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Série Barracões: Santa Cruz viaja até Barbalha e traz festa do Pau da Bandeira para Marquês de Sapucaí

Por Diogo Sampaio

No carnaval de 2020, a Acadêmicos de Santa Cruz irá levar o público para uma viagem ao Cariri cearense, mais especificamente ao município de Barbalha. Considerado um dos maiores celeiros de cultura popular do sertão nordestino, todos os anos o lugar atrai milhões de pessoas para os quinze dias de festejo a Santo Antônio, padroeiro da cidade.

As celebrações ao santo casamenteiro tem seu início com uma centenária tradição: o dia do Pau da Bandeira. Neste dia, os homens devotos do padroeiro saem de suas casas, às 5h, para buscar o mastro que irá hastear a bandeira do santo, ato este que marca a abertura da festa. Acompanhados por uma multidão de fiéis, esses homens carregam nos ombros o “Pau da Bandeira” em uma peregrinação de 6 km até a frente da Igreja Matriz de Santo Antônio, local em que milhares de pessoas se aglomeram a espera do hasteamento. Um rito que casa o sagrado e o profano.

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“Toda cidade no Nordeste é cercada dessas crendices e Barbalha não seria diferente. Eu não conhecia a festa do Pau da Bandeira, e ao ver vídeos incríveis da festa, fiquei surpreso ao constatar que realmente reúne milhões de pessoas. O levantamento do Pau da Bandeira, a seriedade que eles empregam nessas manifestações religiosas em meio a festa, a parte das águas medicinais das fontes da cidade, o soldadinho de Araripe que é um patrimônio deles que é um pássaro, são só algumas das peculiaridades de Barbalha. Essas curiosidades foram enriquecendo a pesquisa e o desenvolvimento do enredo. Então, como a série A é um desfile que envolve no máximo quatro setores, o desafio foi encontrar uma divisão cronológica dentro do roteiro para que nada de especial ficasse de fora ou pelo menos que as principais informações e atrativos da cidade aparecessem com destaque no desfile”, detalhou o carnavalesco Cahê Rodrigues.

Responsável por mais um ano pela assinatura do desfile da verde e branco, o artista relata que a ideia de se falar sobre a cidade de Barbalha surgiu de uma sugestão dada por um amigo do presidente da escola. Com expectativa de contar com patrocínio, a proposta acabou sendo a escolhida.

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“Foi um amigo do Zezo (presidente da Santa Cruz), que já conhecia a cidade, que levou essa ideia para ele. Parece que esse amigo já visitou Barbalha e ficou encantado com a história de lá. Então o Zezo foi para o Ceará e rolou uma promessa de patrocínio por parte dos empresários locais. Foi aí que o enredo ganhou mais força, por conta da dificuldade que a gente está atravessando. Não se pode descartar ter um tema patrocinado ou com algum apoio financeiro. A partir disso, comecei a pesquisar, fiz entrevistas com alguns moradores da cidade, e fui descobrindo as curiosidades que me ajudaram na construção a ideia do desfile”, relatou.

Porém, apesar das expectativas, de acordo com Cahê, o aporte financeiro não se cumpriu. No entanto, aconteceram outros tipos de apoios e parcerias. Apesar de não ter chegado a viajar para Barbalha, o carnavalesco diz manter contato quase diário com pessoas de lá, que o auxiliaram de diversas formas.

“Até o momento, ao que parece, não caiu nada de patrocínio, mas eu sei que o presidente está correndo atrás. Já a parte mais institucional, eu posso afirmar que funcionou muito. Estou tendo um super apoio de um jornalista cearense chamado Marcelo Fraga. Ele é apaixonado por Barbalha e tem me ajudado muito nos contatos. Graças a isso, vamos conseguir distribuir quase 10 mil mini-rapaduras vindas de Barbalho no desfile, pois lá ainda existem os engenhos de rapadura, funcionando de uma forma bastante artesanal. Teremos também o momento de distribuição de cordéis, porque um artista barbalhense está fazendo um cordel que conta a história do samba enredo. Então, são essas parcerias que estamos fazendo com a cidade de Barbalha. Tem um outro artista, que fez uma xilogravura que estará presente no terceiro carro da escola. A solteirona Luna, que é uma figura extremamente popular na cidade, vai vir de lá para distribuir kits de chá e tudo mais. Essas crendices populares que envolvem a festa do Pau da Bandeira, isso tudo vai estar presente no desfile da Santa Cruz”, adiantou.

Dificuldades e soluções em meio ao cenário de crise

Além da ausência de patrocínio, o corte completo do repasse de verbas da Prefeitura do Rio tem afetado muito a Santa Cruz e as demais agremiações que desfilam pela Série A. Não bastasse a falta de dinheiro, estas escolas precisam lidar diariamente também com a carência estrutural, por exemplo. Por esse motivo, segundo o carnavalesco, se faz ainda mais necessário trabalhar com a criatividade.

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“É cada vez mais difícil fazer carnaval sem dinheiro, principalmente na série A, porque além de não ter dinheiro, também não há estrutura. Então, até aquilo que poderia ser reciclado de um ano para o outro, acaba sendo perdido por causa da falta de um espaço para manter aquilo que foi construído. Realmente é muito difícil, não adianta fingir o contrário, a situação é caótica. Estou fazendo carnaval mais um ano com uma limitação gigante de material, porque não tem dinheiro para comprar nada. Nessas horas, você deve usar e abusar da criatividade”, relatou.

A saída encontrada por Cahê Rodrigues para conseguir confeccionar o carnaval da Santa Cruz foi novamente apostar no uso de materiais atípicos e alternativos ao espetáculo. Segundo artista, o enredo de temática nordestina também o permitiu utilizar de elementos característicos da região que tem baixo custo, como o chitão, o fuxico e o retalho.

“Tudo parte do princípio da boa vontade. Quando você tem paixão pelo que faz, dá pra pensar calmamente no que se pode fazer com o pouco material disponível. Então, a minha visão de carnaval dentro da Santa Cruz foi criar um projeto desde o início sabendo dessas dificuldades. É uma temática nordestina, então procurei criar um Nordeste um pouco diferente do que as pessoas costumam levar, em tons terrosos e toda aquela coisa. Fui pro caminho mais colorido e leve. É uma escola que não tem muito esplendor. Não usei pena porque não tínhamos condições. Evitei ao máximo armações de arame e criei figurinos para uma reprodução mais próxima do protótipo. Procurei usar materiais baratos como o chitão e fui pro caminho do TNT, em cores que te dão um efeito visual interessante. Também estou usando muito material reciclado do ano passado, isso ajudou na composição, pois o nordeste tem essa coisa do fuxico e do retalho”, declarou.

