicos da Abolição. Também foi professor na escolinha Tamborim Sensação, sem contar os cargos na direção de bateria de algumas escolas, tais como, Unidos da Tijuca, Paraíso do Tuiuti, Mangueira e Acadêmicos do Cubango.

O legado musical deixado por mestre Henrique Billucka é simplesmente eterno. Seus alunos, por onde estiverem, vão difundir os conceitos de ritmo absorvidos por alguém que doou grande parte de sua vida a estreitar relações dentro do mundo do samba, propagando seus conhecimentos por aí. Onde estiver tocando um discípulo musical, seu legado estará devidamente representado, bem como se as lições musicais seguirem passando adiante se difundirá.

Que nosso Henricão siga o apito do Claudinho pelo reino dos céus para fazerem um gurufim daqueles pelo paraíso! A saudade entre os irmãos de ritmo foi tão grande, que não foi possível permanecerem separados. Que Henrique Billucka tenha uma passagem de luz e esse reencontro divino seja regado a muita musicalidade. Deixamos registrados nossos sentimentos a toda a família, amigos e conhecidos.

Presidente da Liga-SP faz balanço geral de sua gestão e revela que não irá tentar reeleição após carnaval de 2023

O presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, Sidnei Carrioulo, assumiu o comando no ano de 2020, após o ex-presidente Sérgio Ferreira deixar o cargo. O mandatário que também comanda a escola de samba Águia de Ouro, já teve a oportunidade de presidir a entidade superior do carnaval paulistano em outras oportunidades. Presente na festa de lançamento do CD do carnaval 2023, ele conversou com o CARNAVALESCO e fez um balanço geral de sua atual gestão até o momento. Recentemente, a Liga mudou a sua sede. Anteriormente localizada em um prédio próximo ao Centro de São Paulo, agora está dentro da Fábrica do Samba. O presidente falou sobre a mudança.

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Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

“É para o melhor convívio entre as escolas de samba. Isso é importante. Agora podemos resolver um assunto em 10 minutos, sem precisar se deslocar. É uma coisa de praticidade. Por enquanto ainda não temos destino para a outra sede. É própria, patrimônio da Liga e não pretende se desfazer”, disse.

O presidente Sidnei aproveitou para falar do seu mandato. Abordou questões como pandemia e contrato na TV.

“Eu sou um cara bem perfeccionista. Pra mim nunca está bom. Até acho que algumas coisas a gente pode levar em consideração. Primeiro que eu peguei a pandemia. Uma situação delicada em que as escolas não podiam abrir. De uma forma ou de outra nós fizemos com que as escolas tivessem suporte financeiro. O carnaval não aconteceu, mas se conseguiu o mínimo para que as escolas tivessem condições de se manterem abertas. Segundo, quando teve a situação do carnaval São Paulo e Rio de Janeiro, eu fui bem incisivo defendendo o carnaval paulistano e não estava defendendo meia dúzia de gato pingado que desfila lá e cá. Eu sou paulistano e se tiver que cortar 10% para beneficiar 90%, não tenha a menor dúvida que eu não vou pensar duas vezes. Tive sim peito para adiar o carnaval porque não tinha condições de ter. Depois a gente se indispôs com a Globo para não se curvar ao que eles queriam, que era desfilar de quarta para quinta e da quinta para sexta, que era dia de trabalho. Conseguimos inaugurar o resto da Fábrica, trazer a administração pra cá e dividir a Liga. Os presidentes hoje participam de vários setores. Hoje se tiver que parabenizar alguém é o Paulo Serdan, porque foi ele que administrou”, declarou.

O mandatário revelou que o carnaval de 2023 será o último dele na presidência. “Que fique bem claro o seguinte, quando eu entrei foi para colocar algumas situações e ter um tipo de administração. Valorizar a velha-guarda, melhorar serviço de Anhembi e fora outras coisas que não deu pra fazer ainda, mas eu tenho esse carnaval. Eu mudei o estatuto da Liga. Hoje o presidente da Liga são dois anos com direito a reeleição a uma vez só. E fique bem claro que eu não vou me reeleger. Só vou fazer mais esse carnaval, porque a Liga está ficando madura o suficiente para ter uma administração um pouco diferenciada de tudo o que aconteceu. Eu sei que todo mundo tem a sua opinião. Eu tenho a minha e coloquei em prática”, contou.

