Durante o próximo sábado, dia 18 de novembro, a Feijoada do Quilombo do Grotão, em Niterói, receberá mais uma edição dos Ensaios de Verão com a Banda Um Amô. Com o intuito de promover a união e o empoderamento através da música, o quarteto composto por mulheres pretas, que também são ritmistas de escolas de Samba renomadas como Vila Isabel e Viradouro, promete agitar o público com uma vibrante mistura de ritmos e muita energia. O evento contará com os ritmos do Carnaval e também apresentará músicas autorais da banda, como “Não estraga o Black” e “Rolou”.
Foto: Divulgalção
Mariana Braga, vocalista da Banda Um Amô, destaca a importância dessa oportunidade de se apresentarem na Feijoada do Quilombo do Grotão. Segundo ela, “Estamos muito felizes em participar desse evento tradicional e contribuir com a cultura e a solidariedade. Acreditamos que a música tem o poder de unir as pessoas e promover a inclusão social. Nosso objetivo é transmitir nossa energia contagiante e fazer com que o público desfrute de um show memorável.”
A Banda Um Amô busca harmonizar as influências das escolas de Samba, tão presentes na cultura brasileira, com a inovação e autenticidade trazidas por suas integrantes. Essa combinação promete envolver o público presente na Feijoada do Quilombo do Grotão, através de um espetáculo fervoroso e cativante.
Além disso, vale ressaltar que a entrada para o evento será efetuada mediante a doação de 2kg de alimento não perecível. Para Mariana Braga, essa iniciativa é fundamental: “É muito significativo poder contribuir com essa ação solidária, ajudando aqueles que necessitam de apoio e fortalecendo os laços de solidariedade em nossa comunidade. Convidamos a todos a participarem, colaborando com alimentos não perecíveis e desfrutando de um samba maravilhoso!, destaca Mariana.
Sobre a Banda Um Amô
A Banda Um Amô, formada por um quarteto de talentosas mulheres pretas, oriundas do universo das escolas de samba, traz para o palco toda a essência e sonoridade única das baterias de samba. Com o uso dos característicos instrumentos como surdos, caixa, repique e tamborim, combinados com baixo, guitarra, cavaco e violão, a banda oferece uma experiência musical enriquecedora e contagiante.
A formação da Banda Um Amô inclui Mariana Braga, responsável pelos vocais, violão e cavaco, Thalita Santos nos surdos 1, 2 e 3, Allana Marinho no tamborim e repique, e Bia Tinoco na caixa. Com suas trajetórias e habilidades musicais únicas, elas se unem com a missão de alcançar cada vez mais pessoas, entregando shows repletos de alegria, energia vibrante e interação com o público.
O site CARNAVALESCO revela uma fantasia da Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2024. A explicação cita que ela faz parte do segundo setor do desfile que retrata o grande apocalipse que dentro da história da escola assolou o sertão.
Foto: Diego Mendes/Divulgação
“Para retratar esse apocalipse, nós iremos emergir nos medos do povo nordestino. E a quinta ala do nosso desfile representa a Caipora, essa figura, essa personagem que percorria as matas da região, as florestas da região e amedrontavam os caçadores que lá se encontravam. E o início desse passeio sombrio acontece justamente com personagens do folclore nordestino. E apesar de ser um setor mais sombrio, ele terá momentos de muitas cores. É o setor que a gente mais abusa das cores quentes”, disse o carnavalesco Lucas Milato.
A escola leva para Avenida em 2024 o enredo “O Redentor do Sertão”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos Edson Pereira e Lucas Milato. No ano que vem, o Boi Vermelho será a quinta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, em busca do título da Série Ouro e do tão sonhado acesso ao Grupo Especial.
Da capital do samba para a capital do cinema! O ano de 2023 está sendo especial para Carlinhos Salgueiro, diretor de passistas do Salgueiro e responsável pela ala Maculelê da escola da Tijuca. Depois de ser coroado Rei do Carnaval na Suíça, e ministrar workshops de samba em diversos países do mundo, o dançarino recebeu o convite para ser coroado Rei do Carnaval de Hollywood em 2024.
Foto: Divulgação
“Eu estou surpreso com tantas conquistas e reconhecimento do meu trabalho, mas também é uma responsabilidade muito grande seguir mudando a vida de muitas pessoas por onde passo. Eu só tenho a agradecer e firmar o meu compromisso de honrar a história dos meus ancestrais por onde eu passar”, comentou Carlinhos.
