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MORRE O CARNAVALESCO MAX LOPES, MAGO DAS CORES

O carnaval perdeu neste domingo um dos maiores carnavalescos da história. Max Lopes, conhecido por ser o mago das cores, de 85 anos, faleceu vítima de um câncer. O artista estava internado no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, em Maricá, com um quadro de insuficiência múltipla dos órgãos, em decorrência de um câncer de próstata avançado, e não resistiu. O velório acontece nesta segunda-feira, no Parque da Colina, em Niterói.

Foto: Divulgação

No Grupo Especial, ele foi campeão pela Mangueira em 1984 (Yes, Nós Temos Braguinha) e em 2002 (“Brasil com “Z” é pra cabra da peste, Brasil com “S” é nação do Nordeste”) e ainda pela Imperatriz em 1989 (Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós). Max Lopes também foi campeão do Grupo de Acesso em 1990 pela Viradouro com o enredo “Só vale o escrito”.

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) se pronunciou sobre a perda do artista tricampeão do Grupo Especial. “O Carnaval se despede hoje do “Mago das Cores”, Max Lopes, o primeiro carnavalesco campeão do Sambódromo no grupo principal, que emprestou o talento para brilhar por diversas escolas de samba. A Liesa envia os mais profundos sentimentos aos familiares”.

Campeão pela Imperatriz em 2023, o carnavalesco Leandro Vieira fez um publicação sobre o falecimento de Max Lopes: “Triste com a notícia da morte do Max Lopes. Seu nome é um sinônimo de excelência artística e de refinada produção estética carnavalesca. Perdemos um dos arquitetos visuais da folia brasileira. Artista genial de tantas escolas e desfiles. Inspiração de todos nós. Descansa, mestre”.

Trajetória no carnaval

Max Lopes iniciou na década de 1970 trabalhando no Salgueiro, inclusive, como um dos parceiros de trabalho de Fernando Pamplona. O primeiro desfile e que já ficou na história veio em 1976, pela Unidos de Lucas, com o enredo “Mar Baiano em Noite de Gala”.

Com o enredo “Yes, Nós Temos Braguinha”, em 1984, na Mangueira, Max Lopes conquistou seu primeiro título no Grupo Especial. Além do caneco, ele faturou com a Verde e Rosa a conquista de ser super-campeão, já que a Portela também venceu no mesmo ano. O segundo título na escola veio em 2002 com o enreo “Brazil com ‘Z’ é pra Cabra da Peste, Brasil com ‘S’ é a Nação do Nordeste”. Ainda trabalhando na Verde e Rosa, o carnavalesco fez o enredo “Os Dez Mandamentos: O Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade”.

Na Imperatriz Leopoldinense, o “Mago das Cores” ganhou o carnaval de 1989 com o inesquecível “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós!”. O fato curioso é que Max venceu Joãosinho Trinta, que estava na Beija-Flor de Nilópolis, e que levou para Avenida “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”.

Max Lopes também fez história na Viradouro. Primeiro, quando apresentou o enredo “Bravo, Bravíssimo – Dercy, o Retrato de um Povo” em 1991. No ano de 1992 levou para Sapucaí “E a Mágia da Sorte Chegou!”. Infelizmente, o desfile ficou marcado pela última alegoria que pegou foto e comprometeu o espetáculo.

Max Lopes também trabalhou na Grande Rio. Em Caxias, o artista fez o enredo Prestes, O Cavaleiro da Esperança” em 1998. Fez também em 1999 o enredo “Ei, Ei, Ei, Chateau é Nosso Rei”. Ele passou também pela Vila Isabel, Porto da Pedra, Santa Cruz, Ilha, Estácio, São Clemente, além dos Gaviões da Fiel, em São Paulo.

Homenagens

A Imperatriz Leopoldinense, escola em que Max Lopes foi campeão em 1989, fez uma publicação sobre o falecimento do artista. “Anunciamos, com muita tristeza, o falecimento do carnavalesco Max Lopes. Max iniciou sua trajetória na Imperatriz em 1977, com o enredo “Viagens Fantástica às Terras de Ibirapitanga” e foi campeão, em 1989, com o enredo ‘Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós’. Todos os Leopoldinenses lhe agradecem por toda dedicação ao nosso pavilhão. A Diretoria da Rainha de Ramos deseja muita força aos familiares e amigos. Que seja feita uma passagem de muita luz”, escreveu a escola em uma primeira postagem.

A Estação Primeira de Mangueira também se pronunciou: “O único carnavalesco SuperCampeão A Estação Primeira de Mangueira, em nome da presidenta Guanayra Firmino, lamenta o falecimento do carnavalesco Max Lopes. Obrigada, Mago. Sua história será reverenciada e lembrada pra sempre, a Mangueira jamais te esquecerá”.

Veja a publicação da Viradouro. “A Viradouro lamenta profundamente o falecimento do carnavalesco Max Lopes. Max teve três passagens pela Viradouro, desenvolvendo os Carnavais de 1990, 1991, 1992, 1993, 2013 e 2016. Fica o legado de um artista único do nosso Carnaval. Descanse em paz”.

Publicação da Porto da Pedra: “É tristeza que recebemos a notícia de Max Lopes nos deixou. Max fez história no carnaval, deixando sua marca em grandes agremiações da nossa folia. Em 2009, foi o responsável pelo desfile do nosso Tigre. Nossos sentimentos aos familiares, amigos e fãs de seu trabalho”.

Paraíso do Tuiuti: “Hoje o mundo do samba perdeu um dos seus mais expoentes artistas: faleceu o carnavalesco Max Lopes. Max, certamente, vai deixar saudades. Sua memória e legado estarão para sempre na história do Carnaval. Obrigado por tudo e descanse em paz, mestre”.

Carnavalesco Marcus Ferreira, da Mocidade: “Perdemos nosso querido Max Lopes. Mago das cores, das volumetrias, da excelente utilização de cores por setor, que poucos artistas conceberam. Descanse em paz”.

Vila Isabel: “A Unidos de Vila Isabel manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do carnavalesco Max Lopes, o nosso mago das cores”.

‘Aproxima comunidade do samba’, garante Evandro Malandro sobre modelo de disputa da Grande Rio

Pelo quarto carnaval consecutivo, o intérprete Evandro Malandro teve a responsabilidade de gravar todas as faixas em disputa para serem os hinos da Acadêmicos do Grande Rio no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. O cantor é a voz oficial da tricolor de Duque de Caxias desde o ano de 2018, quando substituiu Emerson Dias no posto. Assim como o antecessor, Evandro possuia uma história extensa na agremiação, tendo o seu início como um dos integrantes do carro de som. Em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, ele recordou parte desse percurso e comentou a relação de alguns acontecimentos com o projeto que o permitiria gravar os sambas postulantes da verde, vermelha e branca.

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Foto: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO

“Falando de coração, fiquei muito feliz em chegar na Grande Rio da forma que cheguei, sem precisar pisar em ninguém ou bater na porta e implorar. Graças a Deus, foi algo que aconteceu naturalmente. E logo no meu início na escola, descobri um problema muito sério, mas tive todo o apoio da presidência, da diretoria, que me abraçaram. No caso, o que aconteceu é que desenvolvi a diabetes de uma forma muito severa. Essa minha diabete é emocional e hoje está controlada. Porém, na época, como estava mal de saúde, fiquei com medo, mas os presidentes garantiram que quando estivesse melhor, apto, viria e gravaria o samba. E assim aconteceu. Então, quando eles me apresentaram essa fórmula, no ano seguinte, de gravar todos os sambas concorrentes, fiquei muito feliz. Todo cantor sonha com esse carinho, de ser colocado embaixo das asas assim pelos presidentes. Ainda mais no meu caso, que não era um cantor tão conhecido e que ainda não tinha pisado como primeiro do Grupo Especial. Mesmo assim, recebi esse aparato todo. Fico muito contente em ver a história que estou construindo com a Grande Rio. Da melhor forma que puder retribuir, gravando e colocando a minha voz em cada samba, vou fazer sempre”, afirmou.

