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Com início arrebatador, Cubango comete sucessão de erros e deixa possível título da Série A escapar

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Vice-campeã da Série A em 2019, a Acadêmicos do Cubango entrou na Marquês de Sapucaí determina a conquistar o inédito título em sua história. Com uma comissão de frente impactante e de grande comunicação com público, seguido de um casal entrosado, exibindo um bailado envolvente, a agremiação parecia já estar com uma mão no caneco. Entretanto, o que se viu adiante foi uma série de falhas nas alegorias, uma evolução extremamente problemática e uma harmonia melancólica perante a imagem de um campeonato perdido.

Apresentando o enredo “A Voz da Liberdade”, assinado por Raphael Torres e Alexandre Rangel, a Cubango homenageou o herói negro abolicionista Luiz Gama e foi a quinta escola que cruzou a passarela do samba na primeira noite de desfiles da Série A. A verde e branca de Niterói terminou com 53 minutos.

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Comissão de Frente

A abertura impactante da Cubango teve início logo na comissão de frente. Assinada pelo premiado coreógrafo Patrick Carvalho, nela era retratada a luta pela liberdade dos negros nos tribunais. Enquanto um componente representado Luiz Gama tratava um embate com um juiz, um capaz torturava um grupo de escravos.

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Visceral, bastante teatralizada e com movimentos muito bem marcados, a comissão arrebatou o público presente que reagia a cada momento dela. O ápice da apresentação, que também marcava sua virada, acontecia quando um dos negros era puxado para alto, através de um elemento cenográfico, e “enforcado”. Ao mesmo tempo, o juiz finalmente assinava o documento libertando o cativo.

A partir daí, os negros juntos comemoravam, enquanto seus algozes derrotados ficavam cabisbaixos. Para fechar, era estendida uma placa com o nome do enredo: “A Voz da Liberdade”, levando as arquibancadas ao delírio.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Dando sequência em alto nível vinha o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Falcão e Patrícia Cunha, representando ancestrais da nobreza de Benin, antigo reino africano. Bastante requintada, a fantasia da dupla trazia estamparias de estética africana, com predomínio das cores do pavilhão: o verde e o branco. O figurino de Patrícia ainda tinha um toque de ousadia ao abdicar do uso do tradicional costeiro.

Na dança, uma mistura entre o bailado tradicional e passos coreógrafos. A dupla, em seu segundo ano junta na Cubango, esbanjou sintonia e sincronia: movimentos com respostas rápidas, trocas de gracejos, giros precisos, não faltaram. O casal passou de maneira impecável por todos os módulos.

Alegorias e Adereços

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Apesar do luxo e da grandiosidade, os problemas da verde e branca de Niterói começaram justamente no imponente abre-alas. Os dois chassis que o formavam se desacoplaram, o que deve acarretar na penalização por ultrapassar o limite máximo de carros permitidos pelo regulamento da Lierj.

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A segunda alegoria, que simbolizava a Revolta dos Malês, também deve acarretar na perda de pontos para agremiação. Um dos cavalos da frente do carro, no lado direito, perdeu uma das patas em frente ao setor 3. Por conta disso, ao longo de todo o restante do desfile, um grupo de harmonias veio segurando a parte da escultura que soltou, como uma tentativa de remediar o problema.

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Harmonia

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Ao pisar na Marquês de Sapucaí, era possível ouvir ao longe o canto forte das primeiras alas da verde e branca. Os componentes das primeiras alas berravam a plenos pulmões os versos da obra cubanguense. No entanto, conforme os problemas foram aparecendo e os erros acontecendo, os componentes sentiram o impacto e acarretou na queda do canto. Somente a partir do quarto setor a agremiação voltou a ter componentes entoando com vontade o samba, porém o quesito já estava comprometido.

Enredo

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O enredo “A Voz da Liberdade” contou com um bom desenvolvimento feito pela dupla de carnavalescos Raphael Torres e Alexandre Rangel. As alegorias e fantasias conseguiam passar com clareza a história que era contada, que se iniciava com os ancestrais da realeza africana de Luiz Gama e terminava com uma exaltação aos negros que venceram o preconceito e conseguiram se destacar em suas respectivas áreas, assim como Gama no Brasil escravagista do século XIX.