O convite partiu de Jônia Queen, rainha primeira do Carnaval de Hollywood, em função da comemoração dos 10 anos do carnaval na cidade, que acontecerá em 2024 com a presença de mais de 40 países.
“O Carlinhos é o maior nome do carnaval brasileiro, com tantas conquistas como artista individual e Diretor de Passistas do Salgueiro, mudando o jeito de sambar de sambistas pelo mundo afora”, declarou Jônia.
O artista, que em 2024 além de brilhar no Salgueiro, será enredo do bloco Raízes da Tijuca, terá sua coroação em Hollywood logo depois do carnaval do ano que vem, prometendo muitas surpresas e emoção durante o evento.
A União de Maricá abriu as inscrições para as suas alas coreografadas visando o desfile de 2024. Sob a responsabilidade da coreógrafa Day Fersa, serão 60 vagas disponíveis entre homens e mulheres. Os ensaios terão início no dia 28 deste mês.
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
As inscrições são gratuitas e contam com os seguintes requisitos: ser maior de 18 anos, gostar de dançar e ter disponibilidade para ensaios nas noites das terças e sextas, na quadra da União de Maricá. O componente interessado deve entrar em contato através do Whatsapp (21) 97197-7021.
Em 2024, a União de Maricá vai estrear na Marquês de Sapucaí com o enredo “O Esperançar do Poeta”, desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues. A escola será a sexta a desfilar no primeiro dia da Série Ouro, em 9 de fevereiro.
A sede da Liga-SP recebe durante essa semana o ‘Congresso do Samba’. É um projeto que irá durar quatro dias e, nele, diversas pessoas irão participar, sendo cada dia um assunto de relevância diferente. É uma iniciativa realizada pela instituição Zumbi dos Palmares com apoio da Uesp, Liga-SP, Fenasamba e Unisamba. O pontapé inicial foi dado com o tema: “Mulheres e o carnaval: O matriarcado e o papel feminino da organização do carnaval paulistano”. As participantes presentes para a palestra foram: Edleia dos Santos, Lyllian Mendonça, Rosemeire Marcondes e Solange Cruz, sendo ministradas por Maitê Freitas.
Fotos: Lucas Santos/Divulgação
Vale ressaltar que a presidente Angelina Basílio, da Rosas de Ouro, fez uma pequena participação falando da história de seu pai com a agremiação da Brasilândia, também exaltando sambistas da comunidade Azul e Rosa que lá estavam presentes acompanhando.
Uma curiosidade é que todas as personalidades da mesa enalteceram a importância dos desfiles que eram realizados na Av. Tiradentes e São João, antes da migração para o sambódromo do Anhembi.
Rosemeire Marcondes
Primeira a falar, Rose, como é conhecida, é neta da icônica Madrinha Eunice. Tal figura feminina dispensa apresentações. Fundadora da Lavapés e primeira mulher a presidir uma escola de samba no Brasil.
Rose contou um pouco sobre a história da sua avó e falou do orgulho que tem dela. De acordo com ela, o legado sempre precisa ser passado para frente. Pediu aos sambistas presentes para visitarem a estátua de sua avó, que fica no bairro da Liberdade e que à pouco tempo foi totalmente violada moralmente em um evento. Rosemeire também enfatizou que Liberdade é um bairro negro e essas raizes jamais devem ser esquecidas.
Edleia dos Santos
Segunda a palestrar, Edleia teve uma fala mais curta que as demais. A senhora, que presidiu a Uesp (entidade que cuida de divisões inferiores das escolas de samba paulistanas) por dois mandatos, falou da importância que é presidir uma entidade e se auto avaliou como uma boa gestora. Também elogiou a parceria entre Uesp e Liga que está sendo realizada neste evento.
Solange Cruz
Terceira a fazer participação, presidente da Mocidade Alegre e figura conhecida no carnaval brasileiro, Solange Cruz, realizou grande discurso falando sobre a sua história dentro da Morada até virar a grande gestora reconhecida nos dias de hoje, ganhando o apelido de ‘leoa’, por tamanha sabedoria e liderança dentro de uma agremiação.
Falou brevemente da história de sua escola, dos fundadores, que são sua família e, principalmente, do nascimento da Mocidade, com raízes no Rio de Janeiro.
A mandatária explicou as dificuldades que sofreu no início, a resistência que sofreu quando virou presidente, as dívidas que teve de pagar quando assumiu a escola e os títulos vencidos. Segundo ela, no primeiro campeonato, o cansaço era tanto que nem compareceu na apuração pois estava dormindo. Só acordou com a Mocidade Alegre liderando a tabela.
