Início Site Página 1357

Torcedores das escolas de samba elogiam estrutura do Camarote do King

Por Philipe Rabelo e Rennan Laurente

Neste domingo aconteceu a primeira noite de desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí. E no Camarote do King, famílias e amigos e se reuniram para assistir ao maior espetáculo da Terra. Fotos: Paulo Rodrigues

A noite começou com a dobradinha Estácio de Sá e King. O destaque do Abre Alas atende pelo nome Eliane Martins, mãe de João King e Lilian Martins, os donos do Camarote.

FOTO 1

Dona Eliane veio pelo segundo ano consecutivo no Abre Alas da Estácio, que esse ano trouxe um enredo sobre a Pedra. Ela representou a Deusa da Pedra.

“Viemos com muitas cores, a Rosa Magalhães fez um trabalho excelente, ela caprichou”, disse.

A segunda escola da noite foi a Unidos do Viradouro que trouxe as Ganhadeiras de Itapuã para a Sapucaí. E no King encontramos Anderson Faria e seus amigos, todos torcedores da escola. Eles estiveram pela primeira vez no King.

FOTO 2

“Estivemos em outros camarotes, porém, decidimos pelo King nestes dois dias das escolas especiais e não nos decepcionamos em nada. Qualidade, bebida, comida, visão, enfim, tudo de bom”. Quando perguntado sobre o desfile da Escola de coração ele disse: “Espetacular!” E, elogiou a comunidade de Niterói: “Comunidade cantou muito, bateria ótima e muito pé no chão”.

Outra torcida presente no Camarote foi a da Portela. Com mais de 20 anos de Sapucaí, este ano, Anderson Oliveira esteve pela primeira vez em um camarote, ele comprou ingressos para as 4 noites de desfiles. “Eu sou apaixonado por Carnaval e estou adorando o camarote King. Até falei com amigos que o que estou vendo, é muito mais do que prometeram. O credenciamento foi só uma provinha, mas estar aqui é incrível, um visual perfeito da Avenida – Nota 10”.

FOTO 3

Um trio de amigos também vindos da Zona Norte do Rio de Janeiro, tiveram a estreia no Camarote do King. Itaci Oliveira, Jairo da Fonseca e Eloá Freitas sempre curtem o Carnaval juntos, normalmente desfilando, porém nesse ano decidiram assistir.

FOTO 4

“Estamos adorando a experiência, uma estrutura muito bem montada”.

O Camarote do King, fica no setor 8 da Sapucaí e está em seu quarto ano de vida, com o feedback de clientes, amigos e parceiros em ter a melhor visão e o melhor atendimento de toda a Avenida.

FOTO 5

Dom Quixote representava loucura em enredo educacional do Império da Tijuca

A história do homem livro, Evandro Santos, fundador da biblioteca Tobias barreto, foi fio condutor do enredo do Império da Tijuca. Ele acumulou mais de 50 mil livros catados do lixo ou através de doações da população. O enredo se debruçava na temática da educação brasileira, contando a história através do homem livro.

Um dos clássicos da literatura mundial, Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, se transformou em ala na escola do morro da Formiga. No setor das Quimeras Literárias. A fantasia era em diferentes tons de laranja e vermelho, trazendo no chapéu o famoso moinho que Dom Quixote confundiu com um gigante. De fácil leitura, o figurino estava dentro da proposta do enredo de Guilherme Estevão.

Imperio da tijuca

“Dom Quixote e Quimera da Loucura” era o titulo da décima ala da escola, que fez referência ao cavaleiro andante, com seu traje lúdico. Em seu terceiro ano desfilando pela escola, Bárbara Mota, 52 anos, teceu elogios ao figurino da ala.

“A fantasia além de leve e super bonita, possuía um enorme significado por falar de educação na Sapucaí, isso não pode ser deixado de lado”, explicou Bárbara.

Fotos: alegorias da Estácio na concentração

Fotos: alegorias da União da Ilha na concentração

Pede passagem da Unidos de Padre Miguel carregava grande boi vermelho

A “Ginga” da Unidos de Padre Miguel se estendeu para além do nome do enredo. O tripé que abriu o desfile, levava o mesmo nome do tema, e fazia uma alusão aos bois africanos da tribo Mocupe. E consequentemente relembrava o boi vermelho, símbolo inicial da agremiação. Com uma enorme cabeça e com grandes chifres, o animal realizava movimentos e soltava fumaça pelas narinas.

boi unidos 4

Nas laterais, os dois bois vermelhos representavam o culto aos bois africanos. Ao fundo, duas esculturas representavam os guerreiros angolanos que estavam também inseridos ao culto da tripo Mocupe. O elemento alegórico estava inteiramente revestido por uma cor amarela que lembrava ouro.

Além do vermelho que também foi uma cor predominante. Na parte inferior, haviam materiais que davam a impressão de palhas, além de pérolas e búzios que finalizaram a decoração.

boi unidos 3

Apesar das cores fortes utilizadas, a chuva mais uma vez levou problemas para a vermelha e branca da Zona Oeste. Os guerreiros apresentavam visíveis falhas no acabamento, incluindo também os chifres do boi na lateral.

Baianas da Unidos de Padre Miguel representaram Nossa Senhora da Boa Morte

A Unidos de Padre Miguel levou o enredo Ginga para a Avenida, e apresentou a trajetória histórica da Capoeira, uma dança de matriz africana, conhecida e praticada em diversos países.

baianas unidos 1

A ala das baianas da Unidos de Padre Miguel foi dividida em dois grupos. A primeira parte, as baianas com fantasias pretas, representavam Nossa Senhora da Boa Morte. Já o segundo grupo, as baianas de branco, eram os toucheiros. Em ambas, elas carregavam crucifixos em suas fantasias.

As fantasias escuras reproduziam a festa para a padroeira, que já completou mais de 200 edições no município do recôncavo baiano. Onde é comemorado a luta do povo negro contra a escravidão. A roupa remetia à uma celebração dedicada às irmãs falecidas e elas levavam buquês de flores em forma de homenagem.

baianas unidos 2

Renata Mota, uma das matriarcas, explicou ao site o significado das indumentárias.

“Nós de preto e vermelho somos Nossa Senhora da Boa Morte, que é uma santa muito tradicional em Salvador que é o berço da capoeira e no meio da nossa ala formará uma cruz em branco, que são as baianas de branco, elas vem representando o Espírito Santo que é o guardião de Nossa Senhora da Boa Morte”,

Para Renata que é professora de história e baiana da vermelho e branco por mais de 10 anos, o enredo foi uma escolha muito importante para manter viva a tradição e cultura da capoeira.

“Eu não poderia estar mais feliz, mais apaixonada por esse enredo. É conseguir resgatar um pouco da nossa cultura, exaltar a cultura brasileira, exaltar a capoeira que é uma arte maravilhosa. A gente tem que continuar cultivando e cultuando nossa história”, concluiu.

Fotos: alegorias do Tuiuti na área de concentração

Fotos: alegorias da Grande Rio na área de concentração

Fotos: alegorias da Portela na área de concentração