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Conheça todos os vencedores do prêmio ‘Destaques do Ano’

Por Lucas Santos e Rafael Soares

O site CARNAVALESCO realizou na última segunda a festa de premiação dos “Destaques do Ano”. O evento foi no Teatro da Biblioteca Parque, no Centro do Rio. Veja abaixo todos os vencedores. * VEJA AQUI FOTOS DO EVENTO

Elmo José dos Santos, vencedor como “Sambista hors-concurs”

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“Eu estou aqui no teatro da Secretaria de Cultura. Justamente eu, nascido e criado no morro de Mangueira, caindo dentro das valas. Vi vários amigos meus morrerem de tuberculose, porque não tinha cura. Eu sou um sobrevivente. Fico imaginando lá no céu meu pai, chamando Cartola, Candeia, Paulo da Portela, Fuleiro, para ver o guri sendo homenageado como sambista. Eles não deixaram de defender a nossa cultura, o nosso samba. Quando falam que é o maior espetáculo da Terra, quantos morreram, quantos deram a vida para chegar aonde nós chegamos. Então só tenho a agradecer a esses artistas, que defenderam com unhas e dentes nosso quilombo do samba. Eu vejo, hoje, na Cidade do Samba, todo mundo na correria tentando fazer o melhor para manter nosso maior espetáculo da Terra”.

Fafá venceu com o festival Guardiões da Favela, categoria “Ação de impacto com os sambistas”

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“O Guardiões da Favela foi uma ideia que eu tive com o meu irmão, meu diretor social Mozart Dalua, pensando sempre no melhor para o sambista, a gente tenta fazer uma festa voltada para os sambistas, uma festa com muita alegria, muita paz, estrutura, muito samba, que é o principal, vários eventos no Rio de Janeiro são de eletrônica, e a gente sentia falta disso, só de samba, o tempo inteiro cantando samba. Só tenho a agradecer a todas as escolas que participaram e se Deus quiser as próximas edições serão melhores, com estrutura melhor, com mais tempo, mais organização, a ideia é ser uma festa para a gente que é sambista, para a gente que vive isso o ano inteiro, a gente que chora, a gente que briga e está sempre na luta”.

Luis Gustavo Mostof (vice-presidente da Riotur), vencedor na categoria “Fez a diferença em 2023 pela criação do concurso de Rainha do Carnaval 2024

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“É um prazer estar aqui na Secretaria de Cultura. Para nós da Riotur é sempre um prazer falar com todos aqui do Estado, principalmente, vocês que vivem o samba o ano inteiro conosco. Esse é o objetivo. Falando do concurso, a ideia foi trazer ele para o mês de agosto, quando as escolas ainda não estão com o pé no acelerador. Fazer com que o carnaval não fique só com aquele período de alta temporada na cidade. A gente mexeu totalmente no concurso. Buscou que as escolas mandassem seus respectivos candidatos e candidatas que possam participar. A gente fez uma escolha, trazendo as escolas do Especial, da Série Ouro e até da Intendente. Mas também daqueles que sonham em ser escolas, os blocos de enredo. Colocamos todo mundo no mesmo caldeirão. Foram nove dias lá na Cidade do Samba. A cabeça aqui já começa a pensar um pouco para o ano que vem. Não podemos ficar repetindo a mesma coisa, tem que mexer em algo. Estamos pensando no modelo do ‘Dança dos Famosos’. Trazendo um pequeno spoiler de como vai funcionar o concurso de rainha do carnaval de 2025. Muito obrigado a todos. Parabéns por esse prêmio que é belíssimo. Fico muito lisonjeado, mas não faço mais do que o meu trabalho”.

Claudio Russo, eleito o “Compositor do Ano”

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“Com 52 anos eu já ganhei muitos prêmios, mas eu pensei que não fosse ganhar mais prêmios porque a carreira de compositor, tanto de samba, quanto de música brasileira, ela uma hora para, a inspiração vai um pouco sedendo, e a gente está conseguindo a longevidade. Na pandemia eu tive muitas dificuldades, problemas sérios de doença e minha família e os orixás me guiaram, e o samba foi o remédio para minha alma. A gente tem que pensar o carnaval além da Sapucaí. Até hoje alguns sites e emissoras quando vem me entrevistar me chamam de revelação, com 52 anos, porque não está surgindo muitos compositores. Os seguimentos tem escolinhas, bateria, porta-bandeira, passistas, e carnavalesco, além do dom tem a Escola de Belas Artes. Compositor não tem. Sabemos que é dom, mas nós podemos orientar”.

Mocidade – Atuação nas Redes sociais 

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“Agradeço a presidência pela confiança em nosso trabalho, pela liberdade que dá pra gente. Ao site CARNAVALESCO por valorizar nossa área de comunicação, cada vez maior no carnaval. Jornalistas e comunicadores como um todo, que mostram o carnaval na sua essência. Provar pra todo mundo que a gente têm muita força, que vivemos além da avenida. Que possamos ter um calendário anual de ações e ativações, com muito engajamento e profissionalismo. Que a gente possa crescer mais na comunicação e que as escolas estejam junto nesse mercado cada vez mais atrativo“, disse Bryan Clem, da Comunicação.

Tânia Bisteka, da Mangueira, eleita a Profissional de Barracão do Ano

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“Eu sou a primeira mulher diretora de barracão e só de estar concorrendo a esse prêmio que é uma inovação, primeiro ano, eu fiquei muito feliz de ter ganho porque estou representando o poder feminino e isso é muito importante. Agradeço a todos que votaram em mim e principalmente a minha presidenta Guanayra Firmino, uma mulher visionária que me colocou neste cargo”.

Mayara Lima, do Tuiuti, eleita da Influenciadora do Ano

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“Gostaria de agradecer ao Paraíso do Tuiuti e ao meu presidente Renato Thor, porque sem as oportunidades que eu recebi aí Tuiuti eu não estaria aqui, recebendo esse prêmio como influenciadora do samba. Eu sempre fiz vários tipos de coisa na minha vida, principalmente ligado a comunicação, e teve um momento que eu decidi me dedicar ao samba. E era o que eu queria, levar através da minha pessoa, voz, arte de sambar, de ser passista, a dificuldade que a gente tem para estar ali bonita, maravilhosa, e acho que esse trabalho tenho feito muito bem, com os vídeos lá na internet evidenciando sempre o que eu amo fazer, que é a dança do samba, a arte de sambar e espalhar esse meu amor pela dança e a minha profissão professora de samba pro mundo inteiro. Eu quero sempre mais para mim, para minhas parceiras de cena, de estar com vocês e levar a nossa arte e evidenciar a nossa cultura”.

Evelyn Bastos, da Mangueira, venceu na categoria “Representatividade Preta”

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“É uma responsabilidade muito grande, representatividade preta, representatividade negra, eu costumo dizer que por mais que a gente siga falando sobre a nossa representatividade preta, eu sigo falando na mulher preta. Hoje fico muito feliz de ver premiada a Tânia Bisteka porque quando eu tinha seis, sete anos, eu queria ser a Tânia Bisteka, porque ela era rainha de bateria e eu não queria ser nenhuma outra mulher da televisão, atriz, eu queria ser a Bisteka e ela está aqui de prova viva. É muita responsabilidade mas eu sigo fazendo com muito amor, com muita bravura, porque eu tive o privilégio de ter sido criada na minha família com muitas mulheres. A grande parte da minha família é composta por mulheres negras, por mais que minha mãe seja uma mulher branca, eu tenho uma avó mãe de santo, benzedeira, de terreiro de candomblé, sempre tive um suporte feminino negro muito grande. Eu sigo discursando por esse legado e tentando expandir nosso reconhecimento negro, nosso conhecimento feminino negro que a base da pirâmide social do nosso país, que sustenta e alimenta esse país. Essas mulheres negras não tem apenas que estar na cozinha fazendo feijoada, mocotó, elas podem e precisam estar em cima do palco”.

Salgueiro – Melhor divulgação de enredo para o Carnaval 2024

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“É muito gratificante receber um prêmio como esse, pois é um reconhecimento por todo o esforço da equipe de comunicação do Salgueiro. Lá, trabalhamos de mãos dadas. Todos desempenham um papel crucial na comunicação. Da comunidade até o presidente. O sucesso na divulgação de Hutukara se dá nesse sentido. A gente conseguiu um resultado muito bom quando trouxemos a proposta de fazer um manifesto. Ele está assinado por toda a comunidade do Salgueiro. Convido a quem quiser assinar para defender os povos originários“, citou Victor Bruno, integrante da Comunicação do Salgueiro.

Beija-Flor – Responsabilidade Social

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“Escola de samba tem um compromisso social com suas comunidades. Quem está de fora não consegue entender que o trabalho dura o ano inteiro. Toda escola de samba que tem uma comunidade no seu entorno, as crianças são diferenciadas. Ela tem o acolhimento, a proteção, a educação. Ela sempre é acolhida com amor, com carinho. São 17 anos que faço parte desse trabalho, todos os sábados, quando ainda nem era Instituto Beija-Flor. Quando era apenas um sonho da escola. Agora nós temos o Instituto que pegou todas as modalidades feitas na quadra através do Gabriel David. Que orgulho tenho em fazer parte dessa história. Estou lá compartilhando e aprendendo. Trabalhamos a educação e a cidadania. Esse é o diferencial do trabalho que não só a Beija-Flor faz, mas as demais co-irmãs também“, afirmou Selminha Sorriso.

Marcelinho Calil, da Viradouro, venceu nas categoria “Melhor Live de final de samba para 2024” e “Melhor show de segmentos na final de samba para 2024”

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“É uma alegria imensa, acho que desde que a gente entrou na escola, a gente buscou dar um dinamismo maior a esses shows nas finais, procurou dar uma atenção especial às transmissões. Falando especialmente desde dois temas fico feliz, a gente viu muita coisa boa que as outras escolas fizeram, fizemos do nosso jeito, mas a gente plantou alguma semana porque vejo que algumas anos depois, muita gente tem feito coisas tão legais quanto a gente e até melhores”.