Também contou como trabalha com algumas questões dentro da comunidade, componentes que às vezes é complicado de lidar, entre outras coisas.
Outra ponderação importante foi uma reflexão é de como uma escola deve fazer para se reinventar, pois muitas pessoas querem liberdade no carnaval, saindo em blocos ou comprando abadás, e não querendo receber cobranças para executar bons desfiles.
Terminou seu discurso dizendo: “Você pode trocar sua camisa, mas o seu coração sempre será o mesmo”.
Lillyan Mendonça
Última a se apresentar, Lillyan falou da importância que as demais mulheres que lá estavam significava para a vida dela, enalteceu os terreiros valorizados nas escolas de samba e a negritude nas escolas de samba, especialmente quando se trata das mulheres.
O feriado da Proclamação da República foi marcado por muito samba no Boulevard 28 de Setembro. Nem mesmo o calor intenso que atinge a cidade do Rio de Janeiro foi empecilho para o comparecimento em massa de torcedores e componentes no quinto ensaio de rua da Unidos de Vila Isabel visando o desfile do ano que vem. A escola, que foi a primeira do Grupo Especial a dar início a sua temporada de treinos, segue colhendo os frutos de um calendário antecipado de preparação e teve como destaques na noite dessa quarta-feira o bom desempenho dos quesitos de chão, embalados pelo clássico samba-enredo de Martinho da Vila, assim como mais uma performance irretocável da “Swingueira de Noel”, comandada por mestre Macaco Branco. Além dessa parte musical, quem também roubou a cena foi o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, que manteve a tendência de se superar a cada apresentação. Em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, o diretor de carnaval da agremiação, Moisés Carvalho, fez um balanço da evolução do trabalho no decorrer das últimas semanas.
Fotos: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO
“Feliz com a escola, com cada segmento que compareceu nesse feriado, apesar desse calor todo aqui no Boulevard 28 de Setembro. Cada dia que passa, cada quarta-feira, a gente sobe mais um degrau. Muito feliz com o canto da escola, com a evolução, com o entrosamento entre o carro de som e a bateria, com o Tinga… Acho que a escola está no caminho certo, cantando muito, evoluindo muito, isso é fruto de um trabalho que a gente fez lá do início e está colhendo os frutos agora. Comunidade toda de parabéns, assim como todos os segmentos. Muito feliz com o ensaio de hoje”, ponderou o diretor de carnaval.
A azul e branca do bairro de Noel apresentará, no ano que vem, uma reedição de “Gbalá – Viagem ao templo da criação”, originalmente feito em 1993. Na época, o enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Oswaldo Jardim. Desta vez, a proposta ganhará a assinatura do artista multicampeão Paulo Barros. A Vila Isabel será a terceira a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, em busca do seu quarto título de campeã na elite da folia carioca.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Um dos pontos altos desse quinto ensaio de rua da Unidos de Vila Isabel. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, teve a missão, mais uma vez, de abrir a apresentação da escola devido a ausência dos integrantes da comissão de frente e tirou de letra o desafio. Com um figurino todo em tons de azul, a dupla apresentou uma dança predominante clássica, que mesclou o tradicional com alguns passos marcados. O bailado, de ritmo veloz, foi marcado por movimentos precisos e sincronizados. O cortejo também esteve bastante presente na performance dos dois, seja através do toque, do gestual elegante ou da simples troca de olhares. Houve ainda diversos giros, principalmente da parte dela, que tiveram um belo efeito, muito por conta da saia.
Samba-enredo
A opção por reeditar o clássico “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”, de autoria do cantor e compositor Martinho da Vila, segue dando sinais de ter sido uma escolha acertada por parte da agremiação. A obra manteve a tendência de crescimento das últimas semanas e novamente teve um ótimo rendimento no ensaio de rua da noite dessa quarta-feira. O carro de som da azul e branca do bairro de Noel, capitaneado pelo intérprete Tinga, conduziu com maestria o samba-enredo, de maneira a contagiar o público que assistia ao treino no Boulevard 28 de Setembro, além dos próprios desfilantes da agremiação. A bateria “Swingueira de Noel”, liderada pelo mestre Macaco Branco, também foi fundamental para este alto desempenho, adotando um andamento que respeitasse as características melodiosas da competição e, ao mesmo tempo, possibilitasse uma evolução vibrante por parte da escola.
