O coreógrafo Sérgio Lobato informou na noite desta quinta-feira que não segue no comando da comissão de frente da Unidos de Padre Miguel para o desfile de 2026. Veja abaixo o texto de despedida do artista.
“Carta aberta a @unidosdepadremiguel e toda sua comunidade:
Foram 12 meses de trabalho de muita alegria e prazer em conviver com essa escola e comunidade fervorosa onde realmente se aprende a amar o samba .
Convivendo ao lado de maravilhosos profissionais ,seguimentos, carnavalescos e diretoria que hoje posso chamar de amigos.
Lamento profundamente a injustiça ocorrida nesse Carnaval de 2025 com a escola e todos os profissionais envolvidos.
Depois de uma longa conversa com a direção da escola e não chegando a um acordo econômico me despeço com muito pesar ,mas levando em meu coração todo carinho e respeito por esta linda escola e comunidade.
Vice-campeã do Grupo Especial de São Paulo em 2025, a Acadêmicos do Tatuapé possui algumas especialidades que a tornam especial – e competitiva. Uma delas é o modelo de gestão, com quatro presidentes no comando da instituição. Um deles, Erivelto Coelho, revelou a visão da azul e branca a respeito de uma série de assuntos pertinentes à folia. Em entrevista ao CARNAVALESCO, um dos presidentes da Acadêmicos do Tatuapé também destacou a importância do resultado para o azul e branco e aproveitou para parabenizar o grande campeã da folia paulistana.
O ano de 2021 é importantíssimo para a história da Acadêmicos do Tatuapé. A partir dessa temporada, a agregação passou a ser comandada não por um, mas por um comitê de gestores. Eduardo Santos, que era o presidente único da agremiação desde 2014, passou a comandar a azul e branca ao lado de Erivelto Coelho, Antônio de Castro (popularmente conhecido como Toninho), Edu Sambista e Higor Silva. Em 2023, com o desligamento do então mestre de bateria da escola, os quatro primeiros encontrados à frente do bicampeã do carnaval paulistano.
Erivelto destaca que eles não permitem ter visões distintas, mas tudo sempre é solucionado: “Esse modelo de gestão ajuda muito porque a gente está junto há muito tempo. É uma administração coletiva, já que a gente está junto há quase quinze anos. Ajuda porque fica dividido, cada um toma conta de um setor da escola. É lógico que a gente conversa muito e nem tudo são as mil maravilhas. A gente briga muito e a gente discute muito, mas a gente tem um respeito muito grande um pelo outro. A gente sempre fala que, independentemente de qualquer coisa, o que não pode faltar é o respeito. Isso é o que faz valer toda essa unidade que a gente implantou e vem mantendo ao longo dos anos”, comentou.
Erivelto Coelho
Manutenção de nomes
Diego Silva e Jussara Souza, que formam o Casal Foguinho e são bicampeões do Estrela do Carnaval (premiação organizada e concedida pelo CARNAVALESCO) na categoria Mestre-Sala e Porta-Bandeira, são os responsáveis pelo quesito desde 2012. O já citado Eduardo Santos está à frente da agremiação (de maneira solo ou compartilhada) desde 2014. Celsinho Mody é o intérprete da instituição ininterruptamente desde 2014. 2016 – após cantar na escola em 2006 e 2007. Leonardo Helmer é o coreógrafo da comissão de frente desde 2018.
As informações dos parágrafos acima dão conta do quanto a instituição tem em seu DNA a manutenção de nomes que se tornam referências para o carnaval paulistano. E, para Erivelto, há uma grande explicação para que os quadros tenham vida longa na Zona Leste: os bons resultados obtidos: “Esse é um dos nossos segredos. fácil que mudar muito até engrenar. Dessa outra maneira é difícil, demora um pouco mais. A gente tem, por hábito, não mexer muito no elenco por conta disso. A gente teve uma pequena mudança no barracão, na equipe de alegoria esse ano. Isso se tornou necessário porque o Aguinaldo Souza, que estava com a gente há muito tempo, acabou tendo que se ausentar. A gente está muito feliz com a sequência dos nossos quadros. A gente mantém a equipe toda para 2026 e, quem sabe, agora, buscar o título. Já quarto fomos, terceiro, segundo… agora, resta o título”, suspirou.
Força comprovada
Para 2025, o regulamento do carnaval paulistano sofreu algumas mudanças que, para muitos, poderiam prejudicar o Tatuapé. O vice-campeonato da instituição, melhor resultado da escola desde o bicampeonato, em 2018, pode ser encarado como a comprovação de que o azul e branco é forte sob quaisquer hipóteses e/ou circunstâncias.
