Focada no título e preparada para chuva, Imperatriz cobre todos seus carros
Os carros alegóricos da Imperatriz Leopoldinense estão desde cedo na área de concentração da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, mas a verde e branco de Ramos fez mistério, e, ao mesmo tempo, foi precavida com a chuva. Por isso, todas as alegorias estão cobertas com plástico. Abaixo, você pode ver as imagens. A Imperatriz desfila neste sábado pela Série A.
Império Serrano fecha primeira noite da Série A com grandes problemas em fantasias e evolução
Fechando a primeira noite dos desfiles da Série A, o Reizinho de Madureira tropeçou em diversos quesitos e pode enfrentar problemas na apuração. Demorando sete minutos para começar o desfile, a escola teve dificuldade com o deslocamento do abre-alas que, acoplado, colidiu um com o outro atrapalhando o andamento do desfile. Baianas desfilaram sem saia e parte dos ritmistas sem chapéu, além de outras alas que passaram com peças faltando. Apresentando o enredo “Lugar de Mulher é onde ela quiser!” e depois de correr para não estourar o tempo, o Império Serrano fechou o seu desfile cravando o tempo máximo de 55 minutos.
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Comissão de frente
Representando o florescimento das joias raras da Serrinha fazendo alusão ao morro como um glorioso jardim, o balé da comissão composta apenas por mulheres tendo uma delas como figura central da comissão dançou muito bem uma coreografia que transmitia força das mulheres. Coreografadas por Paulo Pinna as bailarinas formavam um jardim enquanto uma delas fazia exposição da bandeira da escola. O ponto alto da comissão foi o trecho final quando uma saia se abre com fotos de grandes sambistas do Império como Dona Ivone Lara e Tia Maria do Jongo.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Matheus Machado e Verônica Lima demonstraram total entrosamento numa coreografia onde o mestre-sala exaltava a porta bandeira, mas sem se apagar. Os dois trocaram olhares durante a apresentação e seguros com a coreografia. Matheus estreia como primeiro mestre sala no Império e provou que merece o lugar em que está ocupando. O casal que representava as nobres raízes da serrinha conseguiu arrepiar e tirar aplausos do público.
Harmonia
Se por um lado o Império enfrentou problemas com fantasias, evolução e alegorias do outro a comunidade provou, mais uma vez, sua força. O canto da escola, com uma abertura forte, se destacou e mostrou que o imperiano estava de fato presente. Silas Leléu desempenhou sua função muito bem e desfilou com uma garra surpreendente levantando o componente. Outro fator importante para favorecer o canto foi à bateria.
Enredo
O enredo “Lugar de Mulher é onde ela quiser”, desenvolvido pelo carnavalesco Junior Pernambucano exaltou a luta das mulheres e em especial as mulheres imperianas. Fantasias facilitaram a leitura do enredo, apesar do acabamento ruim, cada ala representava mulheres ou lutas importantes. O primeiro setor trouxe a força da mulher da serrinha. Prejudicando o enredo a ala 4 da escola não desfilou, desfalcando o enredo e o desfile. O segundo setor trouxe heroínas da história como Anita Garibaldi na ala 8 e Maria Quitéria na ala 9.
Evolução
Entrando na avenida com o relógio marcando sete minutos a escola precisou correr e não teve um andamento linear. O abre-alas com dificuldade de andar deixou a escola mais lenta e depois que o carro resolveu o problema, no setor 10, a escola começou a correr para não estourar o tempo máximo de 55 minutos. Por conta do ritmo acelerado a comunidade teve dificuldade para evoluir mais solta e brincando. O abre-alas, acoplado, colidiram. No último módulo, em frente ao setor 10, a escola abriu um grande buraco em frente a cabine dupla de julgamento.
Samba
O samba da escola funcionou e propiciou o canto. Em primeira pessoa, a letra deu força para o componente desfilar em meios aos programas. O refrão do meio foi o mais cantado e foi possível notar mulheres cantando o trecho com lágrimas no rosto. O imperiano gosta de cantar sua raiz e mais uma vez fizeram com êxito.
Fantasias
Um dos maiores problemas do desfile do Império foi às fantasias. Alas sem sapato, sem chapéu e o maior choque da noite: a ala das baianas sem saia. O Império deixou a desejar no quesito e pode perder preciosos décimos. Passaram na avenida com fantasias sem acabamento e algumas caindo pedaços pelo caminho. Além da bateria sem saia, a bateria passou com alguns ritmistas sem chapéu, assim como a 6ª e a 14ª ala da escola que tinham os componentes sem o acessório, a 17ª ala passou sem sapato com alguns membros da escola escorregando por conta da pista molhada.