“O rendimento desse samba está sendo maravilhoso. O importante é a escola estar feliz, cantando forte. Sempre a gente espera ter um grande samba para que os componentes possam evoluir bastante, alegres, e isso temos visto ao longo dos ensaios. A comunidade canta com vontade. Quando é por obrigação que é mais complicado. Então, acho que a gente está evoluindo. Cada dia que passa, melhoramos mais. A comunidade está muito feliz com o samba, com o nosso enredo, se Deus quiser vai ser um grande desfile. Os ensaios de rua estão sendo muito emocionantes e a escola, como um todo, está vibrando muito. Tenho fé que a gente vai fazer um Carnaval belíssimo e trazer esse título para a Vila”, declarou Tinga durante conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, após a conclusão do ensaio.
Harmonia
No embalo da ótima performance do samba-enredo, o canto da comunidade se sobressaiu em mais uma semana. Entre as alas, as quatro iniciais estiveram entre as que cantaram com mais afinco, assim como as duas últimas, sendo os destaques desse quinto ensaio de rua da azul e branca do bairro de Noel. Do samba em si, o refrão principal, com os versos “Gbala é resgatar, salvar/E a criança, esperança de Oxalá/Gbala, resgatar, salvar/A criança é esperança de Oxalá”, foi o ponto alto, tendo sido entoado com bastante força pelos componentes. O trecho de subida para ele e o começo da cabeça da obra também foram bem cantados, merecendo menção positiva. Já os pontos de atenção ficam para algumas partes do samba como “Lá os guias protetores do planeta/Colocaram o futuro em suas mãos” e “Descobrindo o próprio corpo compreenderam/Que a função do homem é evoluir” que foram pouco cantados ou entoados em menor volume. Sobre esse último tópico, o diretor de Carnaval da Vila, Moisés Carvalho, comentou que a agremiação vem trabalhando a questão.
“Isso é um trabalho que a gente vem fazendo em reuniões semanais com harmonia. Até por isso eu destaco a evolução. Acho que se a gente pontuar o primeiro ensaio com o ensaio dessa quarta, a gente vê uma curva ascendente, fruto realmente desse trabalho que a gente vem fazendo. E a partir da próxima semana, vamos intensificar isso. A gente vai começar os ensaios de quinta-feira por setor, justamente para atingir esse canto mais uniforme. Óbvio que não vamos conseguir o mesmo efeito do refrão durante o samba todo, mas é fazer com que nas outras partes a gente consiga chegar no ponto máximo. Então, é por isso que eu fico feliz com a evolução, do primeiro ensaio de rua até agora. A escola vem subindo gradativamente até chegar o dia do desfile, que eu acho que vai ser o ponto maior”, explicou Moisés Carvalho em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO.
Evolução
Assim como a harmonia, a evolução também foi impactada pelo ótimo rendimento do samba. Foi possível observar em todas as alas os componentes desfilando de maneira solta e empolgante. Sem estar preso em qualquer tipo de amarra ou fileiras rígidas, a maior parte pulou, vibrou e cantou o tempo inteiro. Os acessórios usados por eles, que iam desde pom poms até bexigas, contribuíram para o clima leve e brincalhão do ensaio de rua. Devido às temperaturas elevadas no Rio, mesmo no período da noite, houve alguns desfilantes se queixando do calor e sentindo mal-estar, mas nada que atrapalhasse de forma mais efetiva o desempenho do quesito. Em relação ao ritmo, a escola adotou um andamento cadenciado, sem paradas prolongadas ou qualquer tipo de correria. Também não ocorreram falhas graves aparentes, como a abertura de buracos, clarões no meio de alas ou embolamentos.
Outros destaques
A bateria, assim como o carro de som, é uma atração à parte quando se trata de ensaio de rua da Vila Isabel. Os ritmistas comandados pelo mestre Macaco Branco deram mais um espetáculo no Boulevard 28 de Setembro em pleno feriado e animaram os espectadores que se aglomeraram nas calçadas. As bossas bem construídas e a levada respeitando as características da obra foram os pontos altos da passagem da “Swingueira de Noel”. Essa performance contribuiu para o ótimo rendimento do samba-enredo, assim como para a evolução solta e alegre dos componentes.
Outro destaque do treino da azul e branca do bairro de Noel ficou para o alto astral de algumas alas mais tradicionais. Com a letra do samba na ponta da língua, baianas e membros da velha-guarda fizeram bonito, esbanjando alegria, sambando, girando, pulando e vibrando. Um verdadeiro show que serve de exemplo.