Desde o Carnaval de 2020, a tricolor de Duque de Caxias adota um modelo diferenciado para realizar o concurso de sambas-enredo. Além de Evandro Malandro gravar todas as obras concorrentes, as parcerias são proibidas de contar com participações de cantores do Grupo Especial e a presença de torcedores na quadra não é obrigatória. Ao comentar sobre este formato de disputa, o intérprete oficial da Grande Rio fez um balanço da experiência ao longo dos últimos anos e ressaltou que tenta dar uma atenção especial para cada uma das composições ao colocar a voz.

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“É bacana este formato, porque aproxima a comunidade do seu samba, do que ela quer escolher, da forma que quer torcer. Nele, o cantor dá a referência para todos. Isso é muito importante. Por isso, tento fazer com muito respeito, com muito carinho e graças a Deus estou arrancando elogios dos compositores, da escola e da nossa comunidade. Acho que consegui colocar, em cada samba, uma emoção. De verdade, não pensem que o samba que não teve torcida é aquele que eu me preocupei menos. Não, me preocupei em todos os sambas. Um exemplo aconteceu nesta primeira eliminatória da disputa para 2024. Uma parceria teve que trazer um rapaz que estava com um pino na perna. Tinham três cantores, era o pai, o filho e o tio, além desse rapaz tocando o cavaquinho. Eu peguei a cadeira, trouxe para ele, fiquei durante toda a apresentação do samba ali, do lado. Enquanto não acabou as passadas, não saí de perto, porque esse é o nosso ofício. Penso que é o mínimo que posso fazer em respeito a tudo que a escola já fez, faz e vai fazer por mim. Tento retribuir todo esse carinho que recebo não só dos presidentes, mas da bateria, da comissão de frente, da harmonia, do casal mestre-sala e porta-bandeira, e principalmente dos nossos componentes e torcedores em geral. Uma das formas mínimas que tenho é, além de gravar os sambas todos, aprender eles. Há um mês para começar as eliminatórias, eu me fecho dentro de casa e escuto só Grande Rio, para conseguir cantar todos os sambas. De repente, posso não me lembrar exatamente da palavra de cada um perfeitamente, no entanto a nuance do samba eu aprendo. Essa é uma das maneiras que tenho de fazer uma retribuição a comunidade que me abraça. Então, fico no palco com cada parceria, porque eles merecem essa atenção, essa dedicação da minha parte”, explicou.

Com base no retrospecto dos anos anteriores, Evandro Malandro avaliou também os efeitos desse modelo de disputa implementado pela Grande Rio na própria escola. Um dos maiores, de acordo com o cantor, é justamente dar a oportunidade da comunidade ter uma noção real do quanto aquela obra pode render na voz oficial da agremiação.

“O impacto para escola é a melhor aceitação da comunidade. Além disso, esse modelo permite a gente ter uma ideia mais real de como aquele samba pode render. Afinal, ele pode ficar muito bom na voz de Huguinho, de Zezinho, de Luizinho, mas quando for para Avenida, na voz do cantor oficial, não ter o mesmo efeito. E para Grande Rio funcionou muito bem. Não estou falando que a gente serve de parâmetro para nada e nem para ninguém. Mas, não deixa de ser uma realidade que não adianta o samba ficar muito bom na voz de outro cantor e não funcionar na minha, que é quem vai defender na Marquês de Sapucaí. Então, nesse modelo, a comunidade fica mais confortável de chegar em uma disputa já sabendo para onde ela quer ir, porque vai curtir aquilo. Portanto, a escola, como um todo, se sentiu muito feliz com esse formato. Ele até pode ter dado o que falar antes, mas é inegável que deu muito certo”, avaliou.

Evandro Malandro relatou como é o seu processo de preparação antes de gravar os sambas concorrentes. De acordo com o intérprete, ele costuma ter um diálogo com os compositores para tentar compreender melhor qual a intenção deles com aquela obra. Aliado a isso, o cantor mantém uma rotina de cuidados com a própria voz, que envolve o acompanhamento profissional.

“Não é fácil. Tenho que chegar em cada compositor e saber captar exatamente o que ele quer. Depois que todo mundo gravou e o cantor vai botar a voz, é o momento daquela cerejinha do bolo que tem de ser muito bem colocada e com muito cuidado. Afinal, é o filho do compositor que está nascendo. Então, tenho que tratar da melhor forma. Acho que tenho conseguido isso com a ajuda do nosso professor de canto, do Pedro Lima, que é incrivelmente bom, sendo um profissional reconhecidíssimo na música e na televisão. Só para citar alguns exemplos, ele já preparou o Babu Santana para fazer o filme do Tim Maia, a Deborah Secco para fazer uma novela que ela era cantora, além de já ter atuado com músicos como Michel Teló. E o Pedro abraçou a minha causa e a do carro de som da Grande Rio. Atualmente, tenho duas aulas semanais com ele, além de uma aula geral com todos os cantores de apoio. Isso, lógico, é respaldado pelos nossos presidentes”, esmiuçou.

Ainda no bate-papo com a reportagem do site CARNAVALESCO, o intérprete contou que é inviável decorar cada uma das obras devido ao intervalo curto entre as gravações. Segundo o cantor oficial da tricolor caxiense, na atual disputa promovida pela escola, ele chegou a colocar voz em três sambas em um único dia. Mesmo assim, Evandro Malandro afirmou que, posteriormente, faz questão de aprender os hinos, para ter todos na ponta da língua.

“Nesse processo de Grande Rio, não dá tempo de decorar as letras. Esse ano, por exemplo, foram onze sambas. A escola estabelece um período para as parcerias fazerem suas gravações, só que ninguém grava naquele tempo. Ninguém quer gravar antes de ninguém, vai todo mundo gravar faltando uma semana, no máximo quinze dias para a entrega, então fica difícil decorar. O que eu faço, na maioria das vezes, é ir na voz guia. Quando não tem, eu ligo para o compositor e peço para me mandar nem que seja em um áudio de whatsapp cantando o samba para eu conseguir dar uma estudada. Por conta dos compositores encurtarem esse prazo dado pela escola e gravarem todo mundo perto um do outro, tem dias que coloco voz em três sambas diferentes. Então, no deslocamento de um estúdio para o outro, aproveito para dar uma escutada e analisar as obras. Além disso, depois de gravado, ainda sou o primeiro a levar, porque gosto de aprender os sambas da minha escola, da minha casa, da minha família. Quando eles forem ser defendidos na disputa, quero estar cantando, vibrando. Afinal, aquela gravação no estúdio floresce em cima do palco, com a bateria cheia, com todos os segmentos na quadra prestando atenção, alguns torcendo para o samba deles, e o cantor presente. Por mais que tenha a parceria ali, é importante estar também a voz oficial da escola, que aprendeu todos os sambas, e fez questão de estar com todos os compositores cantando”, assegurou.

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O intérprete fez questão de enaltecer o trabalho em conjunto realizado pelos segmentos da escola. Segundo Evandro Malandro, a cooperação vai desde as primeiras reuniões para definição do enredo até o desfile no Sambódromo na Marquês de Sapucaí, sendo o atual formato do concurso de sambas-enredo mais um exemplo de parceria entre as variadas vertentes que formam a agremiação.