Sidnei também disse das possíveis relações com o novo ciclo de Governo Estadual. “Eu posso dizer que o carnaval é uma realidade. Pode acontecer de ser radical e cortar verba pública, só que o dinheiro que se coloca não é doação, é investimento. Faz crescer o mercado. A gente retorna 10 vezes mais o preço, entretenimento para a população, é algo cultural”, comentou.

Sobre mudanças de critérios e regulamento a resposta foi breve. “Os critérios praticamente são os mesmos. A única coisa que vai mudar é que vai ter um pé de igualdade muito grande. As 14 escolas vão estar muito bem estruturadas para apresentar um grande espetáculo. Quem ganha com isso é o sambista”, disse.

Também foi abordado brevemente possíveis mudanças no Anhembi. “Agora vai ter uma reforma que não vai atingir muito a gente, mas futuramente vão ter várias mudanças que nós estamos conversando muito para ver se causa o menor prejuízo possível para o nosso desfile”, encerrou.

Rafael Prates segue na produção do álbum das séries Prata e Bronze e promete manter o nível de excelência

O músico e produtor Rafael Prates, pelo segundo ano consecutivo, é o responsável pela produção do álbum dos sambas-enredo das séries Prata e Bronze, que desfilam na Intendente Magalhães. São 54 escolas que participaram dos grupos. Em entrevista ao CARNAVALESCO, ele falou sobre o projeto.

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Clayton Ferreira, presidente da Superliga, e o produtor Rafael Prates

“Mais uma missão e vamos cumprir com muito zelo e carinho por esse trabalho. É muita dedicação. São quase 30 anos fazendo produções e gravando. São 54 sambas somando as séries Prata e Bronze. Vou trabalhar com muita excelência e com a identidade do povo. Vamos abrir um caminho bacana nos arranjos. Todas gravações não vão perder em nada para o Grupo Especial”, garante Rafael Prates, que completou citando novidades do produto.

“Terá um coro ao vivo e mais o profissional. A bossa será feita por cada escola. É um super projeto. O carnaval da Intendente é de muita grandeza. Todo mundo é no mesmo nível. A gente valoriza a base das escolas de samba e isso será refletido na qualidade sonora do álbum dos sambas-enredo de 2023”.

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Presidente da Superliga, que organiza os desfiles na Intendente, Clayton Ferreira, citou que o trabalho para o Carnaval 2022, feito por Rafael Prates, foi aprovado por todas escolas de samba.

“A expectativa é a melhor possível. O Carnaval 2022 foi muito bem aceito. As escolas gostaram muito. O trabalho do Rafael Prates foi aprovado. Esse ano vamos melhorar ainda mais a qualidade. As escolas vão poder gravar suas bossas. Queremos fazer uma festa de lançamento e estamos desenvolvendo com alguns patrocinadores, porque o custo é elevado”.

Clayton Ferreira comemorou mais um ano da transmissão dos desfiles pela TV Alerj e revelou novidades.

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“A TV Alerj vai transmitir mais um ano o carnaval da Série Prata. Queremos fazer a transmissão também no Youtube pela TV Superliga. Estamos trabalhando para fazer ainda melhor do que foi feito em 2022. A grande novidade para o ano que que é que a Série Prata levará três escolas para Série Ouro e de lá vão cair duas escolas. Essa é a grande mudança do Carnaval 2023”.

Os desfiles da Superliga começam no dia 19 de fevereiro com o Grupo de Avaliação. Já a Série Bronze se apresenta nos dias 20 e 21 de fevereiro. E buscando três vagas na Marquês de Sapucaí em 2024, as agremiações da Série Ouro encerram a festa nos dias 24 e 25 de fevereiro.