Doze anos depois a Porto da Pedra volta a gravar o samba-enredo para o disco oficial da Liesa. Foram dez desfiles no Grupo de Acesso esperando a vez de voltar à elite do carnaval carioca. Mas se engana quem pensa que o Tigre chega tenso ou pressionado para este momento. A agremiação vem curtindo cada etapa do processo e essa leveza foi possível perceber durante a gravação da faixa oficial para o carnaval 2024 na Cidade das Artes. Mestre Pablo, sempre característico em sua vestimenta, trouxe um pouco da pele do tigre para a gravação que também tem vídeo e chamou a atenção de quem estava presente no Complexo Cultura da Prefeitura. Já a bateria Ritmo Feroz mostrou estar bem afinada com a música escolhida no dia 26 de agosto para embalar o próximo desfile da Porto da Pedra . Trazendo alguns traços do Nordeste, os ritmistas gravaram com o uso de triângulo, instrumento típico de ritmos nordestinos, em uma bossa do samba.
Foto: Rio Carnaval
De volta à comunidade Vermelha e Branca de São Gonçalo depois de 25 anos, Wantuir mostrou-se muito alegre e preparado não só para o trabalho na Cidade das Artes, mas também para as próximas etapas. O cantor inclusive brincou um pouco sobre o número de vezes que deu o grito de guerra neste processo desenvolvido no Complexo Cultural da prefeitura do Rio.
“O samba foi cantado do mesmo jeito que nós ensaiamos e do mesmo jeito que a obra ganhou o concurso. Tivemos a preocupação de não mudar muito o samba. O samba ganhou na quadra de um jeito, e tem que ser cantado desse jeito que o povo, a comunidade de São Gonçalo já aprendeu. Foi muito fácil. A parte técnica em relação a gravação deu tudo certo. Foi bastante confortável para todo mundo. Para mim foi um pouco menos porque tive que dar 15 gritos de guerra (risos). Cantar o samba 15 vezes é mole, mas o grito de guerra é mais difícil. Mas, tudo bem. Está maravilhoso. É importante a valorização da prata da casa, cavaquinho, violão, coral da escola. Isso é muito bom. Parabéns a Liga pela iniciativa”, parabenizou o intérprete.
Fotos de Lucas Santos/CARNAVALESCO
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Wantuir contou que já deu para sentir o carinho e a energia da comunidade nestes meses em que retornou à escola à qual tem tamanha identificação.
“Já tenho sentido essa energia da comunidade nos ensaios de quadra todas as quintas-feiras. Daqui a pouco começa o ensaio de rua. A gente já sente isso lá, o samba deu uma energia muito grande. É com certeza um dos melhores enredos deste carnaval 2024. Uma história bastante interessante e de muita importância e relevância para o nosso país. Estamos muito felizes por tudo que está acontecendo com a Porto da Pedra” , define Wantuir.
O enredo “O Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”, é de autoria do enredista Diego Araújo e do carnavalesco Mauro Quintaes. O tema tem como proposta celebrar o saber popular, além de narrar a história do almanaque, escrito na Espanha, que veio parar no Brasil depois de 200 anos, se tornando o livro mais lido pelo povo nordestino. Diretor musical da Porto da Pedra, Vinicius Chocolate apresentou à reportagem do site CARNAVALESCO como foi desenvolvido o arranjo para a faixa do Tigre e apontou o que o público pode esperar do samba.
“Tivemos um cuidado bem grande porque o samba tem uma melodia um pouco ‘forrozeada’, para a gente não perder a mão de samba, porque a gente precisa ir para a Avenida tocar samba, mas com uma pegadinha de nordeste, bem legal. O cuidado tem sido com isso e a gente quer a galera bem alegre, bem solta. Não nos preocupamos em colocar muito solo. A gente vai bem tranquilo para matar a saudade do Grupo Especial e mostrar que a comunidade de São Gonçalo é bem forte, bem alegre. A questão musical é isso, é vir bem leve. E em relação ao Wantuir, muita facilidade, até me espantou, que na semana seguinte do samba escolhido, reunimos para passar e ele já estava com o samba bem dominado. Acho que o trabalho está sendo bem feito”, acredita o músico.
Mestre Pablo quer levar eficiência na Série Ouro para o Especial
Gabaritando o quesito nos últimos dois carnavais na série Ouro, o desafio de Mestre Pablo agora é manter a excelência no Grupo Especial. O comandante da Ritmo Feroz explicitou mais detalhes sobre o processo de trabalho com os ritmistas e deixou no ar a expectativa para mais um ano chamando a atenção do mundo do samba com a sua vestimenta.