“A gente participa de tudo, praticamente. Nossa presidência, o nosso diretor de Carnaval Thiago Monteiro, fazem questão de manter a família perto. Por mais que as maiores decisões sejam deles, a gente tem uma vez de ouvir, de opinar também. Então, esse processo todo começa naquela primeira reunião, após o desfile, para debater o que vamos fazer no ano seguinte. Lá, são apresentadas as ideias de enredo e temos esse primeiro contato. Daí, conforme vai afunilando, já começo a pensar na desenvoltura da sinopse. Passou essa etapa, já estou louco para começar os sambas enredo. Ao longo da disputa, antes mesmo da final, fico imaginando o samba na Sapucaí, como é que ele vai ser e tal. Geralmente, espero passar umas duas semanas de concurso, no máximo três, para nas quartas de final estar com as ideias mais ou menos prontas para cada possível samba vencedor. E, no final dessa trajetória, quando chega na Avenida, passa esse filme inteiro na cabeça. Nessa hora, até emociona ver aquela sementinha plantada lá atrás render frutos tão bonitos. Dois exemplos disso são o ‘Tatalondirá’ e o ‘Fala, Majeté!’, um vice-campeonato e um campeonato, um seguido do outro. É algo muito bacana”, pontuou.

No ano que vem, a Grande Rio será a quarta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação irá em busca do segundo título de campeã da folia carioca com o enredo “Nosso destino é ser onça”, assinado pela dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A proposta é fazer uma reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, tocando em temas como antropofagia e encantaria.

Estrela do Terceiro Milênio apresenta primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira para o Carnaval 2024

A convite da diretoria da escola de samba Estrela do Terceiro Milênio, os bailarinos, Arthur e Waleska, serão os responsáveis por ostentar e apresentar o pavilhão oficial do Terreirão da Coruja, em 2024. A contratação aconteceu na última quinta-feira, após reunião no barracão da Fábrica do Samba 2. A agremiação disputará vaga no grupo de elite da Liga-SP.

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Foto: Nagyb Aedl/Divulgação

“Experiência, talento e elegância definem o novo casal oficial da Milênio. Ambos tem bagagem e história para defender o quesito e apostamos que, juntos, vão fazer um lindo trabalho na Avenida”, declara o presidente Silvão Leite.

O mestre- sala Arthur, que já estava renovado com a escola, recebeu a missão de defender o pavilhão oficial como mais um desafio em sua trajetória. “É a terceira vez que assumo o posto de primeiro mestre-sala e estou radiante pela oportunidade que o presidente Silvão e a diretoria me ofereceram. É uma grande responsabilidade representar a comunidade do Grajaú e darei o melhor de mim”, afirma Arthur, que iniciou sua arte na dança aos 10 e foi oficial, pela primeira vez, aos 17 anos. O jovem sambista, hoje com 22 anos, soma passagens nas escolas: União das Vilas (SBC), Camisa Verde e Branco, Nenê de Vila Matilde e Pérola Negra

Aos 30 anos de idade, a sambista e consagrada porta-bandeira do Carnaval de São Paulo, Waleska Gomes, é quem chega na agremiação para assumir como primeira porta-bandeira da escola. “Eu não recebi um convite, recebi um presente do presidente Silvão e de toda diretoria da escola. Não vejo a hora de pisar no Terreirão da Coruja e conhecer a comunidade do Grajaú”, diz Waleska. Nascida em família de sambistas, a bailarina é cria da folia paulistana e, celebra, neste ano, 30 anos de Carnaval. “Minha mãe desfilou grávida de mim e a bolsa rompeu na quadra da Rosas de Ouro. Meu pai, Glicerio Gomes, já falecido, foi diretor de carnaval do Vai-Vai”, relembra.

O casal será apresentado para a comunidade do Grajaú neste domingo, durante o ensaio de quadra, na sede da escola, no Calçadão Cultural do Grajaú. Esse ano a Milênio será a 7° escola a desfilar no grupo de Acesso 1, e levará o tema “Vovó Cici conta e o Grajaú conta: o mito da criação”, idealizado e desenvolvido pelo carnavalesco Murilo Lobo.

Arthur Santos mestre-sala

Inspirado no seu pai Clayton Santos Jr., ex-mestre-sala da escola de samba União das Vilas, Arthur, desde de criança era fã do pai que o apresentou a arte do bailado do mestre-sala que, através da dança, tem por missão cortejar a porta-bandeira e proteger o pavilhão, símbolo maior de uma agremiação.

Desde pequeno demonstrava ter herdado o talento do pai e já apresentava habilidade para a dança. O pequeno ainda dedicava horas dançando em frente a TV assistindo vídeos de carnavais antigos para aprender, se inspirar e buscar referências. Em 2011, aos 10 anos, Arthur foi convidado para o quadro de casais da escola União das Vilas, em São Bernardo do Campo, fundada pelo seu avô e mestre de bateira, Clayton Santos.

Formado pela escola de dança de casais Cisne do Amanhã, da Amespbesp, foi mestre-sala mirim da Camisa Verde Branco e, em 2013, estreou na Passarela do Samba. Após o carnaval, Arthur foi anunciado na categoria juvenil, depois terceiro, até assumir primeiro na Nenê de Vila Matilde, em 2018, onde ficou por 7 anos. Em 2020, assumiu a condução do pavilhão oficial da Pérola Negra, onde ficou por 3 anos. Há um ano, formou o “casal convidado” da Milênio e agora assume como oficial.

Waleska Gomes porta-bandeira

Coreógrafa e bailarina clássico, é porta-bandeira desde os 8 anos de idade e comemora, neste ano, 23 anos executando a arte de ostentar o pavilhão com passagens pelas escolas Unidos de São Lucas, Academicos do Tatuapé, Águia de Ouro, Tom Maior, Independente Tricolor, Morro da Casa Verde e Acadêmicos do Tucuruvi.

É instrutora e diretora artística do Cisne do Amanhã, projeto tradicional na Arte de Mestre-Sala e Porta Bandeira da Cidade de São Paulo, além de acumular no currículo shows corporativos e trabalhos no exterior: Nigéria, Dubai, Rússia e Etiópia.

Rainha de bateria da União do Parque Acari recebe desenho da fantasia do Carnaval 2024

Contando os dias para reinar na Marquês de Sapucaí, Rose Nascimento recebeu das mãos do carnavalesco André Tabuquine o desenho da sua fantasia para o carnaval de 2024. A beldade, que é rainha de bateria da União do Parque Acari, conheceu o figurino que irá usar na avenida à frente dos ritmistas da “Fora de Série”, comandada pelos mestres Erick Castro e Daniel Silva.

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Foto: Diego Mendes/Divulgação

Sem dar spoiler, a rainha exaltou o trabalho do carnavalesco André Tabuquine e definiu a sua fantasia como uma verdadeira jóia. O figurino entra na temática do enredo “Ilê Aiyê, 50 anos de luta e resistência”, tema que a escola levará para a Marquês de Sapucaí.

“Estou encantada até agora com o meu figurino. Com certeza uma fantasia de verdadeira Rainha. Não poderia ser diferente até pela força e representatividade do nosso enredo. Já vou começar a confecção dela para chegar na Sapucaí à altura da minha bateria e da minha escola. Vamos juntos lutar por essa vaga no Grupo Especial”, revelou a Rainha Rose Nascimento.

A beldade será a primeira rainha de bateria a pisar na Marquês de Sapucaí em 2024, no primeiro dia de desfiles das escolas da Série Ouro, dia 9 de fevereiro, comandada pela Liga-RJ.

Porto da Pedra promove feijoada neste sábado com participação do Salgueiro

A Unidos do Porto da Pedra realiza neste sábado, a partir das 13h, a segunda edição da Feijoada do Tigre. A agremiação gonçalense promete transformar a sua quadra em um grande caldeirão com a participação do Salgueiro.

feijoada tigre
Foto: Ana Victória/Divulgação Porto da Pedra

A abertura do evento ficará por conta do DJ Barra. Em seguida, será a vez do grupo Vem Pro Meu Ritmo, logo depois, o elenco show da escola se apresentará ao som da bateria Ritmo Feroz para dar boas vindas ao artista Antonio Nóbrega, personagem chave do enredo: “O Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”. O encerramento ficará por conta do cantor Renato da Rocinha.