Evolução

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O grande calcanhar de Aquiles da apresentação. Os problemas começaram logo na entrada, quando os dois chassis do abre-alas, desacoplados, se separaram formando um grande clarão, logo após passar pela primeira cabine de jurados. Sem conseguirem solucionar a questão, integrantes da escola tentaram improvisar um acoplamento com um pano amarrado entre os carros, o que não surtiu efeito. Por conta disso, outros buracos aconteceram ao longo do desfile, cada vez que as partes se separavam.

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Outro fator que comprometeu a evolução foi o ritmo irregular. Depois de um início cadenciado, a escola foi acelerando o passo, até chegar ao ponto de correr do meio para o fim. Também houve o embolamento de alas em meio da pressa dos componentes.

Samba-Enredo

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O samba-enredo composto por Robson Ramos, Junior Fionda e companhia contou com uma condução competente do intéprete Thiago Brito e de seu carro de som, que em completa sincronia com a bateria, não deixou o rendimento da obra cair mesmo diante dos problemas vistos na pista. Porém, o mesmo não se pode dizer dos componentes. O canto forte visto na entrada do desfile foi esfriando conforme as alas iam passando, só voltando no setor final do desfile.

Fantasias

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Em um ano de crise financeira na folia, a Cubango ostentou o conjunto de fantasias mais luxuoso e requintado da noite. Com excelente qualidade de materiais e um emprego de cores de encher os olhos, as indumentárias conciliavam ainda a fácil leitura do enredo. O único porém ficou pelas penas utilizadas na roupa de boa parte das alas, que murcharam devido a chuva que os componentes pegaram na concentração.

Outros Destaques

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Além da comissão de frente e do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, completava a espetacular abertura da Cubango a alas das baianas. Com uma fantasia que mesclava um verde de limão com uma estamparia africana em preto e branco, as senhoras vieram representando as ancestrais do Reino de Benin.

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Outro ponto alto foi o efeito dos canhões disparando no segundo carro. Cada vez que eles soltavam a rajada de fumaça, era possível ser notada a reação das arquibancadas.

A rainha de bateria Maryane Hipólito também foi um dos destaques do desfile. Com uma fantasia branca, toda em pedraria, a beldade mostrou exuberância e samba no pé.

X-9 Paulistana sofre com evolução e vê permanência na elite ameaçada

Última escola de samba a desfilar na noite de sexta-feira, a X-9 Paulistana apresentou problemas que podem ameaçar a permanência no Grupo Especial. No começo do desfile, a agremiação adotou um andar lento, e no momento final precisou correr pra fechar os portões com tempo confortável. A segunda alegoria estava com o eixo quebrado e prendeu a escola ainda mais na avenida. A falta de acabamento nos detalhes das alegorias e esculturas com pequenos defeitos podem prejudicar também. Mesmo com o susto, a X-9 Paulistana fechou os portões com 63 minutos.

A X-9 entrou na avenida ainda com a chuva que encerrou o desfile da escola anterior. Pelo atraso, ela entrou na avenida com muita claridade e sambódromo com poucas pessoas.

Comissão de frente

X9 desfile2020025O primeiro quesito da agremiação xisnoveana apresentou uma história inspirada num itàn afro-diaspórico, nomeada como: “Quando os Ibejis enganaram Iku”. A escola utiliza uma narrativa pra contar a histórias dos gêmeos Táíò e Kéhìdé. A coreografia usou duas passagens do samba. A comissão trouxe pra avenida uma encenação com leitura imediata, que não exigiu um conhecimento profundo do enredo pra entender a narrativa. Por não conter muitas informações ao mesmo tempo, a coreografia foca em uma trama única, o que fideliza o espectador para a mensagem que deseja.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

X9 desfile2020032O primeiro casal, Marcos Eduardo e Beatriz Teixeira, dançou com passos simples, cortejo devido, pausas de cada passo e jogo de pernas do Marcos. O mestre-sala, no entanto, não economizou na simpatia, principalmente durante os movimentos, horário e anti-horário.

É importante lembrar que, a porta-bandeira oficial Lyssandra Gooters, quebrou o pé durante o primeiro ensaio técnico e não pôde desfilar. Ela veio na última alegoria, de cadeira de rodas, junto à velha-guarda.