“A gente ensaiou bastante, já temos um samba escolhido desde agosto, o que permitiu essa extensa preparação. Temos ensaiado todas as quintas-feiras na quadra. E para a gravação fizemos um ensaio extra para ajustar detalhes, limpeza de bossas e estou gostando bastante do resultado. Acho que vai ‘dar’ super bom, a gente quer ganhar notas máximas, prêmios. No samba tem umas levadas de baião, xaxado, e na Avenida tem a minha fantasia que é uma surpresa, mas pode esperar algo mais, além da garra povo gonçalense”, definiu mestre Pablo.
Também presente na gravação da Porto da Pedra, a preparadora vocal Ionalda Belchior explicou que há um cuidado muito grande na escola com a voz, não só com o intérprete oficial Wantuir, mas com todo o restante do carro de som.
“É um trabalho de formiguinha, cuidando da voz o ano inteiro, mas eu tenho a sorte de ter um grupo super disciplinado. A gente trabalha toda a semana com exercícios, eu vou em todos os ensaios, acompanho o grupo em todas as apresentações, tanto que acompanhei a gravação também. Eles se prontificam em exercitar e isso facilita o meu trabalho porque a base deste carro de som é a mesma praticamente há quatro anos. Eu olho e eles já sabem o que tem que fazer, quando tem que trabalhar tal músculo, já sabem o exercício. É muito fácil trabalhar para este grupo”, definiu a profissional.
Concurso de samba-enredo curto foi estratégico para cronograma
Outro que acompanhou a gravação de perto foi o diretor geral de harmonia Amauri de Oliveira. O diretor contou ao site CARNAVALESCO que o fato da escola ter utilizado apenas duas datas para o concurso de samba-enredo em agosto foi estratégico para que o trabalho pudesse ser adiantado e a agremiação cumprisse com mais tranquilidade cada etapa do processo até o desfile em fevereiro de 2024.
“Fizemos dois ensaios. A gente já chegou com as bossas ensaiadas, tudo pronto, até para não perder tempo. A gente fez esses ensaios com todo o carro de som e com os 32 ritmistas que vieram tocar aqui na Cidade das Artes. A escola chegou pronta para a gravação. E, a gente fez um pedido ao presidente que a gente não estendesse muito a eliminatória porque a gente teve cinco sambas. Foi bom ter poucos sambas, a gente precisava de um só, e dos cinco, quatro eram muito bons. A gente pediu ao presidente que encurtasse ao máximo a disputa para a gente ter tempo hábil de trabalhar o samba com a comunidade. E isso foi feito. A gente fez a nossa final no dia 26 de agosto e desde então fazemos ensaio na quadra com uma resposta muito positiva da comunidade. E o nosso ensaio de rua acontece no mesmo lugar do ano passado, próximo a sede da prefeitura, no centro do município. Esperamos que a galera participe com a gente. As inscrições da comunidade já estão quase encerradas, foi um ponto muito positivo para nós”, festejou o diretor.
A obra para o carnaval 2024 foi composta pela parceria de Guga Martins, Passos Júnior, Gustavo Clarão, Lucas Macedo, Leandro Gaúcho, Clairton Fonseca, Richard Valença, Gigi da Estiva, Abílio Jr., Marquinho Paloma, Cristiano Teles e Ailson Picanço.O compositor Guga Martins foi acompanhar as gravações na Barra da Tijuca e frisou que a escola está pronta para fazer um grande carnaval e buscar a permanência no Grupo Especial, grupo que a Porto da Pedra fez parte por 11 desfiles seguidos no início do século XXI.
“O grande mote do samba é que a comunidade está feliz. O mais importante de um samba-enredo é servir a sua comunidade. Eu fico lisonjeado e feliz de estar servindo a minha comunidade. Ver a comunidade rindo com os versinhos que nós escrevemos é absurdamente incrível, enquanto torcedor, enquanto cria, é um sonho realizado. O sonho era ganhar samba, depois de ganhar o samba, o maior prêmio é esse samba servir a minha comunidade. Se a comunidade está feliz, o compositor está feliz. Nós viemos para ficar. A Porto da Pedra não vai fazer desfile só para permanecer no grupo. Podem esperar um grande carnaval”, prometeu o poeta.
A vermelha e branca de São Gonçalo irá abrir os desfiles no domingo de carnaval, dia 11 de fevereiro, sonhando em quebrar os estigmas e fazer história.