Em 2024, a Porto da Pedra será a primeira escola a desfilar na Marquês de Sapucaí, no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro.

Serviço:
Feijoada da Unidos do Porto da Pedra / show do cantor Renato da Rocinha e grupo Vem Pro Meu Ritmo/ Participação especial Acadêmicos do Salgueiro/ DJs Barra e Amarelo
Quando: 23/9 (sábado), a partir das 13h
Onde: quadra da Porto da Pedra (Rua João Silva 84, Porto da Pedra, São Gonçalo)
Quanto: Entrada gratuita até as 17 horas, após esse horário, R$10. O prato da feijoada custará R$ 25,00 com antecedência e R$ 30,00 na hora
Mesa com feijoada (04 pessoas), R$ 150,00
Camarote, R$ 500,00
A feijoada será servida até às 17h

Parcerias de Me Leva e Jeferson Lima seguem como destaques em nova eliminatória da Imperatriz

A Imperatriz Leopoldinense abriu as portas de sua quadra em Ramos, na Zona Norte do Rio, na noite dessa sexta-feira, para realizar mais uma etapa do concurso que elegerá o hino oficial da agremiação para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou essa nova fase da competição promovida pela Rainha de Ramos. Ao todo, sete obras se apresentaram e cada uma teve direito a cinco passadas, sendo uma sem bateria e quatro acompanhadas pelos ritmistas da “Swing da Leopoldina”. No final, os sambas de Nenel S. Filho e da parceria de Marquinho Lessa foram cortados. Os demais seguem na disputa e voltam ao palco da escola na próxima sexta-feira, dia 29 de setembro.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

No ano que vem, a Imperatriz Leopoldinense apresentará o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira. O tema tem como base um pequeno folheto que foi escrito há mais de 100 anos por Leandro Gomes de Barros, autor paraibano de cordéis que inspiraram o dramaturgo Ariano Suassuna a escrever o “Auto da Compadecida”. A proposta dá continuidade ao interesse da agremiação em se debruçar sobre o Brasil e sobre obras populares que souberam dar contorno à imaginação de caráter fantástico como uma extraordinária vocação do povo brasileiro. A Rainha de Ramos será a sexta escola a desfilar no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, encerrando o primeiro dia do Grupo Especial do Rio, em busca do bicampeonato.

Parceria de Zé Katimba: O primeiro samba a se apresentar na eliminatória gresilense foi o de autoria de Zé Katimba, Dudu Nobre, Zé Inácio, Mirandinha Sambista, Luizinho Das Camisas e Tuninho Professor, com as participações especiais de André Diniz e Eduardo Medrado. O intérprete Tinga, da Unidos de Vila Isabel, foi o responsável por defender a obra e teve o reforço luxuoso do também intérprete Chitão Martins, da Independente Tricolor, escola do Grupo Especial paulistano. A dupla, junto com os demais cantores de apoio, fez com que o samba tivesse um ótimo rendimento na quadra. O destaque foi o refrão principal, com os versos “O que eu tenho foi a cigana quem deu/O que é meu é dela, o que é dela é meu”, que funcionou extremamente bem. Outro trecho que se sobressaiu está no início da primeira estrofe da obra. Os versos “No olhar da Imperatriz tem o verde da esmeralda/ Quero ver-te Imperatriz no olhar da Esmeralda/ É nossa gente em caravana/ Com violinos, nessa festa da cigana” exercem uma função de falso refrão e chamaram a atenção muito por conta do desenho melódico. Em relação a torcida, com bandeiras e bandeirões nas cores da agremiação, o grupo compareceu em peso e mostrou sua força. Eles vibraram, pularam e cantaram ao longo de toda a apresentação. Quanto ao restante da quadra, a recepção ao samba foi positiva, sendo possível observar integrantes de segmentos, como a velha guarda, entoando a obra. Vale citar que a parceria trouxe ainda um grupo de ciganas, que performou no meio da galera e no palco.

Parceria de Me Leva: O samba assinado por Me Leva, Gabriel Coelho, Luiz Brinquinho, Miguel da Imperatriz, Antonio Crescente e Renne Barbosa, com as participações especiais de Daniel Paixão e Lucas Macedo, foi o segundo a se apresentar na noite de eliminatória na Rainha de Ramos. A obra foi defendida pela dupla de intérpretes formada por Igor Sorriso e Igor Vianna, que se mostrou bastante entrosada e deu um show no palco. O refrão principal, com os versos “Tá escrito nas estrelas, Imperatriz/ A sorte é sua, o povo é quem diz/ O que é meu é da cigana, o que é dela não é meu/ Quando chega fevereiro meu caminho é todo seu”, foi o ponto alto, sendo o trecho de maior rendimento. Destaque também para o trecho de subida para ele, “Ciganinha puerê, puerê, puerá/ Nessa noite linda eu quero te ver girar/ Ciganinha puerê, puerê, puerá/ No raiar do dia eu quero te ver girar”, bastante entoado pelos torcedores. Aliás, falando na torcida, antes mesmo da apresentação começar, o grupo já cantava o samba a plenos pulmões. Ornamentados com bandeiras e bandeirões nas cores da Imperatriz, eles pularam e dançaram sem parar. Além disso, assim como na parceria anterior, houve uso de fogos de artifício. Em relação ao restante da quadra, a obra teve grande receptividade, sendo possível observar diversos segmentos, como baianas, velha-guarda, cantando ao longo de toda a apresentação.

Parceria de Jeferson Lima: A terceira obra a se apresentar na noite de eliminatória na Imperatriz Leopoldinense foi a composta por Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Jorge Goulart, Sílvio Mesquita, Carlinhos Niterói e Bello, com a participação especial de Gigi da Estiva. Os intérpretes Nêgo e Nino do Milênio, vozes oficiais da União da Ilha do Governador e da União de Maricá respectivamente, foram os responsáveis por conduzir o samba, que teve um ótimo rendimento na quadra. As variações melódicas foram bem exploradas e o refrão principal, com os versos”Vai clarear… olha o povo cantando na rua/ A Imperatriz desfila com a sorte virada pra lua”, foi o grande destaque. O trecho inicial da primeira estrofe do samba, “Busquei os versos pra contar/ O que Esmeralda escreveu/ Meu futuro é todo dela e o dela não é meu/Meu futuro é todo dela e o dela não é meu”, também chamou a atenção, muito por conta da melodia. Quanto à torcida, com bandeiras coloridas e bandeirões nas cores verde e branco, o grupo vibrou, pulou e fez coreografias. O canto também foi imponente, mantendo-se forte ao longo de todo o período da apresentação, e contagiou as demais pessoas presentes na quadra. Vale mencionar que, no meio dos torcedores, ainda foi realizada uma performance com ciganas.

Parceria de Guilherme Macedo: A obra assinada por Guilherme Macedo, Raul DiCaprio, Manfredini, Alexandre Cabeça, Alfredo Jr. E Bernini, com as participações especiais de Fábio Jorge e DVD Marcola, foi a quarta a se apresentar no palco gresilense na noite de eliminatória. O samba foi defendido por um time estrelado de cantores, que teve entre seus integrantes nomes como Ito Melodia, Bruno Ribas, Clóvis Pê e Tuninho Júnior. A performance dos intérpretes foi fundamental para o bom rendimento da obra na quadra. O ponto alto foi o refrão principal, com os versos “Cigana de puerê, puerá!/ Esmeralda confirmou/ É aqui o meu lugar!/ Cigana de puerê, puerá!/ O que é dela não é meu/ O que é meu ela me dá!”, sendo o trecho mais entoado do samba.  Sobre a torcida, o grupo veio com bandeiras e balões nas cores da agremiação. Apesar de animados, o canto deles deixou um pouco a desejar, uma vez que só se tornava forte nos refrões. Ao decorrer da apresentação, foi possível observar alguns segmentos cantando a obra, entre eles, as baianas.