Leandro Vieira, eleito a “Personalidade do Ano”

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“É um prazer para mim fazer parte de um time como esse da Imperatriz e ser lembrado de fazer parte dessa turma que a presidente Cátia reuniu. Gostaria de relembrar o nosso encontro, meu e da presidente Cátia, pós carnaval de 2022, para poder festejar a oportunidade de realizar o carnaval que realizei. Essa ideia de troca de escola sempre é uma coisa muito complicada, fiquei muito tempo na Mangueira e tenho um carinho enorme pela escola, mas em algum momento passado o carnaval de 2022, eu tive a oportunidade de encontrar com a Cátia e no encontro e tive a possibilidade de conhecer uma pessoa que estava disposta a reconhecer as suas dificuldades, as suas limitações, e disposta, sobretudo, a superar isso e realizar um grande carnaval. Quando eu me coloco diante de uma pessoa que reconhece as dificuldades e busca parceiros, eu tive a oportunidade de intuir que eu estava diante de uma pessoa que de fato iria conseguir a vitória. Peço que nunca me falte a intuição para perceber em pessoas como a presidente Cátia, a possibilidade de trabalho vitorioso apesar de estar diante de dificuldades quase impossíveis. Obrigado pela possibilidade de estar aqui. E fui surpreendido quando vi que na indicação havia muita gente da Imperatriz e fiquei muito feliz porque isso quer dizer que temos um grande time, formamos um grande time. E fiquei pensando que talvez quem merecesse esse prêmio aqui era o Pitty de Menezes, porque se tem alguma pessoa que emprestou personalidade, talento e que de fato contribuiu de uma maneira muito decisiva para que o desfile da Imperatriz fosse o que foi, esse cara é o dono da voz que embalou o nosso carnaval. Hoje quando penso carnaval e penso quase que exclusivamente para a comunidade que vou vestir, também penso o carnaval para ser cantado na voz de Pitty de Menezes, então esse prêmio também é nosso, esse prêmio é da alegria de dividir o trabalho com ele”.

Sambistas da nova geração – Lorena Raissa e Caio Gonze

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“Que orgulho em estar recebendo mais um prêmio. Obrigado ao site CARNAVALESCO. É muito incrível estar presente ao lado dessas pessoas, principalmente da Cacá. Eu a vi crescer pelas redes sociais. E como ela é na Mangueira hoje. O que a escola realizou com essa menina. Assim como a Beija-Flor me realizou“, disse Lorena.

“Queria agradecer imensamente ao site CARNAVALESCO e a todos por esse prêmio maravilhoso. E não só por mim, mas por todos meus irmãos de trabalho, em nome da escola. Agradeço às escolas por sempre darem essa oportunidade para a gente jovem. Se depender da gente, o samba nunca vai morrer. A gente é o futuro disso aqui que vocês todos viveram. A gente se sente feliz demais em receber esse prêmio“, afirmou Caio.

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Tarcísio Zanon, da Viradouro, eleito o “Artista do Ano”

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“É um sonho, agradeço e parabenizo o Alberto João, agradeço ao meu presidente, a minha escola. Preciso dizer que o melhor artista do ano não sou eu. São 280 profissionais que estão dentro do barracão trabalhando, artistas como eu. Trago com muito carinho para vocês, com muito amor, toda a minha arte, toda a minha força, eu amo estar nesta escola, eu amo o samba, um dia eu deixei de desistir de fazer arte, e a minha mãe não deixou. Eu sou um menino do interior, saí com quatorze anos de casa para estudar, para fazer arte, e está aqui hoje é trazer muita gente comigo”.

Vick Campos, da Portela, venceu na categoria “Samba pé do ano”

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“Agradeço ao site CARNAVALESCO pela oportunidade e por sempre estarem valorizando o nosso segmento, eu estou muito feliz, a ficha está demorando a cair, 2023 foi um ano muito importante para mim, foi o ano que tive a oportunidade de participar do concurso de rainha do carnaval, eu virei musa da comunidade da Portela, da qual eu faço parte desde os meus 7 anos de idade, e hoje encerro o ano com o pé direito, levando esse prêmio. Esse prêmio representa muito para mim, a minha história como sambista, e eu quero dedicar a todas as meninas que concorreram comigo e já são vitoriosas também. Sou muito fã, quero dedicar também a minha coordenadora Nilce Fran, e a toda diretoria da Portela pela valorização que fez a mim. Viva o samba e os passistas”.

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Danilo Vieria, do Salgueiro, venceu na categoria “Samba pé do ano”

“Esse prêmio aqui é o resultado de um trabalho muito forte, um trabalho cansativo, mas um trabalho orgulhoso. É muito difícil a arte de ser passista. A nossa parcela às vezes não é tão valorizada, mas quando temos a oportunidade de pisar no palco e ser valorizada, é espetacular. Quero parabenizar a todos que concorreram. Não tenho palavras a dizer por receber esse prêmio”.

Fabrício Montibelo, vice-presidente da Porto da Pedra, eleita “Escola do Ano” pelo título da Série Ouro em 2023

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“Eu gostaria de agradecer ao site CARNAVALESCO, ao Alberto João, pelo prêmio, como a escola do ano no Acesso. Fico feliz, muito trabalho para chegar a um prêmio desse, fico até emocionado, 11 anos desfilando no Grupo de Acesso e graças a Deus chegamos no Especial e agora é para ficar”.

Mari Mola, do Tuiuti, venceu na categoria “Representatividade LGBTQIAPN+”

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“Esse prêmio é muito importante para mim como mulher e bissexual, porque foi uma questão muito grande para mim, abrir ou não, a minha bissexualidade no concurso, no carnaval passado, por medo, porque a gente sabe como o mundo é. Por mais que tenhamos uma luta diária, nós sabemos como o mundo é. Graças a Deus , ao Milton e as pessoas que estavam lá presentes, eu ter falado isso resultou em uma explosão de alegria das pessoas e isso me deixou muito feliz. Acredito que isso abriu portas para várias meninas que são bissexuais e que se escondiam por medo, porque há um preconceito de estereótipos, com as meninas que ficam com outras meninas. Mas eu sou musa, gostosona, e acho que é importante por isso. E total respeito para as pessoas que estavam concorrendo, só pessoas que também estão nessa luta e só me deixa mais feliz ainda por ter conquistado esse prêmio”.

Selminha Sorriso, premiada com o “Anel de Bamba”

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“Aquela menina que morava na beira de um valão, tinha sonhos, aquela menina que dançava no chão, aquela menina que sonhava com as fotos, manchetes, que amava o carnaval desde que nasceu, foram muitos sonhos. Tudo era tão distante da realidade, aquela menina que dormia na estação do trem, que esperava o primeiro ônibus rodar, com sua casa lá dentro de Campo Grande, tem muitas histórias para contar. Tenho muitos sonhos para compartilhar com vocês. Hoje eu conheço o mundo inteiro, sou bacharel em direito, primeiro sargento do corpo de bombeiros, trabalho com ação social na Beija-Flor, aprendo a cada sábado e amo, há 17 anos. São 29 anos defendendo o pavilhão nilopolitano, 32 anos ao lado do mesmo mestre-sala. E no próximo carnaval aquela menina lá do meio do mato de Campo Grande vai completar 35 anos como porta-bandeira. Só gratidão”.

Hélio Motta, vice-presidente da Liesa, homenageado pelo álbum ao vivo do Carnaval 2023

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“O produto surgiu através de um bate papo que a gente teve com artistas, a gente conversou com Dudu Nobre, Pretinho da Serrinha, com diversos mestres de bateria, com presidente de escola, então foi tudo moldado para ter muita aderência com o público do samba. Acho que isso mostra o caminho que a Liesa vem formatando para o futuro. Acredito que vocês vão ter uma maior proximidade e as tomadas de decisões vão estar mais próximos dos sambistas, bem como mais transparência, tanto do lado da Liga, quanto da gravadora. Recebo com muito carinho esse prêmio e agradeço a todos os presidentes que confiaram no nosso trabalho, pelo trabalho também no ao vivo. Tivemos muitos desafios técnicos mas a gente fica muito feliz porque o público do samba gostou”.

Cátia Drumond (presidente da Imperatriz), eleita a “Gestora do Ano”

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“Eu agradeço ao Marcelinho, tenho um carinho especial por ele e pela família dele, ele sabe disso, perdi minha mãe cedo e ganhei uma mãe que foi a avó do Marcelinho, a tia Terezinha que sempre nos meus aniversários fazia uma festa para mim. Ele é um exemplo do carnaval, um exemplo que a Imperatriz também quis seguir, e fico muito agradecida de receber essa premiação das suas mãos. A gente tem que ser unidos e assim a gente consegue fazer um grande carnaval, um grande evento. Queria agradecer primeiro ao meu pai que me proporcionou viver ao lado dele uns 27 anos de barracão, foi com ele que eu aprendi. No barracão da Imperatriz eu fiz de tudo, fui secretária, compradora, almoxarifado, fui diretora de carnaval e hoje estou presidente da Imperatriz. Achava que não ia conseguir substituir também o meu pai, mas acho que ele lá de cima está me dando uma grande ajuda, mostrando os caminhos que tenho que percorrer. Queria agradecer o meu filho por ser o cara que está sempre do meu lado, ele que me incentivou a assumir esse cargo. Agradecer ao Leandro Vieira porque quando eu encontrei com ele , e a gente conversou depois do carnaval de 2022, e eu falei Leandro eu quero sonhar. Eu sonho desde criança de ver uma Imperatriz grande, e eu participei do período da Imperatriz grande. Eu tenho os 9 títulos da Imperatriz porque quando eu comecei a desfilar em 1980, o primeiro campeonato da Imperatriz, eu estava lá nas crianças. Eu posso falar que eu sou uma presidente completa como componente, como administradora, como funcionária, mas de tudo, quero agradecer a equipe, eu não tenho equipe, eu não tenho time, eu chamo de família, eu tenho uma família, uma família que eu sou a matriarca, que eu tomo conta mas uma família também que toma conta de mim. Esse prêmio é de vocês”.

