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Ensaboou! Viradouro faz desfile ‘quase impecável’ para buscar o título no Grupo Especial em 2020

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Por Guilherme Ayupp. Fotos: Allan Duffes, Isabel Scorza e Magaiver Fernandes

Um banho de bom gosto. Essa frase pode definir com exatidão o que fez a Unidos da Viradouro em seu desfile no Grupo Especial neste domingo. Novamente, como a segunda a desfilar, tal qual em 2019, a agremiação deu um bico nas estatísticas (que colocam escolas com esse posicionamento de desfile em colocações ruins) e fez uma apresentação arrebatadora. O conjunto plástico criado por Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira é seguramente um dos maiores já levados pela Viradouro em um desfile.

O desfile beirou a perfeição. Porém, alguns deslizes podem comprometer o sonhado título. Ainda mais se tomarmos em conta que o Grupo Especial é muito equilibrado. Um buraco na altura do segundo módulo de julgamento e a última alegoria que passou apagada boa parte da avenida são pequenos detalhes no mar de bom gosto, mas que contam na hora da apuração, embora tenha o descarte da nota mais baixa e mais alta de cada quesito. A Unidos do Viradouro apresentou o enredo ‘Viradouro de alma lavada’ e concluiu sua apresentação com 66 minutos.

Comissão de Frente

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Uma boa comissão é aquela em que o enredo está resumido nela. E a Viradouro novamente conseguiu fazer isso com Alex Neoral, um dos mais competentes coreógrafos do carnaval. ‘Velhos areais de nossos ancestrais’ foi título da apresentação. proposta era caracterizar as zungueiras lavadeiras, ancestrais das lavadeiras, vindas da África. No requebro do corpo saudavam Oxum.

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A apresentação aliou tradicionalismo, dança e o fator surpresa que hoje é praticamente uma obrigação em comissões competitivas. No primeiro momento da apresentação as dançarinas evoluíam com roupas no tom marrom claro com bacias nas mãos. Depois arrancavam aquelas vestimentas e por baixo indumentárias muito coloridas. No último terço da apresentação, elas subiam no elemento alegórico de apoio, que revelava um aquário com um sereia que nadava com muita sensualidade, jogando água para cima. arrancando aplausos do público. A apresentação cometeu um pequeno deslize no módulo 1, quando um das bacias foi amassada quando o aquário subiu. A escola pode perder décimos, mas eles podem ser descartados, uma vez que o julgamento prevê o descarte da maior e menor notas e nos demais módulos tudo correu perfeitamente bem.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Um bálsamo para os olhos poder assistir a evolução e o bailado de Julinho e Rute. Uma apresentação firme, tradicional e perfeita. Com a fantasia ‘O sol para a liberdade’ eles protagonizaram a luz do amanhecer e mostraram a importância do sol para a prática do ganho das escravas lavadeiras. Julinho e Rute formam um dos melhores casais do carnaval não é à toa. As terminações de movimentos estiveram perfeitas, a troca de olhares e o romance entre eles foi de emocionar. Cantando o samba todo o tempo, sorrindo, apresentando o pavilhão corretamente. Três apresentações perfeitas.

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Enredo

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A Viradouro iniciou o desenvolvimento de sua proposta narrativa através do setor ‘Prelúdio das águas’. A intenção dos carnavalescos era fazer um mergulho nas águas da lagoa do Abaeté e no mar de Itapuã. O resgate de ganhadeiras históricas evidenciam o que estava por vir. O requinte e o bom gosto de Tarcísio e Marcus, com um setor inteiramente dourado. Em seguida veio o setor ‘Bando do Mercadejo’ trouxe os diversos ganhos das ganhadeiras, tudo com uma riqueza grande de detalhes nos figurinos e muita leitura.

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A partir do terceiro setor, ‘Caixinheiros de terreiro’, a escola decide mostrar os terreiros que se tornam ateliês para a produção de manufaturas. Em seguida veio o quarto setor, ‘Festa na aldeia’, quando o enredo passou a mostrar as manifestações folclóricas que influenciaram o surgimento do grupo das ganhadeiras. No setor cinco, ‘Sagrada-matriz, ‘ as festas dos padroeiros São Tomé e Senhora de Santana à Conceição. Para encerrar a proposta do enredo veio o setor ‘Os tesouros do Brasil’, onde outros grupos folclóricos formados por mulheres passaram pela avenida.

