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Camarote do King celebra a melhor visão da Sapucaí

Por Rennan Laurente e Phelipe Rabelo

Na noite de sexta-feira começou o carnaval carioca na Marquês de Sapucaí, com o desfile das escolas de samba da Série A e pelo quarto ano consecutivo, a parceria do site CARNAVALESCO e do Camarote do King permaneceu firme. Fotos de Paulo Rodrigues

“Os trabalhos são sempre preparados para atender uma demanda maior do que a vendida e para superar as expectativas dos clientes. Foram meses de obra a procura da excelência para alcançar o melhor atendimento. Até o trânsito estava melhor em relação ao ano passado, mesmo com o temporal que era previsto na cidade”, afirmou Lilian Martins, diretora do Camarote do King.

1. LILIAN DIRETORA

Lilian também agradeceu aos patrocinadores e parceiros, que fizeram com que o camarote superasse o ano anterior.

As amigas Juliana Cardoso e Roberta Salgado foram juntas pela primeira vez para assistir aos desfiles no Camarote do King.

Juliana é mineira, mas mora no Rio de Janeiro e torce para o Salgueiro. Ela esteve no camarote em 2019 e voltou este ano, pois adorou a estrutura. Roberta é carioca, torcedora da Mangueira, porém, nunca esteve na Sapucaí, mas foi convencida pela amizade de mais de 10 anos para irem juntas neste Carnaval.

2. JULIANA E ROBERTA AMIGAS

O casal Flávio Ribeiro e Mara Neves moram em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e são integrantes da Unidos do Viradouro. Estiveram presentes pela primeira vez em um camarote, mas já levam uma longa história em arquibancadas na Sapucaí. Por indicação de amigos, análises e o mais importante, com base nos comentários na internet, escolheram o King para assistir os desfiles desta sexta-feira e do sábado. Eles disseram que o único arrependimento foi não voltar no domingo e na segunda-feira, para os desfile do Grupo Especial.

3. FLÁVIO E MARA CASAL

Vindos diretamente de Cuiabá, no Mato Grosso do Sul, o casal de namorados Ariel Moraes e Julia Turra, também marcaram presença na primeira noite de desfiles da Sapucaí. Ariel esteve nas arquibancadas em 2018 para assistir aos desfiles do Grupo Especial “paguei para um cambista quase o mesmo valor que paguei este ano para vir ao Camarote do King”, explicou. Esse é o quinto ano de Ariel no Carnaval do Rio e dessa vez, trouxe a namorada para conhecer, pois segundo ele “todo mundo precisa conhecer a Sapucaí antes de morrer”. Eles escolheram o King pelo custo benefício e elogiaram bastante a solicitude da equipe do camarote, que se preocupa com o cliente.

4. ARIEL E JÚLIA CASAL

A família composta por Mauro e Fábia Araújo, torcedores do Salgueiro trouxeram a pequena Sophia pela primeira vez para conhecer o Camarote do King. O casal é assíduo do Camarote desde o primeiro ano de fundação, em 2017 e disse que ano a ano o espaço fica melhor.

5. MAURO E FÁBIA COM FILHA

“Eu só esperei a minha filha completar 5 anos para trazê-la e seguir os passos da mãe nesse belíssimo espaço. Pelo visto temos mais uma salgueirense na família”, brincou.

O casal Ana Beatriz e Ricardo de Sousa está no segundo ano assistindo os desfiles no Camarote do King e torcem pela Rocinha, Estácio de Sá, Vila Isabel e Mangueira. Eles já foram clientes de outro camarote.

6. ANA BEATRIZ E RICARDO

“O King tem um atendimento diferenciado e oferece um ótimo serviço aos clientes, já estamos planejando nosso próximo ano”.

Para finalizar essa primeira noite de desfile em grande estilo, ninguém menos que Adriana Bombom, a musa do camarote do King recepcionando os clientes, amigos e parceiros com um sorriso encantador e sendo a simpatia em pessoa.

A musa chegou com tudo e veio junto ao Cordão do Bola Preta que se apresentou durante a noite. Após alguns cliques com fãs e muitos sorrisos, ela disse:

7. MUSA BOMBOM

“Sempre é bom estar aqui. Todo ano é ano. É gostoso e agradável”.

Quanto a evolução do Camarote na Marquês de Sapucaí, Bombom disse que o King está vez melhor, e que, para registrar o momento, iria fazer a pose da felicidade.