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Os veículos especializados foram homenageados: Fala Galera, Rádio Arquibancada e Apoteose

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João Drumond (diretor executivo), Imperatriz eleita a “Escola do Ano”

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“É muito gratificante, muito bonito ver um trabalho de três anos ser coroado dessa maneira. Não só pelo título, mas por toda a dedicação que minha mãe e toda a equipe da Imperatriz colocam no trabalho que desempenha o ano todo. Sensação de dever cumprido, mas ao mesmo tempo, já temos que continuar trabalhando para, quem sabe, no ano que vem, seguir recebendo prêmios, independente de categoria. A missão é difícil, mas vamos trabalhar muito pelo bicampeonato. E com um bom resultado no carnaval, tenho certeza que virão muitos outros prêmios“.

Fotos: festa de premiação dos ‘Destaques do Ano’

Canto forte da comunidade é destaque de imponente ensaio de rua da Tom Maior

Por Lucas Santos e Fábio Martins

A Tom Maior realizou no último domingo um ensaio geral de rua em preparação para seu desfile no carnaval de São Paulo em 2024. Do elevado nível do desempenho do conjunto destaca-se a força do canto da comunidade, que compareceu em peso ao treinamento da escola realizado na Rua Sérgio Tomás, no bairro do Bom Retiro. A Vermelho e Amarelo se apresentará no próximo ano com o enredo “Aysú: Uma História de Amor”, assinado pelo carnavalesco Flávio Campello, como a segunda agremiação a desfilar no sábado, 10 de fevereiro, pelo Grupo Especial no Sambódromo do Anhembi.

TomMaior et ComissaoFrente
Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

Do tamanho da sede de ser campeã

Ao longo do ciclo rumo ao carnaval de 2024, a Tom Maior passou a receber mais holofotes desde o anúncio do samba escolhido pela escola, que foi bem recebido pelos sambistas no geral. A ótima apresentação no minidesfile realizado na Festa de Lançamento dos Sambas-Enredo, ocorrida na semana anterior, reforçou ainda mais as boas impressões que a comunidade oriunda do Sumaré vem causando até aqui.

O desempenho da escola no ensaio correspondeu às expectativas criadas até aqui. Um canto vibrante e intenso ao longo de todo o percurso de cerca de um quilômetro, auxiliado pelas atuações impecáveis da ala musical e da bateria. Se uma palavra pode definir o momento atual da Tom Maior, essa palavra é foco, como bem demonstrou Bruno Freitas, integrante da direção de carnaval, ao analisar o desempenho da agremiação no treinamento.

TomMaior et DiretorCarnavalHarmoniaBrunoFreitas

“Melhorar a gente vai ter coisas até o dia dez de fevereiro, às 11 da noite quando entrar na Avenida. A gente quer a perfeição, quer o campeonato, com todo respeito a qualquer coirmã. A gente sempre vai achar alguma coisa para melhorar. Por ser um final de semana, acho que é o penúltimo final de semana útil de dezembro, de novo chegar para a rua com uma faixa de quase mil pessoas fazendo um trabalho forte de canto, testando um andamento um pouco mais acelerado, um pouco mais forte, que necessita que a escola esteja extremamente compacta, eu acho que o saldo é extremamente positivo. Acho que os paradões, os apagões que a gente está fazendo estão dando muito certo, e agora trabalhar, continuar trabalhando e perceber as oscilações naturais do samba. Trazer aquele grupo que ainda está um pouco mais de disperso que sempre tem. A gente vai trabalhar e vai conseguir esse resultado tão sonhado”, declarou o diretor.

Pedido necessário de quem tem a voz da razão

Considerado um dos pilares fundamentais para a boa fase que a Tom Maior vem vivendo, mestre Carlão, que pelo primeiro ciclo completo divide a função de mestre de bateria com a de presidente da escola, deixou um importante recado para a comunidade ao dar as suas impressões a respeito do ensaio.

TomMaior et PresidenteCarlao

“A gente sempre procura subir um degrau a mais, e graças a Deus os nossos ensaios estão constantes e sempre um pouco melhor. É isso que nós estamos buscando, a excelência em todos os departamentos. O calendário desse ano não foi muito grato com a gente, vamos ter três semanas sem o contato com o nosso público, e o que eu peço é que todos fiquem focados para que nós possamos voltar pelo menos no nível que nós terminamos o ensaio de hoje. (Quanto a bateria) Nossa preocupação é dar sustentação para o canto da escola e fazer um trabalho legal. Os nossos arranjos estão aí, está sendo legal. Estamos ensaiando bem para fazer o espetáculo na Avenida”, disse o mestre.

Comissão de frente

TomMaior et 21

Os componentes vestiam camisetas que identificavam o segmento, e realizaram um conjunto de coreografias que durava uma passagem completa do samba. Dois dos atores, um homem e a única mulher dentre os sete dançarinos, recebendo mais destaque na apresentação, tal qual a história narrada pelo enredo sugere. Ao longo da primeira parte da música, o protagonista masculino é rodeado pelos demais, e durante a etapa final da letra a feminina é erguida pelos outros cinco em um momento que chama atenção. A julgar pelo número de componentes, pela duração da dança e a possível ausência de um elemento alegórico, é possível deduzir que nem toda coreografia foi executada no ensaio. Não muda o fato de que a comissão de frente da Tom Maior demonstrou estar bem ensaiada.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Bastante comunicativos entre si, Ruhanan Pontes e Ana Paula foram observados em diversos momentos discutindo ideias e desenhando possíveis passos ao longo do ensaio. Sempre energético, o mestre-sala parecia complementar com ações as suas ideias diante dos olhares atentos da porta-bandeira. Nos momentos em que treinaram a apresentação completa, foi possível observar diferentes coreografias que o casal pretende agregar à dança tradicional do quesito desenhadas em determinados versos do samba da Tom Maior, causando impressão geral positiva apesar do vento algumas vezes tentar roubar a cena do pavilhão. Não é de hoje que a boa sintonia da dupla chama atenção.

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Harmonia

É notável que a comunidade da Tom Maior está muito à vontade com o samba da escola. Um canto elevado, constante e sempre acompanhando o carro de som foi observado a todo momento das primeiras às últimas alas. Nos apagões arriscados, baianas e passistas chamavam atenção por contribuírem positivamente para o belo coral da escola. Até mesmo as crianças pareciam levar a sério o treinamento, clamando a obra de maneira bonita e no devido tempo. Alguns componentes que cantavam menos pareciam apenas estar em seu primeiro ensaio, ainda lendo a letra do samba escrita em leques de papel que empunhavam, mas nem por isso comprometeram o brilhante desempenho do quesito.

TomMaior et InterpreteGilsinho

Evolução

Como destacado por Bruno Freitas, a Tom Maior optou por uma maior compactação de suas alas no ensaio para testar um andamento mais acelerado. A leveza com a qual as alas fluíam, porém, causavam um sentimento de que para o componente sua única missão era brincar o carnaval. Mesmo havendo algumas sugestões de coreografias nas alas comuns, nada parecia engessar a comunidade, que estava feliz e orgulhosa em defender as cores do pavilhão Vermelho e Amarelo.

TomMaior et AlaCriancas

O momento do recuo da bateria chamou atenção: a ala dos ritmistas, que virá logo atrás do carro Abre-alas, contará com passistas treinados para assumir rapidamente o espaço deixado pela “Tom 30” com uma coreografia única enquanto os demais se juntam para fechar o buraco. Olhares menos atentos nem se dariam conta de que a movimentação aconteceu. Está certo que o pequeno cruzamento com a Rua Anhaia, bastante apertada ainda mais com os carros estacionados em um dos lados da via, está longe da imensidão da área reservada à bateria no Sambódromo do Anhembi, mas que a estratégia chama atenção pela criatividade e capricho isso não há dúvidas.

TomMaior et BrunoCarlao

Samba-enredo

Com a primeira participação do intérprete oficial Gilsinho no ensaio de rua, que ficou de fora do anterior em função de compromissos com a Portela no Rio de Janeiro, o tão aclamado samba da Tom Maior atingiu seu auge. O maestro da voz ditou o ritmo do forte canto da comunidade com uma atuação irretocável, elevando os ânimos com seus cacos bem aplicados e confiando até mesmo em um apagão fora dos refrões, retornando sempre no momento certo. As bossas bem ensaiadas pela bateria “Tom 30” só reforçaram ainda mais a sensação de estar diante de uma apresentação julgada, com a obra da escola não cansando em nenhum instante ao longo de todo o desfile.

TomMaior et Componente

A sintonia de Gilsinho com a ala musical da Tom Maior é notável, e o artista demonstrou orgulho do trabalho apresentado ao analisar o desempenho do segmento no ensaio.

“Eu achei sensacional. A escola está cantando com vibração, cantando com coração. É isso que a gente quer, é isso que a gente precisa e foi isso aí que vocês viram. Um ensaio muito forte, muito bom. Todo mundo cantando juntos, todo mundo cantando com pressão, e a gente fica feliz. (Nos apagões) Foi certinho. Todo mundo voltou bem porque está todo mundo muito ligado. Tá todo mundo muito dentro do samba, então fica fácil. A gente já tá com o samba mentalizado, então não tem como errar”, afirmou o intérprete.

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Em 2024 Gilsinho defenderá a Tom Maior pelo terceiro ano consecutivo. O artista está muito à vontade na escola, e se depender dele é uma parceria que se perpetuará ainda por um bom tempo.

“A gente vai se adaptando cada vez mais. Pelo fato de ser o terceiro ano, eu já estou muito à vontade na escola. Parece que eu já estou aqui há dez anos. A escola é receptiva demais, comunidade muito receptiva, diretoria receptiva demais, então a gente está em condição de fazer um trabalho sempre muito bom. Eu estou muito feliz de estar aqui na Tom Maior, não troco a Tom Maior por nada, por enquanto pelo menos. Vamos trabalhando até a gente chegar no nosso objetivo.

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Outros destaques

Antes mesmo de todos os componentes da Tom Maior chegarem para o ensaio, um momento curioso envolvendo os Gaviões da Fiel ocorreu. Segmentos da agremiação alvinegra, cuja quadra fica em um quarteirão ao lado do local onde ocorreu o ensaio da Vermelho e Amarelo, fizeram um cortejo com direito a presença massiva da bateria “Ritimão”, como se estivessem realizando uma versão reduzida e animada de seu próprio ensaio de rua. A Fiel Torcida ganhou os aplausos do público da coirmã, que alinhou para o ensaio já pulsando em ritmo de samba para a própria apresentação.