Parceria de Jorge Arthur: O quinto samba da noite de eliminatória na Imperatriz foi o composto por Jorge Arthur, Cláudio Russo, Fadico, Dudu Miller, Marquinhos Bombeiro e Maestro. O intérprete Gilsinho, voz oficial da Portela, foi quem conduziu a obra e teve o também intérprete Tem Tem Jr., do Império Serrano, como um dos apoios. Graças ao time de cantores, o samba, melódico, conseguiu manter a sua característica mais cadenciada, sem que ficasse arrastado. O ponto alto foi o refrão principal, com os versos “Vai clarear! Ê Vai clarear!/ Vou te contar o que o testamento diz/ O meu destino já tem hora e lugar/ Ninguém segura a sorte da Imperatriz”. O trecho de subida para ele, especialmente o “Ciganinha puerê Ciganinha puerá/ A profecia vai se revelar”, cantando duas vezes, foi outro grande destaque, sendo um dos momentos de maior rendimento. Com bandeiras nas cores verde e branca como adereços de mão, a torcida pulou, vibrou e fez coreografias. Assim como ocorreu em outras apresentações, houve a performance de ciganas no meio da galera, com direito a roupas típicas e danças tradicionais, sendo mais uma atração no show promovido pela parceria.

Imperatriz homenageia Dominguinhos do Estácio nesta sexta-feira em mais uma etapa da disputa de samba-enredo

A Imperatriz Leopoldinense realiza, a partir das 19h desta sexta-feira, mais uma etapa da disputa de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Das sete obras a serem apresentadas, cinco permanecerão para a próxima fase. O evento contará ainda com apresentação de sambas que marcaram a trajetória de Dominguinhos do Estácio na verde, branca e ouro. Familiares do saudoso intérprete confirmaram presença e receberão uma homenagem da agremiação pela trajetória do músico na Imperatriz e no Carnaval.

“Dominguinhos foi, sem dúvidas, um dos maiores ícones do Carnaval e da Imperatriz. Esse reconhecimento, mais que merecido, é uma forma de agradecimento a tudo que ele representa para nós”, diz a presidente da Imperatriz, Cátia Drumond.

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Foto: Henrique Matos/Liesa

Com mais de 40 anos de carreira, Dominguinhos acumulou três passagens como intérprete oficial da Imperatriz Leopoldinense (1979-1982 / 1989 – 1990 / 2010 – 2013) e conquistou três títulos (1980, 1981 e 1989). André Bonatte, diretor do Departamento Cultural da Imperatriz, relembra o legado do intérprete e o significado de Dominguinhos na história da escola.

“Foi com a voz de Dominguinhos que a Imperatriz conquistou seu primeiro campeonato, com o lendário ‘O que que a Bahia tem?’. No ano seguinte, arrebatou a avenida com o famoso ‘Só da Lalá’. Em 1989, ano marcante na história da agremiação, Dominguinhos embalou a Imperatriz com os versos de ‘Liberdade, Liberdade! Abra as asas sobre nós!’, conquistando o terceiro título dele e nosso. Isso mostra o quão talentoso e predestinado ele foi e o tamanho da sua grandeza e relevância na nossa história”, afirma Bonatte.

A noite de samba terá entrada franca até 21h45. Após este horário, os ingressos custarão R$ 20. A ordem de apresentação desta noite foi sorteada na última terça-feira (19.09), com a presença de representantes das parcerias. Cada uma das composições será apresentada com uma passada sem bateria e outras quatro com apoio da “Swing da Leopoldina”, comandada por Mestre Lolo.

As próximas fases do concurso também serão às sextas-feiras, todas na quadra de ensaios, em 29 de setembro e 06 de outubro. A semifinal foi programada para o dia 12 de outubro, em feijoada com participação das co-irmãs Mocidade Independente de Padre Miguel e Paraíso do Tuiuti. Já a grande final, como tradicionalmente acontece na “Rainha de Ramos”, será no Dia do Comércio, 16 de outubro. Todas as etapas da disputa estão sendo transmitidas ao vivo através canal da Imperatriz no Youtube: @TVImperatrizLeopoldinense

Em 2024, a “Rainha de Ramos” será a sexta e última escola a desfilar no domingo de Carnaval. A agremiação busca o bicampeonato com o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, do carnavalesco Leandro Vieira.

Serviço: Eliminatórias de Samba da Imperatriz
Data: 22.09 (hoje)
Local: Rua Professor Lacé, 235, Ramos – Quadra de Ensaios LPD
Horário: a partir das 19h
Entrada: franca até 21h45. Após: R$ 20

Beija-Flor homenageia diretores de carnaval e de harmonia em encontro na quadra

A Beija-Flor de Nilópolis recebeu em sua quadra, na noite dessa quinta-feira, representantes das direções de Carnaval e de harmonia das doze agremiações que compõem o Grupo Especial do Rio. Os profissionais foram homenageados e participaram de uma confraternização durante o evento de eliminatória do concurso de sambas-enredo da azul e branca de Nilópolis. A iniciativa partiu do presidente da agremiação, Almir Reis, e teve como principal intuito promover a integração entre os nomes que atuam nesses segmentos.

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Fotos: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO

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“A ideia do encontro foi do presidente Almir Reis e surgiu em um bate-papo com a direção de harmonia e de Carnaval da escola. Ele fala muito de valorizar as pessoas que trabalham no barracão, quem realmente faz o Carnaval acontecer, afinal é uma arte que leva o ano inteiro para ficar pronta. São muitas horas diariamente, sem qualquer descanso, dedicadas a isso e o presidente Almir admira para caramba esse trabalho. Então, ele propôs essa confraternização, essa integração, e achei sensacional. Não tem festa de diretor de Carnaval, por exemplo. Antigamente, até tinha festa de harmonia, mas hoje em dia pouco se vê. Já festa de baiana, passista, bateria, velha guarda, tem bem mais. Enfim, a partir dessa ideia, a gente bolou a data, entregamos os convites, fiz questão de ligar para casa de vários diretores de Carnaval e a grande maioria abraçou essa iniciativa”, contou o diretor de Carnaval da Beija-Flor, Dudu Azevedo, em entrevista concedida a reportagem do site CARNAVALESCO.

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Dudu Azevedo também destacou a importância da união entre os diretores e elencou alguns exemplos de ações já existentes neste sentido. “É um laço que começa muito pelo Elmo, que faz a gestão de Carnaval da Liesa reunindo todo mundo, confraternizando, trazendo para uma disputa que só é na Avenida. Até lá, todos se ajudam e estamos sempre conversando. Um exemplo disso é que o Júnior Escafura e eu costumamos fazer uma festa de final de ano com essa galera. Além disso, no meio do ano, a gente faz sempre uma resenha do sambista. Agora, a Beija-Flor também está fazendo esse encontro, dentro da quadra, proporcionando um momento onde todo mundo pode ficar livre, batendo papo, curtindo um samba”, pontuou.

Os diretores de harmonia da Beija-Flor, Simone Sant’Ana e Válber Frutuoso, também falaram com a reportagem do site CARNAVALESCO sobre a iniciativa. Ambos elogiaram o encontro promovido na quadra da escola e ressaltaram que a competitividade fica restrita ao desfile oficial.

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“É um momento muito importante de integração com o mundo do samba. A nossa disputa, a competição entre as escolas, é só na Marquês de Sapucaí, durante os desfile. Nós somos uma família, somos realmente uma comunidade. Então, esse tipo de reunião, de confraternização, faz passar para as pessoas que existe uma união. Além disso, a gente acaba nesses encontros até mesmo pegando uma opinião de cada diretor de harmonia, de cada diretor de Carnaval, para dentro das nossas escolas. Trocamos informações, conhecimentos, aprendemos uns com os outros. Por isso, acho que é algo extremamente importante para todos nós que amamos o espetáculo”, afirmou Simone Sant’Ana.