A mais jovem agremiação da Série Ouro, criada antes do carnaval passado e ocupando a vaga que era do Acadêmicos do Sossego, a agremiação que leva o nome da principal cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro já conquistou uma posição bastante expressiva no desfile passado, um quinto lugar. Com recursos advindos do aporte financeiro da prefeitura de Niterói, a escola deve continuar sendo uma forte candidata e amadurecer a partir dos próximos anos para sonhar com voos mais altos. Após apostar em Danilo Cezar, vindo do Espírito Santo no carnaval como voz oficial da Azul e Branca, tendo passado por um período com o cantor Guto, a Acadêmicos de Niterói chega a gravação oficial do samba para a Liga RJ com Tuninho Júnior que recebe sua primeira oportunidade como intérprete principal na Marquês de Sapucaí. Recém chegado à comunidade niteroiense, o profissional falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre como foi a recepção dos componentes.
Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO
“O primeiro ensaio para mim foi maravilhoso, a comunidade em peso participou e me deu as boas vindas na nossa quadra.Sentir o carinho das pessoas que estão ali para apoiar, defender e mostrar o amor ao seu pavilhão, é enriquecedor! A direção da escola tem confiança em mim, assim dando total autonomia para realizar um ótimo trabalho junto ao meu carro de som”, conta o intérprete.
Tuninho começou no carnaval em 2004 como intérprete oficial da escola mirim Aprendizes do Salgueiro. Em 2018 foi intérprete oficial do Acadêmicos do Salgueiro. Fez parte do carro de som da Vila Isabel e Império Serrano e foi voz oficial da Vizinha Faladeira e Unidos do Cabuçu. Atualmente também é intérprete oficial da Independentes de Olaria, da escola Andanças de Cigano, em Manaus, e integra o carro de som da Unidos da Tijuca.
Para o próximo desfile, a caçulinha da Série Ouro vai apostar no enredo “Catopês – Um céu de fitas”, desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins. O Catopês surgiu através das mãos dos negros de antigas fazendas na região do antigo Arraial das Formigas, nos dias atuais, a cidade de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. Foram esses grupos de negros, que sedimentaram toda a estrutura da festa de cunho religioso voltado às liturgias católicas em menção e honra ao reinado de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo. Sobre o desfile do próximo carnaval, o presidente Hugo Júnior em conversa com o site CARNAVALESCO em Marechal Hermes, no M&C Studio, comentou sobre o tema que a escola vai levar para a Sapucaí e aproveitou para elogiar o samba para o próximo desfile que recebia os últimos retoques durante a gravação.
“Acabou um carnaval e já iniciamos o trabalho do outro, com muita felicidade estamos levando o enredo “Catopês – Um céu de fitas” . O samba veio com a mesma pegada que o enredo, é um enredo forte, é um samba aguerrido que vai mexer com todo mundo. É um samba que foi muito abraçado por todos que participaram do processo”, garante o mandatário.
O samba foi desenvolvido através do formato de encomenda pelos autores Júnior Fionda, Tem-tem Júnior, Júlio Pagé, Rod Torres, Marcelinho Santos, JB Oliveira, Marcus Lopes, Gilson Silva, Edu Casa Leme e Richard Valença. Sobre o resultado deste processo, o presidente Hugo Júnior afirmou estar bastante satisfeito com a obra finalizada e comparou com o trabalho realizado para o carnaval passado.
“Nós decidimos por desenvolver o processo de um samba encomendado, a gente tem grandes nomes do mundo do carnaval, Tem-Tem Jr, Fionda. A gente montou um samba para chegar e rasgar a Avenida, já tendo grandes sambas na nossa gestão, ano passado também levamos um grande samba e está sendo uma rotina da Niterói levar sambas fortes, sambas para cima, para frente, para alegrar o folião e quem estiver lá curtindo o nosso desfile na Marquês de Sapucaí”, entende o dirigente.
“Sagrado tambor de fé/ É de enfrentar maré/ Brada seu vissungo Africano chão fecundo/ que o escravo ganhou o mundo para louvar seus ancestrais” são versos da cabeça do samba que trazem para o canto uma intenção de ataque, levado a obra para já desde o início ter caráter bastante para a frente. O intérprete Tuninho Júnior teve cerca de 10 dias para conhecer e trabalhar a obra com as suas características. Durante a gravação, o cantor já mostrou estar bastante familiarizado com o samba e elogiou a composição que vai entoar na Sapucaí.
“O samba tem um caráter aguerrido! Eu vou entregar toda a minha dedicação e carinho, acredito no potencial desta obra e tenho certeza que vai crescer muito com comunidade até o ensaio técnico, para explodir e encantar no desfile na Sapucaí! Acredito muito em um trabalho incrível junto a bateria do Mestre Demetrius. E para este momento de colocar a voz na faixa oficial da Niterói para o álbum da Liga RJ, a minha preparação para gravar e para executar o samba envolveu fonoaudióloga e aulas de canto.Eu faço acompanhamento com a minha fonoaudióloga Dafinne Santiago”, explica o cantor.