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Quem também chamou atenção foi a madrinha de bateria, Andréia Gomes com seu look metade vermelho e outra metade amarelo. Com uma grande energia, samba no pé, brincou bastante. Inclusive no fim do percurso com o mestre-sala Ruhanan Pontes que foi sambar com ela, grande momento.

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A escola contou com uma destaque de chão logo após as baianas. Também tinha um quarteto de destaques de chão que já é característico na Tom. A ala das crianças veio bem animada e junto com a velha guarda em uma fita até como forma de proteção das duas alas. No fim da escola, dois casais mirim, além dos outros três casais tradicionais, marcaram presença.

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Arquibancadas especiais para desfiles de domingo e segunda do Grupo Especial do Rio estão esgotadas

A Liesa, em conjunto com a Ticketmaster, anuncia que todos os ingressos para as arquibancadas especiais e cadeiras individuais dos desfiles de domingo e segunda-feira do Carnaval 2024 estão agora completamente esgotados. Esse fenômeno sublinha a popularidade e o prestígio inigualável deste evento cultural emblemático do Brasil.

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Foto: Divulgação/Rio Carnaval

A venda de ingressos seguiu rigorosamente a política de limitação a quatro ingressos por CPF, com um sistema implementado pela Ticketmaster que proíbe compras através de CNPJ. Essa medida assegurou uma alocação justa e equitativa dos ingressos, permitindo que um maior número de foliões do carnaval participasse dos desfiles.

Enquanto as arquibancadas especiais para domingo e segunda-feira já alcançaram capacidade máxima, mais de 50% dos ingressos para o Desfile das Campeãs já foram adquiridos, demonstrando a alta demanda e entusiasmo pelo evento.

Vale ressaltar que a reserva de ingressos populares para os setores 12 e 13 será realizada no final de janeiro, através do site oficial Rio Carnaval.

Os interessados em comprar os ingressos ainda disponíveis para o Sábado das Campeãs devem acessar o site www.riocarnaval.com.br/ingressos

Rugiu! Grande Rio faz ensaio de rua com o canto da comunidade em destaque e muito entrosamento entre carro de som e bateria

Com o canto da comunidade cada vez mais forte e um ótimo trabalho entre carro de som e bateria, a Acadêmicos do Grande Rio realizou, na noite do último domingo, seu quarto ensaio de rua, e transformou a Avenida Brigadeiro Lima e Silva em uma grande Passarela do Samba. Em 2024, a tricolor de Caxias levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Nosso destino é ser onça”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, e será a quarta escola a desfilar no domingo de carnaval.

Apesar de reconhecer o grande trabalho harmônico desenvolvido pela escola e avaliar o ensaio como positivo, o diretor de carnaval Thiago Monteiro ainda quer mais. Ele destaca que a cada ensaio o nível de dificuldade aumenta, a fim de preparar ainda mais o componente para o dia do desfile.

“Estou muito satisfeito com o canto. A gente tem treinado algumas coisinhas de evolução e entrada e saída de cabine. Pela nossa conta, ainda temos mais cinco ensaios de rua – contando com o técnico. Neste tempo aplicamos o que treinamos às terças-feiras na quadra. O calor humano é importante, porque na Sapucaí sempre esperamos a pior das temperaturas. É um processo. A gente tem colocado estandarte de mão nas alas, o que não tinha no início. Isso porque o foco maior era deixar as alas mais livres e soltas, com a preocupação de interagir com o samba. Agora, dá para ser mais exigente e aumentar o sarrafo mais um pouco. Temos colocado um grau de dificuldade em algumas coisas. É tudo um processo e estou muito satisfeito com o estágio que hoje estamos”, comenta o diretor de carnaval.

A boa relação entre carro de som e bateria é um ponto fundamental no sucesso do canto da escola, mas não o único. Isso porque a agremiação conta que o trabalho em quadra, voltado para aprimorar o canto da comunidade, é fundamental e tem surtido efeitos. Para o intérprete Evandro Malandro, a expectativa é que a energia dos componentes contagie a Marquês de Sapucaí.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

“Nós temos um trabalho paralelo de canto só da comunidade. São dias separados somente para a comunidade cantar à capela mesmo. Tem vezes que não vai nem a harmonia das cordas, nem a bateria, só um surdo para a gente marcar. Temos um professor de canto, o Pedro Lima, que costuma passar alguns trechos como o ‘Werá, werá auê’ e ‘Yawalapiti’, com calma. Daí nós conseguimos vir quebrando comentários de que o samba é difícil de cantar, porque não é. Basta vir no ensaio e sentir e sentir como é que está o canto da escola. Isso vai contagiando o público, a arquibancada e tenho certeza que resultará em um ótimo efeito até o dia do desfile”, diz Evandro.

Mestre-Sala e Porta Bandeira

Mais uma vez, responsáveis por abrir o ensaio de rua, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto, deram um show de carisma, leveza e conexão, além, claro, de muito samba no pé – em especial Daniel durante a simulação da apresentação aos jurados.

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Harmonia

Destaque do ensaio, o canto da escola, acompanhado do bom entrosamento entre carro de som e bateria, levantou o ensaio de rua. Um dos destaques desde a largada dos treinos ele evolui a cada dia mais. Entre as alas, o destaque vai para a cinco, que cantou muito forte. Jefferson Guimarães, Clayton Bola e Andrezinho, que integram a comissão de harmonia da Grande Rio junto com Cacá Santos, avaliaram o ensaio como positivo, mas ressaltam a importância de um trabalho contínuo em busca da excelência: ‘Treino é treino, jogo é jogo’.

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“A gente faz uma avaliação positiva a cada ensaio. Em todo ensaio evoluímos um pouquinho. A gente vê que a comunidade está ‘comprando’ a ideia de trazer o canto e fazer, de fato, essa escola ‘rugir’. Essa é a ideia”, diz Jefferson.

“Jogo é jogo e treino é treino. Nós estamos no 60%, mas tenho certeza que lá em fevereiro nós vamos chegar a 100%. Quando o povo caxiense entra na Marquês de Sapucaí, chega com sangue nos olhos para fazer sempre o melhor para a Grande Rio e o chão de Caxias”, comenta Clayton.

“Sempre tem um negócio para acertar. Cada dia tem um ‘negocinho’, mas na semana seguinte já melhora – é assim que funciona. A cada vez tem algo para fazer”, completa Andrezinho.

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Evolução

O treino começou às 21h46 e teve aproximadamente 1h10min de duração. A Avenida Brigadeiro Lima e Silva, local do ensaio, é larga em boa parte de seu trecho – o que contribui para uma boa evolução da agremiação. Duas ruas paralelas chegaram a ser usadas como recuo da bateria. No início, o carisma e a popularidade da nova musa da escola, Deolane Bezerra, agitou o público presente, que chegou a entrar na área de desfile para tietar a artista. Apesar disso, o ensaio correu bem e não foi prejudicado.

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Samba

Se inicialmente os críticos consideraram que o samba-enredo possui uma letra difícil, o chão caxiense provou o contrário. Além de cantarem a canção inteira, uma explosão do canto entre os componentes ocorria no refrão “Werá, werá auê, naurú werá, auê// A Aldeia Grande Rio ganha a rua// No meu destino a eternidade // Traz no manto a liberdade// Enquanto a onça não comer a Lua!”.

“Estamos muito felizes e motivados. O que aconteceu aqui hoje é a prova do que vem ocorrendo na quadra – este ótimo entrosamento que eu tenho com a bateria e o mestre Fafá. A nossa comunidade, a cada semana que passa, tem uma vontade de cantar cada vez mais. A nossa harmonia trabalha muito nisso. Realmente estou muito feliz pelo rendimento que nós tivemos e esse canto maravilhoso que tivemos hoje apenas comprovou tudo isso. O Fafá é meu irmão e major. A bateria é muito boa e ele é um cara muito educado para lidar com a bateria – muito musical. Isso só encaixa muito bem, Graças a Deus, com o trabalho que realizamos juntos”, avalia o intérprete Evandro Malandro.

Outros destaques

Destaque para a bateria da Grande Rio. Sob o comando de mestre Fafá, os ritmistas evidenciaram a excelência do quesito e o entrosamento com a equipe de Evandro Malandro. Ao CARNAVALESCO, Fafá comentou o desempenho do samba e da bateria, além da relação com o carro de som.

“Sabemos que janeiro é muito curto, então estamos trabalhando muito em cima do nosso samba e fazendo grandes ensaios para que ele seja bem trabalhado. Eu tenho acompanhado muitos comentários na internet sobre os sambas. Acredito que no carnaval, hoje, não existe mais samba ruim. Quando isso é falado, a comunidade abraça ainda mais. Temos vários exemplos sobre isso. Eu e o Evandro temos feito um trabalho junto com a comunidade. Tem momentos, às terças-feiras (ensaios de quadra), que deixamos somente a bateria e a comunidade para ela destacar a força no canto – e vem fluindo muito bem. O Evandro é um cara que dispensa comentários, te deixa super confortável e acredito que hoje é um dos top três do carnaval. A bateria está encaixada com o samba e o canto da comunidade, todas as ‘paradinhas’ são feitas em cima da melodia. Está fluindo muito bem, mas sabemos que é um dia e um passo de cada vez para, se Deus quiser, chegarmos bem afiados na Marquês de Sapucaí”, disse Fafá.

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Nova musa da Tricolor da Baixada, Deolane Bezerra marcou presença no ensaio de rua e já se tornou queridinha dos caxienses. Na abertura do ensaio, a advogada e influenciadora agradeceu à comunidade e prometeu dar o seu melhor: ‘O samba no pé está meio durinho ainda, mas prometo melhorar’.

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“É muita emoção. Estou arrepiada desde o começo. É muito gratificante ver que a comunidade me recebeu assim. Só tenho a agradecer a Deus e a todos”, declarou a musa da Grande Rio.