Questionado se o colorido que pretende levar para Avenida segue o mesmo estilo do trabalho feito por ele na Imperatriz de 2015, com o enredo “Axé-Nkenda – Um ritual de liberdade – E que a voz da liberdade seja sempre a nossa voz”, Cahê afirma que não. Segundo ele, naquela ocasião houve o predomínio das cores mais cítricas, enquanto agora haverá maior emprego das cores e tons da própria Santa Cruz.

“A minha áfrica pop da Imperatriz foi justamente tentando fugi um pouco do óbvio. Eu acho que com bem menos recursos, estou conseguindo criar o meu nordeste na Santa Cruz. Eu brinco muito com o verde limão que além de ser a cor da escola, é uma cor que recorta a plástica do desfile em vários momentos. Posso garantir que será algo bem colorido, com uma dominância do verde, dourado e branco da escola. Não é um carnaval neon de cores fluorescentes o tempo todo”, comparou.

Mudanças no regulamento

Durante o bate-papo com a reportagem do site CARNAVALESCO, Cahê Rodrigues comentou acerca das mudanças no regulamento da Série A. Entre as novidades para este carnaval, está a diminuição do número máximo de alegorias: de quatro para três. Para o artista, no atual cenário de crise financeira da festa, o enxugamento no tamanho do desfile é algo positivo e que beneficia todas as agremiações.

“Para todos foi melhor. Dentro das dificuldades existentes, ter um carro a menos facilita muito em termos de investimento de custos e mão de obra. No meu caso, diminuiu e não diminuiu. Ano passado, meu abre-alas não era acoplado, diferentemente desse ano. Então, na verdade, eu continuo com quatro alegorias. Além dos meus quarto carros, eu tenho ainda um tripé. Ou seja, em termos de volume, continua a mesma coisa do último carnaval, só que a escola está mais compactada em tamanho, pelo número de alas reduzidas. E fizemos também alguns ajustes na cabeça, na posição das baianas, na ala dos compositores que vem concentrada, ao invés de solta como em anos anteriores”, contou.

Um carnaval maior e melhor que o passado

Em seu retorno para a Santa Cruz no último carnaval, Cahê Rodrigues assinou o enredo “Ruth de Souza – Senhora liberdade. Abre as asas sobre nós!” e alcançou um quinto lugar, a melhor colocação da escola na Série A desde 2011. Para o carnavalesco, um feito que deve ser superado pelo desfile deste ano.

“Acho que a Santa Cruz precisa entender e acordar para a potência de escola que é. Meu primeiro contato com Santa Cruz foi em 1995, quando conheci uma super escola e essa escola adormeceu. O carnaval em homenagem a dona Ruth de Souza trouxe de volta o brilho para aquela comunidade. O povo acordou, começou a enxergar que a escola tem potencial, tanto que percebo hoje uma quadra mais feliz e disposta a ir para Avenida brigar por uma boa colocação. É claro que o quinto lugar traz uma responsabilidade maior e a expectativa é de uma posição melhor que a do ano passado, apesar do grupo esse ano estar mais forte. Porém, temos um grande enredo e um ótimo samba, então a escola está com bem mais estrutura que no último carnaval”, avaliou.

E mesmo com as dificuldades financeiras, Cahê promete fazer um carnaval maior e melhor, plasticamente, que o último. Entre as novidades, está o uso de acoplamento no abre-alas, além da aposta na movimentação de escultura, através do trabalho dos profissionais oriundos do Festival de Parintins.

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“A Santa Cruz tem uma estrutura de carros grandes, então isso já da um volume bacana de alegoria. Eu estou mantendo as bases do ano passado, mas claro que mexendo em algumas coisas: modifiquei algumas frentes, temos um abre-alas acoplado, além de ter mais movimentação nos carros do que no último carnaval. Em termos alegóricos, está bem melhor do que foi em 2019”, garantiu.

O artista ainda revelou que tem na abertura do desfile a sua grande aposta para 2020. Para ele, a entrada, junto com os quesitos de chão, são os grandes trunfos da Santa Cruz.

“A escola está bem motivada, o samba é muito bom, o chão da escola está muito mais forte , vejo uma comunidade mais presente nos ensaios. Acredito muito na nossa abertura também. Barbalha é conhecida como a terra dos verdes canaviais, então a beleza dessas terras vão levar um pouco de encantamento para a abertura da Santa Cruz. E com a bênção de Santo Antônio, que é o padroeiro da cidade”, assegurou.

Entenda o desfile

Quarta escola a se apresentar no sábado de carnaval, a Santa Cruz irá para Marquês de Sapucaí em 2020 com cerca de 1700 componentes, além de 21 alas, três alegorias (sendo o abre-alas acoplado) e um elemento cenográfico. O enredo “Santa Cruz de Barbalha: Um Conto Popular no Cariri Cearense” será contado pela agremiação ao longo de três setores, como explica o carnavalesco Cahê Rodrigues:

Setor 1: “O primeiro setor é a beleza da terra dos verdes canaviais. A gente vai falar do início da construção da cidade, da economia, dos engenhos de rapadura, então é um setor mais voltado para a parte econômica e histórica de Barbalha”.

Setor 2: “No segundo momento do desfile, falamos sobre a festa do Pau da Bandeira, que é o fogo que movimenta Barbalha. É o folclore, as danças, as crendices populares… Todo esse universo que é muito forte para o povo nordestino e que estará presente no segundo setor”.

Setor 3: “E o terceiro momento é quando a Santa Cruz te convida à ir para Barbalha. A sinopse brinca com isso:‘Santa Cruz de Barbalha’. Então, é como se a escola te convidasse para conhecer as maravilhas dessa cidade. Do Sambódromo à terra de Santo Antônio”.

Substituta de Sabrina Sato na Vila Isabel, Aline Riscado revela seu segredo

Por Victor Amancio

Modelo, atriz e bailarina. Aline Riscado se prepara para o seu primeiro ano como rainha de bateria da Unidos de Vila Isabel. Figura presente em vários ensaios da agremiação da terra de Noel, a rainha mostrou dedicação durante o pré-carnaval. Em sua estreia, Aline Riscado já encontra um grande obstáculo: reinar no lugar de Sabrina Sato. A apresentadora desfilou a frente da Swingueira de Noel durante nove anos e ainda é aclamada pela torcida e os apaixonados pelo carnaval. Aline diz que não pensa na responsabilidade e sim em dar o seu melhor para escola.

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“Sem dúvida, os olhares se voltam para o cargo que hoje eu ocupo na Vila, ainda mais por ser uma substituta da Sabrina, mas não penso na responsabilidade, penso que vou dar o meu melhor, sempre, independente de quem eu esteja substituindo, estou ali para ser parte da Vila e me entregar para a comunidade, cada dia mais, como estou fazendo”.

Pensando em conquistar a escola e seus ritmistas Aline diz que o segredo é ser ela mesma.

“Ser nós mesmos. Mostrar, que estamos ali para contribuir com o crescimento da escola, e sem dúvidas deixar a essência falar mais alto, dar o amor sem esperar nada em troca e viver cada momento, como se fosse o último, afinal, é isso que tem tornado cada ensaio mais emocionante”.