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Império de Casa Verde se destaca no conjunto visual, mas apresenta harmonia irregular

ImpérioCV desfile2020109 CopiaJá amanhecendo, a Império de Casa Verde, realizou seu desfile no carnaval de 2020. A exibição foi marcada pelo imponente abre-alas que a agremiação prometeu colocar na avenida. As fantasias luxuosas foram outro destaque, recheada de plumas e objetos que dão efeitos especiais. O intérprete Carlos Júnior teve outro ano de brilho no Anhembi, e até pela longevidade e demais qualidades, pode ser considerado um dos melhores puxadores de samba paulistano. A harmonia da escola foi um ponto negativo, alas de setor 2 e 4 respectivamente, não mostraram entrosamento com o samba. A previsão para o carnaval de São Paulo era de chuva a noite inteira, mas não ocorreu, só foi chover quando a bateria da Império estava saindo do recuo, entretanto não interferiu negativamente no desfile, já que a comissão de frente e o casal que mais sofreriam com isso, já tinham se apresentado. A agremiação levou para a avenida o enredo “Marhaba Lubnãn”, uma homenagem ao Líbano, e fechou o desfile com 62 minutos.

Comissão de frente

ImpérioCV desfile2020034 CopiaA comissão da escola representou na avenida alguns guardiões da ancestralidade, sendo eles que simbolizaram seis personagens, como os fenícios. Outros personagens representaram algumas almas que fazem parte da mitologia libanesa, como os assírios, abássido e mais outros dois representantes, todos eles guardiões da terra prometida. Esses guardiões levavam uma caixa, onde no meio da apresentação, os personagens que representavam os cidadãos libaneses tiravam algumas iguarias de dentro dela, além de coreografarem a letra do samba anteriormente. As fantasias de todos eram capas longas com adereços na cabeça, de cores variadas.

Mestre-sala e porta-bandeira

ImpérioCV desfile2020062Rodrigo Antonio e Jéssica Gioz, vestiam uma fantasia que predominava a cor púrpura, que era bastante extraída dos mares do Líbano. O casal apresentou sua coreografia nas torres, intercalando com dança rápida, mostrando o pavilhão para as cabines. A dupla realizou todos os movimentos sincronizados e não houve nenhum tipo de desencontro na apresentação para os jurados.

Harmonia

imperio serrano desfile 2020 052A harmonia da escola foi bem irregular. O primeiro setor, terceiro e o último, cantaram forte e com clareza. Já no segundo e o quarto, era notório que o samba não se casou com os componentes, as alas cantavam pouco, sendo assim, a avaliação de sincronismo com carro de som e bateria, fica impossibilitada.

Enredo

ImpérioCV desfile2020040 CopiaA proposta da escola foi mostrar tudo que há no país do Líbano, tendo uma abertura com a comissão de frente simbolizando alguns dos povos que por lá passaram e um abre-alas gigante simbolizando o mar mediterrâneo, que era muito usado pelos fenícios para a navegação. Outro ponto importante que a agremiação quis colocar na avenida, é a união entre Líbano e Brasil, e mostrar como o libanês é um povo receptivo. Tais fatos, foram bem aproveitados pela escola quando se fala em alegorias e fantasias, que era de fácil leitura, dava para ver de fato a proposta da escola, mesmo o Líbano sendo um país pouco falado e conhecido pelos brasileiros

Evolução

ImpérioCV desfile2020017A escola evoluiu de forma eficaz. Havia uma expectativa no quesito pelo tamanho do abre-alas, mas passaram corretamente, as alas ficaram alinhadas e sincronizadas, todos os componentes dançavam, apesar da dificuldade com a letra em algumas alas. Os harmonias trabalharam demais, todos os integrantes do departamento se movimentavam de um lado para o outro instruindo as alas a evoluírem de forma plena.

Samba-enredo

ImpérioCV desfile2020146É um samba que se destaca por sua letra e explica muito bem o que é a proposta do enredo, mas não deu certo por completo na comunidade, apesar da boa interpretação de Carlos Júnior, em que mais um ano o puxador teve boa atuação na avenida, interagindo bem com a bateria e fazendo arranjos vocais dentro do samba. Falando da obra, somente os refrões dá para notar os componentes cantando com clareza, mas o resto do samba, nem todas as alas cantam de forma correta.