Pisou forte! Bateria dá show em ensaio de rua para o Carnaval 2024 com canto intenso da comunidade da Viradouro

Com a força da energia de Dangbé, a Unidos do Viradouro realizou, na noite do último domingo, seu sexto ensaio de rua, na Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, rumo ao carnaval de 2024. Comandada por Mestre Ciça, a bateria “Furacão Vermelho e Branco” proporcionou verdadeiro espetáculo ao público presente ao longo da via. Muito elogiado, o samba da Vermelha e Branca, defendido com maestria pelo intérprete Wander Pires, foi combustível para o forte canto, no “padrão Viradouro da qualidade”, da comunidade. Em 2024, a Unidos do Viradouro será a sexta e última escola a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, encerrando os desfiles do Grupo Especial. A agremiação irá em busca do terceiro título de campeã da folia carioca com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, sobre a energia do culto ao vodum serpente, que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, em seu segundo carnaval solo na escola.

“A escola vem em uma crescente. A internet, as redes sociais apressam muito alguns processos que são naturais de carnaval, já tem campeão disso, campeão daquilo e acho que a Viradouro vem mostrando nos últimos anos que tem sua organização, seu tempo de acontecer. De fato, entramos em dezembro já muito mais forte do que entramos novembro e assim vai ser janeiro e fevereiro. A escola vem correspondendo a altura da expectativa que temos de ganhar o carnaval, o décimo perdido, com todo respeito a campeã, nós ficamos mordidos, com mais vontade de ganhar. Tudo ocorrendo maravilhosamente bem, a escola mantendo esse nível de exigência que todos têm internamente e externamente, também. A escola ensaia na Amaral Peixoto com grande contingente, não é um grande
ensaio, maravilhoso que é um bloquinho. É um ensaio com gente, com pressão, atendendo ou buscando atender as dificuldades que o Sambódromo vai nos colocar em fevereiro. Estou muito feliz com o trabalho que está sendo realizado até agora e pode ter certeza que em fevereiro, a escola vai chegar no ápice”, salientou o diretor-executivo, Marcelinho Calil.

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Fotos de Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

A abertura do ensaio de rua da Unidos do Viradouro, no último domingo, ficou por conta do experiente casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da escola, Julinho Nascimento e Rute Alves. A dupla realizou excelente apresentação ao longo da Avenida Amaral Peixoto. Julinho Nascimento vestia uma roupa na cor vermelha, da escola, enquanto Rute apostou em um modelo estampado, com as cores da bandeira da escola, vermelho e branco. Nos módulos de julgadores, sinalizados por placas na pista, o casal realizou fortes apresentação, mesmo com o vento que acometia a cidade de Niterói na noite.

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A dupla apostou em uma coreografia que mescla elementos da dança tradicional com alusões à letra do samba e o enredo da escola, como quando realizavam movimentos de cobras com as mãos. A se destacar, também, a potência dos giros da porta-bandeira Rute Alves, que eram acompanhados pelo mestre-sala Julinho. A força do enredo da escola podia ser sentida em cada movimento do casal.

Harmonia

O canto da comunidade da Viradouro no ensaio de rua da escola foi intenso, potente e linear ao longo de todas as alas. O samba da escola, elogiado durante o pré-carnaval, impulsionou o desempenho da harmonia da Vermelha e Branca. O carro de som da Vermelha e Branca, comandado por Wander Pires, teve contribuição fundamental para o desempenho da obra e do canto da escola. Em certos momentos, quando a bateria da escola realizava “apagões”, o canto da escola podia ser notado em todos os cantos da Avenida Amaral Peixoto. A tradicional ala de baianas da Viradouro foi destaque positivo no quesito, com o samba na ponta da língua no ensaio.

“Hoje foi um ensaio muito produtivo, uma escola muito grande, com uma participação de quase 100% do corpo da escola. O samba funcionando cada vez mais, a bateria, o carro de som cada vez mais aprimorando o que a gente entende que é chegar perto de uma perfeição. Hoje, nós fizemos alguns testes de bossas, principalmente de canto e a comunidade correspondeu, cantou, gritou o samba, principalmente na parte do refrão, na qual se exige essa parada para jogar para o povo e a retribuição foi um canto forte e é isso que a gente busca nesse trabalho”, comentou o diretor de carnaval da Viradouro, Dudu Falcão.

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Evolução

Leve, compacta e fluída, assim pode ser definida a evolução da Unidos do Viradouro no ensaio de rua. As alas da escola deslizaram ao longo da Avenida Amaral Peixoto. A se destacar a espontaneidade de diversas alas da escola, sobretudo as que vinham após o carro de som, que esbanjaram alegria e leveza. As alas coreografadas da escola também foram destaque, com as bonitas e bem sincronizadas danças apresentadas. Ao longo dos cerca de uma hora e dez minutos de ensaio, não se percebeu nenhum buraco, muito menos alas emboladas ou acelerações exageradas no passo.

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Samba–Enredo

O samba-enredo da Unidos do Viradouro, composto por Claudio Mattos, Claudio Russo, Julio Alves, Thiago Meiners, Manolo, Anderson Lemos, Vinicius Xavier, Celino Dias, Bertolo e Marco Moreno confirma a cada ensaio de rua da escola, o motivo dos elogios recebidos neste período de pré-carnaval. Com excelente condução do carro de som da Vermelha e Branca, sobretudo do intérprete Wander Pires, a obra foi combustível para a animação e canto dos componentes da escola. O refrão principal, sobretudo o trecho do “Pra vitória da Viradouro”, foi cantado a plenos pulmões pelos componentes, assim como o bis anterior “ê alafiou, ê alafiá…”. As bossas realizadas pela bateria “Furacão Vermelho e Branco” também contribuíram para o bom desempenho da obra.

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Outros destaques

A bateria “Furacão Vermelho e Branco”, comandada por mestre Ciça, foi um show à parte no ensaio de rua da Viradouro. Quem esteve presente no local pôde acompanhar novidades apresentadas pelo mestre de bateria da escola, o que já se tornou marca registrada de Mestre Ciça. A primeira delas foi uma nova bossa, testada pela primeira vez diante do público, no refrão do meio do samba-enredo, “Ergue a casa de bogum, atabaque na Bahia…”, onde os ritmistas da Furacão se agachavam na pista e só permaneciam de pé os que tocavam atabaques, que fazia apresentação solo nessa parte da letra. Além disso, o “apagão” realizado pela bateria no refrão principal do samba agora é feito por mais tempo, desde a parte do “Derrama nesse chão..” até o final do refrão, em “Pra vitória da Viradouro”. A mudança foi feita a fim de facilitar e impulsionar ainda mais o canto da comunidade da escola.

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Fotos: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

“A gente está sempre querendo inventar alguma coisa diferente, hoje nós colocamos em prática algumas coisas. Nós tentamos colocar em prática hoje aqui, mas não é nada definitivo ainda não. Como está se aproximando do Natal, mês que vem nós já vamos ensaiar todos os dias, a ideia é essa. Acho que a bateria está pronta, faltam só alguns detalhes. A gente precisa bater firme na tecla do andamento, que é importantíssimo, treinar mais a levada de caixa, aperfeiçoar melhor. Vamos realizar ensaios isolados na quadra, às segunda-feiras, com cada naipe isolado. A partir da primeira semana de janeiro, a gente não para mais”, explicou mestre Ciça.

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Sempre presente, a rainha de bateria da Viradouro, Érika Januza, vestiu uma bela fantasia em tons prateados e brindou o público com muita simpatia e samba no pé. Quem também marcou presença foi a musa da Viradouro, Lore Importa, em uma bela roupa dourada.

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Em novo sacode do samba, ensaio de rua da Imperatriz tem excelência nos quesitos e grande apresentação do casal

Quem passava pela rua Euclides Faria por volta das 16h30 do último domingo, próximo ao Corpo de Bombeiros podia ouvir o barulhinho característico de jóias e bijuterias balançando na mão dos componentes. Isso porque a comunidade de Ramos entrou de corpo e de alma no personagem e está indo a caráter aos ensaios de rua, vestida de cigana e cigano. É a grande influência da cigana Esmeralda. Mais do que a fantasia, o folião está feliz com este momento da escola e em mais um ensaio de rua voltou a cantar muito a obra da Imperatriz, que nem cabe mais lembrar que um dia foi uma junção, está mexendo com a comunidade e com quem acompanha cada evento da Rainha de Ramos ou tem ouvido a faixa oficial da escola lançada junto com as outras doze na semana passada. Em mais um treino onde é um desafio muito duro e improdutivo você procurar alguma coisa errada, além do samba e harmonia, outros quesitos passaram muito bem como evolução, bateria e comissão de frente. Mas, em especial, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, que retomaram esta parceria de uma forma muito positiva para o carnaval passado, como se não houvesse acontecido nenhuma pausa no trabalho dupla, e como se tivessem permanecido dançando juntos. Ao final do ensaio, o casal contou ao site CARNAVALESCO o que para eles é o segredo do trabalho bem sucedido.

“É muita irmandade, cumplicidade, eu e a Rafa, a gente tem um história, gosto muito de ressaltar isso, uma história de vida profissional juntos, muito bonita, desde que a gente voltou a dançar junto há cerca de um ano e não parece que tem um ano, desde a primeira vez parecia que não tínhamos nos separado. É muito desta irmandade que faz com que o nosso trabalho seja bem visto, e agrade a toda comunidade”, definiu o mestre-sala Phelipe Lemos.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“A parceria vai muito pela cumplicidade, pelo amor, da união, da dedicação, e requer muito estudo, muito ensaio para que a gente possa chegar na perfeição no grande dia. O ensaio é feito para isso, além dos ensaios de sexta, de domingo, a gente tem os nossos ensaios fechados, junto com a Ana (Botafogo, coreógrafa), que tem sido incrível, trabalhar cada olhar, cada movimento, para cada ano a gente tentar trazer o diferencial. Acredito que a parceria esse ano já traga alguma diferença do último carnaval e para melhor, buscando a sintonia, sendo muito parceiro,muito amigo, pois isso que faz dar certo”, acredita a porta-bandeira da Imperatriz Leopoldinense, Rafaela Theodoro.

Sobre este treino, o penúltimo na rua em 2023, a princípio, o diretor Mauro Amorim, que trabalha ao lado de André Bonatte, na direção de carnaval, analisou como de grande excelência de quesitos, e explicou que esse bom aproveitamento dos treinos vem de um trabalho realizado já há alguns anos na escola.