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Sobre o samba a rainha explica que a sua formação como bailarina a ajuda e que desde o mês de agosto ela está se preparando com aulas de samba. Além do samba no pé, o grande público espera as fantasias das rainhas, Aline conta que sua roupa está sendo produzida pelo estilista Henrique Filho e que será linda.

“O responsável pela minha fantasia é Henrique Filho, estamos preparando uma fantasia linda, não posso falar muito ainda, mas falta pouco, para vocês conferirem. O que posso adiantar é que vai ser uma fantasia leve, confortável, quero me divertir na avenida. Claro, terá glamour, mas eu acho que temos que nos divertir acima de tudo, curtir o momento, a emoção e nos entregarmos, sem nada que incomode meu desempenho na Sapucaí”.

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Na concepção da atriz simpatia e felicidade são fatores primordiais para reinar a frente de uma bateria. A rainha neste mês visitou o morro dos Macacos, comunidade da Vila Isabel, para ter um contato maior com o povo de Noel.

“Simpatia e felicidade não podem faltar em uma rainha. O contato com a comunidade, com a escola, estamos ali representando um povo, é preciso que conheçamos este povo, sua história, suas batalhas, para que nos tornemos uma família e estejamos dispostas a representa-los no carnaval, momento que os olhares do mundo estão voltados pro nosso país”.

MetrôRio funcionará 24h durante o Carnaval 2020

    O MetrôRio terá um esquema especial de funcionamento durante os cinco dias de Carnaval. Os trens circularão sem interrupção a partir das 5h de sexta-feira até as 23h59 da terça-feira. A partir das 5h de sábado até as 23h59 de terça-feira, as composições da Linha 2 farão o trajeto direto entre a estação Pavuna e a estação General Osório, sem necessidade de transferência em Estácio.

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    Para a ida e volta dos blocos e do desfile das escolas de samba, no Sambódromo, o MetrôRio recomenda que os clientes comprem os cartões de embarque e desembarque ou façam a recarga do cartão Giro com antecedência para evitar filas. Durante toda a operação de Carnaval, serão aceitos o cartão Giro, o cartão pré-pago, Bilhete Único, Vale-Transporte e RioCard.

    Segundo Daniel Habib, diretor de Operações do MetrôRio, uma boa opção é planejar o valor da recarga do cartão Giro considerando todos os dias da folia. “O cliente do cartão Giro ainda tem a facilidade de fazer a recarga pelo celular ou computador, sem sair de casa. Assim, os foliões evitam filas e embarcam mais rapidamente no sistema”, enfatiza.

    Sapucaí e Terreirão do Samba

    O MetrôRio é a melhor opção para os foliões que vão aproveitar os desfiles na Sapucaí e os shows no Terreirão do Samba. Quem vai assistir ao desfile nos setores do lado ímpar ou desfilar nas escolas que se concentram perto do edifício Balança Mas Não Cai deve optar pelo desembarque na estação Central. Para os foliões que irão ao Terreirão do Samba, a estação Central também é a indicada.

    Já a estação Praça Onze é a mais próxima para os passageiros que adquiriram ingressos para os setores pares ou irão brincar nas escolas que se concentram ao lado do edifício dos Correios.

    Estações com funcionamento especial

    As estações Catete e Presidente Vargas fecharão à meia-noite de sexta-feira (21/02) para sábado (22/02) e só reabrirão às 5h da quarta-feira de cinzas (26/02).

    Na estação Cinelândia, os acessos Passeio (acesso D) e Presidente Wilson (acesso E) ficarão abertos apenas para desembarque e embarque, respectivamente, das 6h às 20h entre o sábado (22/02) e a terça-feira (25/02), exclusivamente para clientes com cartões pré-adquiridos (cartão Giro, cartão unitário e pré-pago do MetrôRio, cartões RioCard, Bilhete Único e Vale-Transporte). Os demais passageiros poderão comprar seus cartões e embarcar nas estações mais próximas: Carioca e Glória, que contarão com bilheterias na área externa.

    A estação Nossa Senhora da Paz também terá um esquema especial: a partir das 18h de sábado (22/02), domingo (23/02), segunda-feira (24/02) e de terça-feira (25/02) não haverá venda de cartões. Os clientes que desejarem comprar um bilhete deverão dirigir-se à estação General Osório, que contará com bilheterias e estrutura especial na área externa para agilizar a compra dos cartões e o embarque. Ainda em Nossa Senhora da Paz, somente o acesso Joana Angélica permanecerá aberto após as 18h.

    Funcionamento das bilheterias

    Por questões de segurança, as estações terão suas bilheterias fechadas durante a madrugada: de 0h às 5h de sábado (22/02) até a terça-feira (25/02). Somente as estações General Osório, Carioca, Central, Praça Onze e Cidade Nova contarão com bilheterias funcionando 24h. Como alternativa na madrugada, as demais estações terão máquinas de autoatendimento (que aceitam pagamento em dinheiro, cartão de débito ou cartão de crédito) para a compra dos cartões, com valor mínimo de recarga de R$ 8,00 (valor de R$ 3 do casco mais R$ 5 de recarga mínima).

    Medidas de segurança

    Durante toda a operação especial de Carnaval, algumas escadas rolantes permanecerão desligadas. A medida tem como objetivo a prevenção de acidentes com fantasias e adereços, muito comuns nesta época do ano.

    Não será permitido o embarque com bicicletas, pranchas de surfe, grandes volumes e sacos de gelo durante a operação especial de Carnaval.

    É proibido impedir o fechamento das portas dos trens.

    Metrô Na Superfície

    De sexta-feira a terça-feira, as linhas Botafogo-Gávea e Antero de Quental-Gávea funcionarão das 5h à meia-noite, mantendo as estações iniciais e finais. O itinerário das linhas de extensão e seus pontos intermediários poderão sofrer alterações de acordo com as condições de trânsito, sempre com a orientação da CET-Rio ou da Guarda Municipal.