Fantasias

ImpérioCV desfile2020039Foi o quesito destaque do desfile. As fantasias representaram em sua maioria a mitologia que se encontra no Líbano, como os deuses que existe para cada elemento, como a agricultura, saúde e vitalidade. As vestimentas também simbolizaram alguns povos que fizeram parte da história libanesa, como os macedônios, assírios e persas. Também foi representado alguns elementos culturais que que existem ou existiam no país, como a esfiha, kibe, e uma cor que surgiu por lá, que foi a púrpura, essa que representa a fantasia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Vale ressaltar que as vestimentas vieram bastante luxuosas, cheias de plumas e materiais que dão efeito e visual especial.

Alegorias

ImpérioCV desfile2020080 CopiaChama atenção o abre-alas da agremiação, que veio acoplado. Tamanho imponente em altura, comprimento e largura, simbolizando o mar mediterrâneo. Outro detalhe do carro são os efeitos em LED, em uma espécie de telão, com animações de peixes se mexendo, representando o fundo do mar, além de esculturas de animais marinhos e personagens simbólicos dos mares. A segunda alegoria representava a louvação aos deuses e tinha o dourado predominante, com esculturas de gavião e componentes fazendo encenações teatrais. A terceira alegoria foi uma readaptação do castelo antigo de Beaufort, e o carnavalesco Flavio Campello o recriou na cor cinza e colocou cavalos e guardiões com armadura em volta. A quarta alegoria tinha a cor roxa predominante, com a escultura de um rei no topo e a presença de muitos componentes fazendo encenações. A quinta e última alegoria simbolizava a união entre Libano e Brasil, com a presença do famoso tigre que sempre vem nas alegorias da Impérios, mas dessa vez ele estava família, com um tigre, uma tigresa e dois filhos. O conjunto alegórico da escola foi satisfatório, claro que os demais carros não foram do nível do abre-alas, mas em geral, explicaram bem os setores e nenhum foi comprometido.

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Qualidade e postura ousada do módulo musical são destaques em desfile da Tatuapé

Tatuapé desfile2020027Bicampeã do carnaval de São Paulo, a Acadêmicos do Tatuapé foi a quinta agremiação a desfilar no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. O módulo musical foi um destaque do desfile. A ala musical apresentou variedade de arranjos, a bateria mostrou com eficiência na realização das bossas e escola cantou com um volume considerável durante grande parte da passagem da escola. A Tatuapé encerrou seu desfile com 61 minutos. A escola optou por iniciar o samba com portões fechados, e só depois da segunda passagem, o desfile se iniciou oficialmente. Madrinha da escola, a Leci Brandão abriu o desfile com muitas saudações ao público.

Comissão de Frente

Tatuapé desfile2020020O quesito da Tatuapé fez uma grande homenagem à musicalidade da cidade de Atibaia. Os bailarinos representaram notas musicais com elementos nos braços que passaram a sensação de asas. Duas variações de figurinos foram notadas, um para os homens e uma para mulher. A parte das capas também se distinguiram, a dos homens eram maiores e com variação de cores e da mulher com pequenos desenhos de notas musicais.

A personagem principal, que foi representada por uma mulher, simbolizou as inspirações para criações de canções características do local. A coreografia da ala trabalha com muita movimentação, e em grande parte dos passos são realizados em movimento. Detalhe da maquiagem igual em todos os componentes. Analisando o figurino e a coreografia, o significado não ficou claro para o entendimento imediato.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Tatuapé desfile2020035A dupla oficial da agremiação, Diego e Jussara, trouxe uma fantasia que representou “O Alvorecer e a Noite em Atibaia”. O casal utilizou o contraste entre o claro e o escuro, onde a porta-bandeira simbolizou os mistérios e encantos do alvorecer e o mestre-sala com o raiar e belezas do dia de Atibaia. Os guardiões que acompanharam eram a transição entre o dia e a noite.

O Diego e a Jussara optaram por um cortejo seguro e mais acelerado, aliando pontos de modernidade com o tradicional. O mestre-sala esbanjou simpatia no rosto e na forma de olhar para companheira. Notou-se um certo desconforto da Jussara com a parte da cintura da fantasia, porém nada que afetasse a apresentação da dupla em frente à torre 04.

Um ponto de bastante curiosidade é que o casal oficial não veio à frente da escola, geralmente no abrir da escola. No lugar, a escola optou pela evolução do casal mirim, que se fantasiaram de primeiros habitantes da região, índios e Bandeirantes.

Harmonia

Tatuapé desfile2020019O canto da escola certamente pode ser colocado com um dos grandes destaques da noite. Os componentes não pouparam vozes e, além da parte musical, evoluíam com naturalidade. O volume do canto não oscilou entre as alas, e as pronuncias de cada palavra dentro do samba foi claramente escutada. Na realização do apagão do min 32, o presidente pediu empolgação dos desfilante que passavam em frente ao recuo, e foi bem correspondido. Além do refrão principal, a subida do trecho “No templo de paz e amor” funcionou e também foi cantado com maior entusiasmo.