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Setores bastante claros na proposta com a leitura vista na avenida bastante coerente em relação àquilo que foi defendido no livro abre-alas. Enredo de densidade cultural, que bebe muito na fonte do feminismo, tema atual que permeia a sociedade brasileira. Tudo com o requinte e bom gosto que se esperam de um desfile do Grupo Especial.

Fantasias

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Sem qualquer sombra de dúvida foi o grande destaque do desfile. Poucas vezes se viu a Viradouro tão luxuosa na Sapucaí. Certamente vai ser um dos melhores conjuntos de fantasias deste ano, mesmo restando muitas escolas para passar na avenida. Foi tanto bom gosto que fica até difícil citar alas que se destacaram, sob o risco de cometer injustiças. Para fazer isso podemos apontar um de cada setor. No primeiro, a ala ‘Pai pescador’, no segundo o destaque foi a ala ‘Fuá da marcação’, sem falar nas baianas quituteiras. A sequência permanece com a ala ‘bugingueiros de artefatos’, no setor 3, ‘Malê Debalê’, a bateria, no quarto, ‘Festejo de Santana’ no quinto e “Cantadeiras do Sisal’ no sexto e último.

Alegorias e adereços

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Conjunto grandioso, que facilitou a compreensão do enredo corretamente. O abre-alas era impressionante, inspirado em elementos do barroco baiano pr mostrar o prelúdio das águas. O segundo carro trouxe bicas em neon, simulando quedas d’água. Recurso muito criativo que deu grande realismo à alegoria. O terceiro carro foi um dos mais belos do conjunto todo, em prata predominante e uma iluminação que fazia a alegoria ter vários tons.

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A quarta alegoria representava a formação cultural do grupo das Ganhadeiras, surgido em 2004. ‘Nas escadas da fé é a voz da mulher foi o quinto carro’. Lamentavelmente a última alegoria do desfile, ‘As ganhadeiras de Itapuã – o xé que veio da Bahia’ passou apagado, o que pode representar perda de décimos em mais de um módulo de julgamento.

Evolução

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Quem acompanhava os ensaios de comunidade da Viradouro nas ruas de Niterói sabia que a escola viria muito forte neste quesito na avenida. De fato a evolução esteve perto da excelência. Entretanto é sabido que a Sapucaí tem seus mistérios. Um buraco se formou no módulo dois, ‘que pode prejudicar a escola. Foi notável também que algumas alas passaram mais andando que evoluindo na parte final do desfile, na altura do último módulo de julgamento.

Harmonia

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A escola passou cantando forte o samba o tempo todo. E foi possível perceber algo que raramente se vê nos desfiles de escola de samba desde que ele se globalizou. Arquibancadas e frisas sabiam a obra e impulsionaram a harmonia. A Viradouro entregou exatamente aquilo que prometeu, muito canto.

Samba-Enredo

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Excelente desempenho da obr viradourense na avenida. Zé Paulo e a bateria impulsionaram a apresentação. E tal qual era esperado antes do desfile, o ensaboa enlouqueceu o Sambódromo. Toda a escola gritava esse trecho, orgulhosa de seu samba.

Outros Destaques

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A bateria também levantou a Sapucaí com uma paradinha onde um atabaque gigante entrava no meio dos ritmistas. Um ijexá, toque de Oxum, foi realizado várias vezes no desfile. Um dos apoios de Julinho e Rute não conteve a emoção ao assistir à última apresentação do casal no setor 10. Uma cena tocante que evidencia o quanto é difícil a rotina dessas pessoas. Zé Paulo Sierra veio com uma fantasia representando a ancestralidade dos primeiros negros que chegaram no Brasil.

Fotos: Desfile da Viradouro no Carnaval 2020

‘Quintal de casa’ proximidade com Sapucaí dá mais garra a comunidade do Estácio

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Cerca de um quilômetro de distância separam o Berço do Samba da Avenida Marquês de Sapucaí. O intérprete Serginho do Porto sempre lembra essa proximidade, definindo a Marquês como o quintal de casa da escola.