    Dicas de segurança para os passageiros

    O MetrôRio está operando em esquema especial nos finais de semana até o início de março para atender ao público que está curtindo os eventos de pré, pós e carnaval. Além das ações de reforço no efetivo de segurança e de atendimento e alterações na operação, a colaboração dos clientes também é essencial para o sucesso e segurança da operação. Por isso, a concessionária elaborou uma série de dicas para orientar os usuários:

    – Ficar atento às proibições de embarque (grandes volumes e veículos) e nos dias de folia, em especial, não transportar ou utilizar garrafas de vidro, pois o descarte irregular pode provocar acidentes graves;

    – Não sentar no chão da composição ou travar o fechamento das portas, que pode atrasar a viagem e provocar acidentes;

    – Não ultrapassar a faixa de segurança devido ao risco;

    – A gentileza não pode ser esquecida nos dias de folia, portanto devem-se respeitar os assentos preferenciais e ajudar pessoas com deficiência ou necessidades especiais ou acionar apoio das equipes de segurança;

    – Não depredar ou vandalizar as composições e estações. Além de ser crime de dano ao patrimônio, atrasa a viagem e pode prejudicar a operação. Em caso de flagrante, denuncie às equipes de segurança;

    – Não descarte lixo no interior dos trens, nas dependências das estações e principalmente nas plataformas, pois pode prejudicar a operação;

    – Ter paciência ao embarcar e desembarcar e seguir as orientações dos operadores de fluxo. A pressa pode gerar tumulto e prejudicar ainda mais a mobilidade;

    Compra com antecedência

    A operação da concessionária contará com alterações nas linhas e fechamento de estações para mitigar impactos no fluxo e promover a mobilidade no escoamento dos eventos. O MetrôRio solicita que os passageiros fiquem atentos às mudanças e adquiram os bilhetes de volta com antecedência para evitar filas. Além disso, é necessário cooperar com atitudes que ajudam a manter a viagem mais tranquila e segura para todos, como segurar as portas da composições, sentar no chão e também seguir as orientações dos operadores de estação.

    Cartão Giro e pagamento por aproximação

    Para facilitar a entrada no sistema, a concessionária sugere a compra, com antecedência, do cartão Giro. Os clientes podem planejar a viagem através do aplicativo MetrôRio. Quem tem cartão de crédito Visa com tecnologia NFC consegue embarcar diretamente nas catracas sinalizadas.

    Elza Soares visita o barracão da Mocidade e diz que carnavalesco conseguiu entender sua vida

    A Mocidade Independente de Padre Miguel viveu uma tarde de muita emoção nesta segunda-feira, em seu barracão, na Cidade do Samba. A grande homenageada do enredo da escola em 2020, Elza Soares, visitou a fábrica de alegorias e fantasias da verde e branca, e conheceu tudo o que a agremiação mostrará na Avenida no próximo dia 24 de fevereiro. (Foto: Raphael Vidal/Divulgação)

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    Durante pouco mais de duas horas, Elza viu todo o desenvolvimento proposto pelo carnavalesco Jack Vasconcelos. Passeou pelos quatro andares do barracão, se emocionou, e aprovou a forma com que sua história será contada. Foi bastante requisitada também pelos funcionários da escola, tirou fotos, conversou, e conheceu uma homenagem feita pelo pintor de arte Andrew Viana em uma das paredes do quarto andar do pavimento.

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    “Estou muito emocionada com tudo o que vi e tenho certeza que será um desfile lindo. O Jack conseguiu entender a minha vida de uma forma única. Estou ansiosa pelo desfile e pra ver o meu povo de Padre Miguel entrar com muita com muita garra na Avenida. Vamos lutar forte pelo título”, afirmou Elza.

    A Estrela Guia da Zona Oeste será a quinta escola a desfilar na segunda-feira de folia. A fantasia de Elza Soares será uma criação de Léo Belicha e Érika Rosa. A execução é do atelier Érika Rosa e o design de pedras de Andrea Pacci.

    Salgueiro encerra temporada de ensaios nesta quinta com Baile à Fantasia

    Como já é tradição na Vermelha e Branca do Andaraí, a semana que precede a folia marca também o fim dos ensaios na Rua Silva Teles com um baile à fantasia.A partir das 20h30, os portões vão ser abertos para receber os foliões que poderão concorrer a diversos prêmios ao longo da noite. Os donos das fantasias mais criativas vão receber desde brindes exclusivos da escola, até ingressos para assistir o desfile oficial do Salgueiro.

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    No comando da festa, a bateria Furiosa. A entrada custa R$30 e pode ser adquirida através do site www.ingressocerto.com.br ou na bilheteria da quadra no dia do evento. Vendas de camarote e reserva de mesas serão feitas através do telefone (21) 2238 9226. A Classificação é 18 anos. A quadra do Salgueiro fica na Rua Silva Teles, 104 – Andaraí.

    Feijoada do Salgueiro confirmada para o mês de março

    Também foi confirmada para o dia 08 de março, a Feijoada do Salgueiro que acontecerá em celebração ao Dia Internacional da Mulher. A agitação fica por conta do Grupo Molejo e do Família Retrô. Os ingressos antecipados saem a R$40 com direito a feijoada e a venda começa já nesta quarta.

    Serviço: Baile à Fantasia do Salgueiro

    Data: 20 de fevereiro, quinta-feira

    Horário: a partir das 20h30

    Valor: R$30 (pista)

    Classificação: 18 anos

    Informações e vendas de camarotes ou mesas: (21) 2238 9226

    Endereço: Rua Silva Teles, 104 – Andaraí

    Entrevistão com Alex de Souza, do Salgueiro: ‘Nosso enredo tem diversidade e trata o circo repaginado’

    Alex de Souza, carnavalesco do Salgueiro, conversou com a nossa equipe na série “Entrevistão”. O artista salgueirense fala do enredo de 2020 e da relação com o torcedor da escola. Confira abaixo o bate-papo completo.

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    Após o surpreendente desfile de 2019 o que o salgueirense pode esperar de 2020?

    “Primeiro que a escola nunca fez uma enredo de circo, nunca teve um tema desse e isso já é um diferencial. É algo ‘pra cima’, mais astral, de colorido, de movimento, de efeito, de corpo. Terão artistas circenses participando do desfile e creio que essa emoção em relação a história dele, essa questão politizada dessa representatividade negra são os ingredientes que fazem parte aí de um desfile diferenciado. Esse ano que passou, tivemos Xangô, que é uma coisa muito ligada a escola e tudo. Mas esse tem uma diversidade, um tratamento, até porque teremos toda uma coisa do circo antigo e ele sendo repaginado, teremos toda uma sofisticação. E eu espero que dê certo”.

    As fantasias apresentadas foram muito elogiadas .O que o salgueirense pode esperar do conjunto de alegorias?

    “Pode esperar a mesma linha do que eu já se viu de fantasias. É uma inspiração vintage, de circo antigo, mas naturalmente com toques de modernidade para dar um equilíbrio necessário. A escola vem bem colorida e eu espero que, até com o trabalho que a gente vai ter com artistas de circo que dê um algo a mais para escola. E fora isso é o que a escola tem mesmo de chão, de harmonia, canto, bateria e essas coisas que já é uma escola muito aguardada por causa disso, independente de enredo, é o desfile em si”.

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    Como você tem visto essa onda de enredos críticos?