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“É uma Imperatriz que consolida um trabalho da Cátia, do João, de toda família Drumond que começou já há três anos nesta reestruturação da escola , em um momento em que a escola passou por dificuldades, e se fortaleceu internamente, se fortaleceu ali junto com o seu povo, olhando e estruturando os seus segmentos. O resultado do ensaio de rua reflete o processo do todo. É o resultado do todo, a gente faz muito ensaio, faz muita reunião, tem muito papo interno visando realmente corrigir, visando acertar. O nosso trabalho do ano passado foi muito bom, mas a gente espera e tem muita confiança de que o próximo ainda possa ser de mais força e valentia e muita emoção”, projeta o diretor.

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Em 2024, a Imperatriz vai levar para a Sapucaí o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, do carnavalesco Leandro Vieira. Buscando o bicampeonato, a Verde e Branca de Ramos irá encerrar a primeira noite dos desfiles do Grupo Especial. No próximo domingo, 17 de dezembro, a escola vai realizar mais um treino na rua, o último de 2023 dando uma pausa até a primeira semana de janeiro.

Comissão de frente

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Os bailarinos de Marcelo Misailidis, mais uma vez, trouxeram o vigor das danças ciganas, com dez componentes distribuídos em cinco casais. As mulheres vestiam lenços na cabeça e saias que produziam um bonito efeito na coreografia. Interessante destacar também a coreografia de deslocamento que já apresentava ao público que observava na Euclides Faria uma apresentação de bastante intensidade. No ápice da coreografia, os homens erguiam as bailarinas sob os aplausos do público. Ssem entregar muito das surpresas preparadas para o grande dia do desfile, a comissão teve sincronia, beleza e intensidade, alternando entre passos mais de casais e outros mais coletivos.

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Mestre-sala e Porta-bandeira

A dupla esteve junta na Imperatriz de 2011 a 2015. Depois disso, Phelipe passou por outras escolas enquanto Rafaela seguiu na Rainha de Ramos, dançando com outros parceiros. A volta para o último carnaval foi coroada com o título e de lá pra cá a impressão que tem ficado é que o espaço de tempo, que não foi pouco, cerca de oito anos, não existiu. Estão ainda mais entrosados, dançando com muita sincronia, passeando por um estilo mais clássico explorando o melhor de cada um e contagiando o outro a se explorar mais sem perder as suas próprias características. Neste treino de domingo, uma coreografia que contou com uma postura corporal impecável dos dois, grandes momentos de giros em sincronia e uma proximidade com doçura o que o próprio do quesito. Rafaela com muito domínio da bandeira, com intensidade mas com leveza nos movimentos. Phelipe com muito vigor incorporava o espírito cigano presente no enredo e a todo momento gritava, principalmente nos deslocamentos, o que inflamava os componentes. Excelente apresentação. Importante ressaltar também o trabalho da nova coreógrafa Ana Botafogo que veio para acrescentar bastante ao trabalho da dupla.

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“Esse ano a gente está fazendo um trabalho bem diferente, a gente está estudando muito. A chegada da Ana Botafogo está sendo incrível para a gente e estudar toda a musicalidade, claro que a gente tem alguns movimentos que são em cima do samba, para quem dança, mas a gente tem estudado bastante algo que para mim particularmente eu tinha até um pouco de deficiência que era dançar em cima da contagem de tempo, e hoje já consigo, independente do samba. E quando você vê que consegue alcançar muda muita coisa dentro da sua dança, dentro da sua energia. O que vocês podem esperar é uma dança leve, feliz, tradicional, a gente não vai perder a essência, mas com aquele algo a mais que os jurados e o público tanto desejam, aquele cereja do bolo e temos estudado algumas coisas para o grande dia, que seja o diferencial e em busca da nota máxima para a escola”, explica Rafaela.

“A gente quer levar a energia do povo cigano, a gente vai levar a alegria e movimentos bem desenhados, mas leves também, e vamos ver o que que acontece, mas tomara que seja feita a vontade de Deus e da cigana Esmeralda”, espera o mestre-sala da Imperatriz.

Harmonia

O carro de som da Imperatriz está voando, Pitty de Menezes é sem dúvida uma das melhores contratações que uma escola fez nos últimos anos. Depois do grande desempenho no carnaval passado que ajudou a Imperatriz a conquistar o título, o cantor está melhor ainda, e tem ao seu lado vozes de apoio de muita competência, além de excelentes músicos. Neste domingo, mais uma vez, em cima do enredo, a escola trouxe um violino para compor a parte musical. E a partir desse grande desempenho do carro de som, aliado a um excelente trabalho da direção de harmonia, a escola voltou a cantar muito o samba, com alegria, felicidade e muita vontade. Não se conseguiu identificar alguma ala com componentes que não estejam cantando a obra, a maioria estava berrando inclusive.

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Evolução

Conhecida muitas vezes no passado como a “certinha de Ramos” , a escola tem tentado tirar essa alcunha, muitas vezes citada em redes sociais pelo carnavalesco Leandro Vieira como a “ex-certinha de Ramos” e com justiça, pois está muito mais espontânea, mais quente, mais vibrante, ainda há muita técnica em seus quesitos e principalmente em evolução como foi em um passado mais distante que também forjou uma escola vitoriosa como agora, isso lá nos anos 2000.

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Mais um ensaio em que não se notou nenhum problema de buracos ou fluidez de deslocamento. É uma agremiação que se movimenta de forma fluida, espontânea, cantando, dançando mas sem criar problemas no julgamento mais técnico. Destaque mais uma vez para o grande contingente de componentes que participaram. Logo no início, é preciso ressaltar uma ala de ciganas com saias e leques que faziam uma bonita coreografia. Em outros momentos os desfilantes também mexiam os braços em certos trechos do samba, de forma sincronizada, mas sem ser mecânico e não a todo momento. Aliás, os componentes batendo palmas no “O que é meu é da cigana…” de forma sincronizada, em ritmo de seresta, tem muito de musicalidade e como participa a escola toda é algo que deve mexer com a Sapucaí.

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Samba-enredo

Para quem não acompanhou as finais e ouve o samba da Imperatriz hoje, vai jurar que ele foi feito todo junto, e que em nenhum momento ele se traduziu em duas obras separadas. Para quem acompanhou as finais, e sabe como ele foi gerado, o ouvido já está completamente acostumado com a versão após a junção, e ele só cresce de rendimento cada vez mais. Isto por um trabalho sólido realizado pelo departamento musical da escola, com os músicos, com Pitty de Menezes e com mestre Lolo.

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Aliás, as bossas da “Swing da Leopoldina”, mais uma vez, foram destaque e deram ao samba todo um vigor e charme. Mais uma vez destacar a bossa da cabeça do samba que traz o ritmo de seresta, seca os instrumentos, valoriza o canto e volta a bateria com toda a potência através da chamada de repique. É sensacional e valoriza muito a obra, justifica todas as decisões tomadas na escolha do samba. E já está na boca do povo, até o “se” que existia no refrão do meio e que se transformou em ” o destino é marcado na palma da mão” , hoje não confunde a comunidade, fruto de ótimo trabalho de treino também nos ensaios de canto realizados às sextas-feiras. Conclusão: O samba foi um sacode mais uma vez, inclusive na visão do intérprete Pitty de Menezes, a obra tem rompido as fronteiras de Ramos e atingindo outros públicos.

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“É uma felicidade para mim muito grande primeiramente saber que o samba está dando certo. A Imperatriz é uma escola muito gigante, mas é uma escola também muito pé no chão, a gente trabalha muito para que a gente possa levar o nosso samba com verdade, é com muito trabalho, e acho que o público está recebendo essa mensagem. O samba é muito forte e o público está cantando com a Imperatriz. Ontem nos apresentamos na Mangueira e foi muito bonito ver uma coirmã com a gente acabado o show e essa coirmã cantar o samba da Imperatriz, a gente indo embora, a bateria começou a tocar. Isso é coisa de coirmã, a disputa fica na Avenida, e na quadra a gente pode se confraternizar. E você vê que o samba está funcionando, a gente fica muito feliz. A gente vai em busca desse bicampeonato. Estamos trabalhando muito”, reforça o artista.

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Outros destaques

Antes do início do ensaio, a detentora dos direitos de transmissão do desfile fez uma ação gravando o carro de som, a bateria e alguns componentes. O comentarista de carnaval da emissora Milton Cunha também se fez presente sendo bastante festejado pela comunidade de Ramos. Maria Mariá, a rainha da “Swing da Leopoldina”, mais uma vez mostrou muito samba no pé e trouxe para perto algumas crianças da comunidade desfilando ao seu lado a frente dos ritmistas. Nas bossas já citadas acima, a bateria de mestre Lolo abaixou fazendo uma pequena coreografia e levantando o público.

A escola trouxe mais uma vez um violinista para reforçar a parte musical. No esquenta a escola relembrou um samba que veio do passado para ajudar a escola a ressurgir para o futuro. “Só dá Lala” de 1981, reeditado em 2020 garantindo a volta da escola ao Grupo Especial após ser campeã do Grupo de Acesso O público acompanhou em peso o ensaio. As calçadas da Rua Euclides Faria estavam abarrotadas de gente, principalmente próximas a um posto de gasolina e uma lanchonete de fast food, “point” onde as pessoas param comumente para beber nos ensaios.

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Portela se despede das ruas de Madureira, em 2023, com ensaio vibrante e canto potente

A Portela realizou neste domingo seu último ensaio de rua do ano, em Madureira. Dessa vez, o cenário para a comunidade cantar forte e Bianca Monteiro sambar bonito foi a Estrada do Portela. O público presente viu uma escola empolgada, organizada, disposta a encerrar o final de semana em alto astral e que conduz o belo samba com o mesmo vigor que faz a dancinha de braços do refrão principal. Com o enredo “Um Defeito de Cor”, dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga, a Majestade do Samba será a segunda agremiação da segunda-feira de carnaval a desfilar na Marquês de Sapucaí.