Essa logística representa uma comodidade na hora de preparar o desfile, ainda mais esse ano em que a escola veio maior pois desfilou no Grupo Especial.

Mas essa proximidade para muitos dos foliões traduz uma forma até de orgulho da escola mostrando sua relação com a passarela do samba. Para a administradora Mônica Santos, que desfilou na ala “história dos Parauopebas Força e Trabalho em Carajá”, é uma vantagem em relação às outras escolas.

“Acho ótimo porque está muito próximo e a gente convive sempre com a escola. A escola está sempre de braços abertos pra gente, é tudo maravilhoso. A gente até consegue tirar um pouco de onda com as outras escolas porque é pertinho”.

Para dona Joana D’arc, técnica de enfermagem e baiana da escola, esse orgulho não se traduz em sentimentos ruins como prepotência.

“Eu acho bem confortável e a gente não fica arrogante com isso. A gente acha uma facilidade, é muito bom. Só isso. É simples assim. É muito melhor você ser da comunidade, a Estácio sendo no centro do Rio, onde a gente tem acesso para tudo”.

O passista da Vermelha e Branca, André, lembra que esta questão facilita a comunidade e lembra escolas que que tem sua sede em regiões longe do sambódromo.

“Eu acho que é um privilégio por que muitas escolas são de muito longe, Santa Cruz, por exemplo, é aquele transporte, uma coisa absurda. Então, com a Estácio do lado, é o quintal. É a armação com a comunidade quase já dentro do desfile. O morro é do lado, é vizinho, e isso reflete na força da comunidade”.

Análise da bateria da Viradouro no desfile de 2020

Por Matheus Matttos

Segunda bateria da primeira noite, a Furacão Vermelho e Branco apostou num andamento mais firme pro desfile. A proposta de valorizar o canto da escola foi visível, mas sem deixar de apresentar complexidades de ritmo.

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Durante a execução nas cabines, duas mulheres tocando timbal apareceram de dentro de um tripé logo após o maior apagão. Além de levantar as arquibancadas, todo restante da bossa executada após foi realizada com eficiência.

Pra ajudar na precisão do apagão, um surdo de terceira no meio marcava o tempo. A entrada no recuo sofreu com algumas oscilações de andamento e falta de precisão da retomada dos leves. A apresentação na última cabine de jurados também contou com algumas falhas.

Entre os instrumentos, o chocalho mostrou um bom domínio técnico, ritmistas atentos e levada limpa. A maioria dos arranjos apresentados visavam valorizar o canto dos componentes, como o que zerava no “É Viradouro” e o apagão maior da última parte. Especificamente nesse, os ritmistas ficam 16 compassos sem tocar e voltam no mesmo andamento do canto dos componentes, uma boa precisão rítmica apresentada.

No trecho “É a voz da mulher”, os cavacos apresentaram um solo bem executado. No “ensaboa” um diferente arranjo também foi notado.

Quinta alegoria da Viradouro trouxe sincretismo religioso de Nossa Senhora das Candeias

O dia consagrado à Nossa Senhora das Candeias, sincretizada como Oxum nas religiões de matrizes africanas, virou tema da quinta alegoria do Unidos do Viradouro. A vermelha e branca pisou na Marquês de Sapucaí com o enredo “Viradouro de Alma lavada”, contando os pormenores da história das Ganhadeiras de Itapuã. E na alegoria 5, propôs uma alusão a lavagem das escadarias da Igreja Matriz de Itapuã, num carro repleto de simbolismos.

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Toda baseada em branco e salmão, a composição tinha elementos religiosos, como um altar e enormes velas distribuídas por toda a alegoria. As peças estavam enfeitadas com pequenas pérolas. Na frente uma escadaria, aconteceu um ato com alguns componentes da escola durante todo o desfile da agremiação.

A integrante Roseclai Laureano, torcedora fanática da Viradouro, demonstrou repleta emoção ao distribuir flores durante a procissão.

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“Eu representei uma lavadeira e distribui flores para os participantes da procissão em homenagem à santa. Estou apaixonada. Quando fui convidada para participar fiquei muito emocionada. Pois nutro uma devoção muito grande pela orixá”, declarou.