Enredo

Tatuapé desfile2020079O enredo da Tatuapé foi contado na avenida como uma grande homenagem à cidade de Atibaia. Pra organizar a narrativa, a escola optou pela primeira pessoa, que no caso é um violeiro que através de suas canções conta cada detalhe da cidade. Ela passou pela época de fundação, cultura, danças, folclores, entre outras. Pra quem conhece pouco sobre a região, a história seguiu com fidelidade e apresentou uma narrativa de fácil identificação.

O primeiro setor destacou exatamente as primeiras pessoas que chegaram ao local e que começaram a história. No trecho em questão, esculturas que fortaleciam uma figura simples das casas do interior foram notadas.

No setor seguido, a revolução econômica da região foi destacada através de alas de cultivos e alegoria que remetiam a proposta. O terceiro foi aproveitado para abordar o folclore e festas, mas também com destaques para pontos conhecidos, como o Salão de artesão e o Templo de Paz e Amor.

No caso do quarto, a escola optou por uma grande homenagem à Pedra grande, local bastante visitado por turistas e frequentada por jovens que praticam esportes. No espaço, a agremiação aproveitou pra concentrar mais ações justificadas. O encerramento do desfile também foi em forma de homenagem, só que destinada aos japoneses que chegaram ali. Muitas esculturas da cultura japonesa e utilização de cores que predominavam o vermelho e branco, fortaleceram a proposta.

Evolução

Tatuapé desfile2020012No quesito em questão, a proposta da agremiação foi bem atendida, poucas variações do andar foram vistas. A entrada no recuo, que foi um drama durante primeiro ensaio técnico, foi muito bem executado. O único ponto é, nos adereços de mãos da ala coreografada que compõe do recuo, que eles se chocaram com certa frequência. Com isso, a coreografia ficou comprometida.

A Tatuapé não gosta de alas que tem coreografias que utiliza muita movimentação do componente, e isso foi bem claro na avenida. Mas, mesmo com tal características, os componentes estavam soltos dentro das alas. O tamanho das fantasias prejudicou a evolução mais “natural” de quem desfila.

Samba-Enredo

Tatuapé desfile2020002A agremiação trouxe pra avenida uma estrutura de samba que combina com as características da escola e tem pontos estratégicos que trabalharam positivamente a explosão dos componentes, contribuindo também pro quesito de harmonia. O refrão principal tinha um tom alto e melodia pra cima, mas não é reta. O segundo refrão quebrou a estrutura, trazendo variações de melodias pertinentes ao enredo. A retomada da segunda estrofe trouxe um melisma coerente com a proposta, e serviu de gancho para o pico de empolgação no final dela.

O carro de som contou com cinco cantores de apoio e um intérprete oficial, Celsinho Mody. A parte vocal não economizou nas aberturas vocais dentro do samba. Assim como as cordas, que usaram e abusaram dos arranjos, desenhos, solos e dobradinhas.

Pelo que apresentaram, o carro de som demonstra manter postura ousada mesmo não sendo item obrigatório no regulamento. Por essa liberdade dada aos cavacos e violões, o carro de som da agremiação se apresenta como um das mais seguras e inovadoras.

Fantasias

Tatuapé desfile2020065Todas as fantasias da escola apresentaram uma boa qualidade de acabamento, cores e tamanhos. As divisões de cores também demonstraram a sensibilidade da escola na construção, na visão de cima a proposta é mais visível. A escola optou por peças bastante volumosas, e em alguns momentos, afetava diretamente na naturalidade. Como os enroscos entre adereços dos componentes.

Alegorias

Tatuapé desfile2020058As alegorias do Tatuapé, principalmente o abre-alas e o último elemento, trabalharam um tamanho considerável. A escola não utilizou movimentações humanas coreografadas e pouquíssimas mecânica em suas composições.

O primeiro carro estava intitulado como “Abre a porteira do meu Paraíso, canto Atibaia, inspiração da minha Alma Sertaneja”. Ali aproveitaram pra retratar a Fazenda Paraíso, e por isso esculturas de animais foram utilizados em todos os cantos, como aves, pássaros, vacas, entre outros. Uma grande escultura de violeiro, com um cachorro ao lado dos pés, compunha a parte de cima. Ela trouxe muitas cores, mas alguns pontos apresentaram falta de acabamento devido.