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“A gente tem procurado fazer esse tipo de integração. Inclusive, temos usado essa metodologia nos nossos ensaios de rua, em que convidamos outras escolas para ensaiarem conosco. Portanto, acho iniciativas assim muito importante, porque a gente vive um novo contexto do Carnaval. A disputa é na Avenida. Na verdade, hoje, o grupo de diretores de Carnaval, de diretores de harmonia, é muito unido, são todos amigos. Isso é muito bacana, porque fortalece o segmento. Não é choramingando ou coisa do tipo, mas a direção de Carnaval e a direção de harmonia, muita das vezes, só é reconhecida lá na Avenida, enquanto você tem um ano todo de trabalho. São vários estresses, várias alegrias, vários momentos difíceis, você faz todo um trabalho e, às vezes, em um detalhe perde o Carnaval. Para piorar, boa parte dos casos, a responsabilidade dessa perda é jogada na direção de Carnaval e na direção de harmonia. Então, entendo que é um grupo que precisa estar muito irmanado, estar muito junto e essa é a ideia da nossa iniciativa. São irmãos, parceiros, amigos. Nós queremos o sucesso deles, a disputa é a disputa. No Carnaval, quanto melhor for o desfile de cada escola, o todo da festa ficará ainda mais fortalecido. Uma vai ganhar e a amizade vai ser sempre o tom da coisa”, declarou Válber Frutuoso.

O diretor de Carnaval da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Elmo José dos Santos, foi uma das figuras ilustres presentes no encontro. No bate-papo com a reportagem do site CARNAVALESCO, o dirigente exaltou a iniciativa da Beija-Flor e se disse contente com ela.

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“Estou emocionado, porque na verdade esses diretores aqui são os que defendem o quilombo do samba, que hoje está em festa. É dia de celebração. Que bom é a gente estar aqui para fazer uma resenha e confraternizar. Estamos juntos o ano inteiro, mas poder viver um momento com esse, na quadra da Beija-Flor, é uma felicidade. Eu vim de bateria, sou nascido e criado no morro de Mangueira, tempo de parteira, e sempre valorizei o sambista. Então, qualquer iniciativa do tipo, vou sempre apoiar e abraçar”, assegurou Elmo dos Santos.

O diretor de Carnaval Dudu Falcão, que desempenha a função na Unidos do Viradouro no Grupo Especial e na União da Ilha do Governador na Série Ouro, foi um dos vários profissionais presentes na quadra da Beija-Flor. Ele afirmou ter ficado honrado com o convite e celebrou a oportunidade de ter essa troca com outros colegas.

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“É sempre importante a gente viver, não só na palavra, a expressão coirmã. Esse tipo de convite agrega na amizade, na troca de experiência e, principalmente, no prazer de visitar uma quadra sem ter que trabalhar, só se divertir, conversar e rever os amigos. É nessa hora que a gente bate papo, descobre o que o outro está fazendo e sempre tem alguma coisa pra acrescentar, para absorver. Então, essa é a ideia: se divertir, mas fazendo um networking, ampliando nosso conhecimento”, ponderou Dudu Falcão.

Parceria de Léo do Piso se destaca na Beija-Flor; Kirraizinho e Junior Trindade também fazem excelentes apresentações

A Beija-Flor de Nilópolis realizou, na noite dessa quinta-feira e madrugada de sexta, mais uma etapa da disputa para escolher o hino oficial da agremiação no Carnaval do ano que vem. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou mais uma fase da competição. Ao todo, sete obras se apresentaram e cada uma teve direito a sete passadas, sendo uma sem bateria e seis acompanhadas dos ritmistas da “Soberana”. Por fim, os sambas das parcerias de Serginho Sumaré e Nurynho Almawi foram cotados. Os demais seguem para a semifinal do concurso promovido pela Deusa da Passarela que ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 28 de setembro.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Beija-Flor

Em 2024, a Beija-Flor terá como enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, assinado pelo carnavalesco João Vitor Araújo. Na ocasião, a Deusa da Passarela será a segunda agremiação a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. Esta será a primeira vez que a azul e branca desfilará nesta posição.

Parceria de Sidney de Pilares: A primeira obra a se apresentar na eliminatória da azul e branca de Nilópolis foi a de Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Orlando Ambrosio, Lico Monteiro, Cláudio Gladiador e Ailson Picanço, com as participações especiais de Myngauzinho, Gigi da Estiva e Richard Valença. O intérprete Zé Paulo Sierra, voz oficial da Mocidade Independente de Padre Miguel, teve a missão de defender o samba na quadra e deu um verdadeiro show. O cantor soube conduzir a obra melodiosa de uma forma “pra frente”, sem que ela perdesse as suas características. O refrão principal, com os versos “Ô ô ô ô ô quero ouvir tambor/Canta Beija-Flor!/ Alma de guerreira/ Vem ‘beijando’ o mar/ Firma o batuque pra ela passar…”, foi um dos grandes destaques, sendo berrado pelos torcedores. Outro trecho que sobressaiu foi o “Ê pajuçara! Ê pajuçara!/ Traz a cachaça para o Zé no catimbó/ Ê pajuçara! Ê pajuçara!/ É Carnaval nas ruas de Maceió”, presente na segunda estrofe, entoado com bastante força. Falando na torcida, o grupo fez bonito na quadra. Com bandeiras e bandeirões nas cores da escola, eles cantaram, pularam e fizeram coreografias ao longo da apresentação. No meio da galera, havia representações de Rás Gonguila e de Xangô. Já no palco, um efeito com fogos de artifício foi utilizado pela parceria.

Parceria de Junior PQD: O samba de autoria de Junior PQD, Rodrigo Tinta, Márcio França, Nando Souza, Robinho Donozo e JC Saraiva, com as participações especiais de Thiago Sodório, André Araújo e Cleissinho Teixeira, foi o terceiro a se apresentar nessa eliminatória nilopolitana. Membro do carro de som da Deusa da Passarela, o cantor Ronaldo Junior é quem defendeu a obra na quadra e se mostrou seguro na missão. No geral, o samba teve um bom rendimento, especialmente nos refrões. Entre os dois, o de maior destaque foi o refrão principal, com os versos “Nilópolis em festa, hoje é Carnaval/ Bate no peito é Beija Flor na Avenida/ Você vai viajar, então vai delirar/ Na Maceió de Rás Gonguila”. Ornamentados com bandeiras, bandeirões e bexigas, os torcedores vibraram e sambaram o tempo inteiro. Eles também comprovaram estar com o samba na ponta da língua, cantando com mais força justamente nos refrões. A parceria trouxe ainda uma performance na qual era encenado o encontro de Pinah com o príncipe Charles, com direito a soldados da guarda real britânica os acompanhando. Também foram utilizados alguns efeitos especiais no palco, como fogos de artifício e fumaça. Apesar do espetáculo promovido na quadra, a recepção do restante das pessoas presentes no local foi apenas tímida. Mesmo assim, ainda foi possível ver figuras importantes da escola, como a ex-rainha de bateria, Sônia Capeta, entoando a obra ao decorrer da apresentação.

Parceria de Léo do Piso: Na sequência, a quarta obra a se apresentar na eliminatória da azul e branca foi a assinada por Léo do Piso, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Julio Assis, Manolo e Wilson Tatá. O intérprete Tinga, voz oficial da Unidos de Vila Isabel, liderou um time estrelado de cantores, que contou com nomes como Pitty de Menezes e Tem Tem Jr.. Juntos, eles comandaram com extrema excelência o samba, promovendo um sacode na quadra. A obra, como um todo, teve um grande rendimento. No entanto, mesmo sendo difícil destacar um trecho em específico, é válido mencionar o refrão principal, com os versos “Meu Beija-Flor é casa de ogunhê oô/ É onirê ôô, ogunhê ô/ Vem coroar entre jangadas e canoas/ O rei de Maceió nas Alagoas”, e a subida para ele, “Quem nasceu pra vencer não escolhe a missão/Tem na veia a coragem e axé no coração”, como dois momentos de brilho. Assim como nas semanas anteriores, a parceria realizou um grande show na quadra. Diversos efeitos foram utilizados ao longo da apresentação, como fogos de artifício, disparos de fumaça até máquinas que soltavam bolinhas de sabão. Além disso, a torcida veio com todo o tipo de ornamentação, de fitas coloridas e balões a placas e estandartes. Empolgados, eles sambaram, pularam e principalmente cantaram durante todo o tempo. Foi possível observar também membros de segmentos, como baianas, entoado a obra.