Ao falar do resultado da instituição no Grupo Especial de 2025, Erivelto preferiu relembrar o quanto a instituição tem sido forte há muito tempo: “Eu não vou dizer que é uma cala boca, mas eu acho que a história fala por si. A Tatuapé, nos nove últimos anos, voltou sete vezes para o Desfile das Campeãs. Nas duas vezes em que não voltou, em um desses anos um carro cortesia – e fatalmente voltaria. No outro ano, apagaram dois telões – e a trazer é maior para quem apagou dois telões. A gente ia ficar em terceiro lugar nesse ano. A história do Tatuapé fala por si só. A gente não tem que dar resposta para ninguém, a gente teve resultados muito positivos Pode colocar a música que para, a gente vai dançar ela”. relembrou.
Felicitações
Ao ser questionado sobre o resultado geral do Grupo Especial, Erivelto fez questão de destacar o quanto o título está em boas mãos: “O resultado é justíssimo. e o destino quis que dessa vez fosse o Rosas de Ouro. A gente fica muito feliz, é uma escola tradicional, uma escola que a gente tem uma admiração muito grande e esteve há muito tempo sem o título, há quinze anos sem a taça. Isso, para o carnaval, é muito feliz, empatamos com a campeã”, finalizou.
Uma carta assinada pelo grupo “Nação Independente”, representando mais de 32 mil apoiadores, foi direcionada à diretoria da Mocidade Independente de Padre Miguel. O documento expõe preocupações sobre a gestão atual e pede mudanças urgentes. O texto inicia criticando o “vácuo de poder” na escola, mesmo reconhecendo o papel da Dra. Valéria (diretora executiva) na gestão prática. A comunidade destaca que a ausência de uma presidência oficializada enfraquece a Mocidade politicamente, especialmente perante a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba). A carta pede que o patrono da agremiação, Rogério Andrade, que estava preso, indique um líder formal para “frear a sensação de abandono institucional”.
A carta também questiona a decisão de não contratar um enredista para auxiliar o carnavalesco Renato Lage. Reconhecido por suas obras visuais, Lage enfrenta críticas por resultados recentes considerados insatisfatórios, especialmente na elaboração de enredos claros e competitivos. A comunidade pede um profissional técnico para “fundamentar a próxima narrativa”.
A carta ressalta que as cobranças não são “revolucionárias”, mas um apelo para que a escola retome o protagonismo de seus “tempos áureos”.
Até o momento, a diretoria da Mocidade não se manifestou publicamente sobre as demandas. A rainha de bateria, Fabíola Andrade, se pronunciou. “Sabemos que todas as observações feitas serão analisadas com o compromiss e a seriedade que nossa escola merece. A questão da liberação, da organização estrutural e das contratações necessárias já estão sendo discutidas internamente para que possamos avançar com mais solidez e competitividade”.
A Mocidade Independente de Padre Miguel anunciou a dupla Marcelo Plácido e Wallace Capodeira para o comando da direção de carnaval para o desfile de 2026. Veja mais abaixo.
“Dando sequência ao projeto de 2026, venho aqui anunciar minha nova direção de carnaval para o próximo ano. O comando ficará por conta de Marcelo Plácido e Wallace Capodeira. Ambos, crias da Vintém e com muitos anos de casa. Marcelo já fez parte da comissão de carnaval e é responsável pelo Barracão. Já Capoeira, duplava na direção de harmonia ao lado de Sandro Menezes. Juntos somos mais fortes”.
A dupla entra no lugar de Mauro Amorim, que foi o diretor de carnaval em 2025. Em publicação nas redes sociais, a escola agradeceu a dedicação e a parceria do profissional ao longo da temporada e desejou sucesso em seus próximos desafios.
Desfilando com o enredo “Voltando para o Futuro – Não Há Limites pra Sonhar” a Mocidade terminou na 11ª colocação no Grupo Especial em 2025 com 267,9 pontos.
Das quatro notas do quesito Comissão de Frente, a Estação Primeira de Mangueira recebeu dois 10 e dois 9,9, que lhe custaram, na contabilização final, 1 décimo (0,1), já que a menor das quatro notas é, de acordo com o regulamento da Çiga, sempre descartada. Em caso da menor nota se repetir, como no caso da Comissão de Frente da Mangueira, apenas uma é descartada.
