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Isso é Rosa Magalhães! Estácio abre Grupo Especial com aula da professora no enredo e nas alegorias

Por Victor Amancio. Fotos de Allan Duffes e Isabel Scorza

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A carnavalesca Rosa Magalhães completou 50 carnavais e para coroar a data fez um desfile brilhante tirando leite de ‘pedra’ pela Estácio de Sá, na abertura do Grupo Especial. Se pensaram que a professora não ia dar conta de desenvolver mais este enredo se enganaram, ela deu uma verdadeira aula sobre a relação do homem com os minérios e os resultados que a falta de cuidado e a cobiça podem levar. Alegorias belíssimas e bem acabadas surpreenderam quem espera um desfile mediano. A Estácio fechou o desfile com 66 minutos e a carnavalesca disse não acreditar no rebaixamento.

“Não vamos descer, se Deus quiser”, afirmou Rosa Magalhães.

Comissão de frente

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A comissão veio representando a evolução da humanidade que com o passar dos tempo aprimorou técnicas e criou tecnologias capazes de nos levar para a Lua. Os bailarinos, coreografados por Ariadne Lax, vieram representando homens da idade da pedra e o tripé representando uma espécie de caverna. Dançando e realizando funções da época como a caça a encenação foi bem recebida pelo público. No ato final da comissão a rocha se abria com a presença de dois astronautas e um deles com a bandeira da Estácio, unindo os dois momentos da história e marcando a evolução do homem. O público aplaudiu.

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Mestre-sala e Porta-bandeira

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O primeiro casal da escola se apresentou com a fantasia que representava o rubi, uma das pedras mais preciosas do mundo. Zé Roberto e Alcione usaram uma fantasia belíssima bem tal como uma pedra preciosa. Alcione segurou firme na dança mesmo parecendo estar com uma fantasia pesada que pareceu atrapalhar os movimentos dela. O casal dançou no mesmo tempo, com sintonia e não cometeu erros em nenhuma das cabines de julgadores.

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Harmonia

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O componente estaciano iniciou o desfile cantando forte e durante o desfile a altura baixou voltando a crescer nas últimas alas. Serginho do Porto provou ser a cara da agremiação e encaixou perfeitamente sua voz ao samba. Favorecendo a harmonia, a bateria de mestre Chuvisco deu um show de bossas e o público respondeu com aplausos e cantando de volta a obra da escola.

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Enredo

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O enredo “Pedra” da professora Rosa Magalhães foi apresentado em recortes baseados na história do país. Passando pelas inscrições rupestres e protetora de animais da pré-história; a exploração da riqueza pelos colonizadores; morada de espíritos indígenas e a exploração sem limites que destroem terras. Rosa desenvolveu o enredo de forma clara com alegorias e fantasias de fáceis leitura. Foi possível notar erros em dois momentos do desfile: a ala 20 e o terceiro casal estavam em posições invertidas; e no fim as alas 22, 23 e 24, vieram trocadas ao invés de virem “universo”, “o sol” e “a terra” vieram “o sol”, “a terra” e “o universo” não batendo com as informações presentes no abre-alas. Estácio encerrou o desfile com uma alegoria trazendo a Lua de São Jorge com uma crítica direta a falta de consciência ambiental do homem.

Evolução

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O componente da escola poderia ter evoluído muito melhor comparando com os ensaios realizados pela escola. Em alguns momentos foi possível notar pessoas andando e sem evoluir. Nos dois últimos setores isso melhorou e foi perceptível a evolução do quesito, os componentes passaram brincando e mais soltos.

Samba-Enredo

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O samba da Estácio de Sá desempenhou bem seu papel, apesar do canto não ter sido muito forte, pode-se notar uma Sapucaí embalada pela obra. O que ajudou no crescimento do samba foi a bateria.

Fantasias

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Rosa conseguiu contar o enredo do início ao fim através de suas fantasias. Bem acabadas e com materiais dando um efeito visual bonito para escola, as fantasias conseguiram suprir a necessidade de contar o enredo e apresentar um visual atrativo para quem assistia. Destaque para as alas do terceiro setor que representavam a mineração, as fantasias reluziam e impressionavam pela beleza estética e para as alas do quinto que com simplicidade agradaram visualmente.