No topo da escadaria, uma surpresa. A imagem de Nossa Senhora das Candeias, com um manto florido, abriu seu “coração” para revelar um destaque com os trajes de Oxum. A componente era Patrícia Costa, ex-rainha de bateria da Viradouro.

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“É um presente imenso e estou muito emocionada. Estou trazendo a orixá dentro de mim, com toda a energia da feminilidade e do amor. Nem sei se sou merecedora disso. Estou muito feliz em fazer parte deste momento com a escola, com quem eu já fui campeã em 1997”, afirmou.

Viradouro leva a sorte para a Avenida com carro em tons prateados

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A Viradouro foi a segunda escola a pisar na Marquês de Sapucaí na noite deste sábado. Seu enredo reverenciou as Ganhadeiras de Itapuã, escravas que atuaram até o final do século XIX na Bahia fazendo “lavagem de ganho”. O terceiro carro da escola, intitulado como “Joias de Crioula – A arte Metal e o Ganho da Sorte”, fez alusão às joias e adornos produzidos e utilizados por essas mulheres. Feitos à base de metal, as peças tinham o objetivo de enfeitar de trazer sorte.

A alegoria da agremiação vermelha e branca de Niterói era toda prateada, com muitas pedrarias, flores e elementos espelhados. Brincos, cordões e anéis metálicos, joias conhecidas como balangandãs, pendiam de várias partes da estrutura do carro. Na frente, uma grande escultura de uma mulher enfeitada com alguns desses acessórios feitos de metal.

Nas laterais, uma enorme escadaria abrigava componentes vestidos com coloridas fitas do Senhor do Bonfim, além de um chapéu com uma figa, conhecida por ser usada como proteção para maus agouros. A integrante venezuelana Maria Alejandra Castro, que desfilou pela primeira vez na Viradouro, ficou encantada com o a grandiosidade da alegoria.

“O carro retrata os balangandãs. Minha fantasia representa o amuleto, aquilo que traz sorte para a escola. Está tudo maravilhoso, as cores foram bem combinadas”, disse.

No meio da alegoria estava um grande recipiente, contendo miçangas metalizadas e ladeado por enormes figas. Os pequenos detalhes do carro eram impressionantes. Luiz Cláudio Neves, de 48 anos, acha que a composição foi muito bem elaborada e revelou que estava admirado com a minuciosidade dos carnavalescos. Oriundo da ala de passistas, o componente ficou muito feliz em ter sido convidado para fazer parte de uma alegoria tão imponente e chamativa.

Baianas da Estácio de Sá comemoram a fantasia ‘O Ouro Barroco’

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Há 50 carnavais Rosa Magalhães têm brindado o público carioca com carnavais memoráveis. Esse ano, trouxe a Estácio de Sá com o enredo ‘Pedra’. Fantasias de fácil leitura, leves e luxuosas, marcaram o desfile da agremiação na noite deste domingo. Entre tantas, as baians merecem destaque, elas vieram representando “O Ouro Barroco”. Com fantasias na cor dourada elas brilharam, literalmente na Sapucaí.

O subchefe de ateliê Igor Marcelo, achou a fantasia das baianas a mais bonita da escola, com cor dourada, feita de paetê, pena, bolinhas de acetato, capim e pedras.

“Ficou muito exuberante, ela conseguiu surpreender a todos nós, acho que vai funcionar bem na avenida porque na minha opinião, de todas as fantasias, essa é a mais brilhante”, contou.

Mariana Silveira, que desfila na Estácio há 10 anos, também achou que a Carnavalesca caprichou. “A roupa está linda, temos a sorte de ter roupas bonitas sempre, é uma alegria estar vestida com um figurino da Rosa”, disse.

Ivone Coutinho, que tem 86 anos e desfila na Estácio desde que ela era Unidos de São Carlos achou a fantasia incrível. “Achei a fantasia bonita luxuosa”.

Outra baiana, Dina Santana, que desfila há dois anos na ala comemorou a fantasia estar mais leve esse ano. “Conheço uma fantasia pesada, e essa está levíssima, tá maravilhosa, estou me sentindo super luxuosa, com essa fantasia que vai dar pra gente brincar bastante”, comemorou a baiana ainda na concentração.