Para entender a avaliação da comissão de frente, é preciso saber, em primeiro lugar, que a nota é dividida em duas partes, sendo 5,0 voltados à proposta cênica e figurino dos dançarinos (concepção/indumentária) e 5,0 destinados à execução da dança ao vivo (realização).
As duas notas máximas vieram dos jurados Raffael Araújo e Raphael David Filho. Paola Novaes pontuou em 4,9 a concepção e 5,0 a realização, enquanto Rafaela Riveiro Ribeiro teve uma visão oposta, avaliando em 5,0 a concepção e 4,9 a realização da comissão de frente mangueirense.
Para Paola, o desconto “ocorre por questão objetiva, uma vez que o adereço de cabeça de um dos componentes, ao ser desamarrado para virar véu, deu um nó durante ato da performance, causando quebra no movimento e efeito propostos”.
Já Rafaela justificou sua nota com o seguinte texto: “Durante a apresentação em frente ao módulo 2, no momento em que os “véus sobrepõem os bantos”’ para que renasçam no Rio de Janeiro, componentes com dificuldades nessa sobreposição, sendo que 1 (um) não conseguiu fazê-lo (-0,1)”.
A Camisa 12 vive um momento de celebração e planejamento. Após conquistar a tão sonhada vaga no Grupo de Acesso 1, a escola de samba já pensa nos próximos passos para encarar um novo nível de exigência no carnaval de São Paulo. O diretor Demis Roberto, que acompanha a evolução da agremiação desde 2020, destacou ao CARNAVALESCO o trabalho de organização que levou à ascensão da escola.
“Eu cheguei na escola em 2020 e a gente veio fazendo um trabalho de organização bem consciente de que um dia a gente iria alcançar. Esse dia chegou, graças a Deus. Respeitando todas as coirmãs, mas fizemos um carnaval que merecia ser agraciado com a subida para o Acesso 1”, afirmou.
Mesmo confiantes na qualidade do desfile, a diretoria sabia que o quesito evolução poderia ser um obstáculo, já que nos últimos anos a escola enfrentou dificuldades com o tempo de desfile.
“Nós estávamos bem confiantes no trabalho, mas sabíamos que a evolução era uma pedra no nosso calcanhar. Tivemos problemas com estouro de tempo e carros que não entraram nos anos anteriores, o que gerava insegurança. Antes do desfile, tivemos uma reunião com o presidente, que propôs um projeto de evolução que não me agradava enquanto diretor, mas que todos os setores abraçaram. Foi um risco calculado, que poderia ter nos tirado do carnaval, mas, graças a Deus, deu certo. Para o próximo ano, vamos planejar isso com mais calma”, explicou.
Outro ponto levantado pelo diretor foi o tempo de desfile do Grupo de Acesso 2, que atualmente é de 50 minutos.
“50 minutos é um tempo muito pequeno para uma escola que vem com carro grande. Eu votei a favor de aumentar para 55, pensando no equilíbrio do grupo. O Especial tem 1h05, o Acesso 1 tem 60 minutos, e acredito que 55 seria o ideal para o Acesso 2. Fui voto vencido, mas espero que isso seja revisto pelo bem do carnaval. A Camisa 12 só pensa no crescimento do carnaval, não é nada para nós, é para engrandecer o projeto”, ressaltou.
Já de olho no próximo desfile, a diretoria estuda qual será o enredo para 2026.
“Estamos entre um enredo lúdico e um enredo afro, ainda avaliando o que será melhor para a escola. Conversamos com o presidente e a diretoria, porque sabemos que a abertura do carnaval não é fácil. O Acesso 1 é um grupo muito competitivo, com oito escolas disputando e uma grande movimentação: duas sobem, duas caem, e só quatro permanecem. Acredito que esse equilíbrio precisa ser repensado, mas está nas mãos dos dirigentes. Ainda assim, vamos fazer de tudo – tudo mesmo – para ficar. A gente não quer voltar”, finalizou.
Com um planejamento estruturado, a Camisa 12 entra no Grupo de Acesso 1 determinada a se consolidar.
A União da Ilha anunciou a dupla João Oliveira e Duda Martins como novo casal de mestre-sala e porta-bandeira para o Carnaval 2026. Veja abaixo o texto da escola.
“A União da Ilha tem a enorme satisfação de apresentar o nosso mais novo primeiro casal
João Oliveira, cria do nosso chão, lapidado pela escolinha de casais da Cavalinhos Marinhos da Ilha, e Duda Martins, também uma das promessas da geração, chegam com a importante missão de conduzir com toda elegância nosso amado pavilhão no caminho mais do que especial.