Alegorias e Adereços

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Rosa com o primor de acabamento em todos os seus carros fez um belíssimo desfile em termos estéticos. Os carros da escola foram um dos pontos altos, em destaque o abre-alas que trouxe fósseis de animais pré-históricos e o símbolo maior da escola: o leão. O quinto carro impactou o desfile representando a busca desenfreada pelo ouro na Serra Pelada. Esta alegoria trazia caveiras, exemplificando as mortes humanas causadas e o mal feito aquela terra e como composições garimpeiros. Fechando com o São Jorge, o padroeiro da escola, e a Lua, um pedaço da terra que hoje é árido e serve como depósito de lixo da Terra.

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Outros Destaques

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A rainha Jack Maia em sua estreia desfilou bem à frente da bateria com uma fantasia bonita, sambando e interagindo bem com o público.

Componentes da Estácio se orgulham de alegorias de Rosa Magalhães

Com o enredo Pedra, a Estácio de Sá foi a primeira escola a entrar na Avenida na noite deste domingo. O abre-alas, nomeado “Memórias gravadas na pedra”, foi um dos grandes destaques do desfile. A equipe do site CARNAVALESCO conversou com alguns componentes sobre essa e outras alegorias de Rosa Magalhães, a maioria se disse apaixonado pelos carros.

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A alegoria possuía desenhos rupestres e outras descobertas arqueológicas, como os da Serra da Capivara, o revestimento do carro dava a impressão quase ral de pedra, muito próximo da realidade, o abuso de cores terrosas e palha ajudou a manter a aparência realística.

Eliclaudio Pereira, que desfila na escola há mais de oito anos, veio no abre-alas e ficou muito feliz de fazer parte do desfile feito por Rosa Magalhães.

“Esse carro é incrível, é grandioso, é o início de tudo, volta ao homem primitivo que escrevia em pedras, é o nosso passado”, conta.

Fernanda Lopes, que fez sua estreia na agremiação, contou que achou o abre-alas mais bonito do desfile.

“O trabalho do carro está lindo, traz a história dos nossos ancestrais e todo trabalho que eles tiveram que começou na época da pedra mesmo. A roupa está linda, a coreografia vocês vão ver na Avenida e também está tudo muito bonito, muito bem preparado”, afirmou a componente ainda na concentração.

Diana Maciel, que também fez sua estreia no desfile da Estácio, conta que é fã da carnavalesca e se apaixonou pelo abre-alas.

“Não tenho palavras para expressar o trabalho da Rosa nesse carro, ele está fantástico, o leão está lindo demais, o trabalho dela é primoroso”, enalteceu.

O carro 5, denominado de “Em busca do ouro”, que segundo a crença, quando eles nasciam, saiam pedras de mundo subterrâneo para habitar a superfície. Ainda com bastante cores terrosas e com um excelente acabamento, dessa vez a carnavalesca também inclui o uso do dourado para remeter ao ouro.

Júlio leite, que desfilou na Estácio pela primeira vez ficou impressionado com o efeito do quinto carro.

“Ele está bem realista, o figurino está bem legal, a coreografia está muito massa também, vocês vão ver na avenida”, contou antes de passar pela Sapucaí.

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Gustavo Crellin, que desfila há 15 anos no carnaval do Rio gostou bastante do quinto carro por ser mais crítico.

“É um carro que fala sobre a serra dos Carajás, que mostra toda devastação, o minério, é o lado da ganância”, conta.

Leonardo Reis desfilou na agremiação pelo segundo ano, mas se considera um estaciano desde criancinha, adorou a alegoria.

“É um carro com 100 pessoas, surpreende, eu fico em um desses vasos super realistas, eu testei, pulei bastante e é super resistente, se depender de mim a gente vai ganhar”, conta.

Xica da Silva volta à Sapucaí em desfile da Estácio de Sá

Figura emblemática do período colonial e enredo do Salgueiro de Fernando Pamplona em 1963, Xica da Silva é recorrente no carnaval carioca. Isso pela sua importância para a representação do empoderamento feminino e do contexto de escravidão do negro no Brasil colônia. Com o enredo sobre a posição histórica do elemento pedra, a escola encaixou em sua sexta ala a figura de Xica da Silva que sabiamente tinha uma grande volúpia por receber pedras preciosas, o que também marcava a sua posição social já que teve uma união estável com um rico contratador de diamantes na cidade mineira de Diamantina.

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Com o já conhecido bom acabamento de Rosa Magalhães, a fantasia vem em tons em vermelho e rosa, representando a vestimenta de uma fidalga. A aposentada Rita de Cássia mostrou que estudou direitinho a história de Xica antes de desfilar na ala que a representa.