Bossas já definidas para o desfile e promessa de um carnaval bem adiantado
Renovado à frente da bateria da Acadêmicos de Niterói, mestre Demétrius quer manter o gabarito das notas, já que o comandante da “Cadência de Niterói” conquistou no desfile passado três notas 10 e um 9,9, descartado na apuração. Com experiência de já ter comandado a bateria da Cubango e da Tradição, além de ter sido diretor de diversos mestres no Grupo Especial, Demetrius parte agora para o desafio dos 40 pontos e conta com os ritmistas da Azul e Branca para isso.
“Agradeço a oportunidade de estar à frente da “Cadência de Niterói” por mais um ano. Também deixo meu sentimento de gratidão a todos os ritmistas e diretores que fizeram parte do carnaval de 2023. Seguiremos trabalhando bastante em busca sempre do melhor. Podem aguardar mais um belo show em 2024”, promete o mestre.
Sobre o trabalho desenvolvido para o desfile e especificamente para a gravação do álbum da Série Ouro, Demétrius revelou que já tem desenvolvido o que planeja levar para a Marquês de Sapucaí. Parte das bossas e convenções já vai poder ser observado na faixa da Acadêmicos de Niterói.
“A gente fez um ensaio para passar o samba, e preparamos até uma convenção na cabeça do samba. Estamos planejando vir com três paradinhas para levar para o desfile, mas para a gravação só vamos ter uma ou duas. Em relação ao ensaio, vamos trabalhar às quartas-feiras até irmos para os ensaios de rua na Amaral Peixoto, que é aos domingos. Nestes treinos na quadra, a gente faz um trabalho de divisão com cada naipe,depois junta a bateria para passar o samba e preparar para o carnaval 2024”, explica o comandante da Cadência de Niterói.
Com a gravação concluída, a escola vai focar no trabalho de ensaios de cantos até ir para a Avenida Amaral Peixoto. Outro foco de atenção é nos trabalhos de ateliê e barracão. Sobre esta parte, o presidente Hugo Júnior fez questão de tranquilizar o coração da comunidade niteroiense ao garantir que tudo está bastante adiantado.
“A escola está se movimentando, estamos com os ateliês a mil por hora, no barracão já estamos confeccionando as alegorias. O carnaval já tem data e hora e nós não estamos deixando a desejar, esperem aí uma grata surpresa que vai ser o carnaval da Acadêmicos de Niterói. Vai ser mais um grande espetáculo da nossa escola”, promete o mandatário.
Com o enredo “Catopês – Um céu de fitas”, a Acadêmicos de Niterói será a sétima e penúltima escola a desfilar na primeira noite de apresentações das escolas da Série Ouro, que se iniciaram na sexta-feira de carnaval.
Zé Paulo, intérprete da Mocidade, conversou com a equipe do site CARNAVALESCO, após a gravação oficial do samba-enredo para o Carnaval 2024. Veja abaixo o papo exclusivo.
No último sábado, a Beija-Flor de Nilópolis realizou um encontro entre os departamentos culturais das doze agremiações do Grupo Especial do Carnaval carioca. O evento, liderado pela porta-bandeira Selminha Sorriso, que também encabeça o setor cultural da agremiação nilopolitana, e por Luís Carlos Magalhães, diretor do departamento cultural da Liesa, teve como cenário a quadra da agremiação.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação
“A motivação foi mesmo criar um intercâmbio. Para a roda girar, para falarmos cada um sobre um pouquinho das nossas funções e as culturas das nossas escolas. Se cada escola é um quilombo, cada uma tem a sua particularidade. E foi o que aconteceu”, disse Selminha.
Essa iniciativa, portanto, proporcionou aos profissionais responsáveis pelo acervo cultural das agremiações uma valiosa oportunidade de troca de experiências e histórias sobre suas funções, com o objetivo de fortalecer os laços e o compartilhamento de conhecimento entre as principais escolas de samba do Rio de Janeiro, enriquecendo ainda mais o cenário cultural do Carnaval carioca. Temas como gestão de acervo, fomento para a área e adequação do cenário para cada agremiação foram abordados.
“É importante que encontros como esses aconteçam, pelo menos bimestralmente. É crucial que todas se unam e lutem em união pela melhoria desse setor, não que aconteça um encontro e cada uma vá para o seu lado, mas sim, olhem no melhor para a área para todas. Que uma ajude a outra”, declarou Luís Carlos Magalhães.