Público destaca as apresentações na segunda noite de mini desfiles

A Cidade do Samba foi palco na noite do último domingo do segundo dia de mini desfiles, com a apresentação dos sambas oficiais das escolas para o carnaval de 2023. Desfilaram as escolas que se apresentarão na segunda-feira de carnaval: Paraíso do Tuiuti, Portela, Unidos de Vila Isabel, Imperatriz, Beija-Flor e Unidos do Viradouro. A fábrica das alegorias do carnaval carioca recebeu centenas de sambistas, que ressaltaram o espetáculo proporcionado pelas escolas e o equilíbrio na apresentação das mesmas. * VEJA AQUI VÍDEOS DAS APRESENTAÇÕES

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, os presentes na Cidade do Samba aprovaram a realização do evento de pré-carnaval, com destaque para as apresentações de Imperatriz, Beija-Flor e Viradouro. Apesar da euforia com os mini desfiles, alguns dos ouvidos apontaram pontos a melhorar para os próximos eventos do mesmo tipo.

victor O portelense Vitor Baetas, que foi à Cidade do Samba tocar na “Swingueira de Noel”, de mestre Macaco Branco, não teve dúvida ao apontar Imperatriz e Beija-Flor com as duas destaques da noite de mini desfiles. O som e horário do evento foram pontos negativos para o carioca da Taquara.

“A Beija-Flor veio muito forte e a Imperatriz também foi sensacional. O evento sempre tem alguma coisa para melhorar, mas acho que foi último para esse agora, já melhorou muita coisa, o som poderia ser melhor, mas de resto está show de bola. Eu faria algo mais acessível para o povo, algo mais na parte da tarde, pois amanhã (segunda) muita gente trabalha”, disse.

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Já o nilopolitano Bruno Santos, além das já citadas Imperatriz e Beija-Flor, destacou o espetáculo proporcionado pela Viradouro e pelo samba da Vila Isabel, que o surpreendeu. Presente nos mini-desfiles de fevereiro deste ano, Bruno sentiu falta do esquenta feito pelas escolas no palco da Cidade do Samba.

“Eu fiquei muito surpreso com a Vila Isabel, o samba rendeu bastante, gostei muito da Imperatriz, da Beija-Flor e a Viradouro também teve um destaque. A ideia do evento é ótima, mas a execução deixa um pouco a desejar. O esquenta das escolas no palco com sambas históricos poderia retornar no próximo ano”, comentou.

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Pela primeira vez na Cidade do Samba, a niteroiense Cátia não escondeu a empolgação e emoção de estar presente no evento. Sem apontar críticas, a viradourense escolheu os mini desfiles realizados por sua escola de coração e pela Imperatriz como os melhores da noite.

“A escola que eu mais gostei foi a minha escola do coração, a Viradouro, além da Imperatriz Leopoldinense que deu um show. É a primeira vez que eu venho à Cidade do Samba, gostei muito do espaço, amei, é muito fácil comprar as coisas, muitos vendedores. Está tudo perfeito”, ressaltou.

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Também ritmista da “Swingueira”, bateria da Unidos de Vila Isabel, Ana Beatriz Tinoco apontou a Azul e Branca de Noel, a Portela e a Imperatriz como destaques dos minidesfiles. A niteroiense, porém, foi mais uma a apontar o som do espetáculo como aquém da qualidade das apresentações da escola, ao não ecoar de maneira igual para todos os presentes.

“Eu vim pela Vila Isabel, que fez um bom mini desfile, a Imperatriz também foi bem e a Portela. Eu estive presente ano passado e acho que estava muito mais organizado. Eu acrescentaria o som durante todo o desfile da escola para todos porque para as pessoas que não estão na pista, a gente não tem referência de som”, comentou.

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Torcedora da Mocidade Independente de Padre Miguel, que se apresentou na primeira noite de mini desfiles, Marcela, moradora da Zona Oeste, não escondeu a empolgação com os sambas de 2023, principalmente, nas apresentações da Beija-Flor e da Viradouro. “Eu gostei muito da Viradouro e da Beija-Flor. O evento foi maravilhoso, tudo de bom. Hoje está tudo perfeito”, concluiu.