“Eu fico honrada. Eu li um pouco sobre e ela foi uma escrava que teve alforria e depois de um tempo casou com um cara que mexia com diamantes e chegou a ter 104 escravos. Alguns ela deu alforria, outros não. Os que trabalhavam pra ela, ela deu alforria. Mas ela não teve uma vida muito difícil pelo o que eu li”.

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Já a instrumentadora cirúrgica, Conceição dos Santos, que desfilou na mesma ala afirmou que a fantasia representou bem todo o glamour da escrava alforriada.

“Eu achei a fantasia interessante porque está falando de uma negra e ela teve bastante exposição no início das épocas e eu achei elegante. Achei a cor bastante delicada, bem feminina para a escola. Também gostei de falar dela, pois ela também teve esse contato com o ouro. Achei linda”, finalizou.

Galeria de fotos: desfile da Estácio no Carnaval 2020

Análise da bateria da Estácio de Sá no desfile de 2020

Por Matheus Mattos

Primeira bateria a desfilar do Grupo Especial do Rio de Janeiro, a Medalha de Ouro, do mestre Chuvisco, apresentou uma bateria com bossas repletas de informações de caixas, porém sofreu com descompassos de andamento e sobras nas realizações de determinadas paradinhas.

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Ainda fora da avaliação dos jurados, o esquenta da bateria sofreu com algumas desatenções durante a execução do samba de 2016. A própria introdução de 2020 também teve oscilação de precisão na cozinha.

Durante a execução reta, a bateria preservou a resistência rítmica, tanto na cozinha quanto na execução dos instrumentos leves. O naipe de caixas se destacou. A afinação alta, boa divisão da batida e resistência durante a passagem contribuíram para a sonoridade.

Notou-se um descompasso da bateria no minuto 33 e uma execução com faladas da bossa que se inicia no trecho “Na lua de Jorge”.

A bateria também apresentou uma surpresa aos sambistas. Em determinado trecho, todos os ritmistas se abaixavam e os agogôs continuavam. Na primeira vez que foi realizado houve um descompasso com o carro de som. Já na segunda execução, na terceira cabine de jurados, a escola acertou com precisão.

O time de cordas valorizou a sustentação do samba e poucos arranjos. Falando especificamente dos cavacos, eles apresentaram um solo logo na entrada da segunda estrofe. No caso do violão de 7 cordas, aproveitou a execução do segundo refrão pra dedilhar com mais liberdade.

Componentes da Viradouro não se assustam com favoritismo

Graças a excelente administração, o pré-carnaval da Viradouro foi o que se pode chamar de perfeito. Isso fez com que a escola fosse uma das mais esperadas na primeira noite de desfiles do grupo especial. A vermelha e branca pisou na passarela com grande favorita ao lugar mais alto do pódio. Durante os preparativos para o espetáculo, a organização e qualidade do barracão chamaram atenção o tempo inteiro na Cidade do Samba. Na ala musical, a agremiação também não desapontou. Os ensaio na Amaral Peixoto se tornaram atração para o povo de Niterói.

A prefeitura da cidade, aliás, foi também uma das responsáveis pelo sucesso da escola ao investir, mais um ano, uma verba milionária para que a agremiação niteroiense se destacasse na Marquês de Sapucaí. O resultado de tamanho investimento não demorou para aparecer. O tal brilho no olhar, que tanto cantou a Viradouro em 2019, voltou. E mais forte do que nunca, mesmo com a ingrata posição de desfile.

As fantasias da Viradouro chamaram atenção graças ao seu bom gosto e requinte. Nas alegorias impressionava também a grandiosidade das composições. Uma delas era Kiko Araújo, 25 anos, que desfilou no terceiro carro “Joias de Crioula – a Arte metal e o Ganho da sorte”. Fantasiado de “Balangandã de prata”, o desfilante confessou ao site CARNAVALESCO que todo o luxo da escola fez com que ele acreditasse na possibilidade de título.

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“A Viradouro guarda o grito de campeã desde o ano passado. Depois do vice-campeonato de 2019 a nossa responsabilidade aumentou muito. Ensaiamos bastante o tempo todo na quadra e nas ruas para podermos comemorar o primeiro lugar na quarta-feira de cinzas”, revelou.

Vestida de “Mercação de amendoim”, no primeiro setor, estava Cláudia dos Santos. A desfilante contou que falta pouco para o grito de campeã sair do peito.