    “Eu acho interessante e percebo ser uma onda. De tempos em tempos temos temáticas que caracterizam os desfiles. Nos anos 60 os enredos eram críticos em cima da ditadura militar. Sofreram até censura na época. Nos anos 70 eram determinados temas pró governo militar, reverenciado os feitos do golpe. Nos anos 80. pós anistia, anterior à Nova República, vivemos um período interessante de críticas com humor. A São Clemente e a Caprichosos faziam com toda propriedade, faziam coisas engraçadas. O próprio Fernando Pinto em ‘Como era verde meu Xingu’ pedia a demarcação das terras indígenas. O Salgueiro com ‘E porquê não?’. Tinha um polvo que segurava o Sarney e o Ronald Reagan (presidente americano). O carnaval só faz sentido se tiver denúncia e crítica. Somos cronistas da sociedade. A Rosa foi quem trouxe essa nova fase com aquele enredo da São Clemente. O Leandro Vieira já é um cara mais incisivo. Vivemos hoje uma polarização muito forte na sociedade. Cada um define um lado, pegam uma ideologia e fazem daquilo um time de futebol. Tem de haver um equilíbrio. A escola de samba deve sim retratar o momento atual. Precisamos de mais força e liberdade para na brincadeira carnavalesca mostrar os podres”.

    Como você lida com o fato de ainda não ter conseguido ser campeão?

    “É muito bom quando te dão liberdade e condição para realizar um projeto. Se tiver esse reconhecimento da escola, público e imprensa, você sem dúvida fica satisfeito. Compensa tanta luta. Agora, um título é um título. O que fica na história é o vencedor. Apesar de exemplos no carnaval de desfiles que não ganharam e são mais lembrados que alguns que ganharam. Mas que é bem-vindo é”.

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    Você tem um desfile seu que tenha mais carinho?

    “Eu gosto de todos os meus filhos, mas reconheço que determinados carnavais eu poderia ter tido um desempenho melhor ou as circunstâncias poderiam me levar para um caminho melhor. Eu gosto de publicar nas redes sociais imagens de meus antigos trabalhos. Às vezes encontro imagens que nunca tinha visto e publico. Eu me sinto orgulhoso e feliz em ter realizado determinados projetos”.

    Como você se relaciona com a torcida do Salgueiro, que é muito apaixonada?

    “Eu procuro manter uma certa distância, pois meu trabalho é muito intenso e focado. Metade do ano eu faço um trabalho solitário de pesquisa e na outra metade venho ao barracão coordenar as equipes. Vou pouco à quadra, e todas as escolas sempre respeitaram esse meu lado introvertido. Já fui folião, de desfilar e curtir. Mas a responsabilidade do trabalho é muito diferente. As pessoas da escola que tenho contato direto são líderes de segmentos. Com as redes sociais sempre tem torcedores que mandam recados, perguntam, desejam sorte”.

    Série barracões: Vila Maria apresenta imagem diferente da China e desfile com mensagem de união

    Por Matheus Mattos

    O especial de barracões do carnaval de São Paulo visitou dessa vez o projeto da Unidos de Vila Maria para o carnaval 2020. A agremiação homenageia a China, através do enredo: “A Grandeza da China e Suas Mentes Sábias e Brilhantes, Remetem ao Mundo os Seus Encantos. O Sonho de um Povo Embala o Samba e Faz a Vila Sonhar”. O carnavalesco responsável pelo desenvolvimento do carnaval, Cristiano Bara, conversou com o site CARNAVALESCO e explicou abordagem diferenciada.

    “A gente não tem aquela famosa ideia de enredo CEP. A gente faz uma grande homenagem à China por tudo que contribuiu, contribui e irá contribuir pro futuro do planeta. A China tem problemas como todos os outros, não é um mar de rosas, mas é uma receita que deu certo. É um enredo sonhado junto com eles, os chineses estão felizes, estão participando, eles vistam quase todos os dias o barracão. Eles vão desfilar e estão aprendendo a cantar o samba, mesmo sendo de uma língua totalmente diferente”.

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    O carnavalesco, junto ao presidente, viajou à China para conhecer detalhes antes da elaboração do projeto. Cristiano ficou por 45 e, segundo ele, mudou todo carnaval após experiências vividas.

    “Na realidade, a gente já uma ideia, e quando chegou lá mudamos completamente. Respirar aquilo, viver o que vivemos, deu vontade de colocar tudo na mala para que todos sentissem, tanto a escola quanto o público. O panda, por exemplo, encanta de uma forma que você tem vontade de pular e abraçar, ele hipnotiza. A gente fez o carnaval em cima de emoções. Fomos muito bem recebidos pelos governantes, temos o aval do governo pra fazer esse carnaval. Lá nós experimentamos várias emoções. Eu fui num restaurante em que o menino estava trabalhando muito feliz, no segundo dia ele tava também, no terceiro eu resolvi perguntar pra ele o motivo da felicidade. Ele me respondeu que trabalha feliz simplesmente porque tem a faculdade de manhã e um trabalho de tarde pra poder sustentar a família dele. Ele tinha liberdade de fazer o que ele queria, quando e como desejasse, e isso o deixava feliz”.

    O artista complementou que país asiático busca mostrar uma nova cara e desmistificar mitos criados.

    “Muitas pessoas falam ‘ah na China não pode isso, não pode aquilo’, eu fiz tudo o que queria e tive vontade, sem proibição nenhuma. Eles têm regras, um controle para que não vire bagunça. A China não é mais fechada, ela quer se abrir, ela quer participar mais do mundo, e quer também que o mundo participe dela. Ela quer experimentar a magnitude e a dimensão que tem o carnaval paulistano”.

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    Durante a elaboração do carnaval, Cristiano pontuou postura da região em prol a natureza.

    “Acho muito interessante a preocupação deles de não poluir mais, e unir a tecnologia de reaproveitar a água, aproveitar melhor o vento, pra que a gente não polua o planeta. Eles poluíram bastante no passado, mas hoje tem essa consciência de limpar. Os prédios construídos com menos de 20 anos precisam produzir 20% da energia que ele consome, ou seja, ele só pode comprar 80%, e isso cria uma a consciência ambiental no local”.

    Perguntado sobre quais pontos de destaques durante o desfile, Cristiano revelou: “A gente tem cinco momentos diferentes e que chamam a atenção do público. Como a gente falar muito de tecnologia, a gente tem interação em quase todos os carros. O abre-alas vai encantar de uma forma mais amena, até por falar de uma China mais antiga. As seguintes envolvem mais detalhes, como se seguisse a evolução da China e do ser humano. O sambista vai perceber que, mesmo estando do outro lado do mundo, a união fortalece”.

    Trabalho interno evolui chão da escola

    A Unidos de Vila Maria vem almejando e conquistando resultados maiores. No último carnaval, a agremiação alcançou a quarta posição do carnaval. Segundo Cristiano Bara, evolutiva é resultado de trabalho interno e tratamento especial com comunidade.