O diretor de harmonia Julinho Fonseca avaliou o ensaio como satisfatório destacando que há diferença entre ensaiar na Carolina Machado e na Estrada do Portela:

“Estou muito satisfeito. Óbvio que a gente tem que buscar sempre o melhor, mas estou muito feliz com o canto e com a evolução que a escola vem mostrando ao longo desses ensaios de domingo. Aqui (na Estrada do Portela), por ser uma pista de tamanho menor, a gente avalia o componente e fica mais fácil da gente ver cada um cantando. Na Rua Carolina Machado, o espaço é maior e a gente pode evoluir melhor e ter um pouco mais de canto. Mas, o ensaio de hoje foi muito bom, foi tudo maravilhoso e a comunidade está de parabéns. É a prova de que o samba está sendo muito bem correspondido”, disse o diretor de harmonia.

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Para o ensaio dessa noite era sair do shopping para cair no bom samba da Portela que ecoava por Madureira para o deleite dos moradores dos prédios, que puderam acompanhar uma bela evolução de suas janelas e uma escola completa: comissão de frente, primeiro casal, alas coreografadas e a alegria de sempre dos passistas que levantam o público das calçadas.

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As bailarinas lideradas pelos coreógrafos Léo Senna e Kelly Siqueira apresentaram o número que levaram para o mini desfile, na Cidade do Samba, no dia 2 de dezembro. O grupo, formado apenas por mulheres, mostrou bastante sincronismo nos movimentos fortes de braços e na ocupação do espaço da pista. Na dança, exploraram bastante o rodado da saia e passos de dança afro. No final da apresentação, uma componente abre um livro no verso “seu filho venceu, mulher”, no refrão principal, logo na virada do samba.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal da Portela, Marlon Lamar e Squel Jorgea, se apresentaram em dois módulos, já que o tamanho da pista destinado ao ensaio é menor. Eles mostraram já algumas coreografias sobre a letra do samba e fizeram apresentações marcadas por provações, que chamaram a atenção dos espectadores.

Cada um teve o seu obstáculo para vencer: no primeiro módulo, o laço do cadarço de um dos sapatos do Marlon pulou para fora do sapato e causou preocupação, fazendo com que um homem fosse tentar ajeitar, sem sucesso, na virada para o refrão principal. O ocorrido foi mais preocupação que algo que atrapalhasse a dança. O mestre-sala passou ileso. No segundo módulo, uma ventania fez com que a bandeira de Squel enrolasse. A porta-bandeira Squel falou sobre o vento, explicando que não molhou a bandeira e que, para o Sambódromo a questão do vento não preocupa tanto.

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“No Sambódromo não é tão aberto como aqui, que tem umas correntes mais fortes. Lá, a gente recorre a água, para molhar a bandeira, que eu não fiz hoje, mas nada que nos impeça de executar o nosso trabalho”, explicou Squel.

Harmonia

Se o ensaio na Estrada do Portela tem como objetivo avaliar o canto de cada componente, o trabalho está facilitado para a direção da Majestade do Samba. O cantar foi forte e a empolgação dos componentes coloca o quesito no caminho da nota máxima. O destaque para a coreografia de braços para cima no refrão principal; todas as alas fazem e a sincronia deixa o visual agradável.

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“O canto da escola foi o melhor possível. Rua lotada, escola feliz, cantante e vibrante. Portela trabalhando quietinha, mas com muita vontade e garra para fazer um grande carnaval”, avaliou o vice-presidente Junior Scafura.

Evolução

Com menos de 300 metros de pista para ensaiar, a Portela não tinha o que se preocupar com a evolução. A escola fez o “feijão com arroz”, passou compacta, pulsando na pista e, mesmo brincando, não abriu espaços entre as alas e nem ficou parada por muito tempo.

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Samba-enredo

Um belo samba cativa componentes a cantarem mais forte. A máxima do carnaval se traduz na Portela. Sem Gilsinho, em compromisso com a Tom Maior no carnaval de São Paulo, coube a Niu Souza e o time do carro de som conduzirem o ensaio. O bom entrosamento entre ala musical e comunidade entregou excelente passagem do samba no ensaio.

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Os componentes cantam de forma fácil e leve, mesmo os versos os quais pede uma aceleração do canto, Teu rosto vestindo o adê/No meu alguidar tem dendê/O sangue que corre na veia é Malê!. O caminho para a nota máxima parece estar sendo percorrido a cada domingo.

Outros destaques

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Em terra que Nilce Fran samba, não tem como o riscado não ser ponto alto. E o samba dos passistas da Portela chama a atenção pela beleza que ele impõe. Mas, destaque mesmo ficou para o momento fofura das crianças à frente da ala dos passistas e junto à bateria. Enquanto Bianca Monteiro, rainha da bateria, desfilava a sua própria alegoria com um samba de tirar o fôlego, meninas bem pequenas se desprendiam do público para ficarem perto dela. A Rainha da Majestade do Samba contou que o ensaio de rua é para abraçar e deixar as pessoas sentirem o amor da escola, acrescentando que as crianças que entram para sambar com ela, não atrapalham em nada.

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“Criança é tudo. É energia positiva, é o novo. Elas entram para sambar e a Portela é isso: família. E tem que deixar as meninas sentirem essa energia. Elas estão vendo uma menina da comunidade como rainha da bateria, que sou eu, e têm isso como espelho. Eu fico muito feliz em saber que hoje eu sou espelho dessas meninas”, contou Bianca.

A Portela só volta a ensaiar nas ruas de Madureira, dia 7 de janeiro. Até lá, serão ensaios de quadra e uma visita à Avenida Mirandela no próximo sábado, em Nilópolis, para o Encontro de Quilombos. Lá a Beija-Flor estará esperando pela Águia Altaneira. Sobre o evento, o vice-presidente Junior Scafura prometeu levar bastante gente e mostrar a força da Portela para o público da Baixada.

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“A nossa promessa é honrar o convite da Beija-Flor mais uma vez. A nossa co-irmã, nos chamou para uma linda festa, onde faremos o nosso melhor para saudar aquele público maravilhoso de Nilópolis”, garantiu Scafura.

O mestre de bateria Nilo Sérgio, também falou sobre o evento. Já que a Portela não ensaiará mais na rua de Madureira, ele pretende usar Nilópolis para colocar em prática a nova bossa e as coreografias que serão implementadas já na próxima semana.

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“A gente tem ensaiado com duas bossas, aqui na rua. A partir dessa semana, vamos implantar mais uma, que é a última para esse samba. E vamos implantar umas coreografias também. Tudo vamos trazer para a rua, para pegar campo aberto. Se tudo acontecer bem, nessa semana, já vamos apresentar no encontro do próximo sábado com a Beija-Flor”, explicou o mestre Nilo.

Análise da segunda parte dos minidesfiles da Série Ouro para o Carnaval 2024

Acompanhe abaixo a segunda parte da análise dos minidesfiles das oito últimas escolas que passaram pela Cidade do Samba.

Estácio de Sá

O Leão pisou forte. A energia totalmente diferente dos últimos anos. O samba-enredo mostrou que é realmente um dos melhores do ano. Ajudou para impulsionar a comunidade. Um dos maiores cantos da Série Ouro. Vale ressaltar o desenvolvimento do intérprete Charles Silva. Tiganá não pode estar presente. Trabalho competente na evolução deixando os componentes soltos pela pista. A comissão de frente apresentou dança forte e muito vibrante. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Feliciano e Thais, com o auxílio da coreógrafa Rute Alves, foi brilhante. Muita dança e vigor. Um dos quesitos mais seguros da Estácio para 2024. * VEJA FOTOS

São Clemente

Organização e leveza marcaram o minidesfile da escola. Ainda com o padrão de anos de Grupo Especial, a agremiação sabe se apresentar. Caprichou nas roupas dos ingregrantes. O samba não é espetacular, mas passou bem e com destaque para atuação da dupla de cantores Leandro Santos e Vitor Cunha. O verso “bate no peito e diz…” mexeu com os desfilantes. A comissão de frente com roupa elegante e muita dança. Estreia promissora da coreógrafa Bruna Lopes. Grupo composto de jovens e que não economizou nos movimentos coreográficos. O experiente casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alex e Raphaela, é muito seguro e competente. A dupla de comunica pelo olhar. O canto clementiano foi forte. Com um dos melhores enredos de 2024, sobre o compositor Zé Katimba, a escola tem totais condições de brigar no topo da Série Ouro. * VEJA FOTOS

União da Ilha

Uma das melhores apresentações da noite. O samba entrou muito bem na voz do intérprete Nêgo. O cantor é muito craque. É pé quente. Nos dois últimos carnavais da Série Ouro, ele foi campeão: Império Serrano (2022) e Porto da Pedra (2023). A força do enredo ficou refletida no minidesfile. A comissão de frente, coreografa por Márcio Moura, mostrou movimentos fortes na dança. Perfomance que dialoga com o enredo, inclusive, formando o Baobá. A comunidade muito aguerrida e cheia de voltar ao Especial. A bateria deu um grande show. A escola é gigante e sabe desfilar muito bem. Trabalho competente da direção na evolução. Foi vista uma Ilha forte no canto e também organizada. Apresentação espetacular do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Thiguinho e Amanda, com muita dança e sincronismo nos movimentos. * VEJA FOTOS

Acadêmicos de Niterói

Trabalho positivo do cantor Tuninho Jr na sua estreia na escola. A agremiação cumpriu seu papel desfilando de forma organizada. Número de componentes pequeno nas alas, mas não deixou a desejar. Bainas, todas de branco, embelezaram a performance. Tripé com o símbolo da agremiação foi apresentado no minidesfile. Trabalho forte e de impacto na dança da comissão de frente. O casal Vinicius Pessanha e Jack Pessanha é muito talentoso e traz segurança para escola. Trabalho de excelência na bateria. Mestre Demétrius é craque demais. * VEJA FOTOS

Império da Tijuca

Atuação impecável do intérprete Daniel Silva, inclusive, com vozes femininas no carro de som. Dando molho perfeito no carro de som. Bateria muito bem encaixada com o samba. A escola caprichou na comissão de frente. Comandado pelo coreógrafo Jardel Lemos, os integrantes fizeram uma exibição digna de desfile oficial. O casal Renan Oliveira e Laís Ramos é muito seguro na dança. Ele sabe cortejar durante todo o tempo e ela conduz o pavilhão com extrema elegância. O samba passou de forma ok, mas sem aquela forma pulsante dos outros tempos da agremiação. A escola levou tripé e nele estava o Formigão, mascote da agremiação. Bem organizada, o Império da Tijuca fez o minidesfile sem problemas de evolução, mas com potencial de trabalhar mais o canto da comunidade para impulsionar a harmonia. * VEJA FOTOS