Parceria de Kirraizinho: O samba composto por Kirraizinho, Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e Dr. Rogério, com as participações especiais de Chacal do Sax, Ramon Quintanilha e Naldinho, foi o sexto a se apresentar nessa eliminatória da Beija-Flor de Nilópolis. Contando com nomes como Igor Vianna, Charles Silva e Igor Pitta, o time de cantores foi liderado por Emerson Dias, voz oficial do Acadêmicos do Salgueiro, que fez uma baita performance no palco. Confortável, ele brincou, dançou e animou a torcida ao longo de toda a apresentação, sendo peça fundamental no ótimo funcionamento da obra. O ponto alto ocorreu no refrão principal, com os versos “Aqui é Beija-flor doa a quem doer/ Do gênio sonhador a gana de vencer/ Tá no meu peito, tá no meu grito/ Escola de respeito que coroa Benedito”, berrando pelos torcedores. O refrão do meio, “Tem mironga, festa da ralé/ Malandragem, frevo arrasta-pé/ A magia que avoa, o rosário no andor/ A cantiga que ecoa no axé do meu tambor”, também se sobressaiu, sendo entoado com bastante força. Quanto à torcida, ela foi uma atração à parte. O grupo veio com bandeirões da escola e bandeiras com o número da parceria, assim como bexigas, bastões de fitas e sombrinhas de frevo. Havia uma banda no meio da galera, assim com um bumba meu boi decorado com luz neon, além de efeitos de fogo de artifício no palco. Em relação ao restante da quadra, o samba teve uma recepção positiva, tendo sido cantado por segmentos como a harmonia e as baianas.

Parceria de Junior Trindade: O sétimo e último samba a se apresentar na eliminatória nilopolitana foi o de autoria de Junior Trindade, Rômulo Presidente, Gilberto Oliveira , Samir Trindade, Robinho e Thiago Portela, com as participações especiais de Andrezinho Ceciliano e Ribeirinho. Os intérpretes Wander Pires e Marquinhos Art’Samba dividiram o comando do microfone principal, tendo ainda o reforço do também intérprete Tiganá no time de apoio. A dupla soube conduzir com mestria o samba melodioso, sem deixar que ele ficasse arrastado ou que fosse acelerado demais. O refrão principal, com os versos “’Já nasceu um novo rei’/A Beija-Flor vem coroar, obá obá/E me fiz velho João/Pra lembrar que a maior, é Ela”, e o trecho “Não é delírio algum/A minha escola campeã de novo”, foram os grandes destaques da obra na apresentação, ambos entoados a plenos pulmões. Em relação a torcida, o grupo compareceu em peso e mostrou sua força. Foi notório o canto aguerrido e empolgado. Quanto às ornamentações, eles vieram paramentados com bexigas coloridas e bandeirões nas cores da escola. A obra também teve boa receptividade no restante da quadra, sendo cantada por integrantes de segmentos importantes como as baianas.

Em disputa equilibrada, parcerias de Totonho e Medrado ganham destaque em eliminatória da Unidos da Tijuca

Seis parcerias estiveram presentes nesta quinta-feira na quadra da Unidos da Tijuca na mais recente etapa do concurso que irá escolher o samba-enredo para o carnaval 2024. E mais uma vez a competição foi pautada pelo equilíbrio com diversas obras ainda com chances de se tornarem o hino oficial da escola para o próximo carnaval. O site CARNAVALESCO acompanhou mais essa fase, como parte da série “Eliminatórias”. Cada obra, teve 25 minutos para se apresentar e o resultado será divulgado ao longo dos próximos dias nas redes sociais da Azul e Amarela do Borel. A sequência da disputa acontece no próximo dia 28. A análise da apresentação de cada samba você confere ao longo do texto.

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Foto: Mauro Samagaio/Divulgação Unidos da Tijuca

No próximo carnaval, a Unidos da Tijuca levará para a Sapucaí o enredo “O Conto de Fados”, assinado pelo carnavalesco Alexandre Louzada, com a intenção de fazer uma viagem a Portugal para mostrar diversos aspectos da história do país como fábulas, mistérios e lendas populares. A Unidos da Tijuca será a quinta agremiação a passar pela Avenida na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.

Parceria de Leandro Gaúcho: O samba composto por Leandro Gaúcho, Gustavinho Oliveira, Marcus Lopes, Josemar Manfredini, Aldir Senna e Alexandre Cabeça foi o responsável por abrir a noite de eliminatória na Tijuca. A parceria apostou em um time de peso para conduzir a obra tendo as vozes de Emerson Dias, do Salgueiro, Bruno Ribas, da Unidos de Padre Miguel, apoiados por Tinguinha, da Em Cima Da Hora, e Tuninho Junior da Independentes de Olaria. O desempenho dos cantores foi muito satisfatório, não deixaram a animação no palco cair nenhum minuto e combinaram bem as vozes, no timbre mais grave de Tuninho contrastando com o restante, produzindo um efeito interessante. A composição carrega em sua melodia o tom dramatizante e épico presente na letra que a todo momento faz referência às histórias de superação às grandes viagens marítimas que o enredo traz ao falar dos mitos e da própria narrativa sobre Portugal. Isso fica claro no trecho da cabeça do samba nos versos “Do mar, que desnudo, tem tanto a dizer/unindo o herói e a serpente/amor ardente “desatina sem doer”. No refrão do meio, o tom épico se converte em uma característica mais leve da melodia ao falar de cultura e das celebrações com o vinho a partir do verso “A magia dos druidas nos seus bosques e caminhos”. A entrada da segunda com os versos” o vento baila no mar guiando os filhos seus” é também um ponto de destaque na melodia. Em relação a letra, é interessante observar a utilização no refrão da expressão “o pá”, um termo muito marcante e popular dentro do português falado na “terrinha”. A torcida da parceria trouxe balões nas cores da escola e bandeiras do Brasil e de Portugal. A torcida fez também algumas coreografias. A animação vista no palco não contagiou muito a quadra, mas alguns integrantes da velha-guarda cantavam o samba o tempo todo. O público que acompanhava a eliminatória, sem se tratar de membros de torcida, pouco se envolveu com a obra. Um número reduzido ainda se esforçava para cantar utilizando a letra distribuída.

Parceria de Sereno: A obra de autoria de Sereno, Dinny da Vila, JB Oliveira, Camila Lúcio, Deiny e Mano Kleber, com as participações especiais de Wagner Zanco e Almeida Sambista, foi a segunda a se apresentar. Wander Pires, da Viradouro, foi quem comandou o time de vozes da parceria. O samba tem uma melodia bastante peculiar, lembrando alguns sambas mais antigos da escola, destaque para os dois refrãos neste quesito. A melodia é um destaque, muito rica e com diversos pontos altos. E o samba na voz de Wander ganhou ainda mais ênfase fazendo com que a sua vocação melódica se destacasse. A composição tem um caráter mais singelo, mais melodioso. Apesar de uma tendência por uma característica mais melodiosa, do que explosiva, a obra teve um bom andamento e se sustentou bem, mantendo a animação da quadra. Destaque na melodia para o trecho que “chama” o refrão principal “Tijuca, orfeão que ecoa perfume das flores/Fé que emana das cores”, que também se caracterizava como um dos trechos mais cantados. Apesar de não terem uma vocação tão explosiva, os refrãos também se destacaram no canto. Outro ponto alto da apresentação foi a torcida que compareceu em peso e mesmo antes da parceria iniciar os trabalhos no palco, já entrava na quadra cantando a obra. Todos com a bandeira da Tijuca, cantando o samba e pulando muito, mostrando que a obra pode render bastante no canto se for a escolhida pela escola. Em relação ao restante do público da quadra e segmentos, houve uma adesão um pouco mais tímida. Mas ainda assim, é claro perceber que a obra está crescendo no concurso. Importante estar atento às próximas apresentações.