Harmonia

X9 desfile2020044O quesito não foi bem aproveitado pela escola. Alguns integrantes não cantavam, e os que tinham a maior intimidade, perdiam a intensidade com o passar do trajeto. A ala 15 (Catopês), por exemplo, trouxe o maior número de componentes que transmitiam empolgação. O trecho “Sou o contador e conto a dor de um peregrino” tem um tom baixo, que na avenida, acabou prejudicando o volume para percepção do samba vinda das alas.

Já o segundo refrão tem uma melodia que quebra a estrofe e é pausada, e nesse mesmo trecho em que a escola tinha picos de animação. Por ter um melisma, o trecho oferece um descanso natural.

Enredo

X9 desfile2020046O tema apresentado foi desenvolvido como uma grande homenagem as diferentes batucadas do Brasil, tanto em manifestações culturais quanto religiosas. Porém, a agremiação conta a história através de uma narrativa autoral, onde os ibejis enganam a morte.

Após passar pelo começo da história citado acima, o desfile abordou o batuque miscigenado, ou seja, a mistura dos batuques do indígena, com o branco, negro e europeu. Segundo a escola, tal junção resultou no batuque brasileiro.

Setor seguinte abordou a festa do Divino de Pirenópolis e a tradicional “Batuques da alvorada”. Já no terceiro, o trecho homenageou o nordeste e o maracatu. No quarto, a X-9 já retratou as batucadas do sudeste, mais especificamente as cariocas. A escola encerra o enredo com as batucadas do estado de São Paulo.

Evolução

X9 desfile2020034A evolução da escola foi um grande problema no desfile. O começo do carnaval foi bem lento, o que afetou o domínio do cronograma da agremiação. A proposta pode ter sido adotada pela alegoria com o eixo quebrado no segundo setor. Logo após cruzar a faixa final, a X9 acelerou demais o passo, e muitos buracos foram ocasionados. Exemplo da saída da bateria do recuo, que teve um grande buraco entre a ala da frente.

Samba-Enredo

X9 desfile2020009O samba da X-9 Paulistana atendeu o item fidelidade ao enredo exigido no regulamento, principalmente por apresentar uma obra descritiva. A riqueza dos versos e palavras usadas também destacam a fuga do “padrão”. O time de cantores realizou um desfile……….. A cantora Nayah, que também realizou a introdução do samba, deu um efeito maior ao samba, principalmente nas aberturas de vozes.

Fantasias

X9 desfile2020011As fantasias da X9 apresentaram grandiosidade, principalmente dos costeiros. As divisões de cores também contribuíram para um visual harmônico. Para o componente, alguns adereços afetaram um possível desempenho mais empolgado. Assim como a divisão dos setores, as fantasias também foram de fácil identificação para quem tinha conhecimento da proposta do tema.

Alegorias

X9 desfile2020041O abre-alas da agremiação, nomeado como “Miscigenação”, utilizou duas cores na composição. O laranja na parte inferior, e o verde no superior. No letreiro, a letra “X” do nome foi feita pelos braços cruzados de uma escultura de índio. Tal elemento algumas falhas de acabamentos. Uma das três esculturas da cabeça da lateral apresentou um pequeno defeito no nariz. Na parte superior, viu-se uma movimentação em círculos.

A segunda alegoria “Festa do divino” foi a que mais causou dores de cabeças aos dirigentes. Isso porque a parte da frente da alegoria estava com o eixo quebrado, ou seja, ela caia pra esquerda e as pessoas concertavam com a força. A alegoria seguinte “Maracatu” utilizou a cor laranja como predominante na alegoria. No mesmo elemento foi observado um número grande de esculturas repetidas, que no caso era dos tambores do ritmo abordado. A quarta alegoria, “Batucadas Cariocas”, trouxe o clima boêmio do Rio de Janeiro e finalizou com “Coroação do Rei dos Reis”.