A segunda, nomeada como “Eu canto o trabalho nos engenhos e embalo os acordes nos trilhos do trem que trouxe o progresso e um mundo novo me fez ver!”, utilizou muitas representações de cultivo e plantio, principalmente da cana-de-açúcar que foi o primeiro produto a trazer lucro. Na segunda parte do carro, a entidade aproveitou para representar a “maria fumaça”, locomotiva que substituiu o tráfego de animais e trouxe os primeiros imigrantes italianos. O elemento soltou pedaços de papel prata e fumaças. Logo abaixo, uma ala coreografada com passos bem elaborados.

“Puxa o fole sanfoneiro, que eu vou cantar as festas da minha Atibaia!” é o nome que batiza a terceira alegoria. No caso, as culturas da cidade foram representadas, como a cavalhada, festas juninas, além da grande escultura da Matriz de São João Batista. Diferente das anteriores, ela apresentou uma pequena movimentação nos balões. Notou-se alguma falhas de pinturas, como no detalhe do abacate do canto inferior direito.

Já a quarta alegoria, “Do alto da pedra ponteio a viola e me ponho a cantar tão abençoada beleza!”, representou a fauna e a flora através de uma homenagem à pedra grande. Onças pardas, veados mateiros e gaviões estavam representados. Ela, no caso, trouxe movimentação logo acima, no personagem de asa delta. As esculturas das onças estavam bem feitas. O posicionamento das cabeças dos veados logo abaixo dos paraquedistas não deu um contexto lógico.

O último carro alegórico, “Atibaia é minha paixão, dedico essa última moda de viola para homenagear a cultura dos amigos japoneses que trouxeram pro meu chão o perfume das flores e o doce paladar dos morangos!”, trouxe esculturas japonesas, flores ornamentais, máscaras orientais e gatos da sorte. Outro ponto de destaque é o templo nipônico em homenagem a Buda.

Bateria

Tatuapé desfile2020049A Qualidade Especial, mestrada pelo Higor Silva, trouxe um andamento firme, sustentação devida do naipe de caixas e andamento alto (entre 146 e 148), confortável para o canto da escola. O surdo de terceira é bem desenhado e segue a melodia da canção. Durante a execução do segundo refrão, o naipe apresentou desenhos variados, simples, e que casavam com a proposta do trecho. Na bossa do segundo refrão, a intenção é toda trabalhada nos desenhos em que a terceira realiza, destaque nas frases do começo da segunda estrofe.

Falando especificamente sobre as paradinhas, a batucada trouxe três e um apagão. Delas, a que se iniciou no “Lá vem o trem, lá vai fumaça” foi a que apresentou mais complexidade nas informações. Frases de caixas, conversa das marcações e retomada do ritmo com duas batidas do surdo de segunda exemplificam a qualidade do arranjo.

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Império Serrano usa tripé para falar sobre reivindicações feministas

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Com o enredo “Lugar de Mulher é onde ela quiser”, o Império Serrano encerrou a primeira noite de desfiles da Marquês de Sapucaí. A escola da Serrinha, que abordou temáticas como o empoderamento feminino e a trajetória de mulheres guerreiras, trouxe um tripé nomeado de “Poderosas, operárias e ovelhas negras”. O tripé foi uma forma de representar o período histórico marcado por lutas, protestos e reivindicações feministas. O site CARNAVALESCO conversou com alguns componentes sobre a representatividade do tripé.

Com um tamanho um pouco maior do que o esperado, o tripé tinha a predominância das cores rosa e preta, engrenagens na lateral, e ovelhas com os seios à mostra, além de megafones e a representação da Rita Lee, que compôs uma música de nome ovelha negra.

Monalisa Faustino, que desfila há cinco anos na escola, veio na ala à frente do tripé, e se sentiu representada. “Esse enredo é maravilhoso, fala sobre a minha vida, tem tudo a ver comigo, mais uma vez o Império me colocou em uma ala que representa a minha vida, eu trabalho em dois empregos e vim com uma carteira de trabalho, na frente de um carro super empoderado, quem disse que mulher não é valente?”, questiona.

Já Déia Batista, que desfila no Império há 33 anos, acha que o enredo não foi dos melhores, mas mesmo assim viu no carro uma semelhança com a sua vida. “Eu tinha que estar lá em cima, minha mãe vivia dizendo que não me aguentava, que eu era a ovelha negra da família”, conta. Para ela, a mulher está conquistando o seu espaço, mas ainda fala muita coisa.