Parceria de Gilmar L Silva: O terceiro samba a se apresentar na eliminatória tijucana foi o composto por Gilmar L Silva, Mauro Gaguinho de Araruama, Marquinho Bombeiro, Sergio Pires, Fernando Gogó de Ouro e Pires de Praia Seca. A obra foi conduzida por Serginho do Porto, da Águia de Ouro, e Lissandra Oliveira, da Em Cima Da Hora. A dupla mostrou entrosamento e se colocou de forma bastante solidária, com cada um aparecendo no momento certo. A composição de Gilmar L Silva e Cia tem um andamento um pouco mais para frente, que até se aproxima de alguns sambas que a Tijuca colocou em carnavais passados. A melodia em geral é um pouco diferente do que em geral a escola tem trazido nos últimos anos. Tem pontos de destaque como o pré-refrão “Abençoe mãe senhora meu destino minha escola” e também o verso na primeira do samba “o fado serpenteia nessa terra”. O refrão principal “Tijuca pede com fé” tem um caráter mais valente, enquanto o refrão do meio”meu olhar marejou..” é mais melodioso. E o refrão principal tem uma relação bem intrínseca ao pré refrão “Abençoe mãe senhora”, que não se repete. O samba tem uma melodia que tem como mérito descomplicar, bem intuitiva de aprender. A parceria trouxe uma torcida animada, com bandeiras nas cores azul e branca, fazendo referência talvez ao efeito do mar e a espuma. As navegações lusitanas é uma das temáticas do enredo. O canto, porém, na torcida, já não foi tão satisfatório como em outras parcerias. Apesar da boa participação do time de vozes no palco, o samba pouco atingiu o público da quadra e os segmentos.

Parceria de Totonho: O quarto samba da noite de eliminatória tijucana foi o assinado por Totonho, Marcelo Adnet, Fadico, Dudu, Gabriel Machado e Rodrigo Alves. A obra foi conduzida pelos intérpretes Igor Sorriso, da Mocidade Alegre, e Igor Vianna, da Unidos de Bangu. A dupla de intérpretes têm mostrado um entrosamento muito grande por onde tem cantado juntos. E não foi diferente nesta eliminatória na Tijuca. Vianna, mais concentrado em cantar o samba com força e correção, enquanto Sorriso chamava a torcida e o público a fazer parte da apresentação. A composição de Totonho e seus parceiros têm um andamento bastante para frente. Apesar das virtudes mais energéticas, o samba também possui pontos altos na melodia. Na cabeça do samba destaque para os versos “Pois da sedução a foz do Tejo desaguou/E no velho mundo de mistérios desvendou”, trecho que permitiu a inserção de “terças” no canto. Destaque também para o pré-refrão que começa com os versos “Oh Santa! Oh Santa!”. Ainda sobre a melodia, um ponto a se destacar, que não chega a ser um problema, é a semelhança da melodia entre os dois refrãos da obra, o do meio e o principal. Importante salientar também que a melodia dos dois trechos também é singela e marcante. Ambos tiveram grande rendimento na apresentação, em alguns momentos sobressaindo um pouco às estrofes, o que deve ser olhado com cuidado para não gerar ou parecer uma queda de rendimento entre trechos. O momento em que a parceria se apresentou foi o que contou com maior adesão da quadra, muita gente veio mais próximo do palco para acompanhar. Alguns passistas da escola também se juntaram e dançaram em frente a torcida que trouxe bandeiras grandes com as cores da escola e fez coreografia em alguns momentos do samba. Alguns trechos se destacaram como os dois refrãos, mas também o trecho na segunda do samba “Portugal! Te canto em meus versos terrinha” até desaguar no refrão principal. O andamento também se entrosou muito bem com a bateria de mestre Casagrande. Manteve o nível alto da apresentação passada.

Parceria de Eduardo Medrado: Dando sequência nas apresentações, a quinta obra na eliminatória tijucana foi a composta por Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues, Adolpho Konder, Sandro Nery, André Braga e Luiz Pavarotti, com as participações especiais de André Diniz e Evandro Bocão. O time de vozes da parceria foi comandado pelo intérprete Tem Tem Júnior, do Império Serrano apoiado, entre outros, por Chitão Martins. O rendimento dos cantores foi bastante alto, mostraram entrosamento, ensaio, tudo bem coordenado, a utilização de terças, de vocalizações, cacos respeitando melodia e métrica, enfim, fizeram tudo que o samba pede. A obra tem uma melodia rica, com alguns pontos de destaque e o andamento da “Pura Cadência” se adequou de forma muito eficiente, com muito balanço e a adesão a bossas. O refrão principal “Ó virgem, santa por favor…”, até pela temática religiosa, tem um caráter mais melodioso e foi um ponto alto, muito cantado. O refrão do meio “Para celebrar os deuses, cultivar as flores…” também se direciona um pouco mais para o lado mais melódico e foi destaque. Também nessa linha melódica, o trecho na segunda do samba, iniciado pelo verso “Foi quando o mar se abriu pras caravelas”, até “Cantando em oração assim” é destaque e prepara bem para entrar no refrão principal. A torcida veio em bom número, uniformizada, com bandeiras grandes e o que chamou mais atenção, bonitos estandartes com o rosto de Nossa Senhora de Fátima, padroeira de Portugal, santa que também se fez presente na camisa dos cantores. Os “adeptos” da parceria fizeram uma espontânea festa mesclada com algumas coreografias. O trecho mais cantado foi o refrão ” Oh virgem santa…”. No geral uma apresentação destacada pela qualidade, ainda que já em um momento em que a quadra já estava mais vazia, tendo uma adesão satisfatória do público com alguns segmentos envolvidos com a música, principalmente, passistas e muita gente acompanhando mais de perto.

Parceria de Júlio Alves: O samba de autoria de Júlio Alves, Cláudio Russo, Jorge Arthur, Silas Augusto, Chico Alves e D’Sousa encerrou mais uma noite de eliminatória da Unidos da Tijuca. O intérprete Tinga, da Vila Isabel, foi o responsável por conduzir o samba reforçado por integrantes do carro de som que acompanham o cantor, além do intérprete Charles Silva da Estácio de Sá. O time de vozes iniciou a apresentação com bastante energia. A obra tem um ar bastante leve na letra, característica que esteve presente em um período muito vitorioso do Pavão. Essa leveza se nota principalmente nos dois refrãos, tanto no “Gira Baiana”, quanto no “Pôe no balaio”, que ao mesmo tempo não devem nada em caráter de energia, explosão, com um andamento bastante para frente. Outro trecho que se destaca em termos de melodia está na segunda do samba e começa no trecho “Que brilha sob o céu de Vera Cruz” e vai até “Macumbado de amém e axé”. A torcida trouxe bandeiras nas cores da escola e contou com o reforço das baianas que dançavam principalmente no “Gira Baiana”. O desempenho da obra foi um pouco inferior às eliminatórias passadas, principalmente da metade para o fim da apresentação. Apesar da animação da torcida, poucos cantaram o samba e houve pouca adesão da quadra em relação ao público que acompanhava a eliminatória, que já era mais diminuto pelo avançar da hora. Alguns passistas e as baianas como citado anteriormente estavam próximos da torcida e se divertiam com a obra. É um samba que pode voltar a render mais nas próximas eliminatórias e seguir forte na disputa.