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    “Eu escolhi vir pra Vila Maria. Antes eu fiz um estudo de todas as escolas, e percebi que a escola tinha um potencial muito grande, mas precisava de ajustes, tanto no artístico quanto na forma de desfile, precisava de pessoas que enxergassem essa vontade de evoluir. Com a vinda, acabamos conversando muito com a escola. Não é algo que partiu do Cristiano, mas quando mexemos na estética da escola, a diretoria enxergou que o chão da escola precisava de uma alteração. Foi um trabalho de formiguinha pra que a escola fortalecesse. Eu posso gastar milhões num carnaval, fazer algo grandioso, mas seu não tiver a comunidade pra dar vida, não adianta de nada, e a escola percebeu isso. A gente tem um trabalho de trazer componentes e chefes de alas aqui no barracão pra entender o enredo, entender as alas, entender o que o seu corpo representa na narrativa. Hoje a escola já desfila mais tranquila, antes a gente via que era uma coisa mais tensa, e isso acabou”.

    Conheça o desfile

    A Vila Maria vai desfilar com 2.900 componentes, em cinco alegorias e 23 alas.

    1° SETOR

    “No início a gente fala da construção dos grandes impérios chineses, aqui tem Dragão, todos os elementos e mostramos os principais inventos do local. Bússola seca, pipa, fogos, pólvora, tinta e outras invenções”.

    2° SETOR

    “Depois a gente divide em ciências. A China tem medicinas através das agulhas, a filosofia, a matemática, arquitetura”.

    3° SETOR

    “Depois a gente tem a ciência nas artes inventada pela ópera de Pequim. Temos também astronomia, onde tem o primeiro elemento que fez a medição dos astros e deu início aos estudos”.

    4° SETOR

    “A partir daí vamos para um processo de conhecimento de Confúcio, ele é um grande filósofo que deu valor ao ser humano e a relação um com o outro. Ele tem uma passagem que diz ‘os dois joelhos no chão você só coloca pro pai e mãe, que foi quem te deu a vida. Outra autoridade, é apenas um joelho’. É um ensinamento lá de trás e que se a gente usar hoje, o mundo melhora bastante. No enredo a gente fala também o quanto a China evoluiu em 70 anos, o que talvez o mundo não tenha evoluído em 500. Eles têm emprego, tem produção, se preocupa com a biodiversidade. Em uma das alegorias a gente mostra um prédio todo preocupado com a biodiversidade. A gente mostra também que a China impulsiona os mercados do mundo, em qualquer lugar que você vai pra comprar, tudo ta lá vindo da China”.

    5° SETOR

    “A grande mensagem no final do enredo é que a gente tem que se unir. A China tem 56 etnias que se confrontavam umas com as outras. Hoje elas vivem em paz e transformaram o país nessa potência”.

    Sambódromo do Anhembi: Conheça detalhes de estrutura do palco dos desfiles das escolas de São Paulo

    O carnaval de São Paulo vem a cada ano se reestruturando e conquistando mais visibilidade no cenário nacional. Assim como a organização, as escolas de samba do estado não ficam pra trás e investem mais a cada no projeto apresentado nos dias de desfiles. Mas, afinal, você conhece o palco do espetáculo paulistano? Sabe a história? Conhece a estrutura? Como as escolas de samba se organizam pra entrar na pista? O site CARNAVALESCO explica detalhes para que entenda tudo do local.

    pista

    O sambódromo do Anhembi foi inaugurado em 1991, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que também assinou a construção da Marquês de Sapucaí. Antes da inauguração, os desfiles aconteciam na Avenida Tiradentes. Sobre a estrutura, a área contém dez torres de jurados e dez setores de arquibancadas identificadas por letras, no caso do A até o J. O local comporta 30 mil pessoas e a pista tem 530 metros de comprimento por 14 metros de largura. Shows, eventos, festas, feiras, entre outras atividades com alto número de público também são realizados no sambódromo.

    Para que não haja confusão, o Anhembi é um complexo cultural-comercial, ou seja, ele não abriga somente o sambódromo. O espaço conta também com o palácio de convenções e o pavilhão de exposições.

    Vista da Monumental by VeraCosta

    O palácio de convenções contém diversos auditórios, halls, salões de festas, cozinha industrial, lago, terraço, espaço modular, camarins. O ambiente pode abrigar eventos como: Palestras, Festas, Congressos, Convenções, Formaturas. Ele possui 36 mil m².
    Já o pavilhão de exposições tem 76,2 mil m², muito procurado para grandes feiras. Durante os dias de desfile o local é reservado para estacionamento.

    Concentração

    Antes de explicar cada setor, é importante explicar a concentração, área que antecede a pista principal e que também é conhecida como “Arena Anhembi”. Nos ensaios técnicos, a região é reservada para a organização das escolas com as alas, afinação da bateria e um pequeno espaço para alimentação. Nos dias de desfiles, todo o ambiente é reservado exclusivamente para as alegorias das agremiações mais próximas a apresentar seu carnaval. Algumas escolas aproveitam também pra finalizar as alegorias, detalhes, acabamentos, etc.

    Nos dias em questão, a concentração dos componentes e bateria é feita ao lado do Pavilhão de Exposições. Até chegar ao palco principal, cada folião deve andar pouco mais de 600 metros. O trajeto é feito por dentro do Anhembi.

    Sambódromo do Anhembi

    Palco principal dos desfiles das escolas de samba, o sambódromo tem muitos detalhes que passam despercebidos. Além da pista, já detalhada no começo do texto, existem tem 10 arquibancadas. A maior dela é a do setor B, conhecida popularmente como “Monumental”. Por não haver nenhuma torre de jurados perto, as escolas usam esse espaço pra apresentar diferentes surpresas. A bateria solta mais paradinhas, o casal apresenta uma coreografia diferenciada, e isso se estende por toda escola.

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    Já as torres de jurados são divididas de forma igual, como são dez ao todo, cinco ficam em cada parte. A separação dos quesitos é dessa forma:

    Torre 1: cronometrista e locutor.
    Torre 2: enredo, alegoria, bateria, samba enredo e harmonia.
    Torre 3: casal, evolução, fantasia e comissão de frente.
    Torre 4: comissão de frente, evolução, alegoria, casal e fantasia.
    Torre 5: bateria, samba enredo, enredo e harmonia.
    Torre 6: evolução, comissão de frente, bateria, harmonia e samba enredo.
    Torre 7: enredo, alegoria, fantasia e casal.
    Torre 8: enredo, casal e fantasia.
    Torre 9: alegoria, samba enredo, bateria e harmonia.
    Torre 10: comissão de frente, evolução e Cronometrista II.

    A pista conta com grades nas laterais para separar os componentes de qualquer influência externa, como seguranças e imprensa. O corredor também é aproveitado por integrantes da harmonia e dirigentes, que conseguem andar por toda escola sem atravessar as alas. Os espaços da mesma altura da pista são reservados para deficientes e camarotes.

    Dispersão

    Também conhecido como “Nova Arena”, a localidade é o final do desfile. Pelo tamanho, nos dias de ensaios técnicos o local também serve como estacionamento. Já em dia de desfiles, as alegorias do dia seguinte são guardadas ali. Ou seja, as escolas que desfilam no sábado de carnaval só vão para a concentração depois que os desfiles de sexta acontecem.