Império Serrano

Sacode da Serrinha! A escola mostrou que não podia estar na Série Ouro. O padrão é de Especial. Canto absurdo da comunidade. Trabalho competente do carro de som e do cantor Tem-Tem Jr, uma das maiores revelações do carnaval. O jovem em breve estará na elite do carnaval. A apresentação foi suntuosa. O tripé utilizado poderia tranquilamente estar no desfile oficial. A evolução foi bom, mas teve dificuldade no início. Muita gente na frente e muitos “dando ordens”. O tripé quase pegou o mestre-sala. A organização pode melhorar na “cabeça da escola”. A comissão de frente é mais um exemplo de apresentação que já pode ser feita no desfile oficial. Muita dança e representação perfeita do enredo. Trabalho de excelência. O casal Anderson Abreu e Eliza Xavier participou fantasiado e não economizou na dança. É inegável que o Império Serrano pisará na Avenida em 2024 novamente pronto para ser campeão. * VEJA FOTOS

Inocentes de Belford Roxo

A Caçulinha da Baixada caprichou no visual, inclusive, com as baianas fantasiadas. Levou também os demais componentes fantasiados e não cometeu nenhum deslize grave. No início foi apresentada uma faixa questionando o ateliê retirado injustamente da escola. Desde a comissão de frente foi possível notar que o objetivo era fazer uma exibição constante em todos os quesitos possíveis no minidesfile. O samba pode crescer mais no canto da comunidade. Apesar disso, o carro de som conduziu bem a obra. O intérprete Thiago Brito está em casa e teve ótimo rendimento com a bateria. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus e Jaçana, é um dos melhores do grupo. A dupla passou fantasia e não economizou na dança. * VEJA FOTOS

Unidos de Padre Miguel

Sacode avassalador do Boi Vermelho da Vila Vintém. Vai ser difícil segurar na Série Ouro. O caminho parece estar muito bem trilhado para chegar ao Especial. A comissão de frente caberia muito bem no desfile oficial. Integrantes bem vestidos e dançando totalmente em cima do samba-enredo. Um primor! O primeiro casal não pode participar, já que o mestre-sala teve um problema de saúde. O segundo casal representou muito bem na pista. Escola de comunidade forte, a Unidos de Padre Miguel cantou demais e ainda contou com vibração radiante de seus componentes. Exibição de manual nos quesitos Harmonia e Evolução. Organizada no minidesfile, a Vermelho e Branco contou com uma exibição perfeita  do intérprete Bruno Ribas e seus parceiros de carro de som. Mestre Dinho mostrou a bateria “Guerreiros” totalmente afiada. * VEJA FOTOS

Com protagonismo do torcedor independente e carro de som, Mocidade dá show em seu segundo ensaio de rua

Com o samba na boca do torcedor independente, a Rua Coronel Tamarindo se tornou uma grande Apoteose na noite deste sábado. A obra animada e contagiante, somado a força e o potencial do intérprete Zé Paulo foram fundamentais para o ótimo desempenho harmônico da escola, que neste carnaval levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá!”. O terceiro ensaio de rua da agremiação vai ocorrer no próximo sábado, às 18h, com concentração na Praça Guilherme da Silveira, em Bangu. Em 2024, a Mocidade Independente de Padre Miguel vai abrir o segundo dia de desfiles do carnaval carioca. Um dos diretores da comissão de carnaval da agremiação de Padre Miguel, Marcelo Plácido destaca o alto desempenho da comunidade durante os ensaios da escola e a força do samba para levantar a Marquês de Sapucaí.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

“Foi um ensaio muito positivo. Deu para perceber que o canto da escola está muito forte – tanto no ensaio de rua como nos ensaios de quadra. A comunidade abraçou o samba e vem cantando bastante. Nesse ensaio estamos vendo as questões de tempo, entrada e saída de comissão de frente, bateria e casal. Ele acaba sendo muito importante nesse sentido, porque só a prática leva a perfeição. O ensaio é justamente para a gente chegar na Sapucaí com tudo certo. O enredo e esse samba são muito alegres – é um samba de explosão. Como a Mocidade vai abrir o carnaval de segunda-feira, precisávamos desse samba. O Zé Paulo, com essa energia contagiante, e o samba são um casamento perfeito. Vamos entrar na Avenida com a comunidade cantando muito e contagiando todo o público presente”, afirma Marcelo.

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Ser a primeira escola a desfilar deixa sempre os carnavalescos com um frio na barriga. Apesar da superstição que existe no mundo do samba, o intérprete Zé Paulo ressalta que a segunda-feira de carnaval será um dia recheado de grandes escolas: “Vai ferver”.

“Antes da Mocidade já passaram outras seis escolas. É a primeira de um outro dia, mas é a primeira de um dia que tem Portela, Mangueira, Tuiuti, Viradouro e Vila. Vai estar muito cheio – imagine os torcedores dessas escolas e da Mocidade. São agremiações que levam muita gente. É um dia que vai estar ‘fervendo’. É aquele negócio: colocar o pé na porta, sair entrando e ver no que vai dar – deixar a batata quente nas mãos das coirmãs. Eu acredito muito na força desse samba e no poder da comunidade – tenho muita fé nisso”, conta.

Comissão de Frente

A Mocidade foi completa para o segundo ensaio de rua. Com 12 componentes e comandada pelo coreógrafo Paulo Pinna, a comissão de frente da Verde e Branco mostrou que a preparação para o grande dia do desfile segue a todo vapor. Seguindo a proposta de um desfile alegre, o quesito abriu o ensaio de rua com uma coreografia bastante animada e sincronizada.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Rumo a mais um ano de parceria, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo Jesus e Bruna Santos, mostrou que vai mais uma vez buscar os 40 pontos. Um dos responsáveis pelo ‘salvamento’ da agremiação da Zona Oeste no último carnaval, o casal conseguiu somar uma dança leve e solta à muita conexão, sincronia, carisma e, claro, muito samba no pé.

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Harmonia

Ponto alto deste segundo ensaio de rua, a Estrela-guia da Zona Oeste mostrou mais uma vez a força de seu chão. O samba leve e explosivo contribui e muito para o canto da escola, mas não carrega sozinho a responsabilidade do sucesso: o intérprete Zé Paulo, mais uma vez, deu um show sob o comando do carro de som da Mocidade. Com muita interação com a bateria, alas e o público presente, o cantor incentivava ainda mais o canto da comunidade. No canto e animação, o destaque vai para a ala “Mercante Sorveteiro”.

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“Estou muito feliz, porque cantar aqui e ver essa comunidade feliz é muito gratificante. Sentimos a dificuldade que foi no ano passado e entendemos que o emocional estava baixo, mas todos nós conseguimos recuperar a autoestima dessa escola. O samba é uma benção, porque traduz tudo que a comunidade da Mocidade está sentindo e desejando. O que falei no início [do ensaio] não foi da boca para fora: nós vamos disputar o título. Estou em uma escola gigante, campeã do carnaval por seis vezes, com grandes desfiles e personalidades. Estou aqui para somar, sou uma peça dessa engrenagem. A Mocidade, hoje, é uma escola que tem quesito e que graças a Deus recuperou a autoestima e a vontade de fazer algo diferente. A gente pode pegar uma escola que será a primeira da segunda-feira e levá-la para um grande lugar. Só depende da gente. Acredito que vamos brigar por coisas grandes”, diz o intérprete Zé Paulo, confiante.

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Evolução

O ensaio começou às 21h04 e teve aproximadamente uma hora de duração. Para um segundo treino, que tem o foco dar início aos acertos de evolução e colocar o componente no ritmo, ele ocorreu de forma positiva e bem organizada. A Rua Cel. Tamarindo facilita o desenvolvimento da escola, e ruas paralelas chegaram a ser usadas como recuo da bateria.

“Foi um ensaio muito bom dentro do que planejamos para este momento, nosso segundo ensaio de rua. Vamos evoluindo a cada semana para chegar no nosso objetivo final, que é a execução perfeita no ensaio técnico e no desfile. Conseguimos executar boa parte de tudo que planejamos para esse ensaio. Gostei muito do canto e da alegria dos componentes – foram os destaques de hoje. A comunidade está alegre, feliz e cantando muito. Estamos buscando, cada vez mais, acertar a nossa evolução. Tenho certeza que no próximo ensaio alcançaremos esse objetivo”, comenta o diretor de harmonia da escola, Sandro de Menezes.

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Samba-enredo

Abraçado pelo torcedor independente, o samba foi muito bem conduzido pelo carro de som da agremiação e pela Não Existe mais quente. Ele é a cereja do bolo para um desfile que, de acordo com a escola, promete levantar a Marquês de Sapucaí. Apesar de inteiramente cantado pela comunidade, o refrão marca uma explosão no canto do componente. “Meu caju, meu cajueiro/ Pede um cheiro que eu dou/ O puro suco do fruto do meu amor/ É sensual, esse delírio febril/ A Mocidade é a cara do Brasil”.

Outros destaques

Destaque para a bateria do mestre Dudu, que busca gabaritar mais uma vez o quesito. Apesar do primeiro ano de Zé Paulo na Verde e Branco, a relação entre bateria e carro de som é boa – a avaliação é a mesma dentro dos dois segmentos.

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Estreante no posto de rainha de bateria, Fabíola de Andrade fala sobre a felicidade de assumir o reinado. Ex-musa da Mocidade, ela é um nome conhecido na escola há bastante tempo.

“É um momento incrível e eu estou muito feliz. Eu queria muito ser rainha há alguns anos, mas acredito que não estava preparada. Neste ano, quando tive essa oportunidade, não pensei duas vezes. Eu agarrei com as duas mãos e daqui não quero sair mais (risos). Ser rainha é algo único, principalmente da Não Existe mais quente”, conta a nova rainha de bateria.

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