Galeria de Fotos: Desfile do Império Serrano no Carnaval 2020

Camarote do King celebra a melhor visão da Sapucaí

Por Rennan Laurente e Phelipe Rabelo

Na noite de sexta-feira começou o carnaval carioca na Marquês de Sapucaí, com o desfile das escolas de samba da Série A e pelo quarto ano consecutivo, a parceria do site CARNAVALESCO e do Camarote do King permaneceu firme. Fotos de Paulo Rodrigues

“Os trabalhos são sempre preparados para atender uma demanda maior do que a vendida e para superar as expectativas dos clientes. Foram meses de obra a procura da excelência para alcançar o melhor atendimento. Até o trânsito estava melhor em relação ao ano passado, mesmo com o temporal que era previsto na cidade”, afirmou Lilian Martins, diretora do Camarote do King.

1. LILIAN DIRETORA

Lilian também agradeceu aos patrocinadores e parceiros, que fizeram com que o camarote superasse o ano anterior.

As amigas Juliana Cardoso e Roberta Salgado foram juntas pela primeira vez para assistir aos desfiles no Camarote do King.

Juliana é mineira, mas mora no Rio de Janeiro e torce para o Salgueiro. Ela esteve no camarote em 2019 e voltou este ano, pois adorou a estrutura. Roberta é carioca, torcedora da Mangueira, porém, nunca esteve na Sapucaí, mas foi convencida pela amizade de mais de 10 anos para irem juntas neste Carnaval.

2. JULIANA E ROBERTA AMIGAS

O casal Flávio Ribeiro e Mara Neves moram em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e são integrantes da Unidos do Viradouro. Estiveram presentes pela primeira vez em um camarote, mas já levam uma longa história em arquibancadas na Sapucaí. Por indicação de amigos, análises e o mais importante, com base nos comentários na internet, escolheram o King para assistir os desfiles desta sexta-feira e do sábado. Eles disseram que o único arrependimento foi não voltar no domingo e na segunda-feira, para os desfile do Grupo Especial.

3. FLÁVIO E MARA CASAL

Vindos diretamente de Cuiabá, no Mato Grosso do Sul, o casal de namorados Ariel Moraes e Julia Turra, também marcaram presença na primeira noite de desfiles da Sapucaí. Ariel esteve nas arquibancadas em 2018 para assistir aos desfiles do Grupo Especial “paguei para um cambista quase o mesmo valor que paguei este ano para vir ao Camarote do King”, explicou. Esse é o quinto ano de Ariel no Carnaval do Rio e dessa vez, trouxe a namorada para conhecer, pois segundo ele “todo mundo precisa conhecer a Sapucaí antes de morrer”. Eles escolheram o King pelo custo benefício e elogiaram bastante a solicitude da equipe do camarote, que se preocupa com o cliente.

4. ARIEL E JÚLIA CASAL

A família composta por Mauro e Fábia Araújo, torcedores do Salgueiro trouxeram a pequena Sophia pela primeira vez para conhecer o Camarote do King. O casal é assíduo do Camarote desde o primeiro ano de fundação, em 2017 e disse que ano a ano o espaço fica melhor.

5. MAURO E FÁBIA COM FILHA

“Eu só esperei a minha filha completar 5 anos para trazê-la e seguir os passos da mãe nesse belíssimo espaço. Pelo visto temos mais uma salgueirense na família”, brincou.

O casal Ana Beatriz e Ricardo de Sousa está no segundo ano assistindo os desfiles no Camarote do King e torcem pela Rocinha, Estácio de Sá, Vila Isabel e Mangueira. Eles já foram clientes de outro camarote.

6. ANA BEATRIZ E RICARDO

“O King tem um atendimento diferenciado e oferece um ótimo serviço aos clientes, já estamos planejando nosso próximo ano”.

Para finalizar essa primeira noite de desfile em grande estilo, ninguém menos que Adriana Bombom, a musa do camarote do King recepcionando os clientes, amigos e parceiros com um sorriso encantador e sendo a simpatia em pessoa.

A musa chegou com tudo e veio junto ao Cordão do Bola Preta que se apresentou durante a noite. Após alguns cliques com fãs e muitos sorrisos, ela disse:

7. MUSA BOMBOM

“Sempre é bom estar aqui. Todo ano é ano. É gostoso e agradável”.

Quanto a evolução do Camarote na Marquês de Sapucaí, Bombom disse que o King está vez melhor, e que, para registrar o momento, iria fazer a pose da felicidade.