Um bom filho à casa torna, então vamos todos dar boas-vindas ao nosso primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira!”
Os mestres de bateria da Mangueira, Taranta Neto e Rodrigo Explosão, avaliaram a atuação da bateria da escola no Carnaval de 2025 como “perfeita”, apesar de terem perdido um décimo na avaliação dos jurados. Em entrevista ao CARNAVALESCO, eles comentaram sobre o desempenho da agremiação e a justificativa da nota.
Taranta Neto foi enfático ao afirmar que a bateria da Mangueira apresentou um trabalho impecável. “Na nossa concepção, a gente apresentou o melhor trabalho, e a bateria está feliz com o que foi apresentado. A comunidade estando feliz, a gente também está feliz e satisfeito”, disse. No entanto, um dos jurados criticou o volume e a falta dos tamborins no arranjo. Para Taranta, essa avaliação não condiz com o que foi executado na avenida.
Rodrigo Explosão concordou com o amigo e ressaltou que a bateria cumpriu todos os combinados. “Na nossa visão, a gente passou tudo corretamente. Queremos entender o critério do jurado, o que ele busca, porque só ele explicando para a gente entender”, afirmou. Ele destacou que apenas um dos quatro jurados reclamou do volume e da bossa, e que isso será trabalhado para o próximo ano. “É uma coisa fácil de resolver”, completou.
Rodrigo Explosão lembrou que, nos últimos três anos sob a presidência de Guanayra Firmino, a bateria alcançou notas altas. “Fechamos 30 para a escola nos três anos dela”, disse.
Taranta Neto também expressou confiança no trabalho. “Importante é continuar fazendo a escola crescer, evoluir, não perder a tradição, mas também acompanhar as inovações, como as luzes e pirotecnias que o carnaval está exigindo”, afirmou.
A bateria da Mangueira segue como uma das mais tradicionais e respeitadas do carnaval carioca. Apesar do décimo perdido em 2025, os mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto mantêm o otimismo e a disposição para evoluir.
O experiente intérprete, Wander Pires, celebrou ter feito uma ótima temporada nesse ano de 2025. Apesar disso, ao CARNAVALESCO, em entrevista no desfile das campeãs, ele afirmou ter sido prejudicado na avaliação dos jurados devido a problemas no som durante sua apresentação no desfile.
Segundo Wander, falhas técnicas comprometeram sua performance, impactando diretamente a nota atribuída à Viradouro nos quesitos de samba-enredo e harmonia. O cantor lamentou a situação e destacou a importância de um sistema de som adequado para a justiça na apuração.
“A justificativa não bate. O som com defeito e nem tem um desconto. Prejudicou o nosso desfile, a ala musical. Simplesmente, eles pegaram e deram nota dizendo que o som estava silenciado. Estava assim, porque o som era ruim”, afirmou Wander Pires.
Com boa avaliação dos dirigentes da Viradouro, o cantor foi aclamado pelo público pela sua voz que deu vida ao samba e a determinação à frente do carro de som da escola de Niterói.
“Meus patrões acharam que foi legal o trabalho da ala musical. Achei que foi muito bom. Todos da escola gostaram. Para mim, isso é maravilhoso”, declarou Wander.
Renovado para o Carnaval 2026, o intérprete finaliza reforçando sobre a ótima qualidade de seu trabalho e enfatiza a total satisfação da direção da Viradouro.
A festa na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2025 ganhou mais uma noite de desfiles do Grupo Especial, a terça-feira. Foram sete noites de eventos no total, entre apresentações de Série Ouro, Grupo Especial, escolas mirins e o desfile das campeãs. O Sambódromo recebeu cerca de 500 mil pessoas nos dias, segundo a Riotur.
Entretanto, a folia na Sapucaí começou semanas antes, com os ensaios técnicos que contaram com arquibancadas lotadas e acesso gratuito. Cada escola do Grupo Especial fez dois ensaios técnicos, em sete dias diferentes. O último fim de semana teve teste de luz e som, além da tradicional Lavagem da Sapucaí, ritual de purificação que prepara a Avenida para os desfiles e completou 15 anos em 2025. As escolas da Série Ouro realizaram os seus ensaios em outros quatro dias.
Foto: Marco Terranova/Divulgação Riotur
“A ideia é tornar a festa mais atrativa a cada ano, distribuindo os festejos por várias partes da cidade para valorizar a essência do carioca e atrair cada vez mais turistas. A festa precisa ser de todos e para todos”, comentou o presidente da Riotur, Bernardo Fellows.