    É importante pontuar também que, o terreno ao lado da Rua Olavo Fontoura também serve para abrigar os carros alegóricos. Resumindo, antes do primeiro dia de desfile, as alegorias das escolas de sexta ficam na concentração, as de sábado na dispersão e as do acesso no terreno ao lado. Conforme os dias de desfiles passam, a ordem muda.

    Lutar sem desistir: Felipe Corrêa, ritmista da Grande Rio, quebra barreiras do preconceito no carnaval

    Por Victor Amancio

    O samba, na teoria, é um lugar democrático onde todxs tem espaço. Não importa quem você seja ou o que você tenha, o principal é o amor pelo carnaval e as escolas de samba. Na prática, encontramos algumas barreiras e não foi diferente para Felipe Chocalheiro. Cadeirante e ritmista da Grande Rio, o jovem enfrentou preconceito para conseguir desfilar no carnaval carioca. Apesar das dificuldades enfrentadas, o ritmista diz que o samba para ele é um hobby e um lugar onde ele fez amigos.

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    “O samba representa é um hobby, é onde fiz amigos, onde abri o olho para muitas coisas na vida. Representa muito na minha vida. Sofro e sofri com a discriminação não só no carnaval, sofro para conseguir um emprego, para conseguir estudar. Eu inocente, quando mais novo, achava que no carnaval não encontraria isso por ser um mundo mágico e existiu e fico feliz de ter quebrado essa barreira. Estou aqui mais um ano brigando pelo meu espaço”.

    No carnaval desde 2011, quando fez sua estreia na União de Jacarepaguá, Felipe conta que uma escola não permitiu sua entrada na bateria por preconceito a sua deficiência e como chegou na Grande Rio.

    “Eu tentei começar no carnaval em 2010, quando tentei desfilar numa bateria e no primeiro ano foi alegado falta de vaga e no segundo ano foi alegado problema no regulamento. Depois eu descobri que era mentira pois desfilei na União de Jacarepaguá, que foi a primeira escola que me abriu as portas como ritmista, e naquela época a União fazia parte da mesma Liga da outra agremiação. No dia do desfile em 2011, conheci o mestre Ciça que na época estava na Grande Rio, me pediu para ir na escola fazer um teste e se eu tocasse do jeito que ele gostava faria parte da bateria dele”.

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    Em sua estreia no Grupo Especial, a Grande Rio tinha um enredo que tratava da superação, por conta do incêndio que a escola enfrentou no ano anterior. O ritmista explicou a importância daquele desfile e samba para ele.

    “Entrar na Grande Rio em 2012, ano em que o enredo era a Superação, representou muita coisa para mim. Eu estava vindo de dois momentos onde fui discriminado na bateria por ser cadeirante, dois anos seguidos, então chegar na escola naquele momento e ter torcido para um samba que foi vitorioso que cantava “Quem me viu chorar, vai me ver sorrir” foi inexplicável”.

    Sobre o mestre que lhe abriu as portas para tocar na elite do carnaval, o ritmista fala da importância de Ciça para sua trajetória no carnaval.

    “O Ciça foi meu primeiro mestre de bateria no Grupo Especial, ele é um cara que eu respeito e bato cabeça onde quer que eu encontro. Já tive outros mestres como o Thiago Diogo, o Nilo Sérgio e atualmente o Fafá. O Ciça para mim foi quem abriu as portas do Grupo Especial e sou grato a ele”.

    O ritmista comenta o que o samba representa em sua vida.

    “O samba representa um hobby para mim, não ganho dinheiro, é onde fiz alguns amigos e conheci o amor da minha vida, Paulinha Lemos, minha namorada. Ela vem me ensinando muitas coisas, principalmente no samba, me ajuda e está sempre comigo me dando apoio e torcendo, assim como meus pais que também são muito presentes nesses momentos. Não só no carnaval, sofri e sofro discriminação, para conseguir um emprego, para conseguir estudar. Eu quando mais novo, achava que no carnaval não encontraria isso por ser um mundo mágico e existiu. Fico feliz de ter quebrado essa barreira. Estou aqui mais um ano brigando pelo meu espaço. Sou grato ao meu amigo Jorjão, que me trouxe para essa escola e que aqui estou por tanto tempo”

    Série Barracões da Série A: Porto da Pedra aposta no matriarcado e simbolismo das baianas

    Por Diogo Sampaio

    Consideradas como as matriarcas do samba, as baianas são figuras emblemáticas, de grande representatividade para cultura e religiosidade afro-brasileira. No carnaval de 2020, a Porto da Pedra irá narrar a história dessas mulheres negras, que desembarcaram como escravas no cais do porto de Salvador, para posteriormente ganharam as ruas da cidade soteropolitana com seus tabuleiros, repletos de quitutes, até a vinda delas para o Rio de Janeiro, já depois de livres, trazendo seus ritos e ritmos para então capital do país.

    Responsável por desenvolver o enredo “O que é que a Baiana tem? Do Bonfim à Sapucaí”, Annik Salmon recebeu a reportagem do site CARNAVALESCO no barracão da vermelha e branca de São Gonçalo. Durante conversa, a artista contou como foi sua chegada à escola. Na ocasião, a Porto da Pedra já havia definido a temática do enredo sobre as baianas e divulgado uma primeira sinopse, elaborada pelo historiador Alex Varela.

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    “A chegada na Porto da Pedra foi boa, satisfatória. Gostei muito quando soube que ia falar sobre baianas: baiana do acarajé, quituteira, baiana do carnaval… E eu e o Alex Varela já trabalhamos juntos na Vila em 2006, ele escrevia para o Louzada (Alexandre Louzada, carnavalesco), de quem eu era assistente na época. Então, ele foi bem solícito, conversamos sobre toda a proposta do enredo, me passou tudo, mas ele só escreveu o primeiro texto. Toda a parte de defesa, de divisão de setores, de ala, de carro, foi comigo. Existia uma temática, um texto quando eu assumi, que foi divulgado na internet, mas que a gente mudou. Eu aproveitei bastante coisa do que ele escreveu, mas eu dei mais a minha cara. A sinopse que ele fez no início, estava dividida por setores, por exemplo. Eu refiz como texto único, que eu gosto mais. Quando ele escreveu, fez pensando em cinco alegorias, e a gente só têm direito a três, além de um tripé. Portanto, tive que mudar isso para se encaixar dentro do queria falar, enfatizar o que eu acho que é mais importante”, relatou.

    Primeiro trabalho solo e retorno às divisões de acesso

    O desfile da Porto da Pedra de 2020 será o primeiro trabalho solo de Annik Salmon na carreira. Até o ano passado, ela era membro integrante da comissão de carnaval da Unidos da Tijuca, no Grupo Especial. Para o site CARNAVALESCO, ela falou das diferenças entre trabalhar sozinha e em equipe.