Alegorias
Passando dificuldades com o acabamento das alegorias, iluminação e com o deslocamento, a agremiação deve enfrentar problemas com as notas na quarta feira de cinza. O primeiro carro, que trazia as imperianas na Serrinha tinha sérios problemas no acabamento, principalmente na coroa, símbolo principal da escola. O carro, acoplado, colidiram um com outro. Defeituoso e andando de forma mais lenta, atrapalhou a evolução. O tripé da escola teve problemas de iluminação e não acendeu no desfile.
Renascer de Jacarepaguá pisa na Avendia com comissão impactante e estética fiel ao enredo
A Renascer foi a sexta agremiação a desfilar no primeiro dia de desfiles da Série A e, apesar da qualidade estética nas alegorias, a vermelha e branca oscilou no canto. A comissão de frente foi realista e teatralizada. O samba-enredo fez o desfile crescer.
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Comissão de frente
Com a proposta de representar as mazelas sociais vividas pelo povo brasileiro, a comissão realizou sua apresentação de forma dramática e cênica. A representação começa com cada componente expondo manchetes trágicas de jornais. A criatividade traz para o real a dramática de um personagem central jogado ao chão com sangue na boca e mãos trêmulas. Os movimentos eram bem sincronizados. O público reagiu bem à proposta do coreógrafo, que apresentou os integrantes com roupas de trapos em tons terrosos.
Casal de Mestre-Sala e Porta-bandeira
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Renascer de Jacarepaguá, Vinicius e Jack Pessanha, vestiu a fantasia São Bento e a Medalha de Proteção. Em uma passada do samba, os dois mostraram sintonia e leveza na coreografia. Jack comandou seu pavilhão de forma segura. A fantasia era bem detalhada, com elementos luxuosos, mas aparentava ser leve e adequada para o bom movimento do casal.
Harmonia
O canto da escola sofreu uma grande oscilação. No início do desfile a escola explodia com o refrão, de canto forte. A escola iniciou o desfile com a força do carro de som, comandado por Leonardo Bessa. Ao decorrer do desfile, as alas foram tornando-se mais mornas e com cantos mais pontuais. Em alguns momentos, nas alas 7 e 10, alguns componentes cantavam e pararam. Ao final do desfile, o canto voltou com a ala 17, com força e emoção.
Evolução
A escola evoluiu de forma equilibrada nas primeiras alas, no entanto, com problemas na locomoção do segundo carro, que por possíveis problemas com o motor teve que ser empurrado por diversos apoios da escola. Algumas das alas estavam desordenadas e sem formar fileiras adequadas. Componentes foram vistos saindo de seus lugares, cruzando a ala para interagir com o público. Somente nas últimas alas a animação foi evidente, com um pouco mais de empolgação. No primeiro módulo a escola abriu um buraco, em frente a primeira cabine de jurados.
Samba-Enredo
O samba com letra forte, teve os versos bem cantados por conta da facilidade da letra. A melodia é bem encaixada com a letra, o trecho “Sou Renascer de Jacarépaguá, em nome do pai e da virgem Maria” fez o samba crescer na medida certa. O samba proporcionou um bom andamento para a escola, além de atender a simplicidade temática e a amplitude cultural que o enredo propõe.
Enredo
Com o enredo “Eu que te benzo, Deus que te cura” a escola expôs de forma simples uma das marcas mais cernes do povo brasileiro, o seu apego a crenças, religiões e rezas. Porém, a Renascer apresentou dificuldades no entendimento do enredo, uma vez que os setores não conversavam entre eles. A dificuldade de leitura das fantasias também comprometeu o desenvolvimento do enredo.
Alegorias
O conjunto alegórico da Renascer não apresentou uniformidade estética. Por exemplo o primeiro carro, “Sortilégio”, e o terceiro, “O altar”, apresentaram boa concepção e bom acabamento. Já o segundo carro, “Sincretismo: Minha Herança”, e o tripé, “Relicários – os amuletos e plantas”, apresentavam um nível inferior em acabamento e iluminação. Ainda sobre o tripé, o mesmo passou apagado.
Fantasias
Fantasias não se equilibraram em qualidade, algumas alas apresentaram falta acabamento e fantasias descolando, e outras com minuciosidade de detalhes, cores fortes e brilhos na medida correta em uma estética de qualidade. As baianas com uma fantasia tradicional mesclando entre a palha e o dourado que reluzia sofreram também oscilação em qualidade. A ala 2, “Os romeiros de juazeiro”, tinham uma fantasia simples e apresentou riqueza de detalhes e cores ao longo das roupas, alas como a ‘garrafadas e chás que curam’ deixou a desejar no acabamento, com panos descolando e tecidos mal encaixados na roupa. A ala 17, “Corta cobreiro bravo”, e a ala 19, “Benzendo a casa do samba”, a primeira com um vermelho vibrante e detalhes picotados em ótimo acabamento, assim como a aranha de chapéu, a segunda mesmo que sem regularidade nas roupas, representava as benzedeiras, todas de branco e com ervas na mão, puderam sintetizar a proposta religiosa do enredo se destacando.