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“A nossa ala está ensaiando desde junho. Acho que esse ano o campeonato será nosso. Todo mundo estava esperando um grande desfile e ele aconteceu. Estamos confiantes, muito bem ensaiados. Não tenho dúvidas que correspondemos às expectativas do público”, contou Cláudia.

O popular Esticadinho, codinome de José Carlos, é componente da velha guarda a 3 décadas. Apesar de reconhecer o favoritismo da vermelha e branca ele entende que o ‘sarrafo’ está alto esse ano.

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“A expectativa da nossa escola é imensa, mas a gente sabe que todo mundo quer ser campeão. É briga de cachorro grande. Quem errar menos, levanta a taça. Nós levamos fé no desfile, sempre respeitando as coirmãs”, finalizou o desfilante.

Torcedores das escolas de samba elogiam estrutura do Camarote do King

Por Philipe Rabelo e Rennan Laurente

Neste domingo aconteceu a primeira noite de desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí. E no Camarote do King, famílias e amigos e se reuniram para assistir ao maior espetáculo da Terra. Fotos: Paulo Rodrigues

A noite começou com a dobradinha Estácio de Sá e King. O destaque do Abre Alas atende pelo nome Eliane Martins, mãe de João King e Lilian Martins, os donos do Camarote.

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Dona Eliane veio pelo segundo ano consecutivo no Abre Alas da Estácio, que esse ano trouxe um enredo sobre a Pedra. Ela representou a Deusa da Pedra.

“Viemos com muitas cores, a Rosa Magalhães fez um trabalho excelente, ela caprichou”, disse.

A segunda escola da noite foi a Unidos do Viradouro que trouxe as Ganhadeiras de Itapuã para a Sapucaí. E no King encontramos Anderson Faria e seus amigos, todos torcedores da escola. Eles estiveram pela primeira vez no King.

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“Estivemos em outros camarotes, porém, decidimos pelo King nestes dois dias das escolas especiais e não nos decepcionamos em nada. Qualidade, bebida, comida, visão, enfim, tudo de bom”. Quando perguntado sobre o desfile da Escola de coração ele disse: “Espetacular!” E, elogiou a comunidade de Niterói: “Comunidade cantou muito, bateria ótima e muito pé no chão”.

Outra torcida presente no Camarote foi a da Portela. Com mais de 20 anos de Sapucaí, este ano, Anderson Oliveira esteve pela primeira vez em um camarote, ele comprou ingressos para as 4 noites de desfiles. “Eu sou apaixonado por Carnaval e estou adorando o camarote King. Até falei com amigos que o que estou vendo, é muito mais do que prometeram. O credenciamento foi só uma provinha, mas estar aqui é incrível, um visual perfeito da Avenida – Nota 10”.

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Um trio de amigos também vindos da Zona Norte do Rio de Janeiro, tiveram a estreia no Camarote do King. Itaci Oliveira, Jairo da Fonseca e Eloá Freitas sempre curtem o Carnaval juntos, normalmente desfilando, porém nesse ano decidiram assistir.

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“Estamos adorando a experiência, uma estrutura muito bem montada”.

O Camarote do King, fica no setor 8 da Sapucaí e está em seu quarto ano de vida, com o feedback de clientes, amigos e parceiros em ter a melhor visão e o melhor atendimento de toda a Avenida.

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Dom Quixote representava loucura em enredo educacional do Império da Tijuca

A história do homem livro, Evandro Santos, fundador da biblioteca Tobias barreto, foi fio condutor do enredo do Império da Tijuca. Ele acumulou mais de 50 mil livros catados do lixo ou através de doações da população. O enredo se debruçava na temática da educação brasileira, contando a história através do homem livro.

Um dos clássicos da literatura mundial, Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, se transformou em ala na escola do morro da Formiga. No setor das Quimeras Literárias. A fantasia era em diferentes tons de laranja e vermelho, trazendo no chapéu o famoso moinho que Dom Quixote confundiu com um gigante. De fácil leitura, o figurino estava dentro da proposta do enredo de Guilherme Estevão.

Imperio da tijuca

“Dom Quixote e Quimera da Loucura” era o titulo da décima ala da escola, que fez referência ao cavaleiro andante, com seu traje lúdico. Em seu terceiro ano desfilando pela escola, Bárbara Mota, 52 anos, teceu elogios ao figurino da ala.

“A fantasia além de leve e super bonita, possuía um enorme significado por falar de educação na Sapucaí, isso não pode ser deixado de lado”, explicou Bárbara.