    “Trabalhar em comissão é aquilo: são vários artistas, com várias ideias, vários pensamentos, várias áreas estéticas, que tem de se juntar e entrar em um acordo para desenvolver o desfile. Então, a gente fica algo misturado. A prova disso é o ano passado, que teve muita mistura de estética diferente. Os anos que tiveram mais unidade foram no início, que eram com o Mauro (Quintães, carnavalesco) na comissão, uma pessoa ótima, que tem ideias muito boas. Já o ano do Miguel Falabella, em que ficamos eu, o Marquinhos (Marcus Paulo, carnavalesco) e o Hélcio (Paim, carnavalesco), foi o mais fácil de trabalhar, de criar, pois nós temos um entrosamento muito bom. Mas aquilo também, tem que ter a opinião de todo mundo e tal. Você tem que saber ouvir e tem que saber receber as ideias. Já quando está trabalhando sozinho, é o que você pensa e acabou. É claro que também existem profissionais que trabalham contigo, que podem vir a te dar uma ajuda. Quando as ideias são ótimas e vem para solucionar um dilema, eu sou a primeira pessoa a aceitar. Adoro gente participando”, afirmou.

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    Anos antes da passagem na Unidos da Tijuca, Annik já havia tido um trabalho como carnavalesca, em outra comissão. Liderados pelo experiente Alexandre Louzada, ela, Carlos Carvalho, Ana Zerbini, Marlúcia Cruz e Lilian Walter Nicolau assinaram o desfile do Cubango de 2007, sobre o município de Paracambi, no extinto Grupo A, atual Série A. Na entrevista, ela comparou essa experiência com a atual.

    “É muito diferente, porque lá quem assinava mesmo era o Louzada. Mesmo se tratando de uma comissão, tudo tinha que ter o aval dele. Na questão estrutural do grupo era até melhor na época. O barracão lá da Cubango era mais estruturado, tinha espaço recuado que dava para fazer escultura de fibra. Aqui tem que trabalhar tudo junto, é um aperto”, avaliou.

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    Para carnavalesca, além da estrutura, outra diferença encontrada nesse retorno ao grupo de acesso foi referente a questão financeira. Por conta da falta de verba, gerada pelo corte completo do repasse da Prefeitura do Rio, Annik disse ter tido que apostar na reciclagem de materiais e na reutilização de esculturas para conseguir confeccionar o carnaval da Porto da Pedra.

    “O grande lance, na Série A, é você ter a visão de reciclagem. É você olhar uma lata e ver que ela pode virar de repente um banco, por exemplo. Todo nosso trabalho aqui foi feito assim, porque a gente não tem muito recurso. Vamos fazendo e se adaptando com o quê tem. E mesmo assim, quase tudo que eu estou usando aqui de material, eu já usei na Tijuca. O diferente é reaproveitar as esculturas que já existe e transformá-las. No abre-alas, a gente tem quatro esculturas de mulheres que estavam largadas no barracão da Renascer. O corpo delas era verde, pintei para que ficassem com a pele negra e agora vai ser minha Iansã. Tenho três baianas no carro dois que estão com tabuleiro na cabeça, que são esculturas que já passaram por várias escolas, mas que só tinha a parte de cima do tronco. Adicionei uma saia e virou uma escultura enorme. Uma boneca que já rodou por vários lugares, a gente faz uma maquiagem, coloca um tabuleiro para turbante, veste e modifica. Dessa maneira eu nunca tinha trabalhado”, explanou.

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    A mesma política de reaproveitamento também foi empregada na questão estrutural dos carros. No entanto, Annik frisa que houve algumas mudanças pontuais, visando crescer o tamanho e a volumetria das alegorias da escola, em comparação aos últimos anos.

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    “Nossas alegorias não estão gigantes, mas estão do tamanho que tinha possibilidade, que a gente podia criar. Não tinha como a gente fazer chassis ou construir muitas coisas novas. Então aonde eu pude crescer, eu fui crescendo. É o caso das baianas de acarajé do segundo carro. Tem também uma escultura no último carro, que já tinha uma proporção grande, que eu mantive e estou crescendo ainda mais com elementos, acessórios”, explicou.

    E o tigre?

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    Indagada sobre o símbolo maior da agremiação, Annik não revelou muitos detalhes de onde e como virá o tigre. Mas avisou que será de uma maneira nunca antes vista na Marquês de Sapucaí. “Vai ser surpresa, mas posso adiantar que o tigre nunca veio dessa forma. Vai ser um diferencial, algo totalmente novo”, declarou.

    Entenda o desfile

    Quarta escola a desfilar na sexta-feira de carnaval, a Unidos do Porto da Pedra irá para Avenida com 21 alas, três alegorias (sendo o abre-alas acoplado) e um tripé. E apesar das mudanças no regulamento da Série A, a apresentação do enredo “O que é que a Baiana tem? Do Bonfim à Sapucaí” será dividido em quatro setores, como detalhou Annik Salmon para o site CARNAVALESCO.

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    Setor 1: “O primeiro setor é das negras de ganho até as quituteiras baianas É nesse setor que falamos como é que as negras de ganho viraram quituteiras. São essas escravas que vieram e chegaram no Porto de Salvador, e ainda escravizadas, saíram às ruas para vender na condição de negros e negras de ganho, até se tornarem vendedoras de acarajé. Então, tem esse acarajé oferecido para o santo”.

    Setor 2: “O segundo setor é a diáspora baiana e a pequena África do Rio de Janeiro. É uma parte ainda de Salvador, que são essas baianas que têm a proteção de Santa Bárbara, que participam da festa da lavagem das escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, tudo isso vindo para o Rio de Janeiro. É quando os negros já livres chegaram aqui, sobre a proteção de Oxalá. A gente fala da Tia Ciata, também baiana, quituteira, que nas festas de terreiro dela acontecia tudo, e foi aonde surgiu o samba. Então, fechamos esse setor com essas festas na casa da Tia Ciata, além da festa na Igreja da Penha”.

    Setor 3: “O terceiro setor já são as taieiras e as procissões religiosas na cidade do Rio de Janeiro. As taieiras vinham na frente das procissões com uma dança, com um tipo de roupa que lembravam as baianas. Isso se comparava muito com as baianas do carnaval. E essas procissões sempre tinham a participação das baianas. O setor inteiro é uma grande procissão”.

    Setor 4: “O quarto setor da escola são as alas de baianas das escolas de samba e a lavagem da Marquês de Sapucaí. Nesse setor, a gente vem falando dos homens que no início se vestiam de baianas, as baianas modernas, tem uma ala de passistas internacionais para representar as águas da Lavagem da Sapucaí e a última ala, em frente a última alegoria, são as baianas tradicionais representando essa lavagem da Marques de Sapucaí, homenageando todas as agremiações”.