Isso é Rosa Magalhães! Estácio abre Grupo Especial com aula da professora no enredo e nas alegorias

Por Victor Amancio. Fotos de Allan Duffes e Isabel Scorza

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A carnavalesca Rosa Magalhães completou 50 carnavais e para coroar a data fez um desfile brilhante tirando leite de ‘pedra’ pela Estácio de Sá, na abertura do Grupo Especial. Se pensaram que a professora não ia dar conta de desenvolver mais este enredo se enganaram, ela deu uma verdadeira aula sobre a relação do homem com os minérios e os resultados que a falta de cuidado e a cobiça podem levar. Alegorias belíssimas e bem acabadas surpreenderam quem espera um desfile mediano. A Estácio fechou o desfile com 66 minutos e a carnavalesca disse não acreditar no rebaixamento.

“Não vamos descer, se Deus quiser”, afirmou Rosa Magalhães.

Comissão de frente

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A comissão veio representando a evolução da humanidade que com o passar dos tempo aprimorou técnicas e criou tecnologias capazes de nos levar para a Lua. Os bailarinos, coreografados por Ariadne Lax, vieram representando homens da idade da pedra e o tripé representando uma espécie de caverna. Dançando e realizando funções da época como a caça a encenação foi bem recebida pelo público. No ato final da comissão a rocha se abria com a presença de dois astronautas e um deles com a bandeira da Estácio, unindo os dois momentos da história e marcando a evolução do homem. O público aplaudiu.

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Mestre-sala e Porta-bandeira

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O primeiro casal da escola se apresentou com a fantasia que representava o rubi, uma das pedras mais preciosas do mundo. Zé Roberto e Alcione usaram uma fantasia belíssima bem tal como uma pedra preciosa. Alcione segurou firme na dança mesmo parecendo estar com uma fantasia pesada que pareceu atrapalhar os movimentos dela. O casal dançou no mesmo tempo, com sintonia e não cometeu erros em nenhuma das cabines de julgadores.

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Harmonia

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O componente estaciano iniciou o desfile cantando forte e durante o desfile a altura baixou voltando a crescer nas últimas alas. Serginho do Porto provou ser a cara da agremiação e encaixou perfeitamente sua voz ao samba. Favorecendo a harmonia, a bateria de mestre Chuvisco deu um show de bossas e o público respondeu com aplausos e cantando de volta a obra da escola.

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Enredo

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O enredo “Pedra” da professora Rosa Magalhães foi apresentado em recortes baseados na história do país. Passando pelas inscrições rupestres e protetora de animais da pré-história; a exploração da riqueza pelos colonizadores; morada de espíritos indígenas e a exploração sem limites que destroem terras. Rosa desenvolveu o enredo de forma clara com alegorias e fantasias de fáceis leitura. Foi possível notar erros em dois momentos do desfile: a ala 20 e o terceiro casal estavam em posições invertidas; e no fim as alas 22, 23 e 24, vieram trocadas ao invés de virem “universo”, “o sol” e “a terra” vieram “o sol”, “a terra” e “o universo” não batendo com as informações presentes no abre-alas. Estácio encerrou o desfile com uma alegoria trazendo a Lua de São Jorge com uma crítica direta a falta de consciência ambiental do homem.

Evolução

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O componente da escola poderia ter evoluído muito melhor comparando com os ensaios realizados pela escola. Em alguns momentos foi possível notar pessoas andando e sem evoluir. Nos dois últimos setores isso melhorou e foi perceptível a evolução do quesito, os componentes passaram brincando e mais soltos.

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O samba da Estácio de Sá desempenhou bem seu papel, apesar do canto não ter sido muito forte, pode-se notar uma Sapucaí embalada pela obra. O que ajudou no crescimento do samba foi a bateria.

Fantasias

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Rosa conseguiu contar o enredo do início ao fim através de suas fantasias. Bem acabadas e com materiais dando um efeito visual bonito para escola, as fantasias conseguiram suprir a necessidade de contar o enredo e apresentar um visual atrativo para quem assistia. Destaque para as alas do terceiro setor que representavam a mineração, as fantasias reluziam e impressionavam pela beleza estética e para as alas do quinto que com simplicidade agradaram visualmente.

Alegorias e Adereços

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Rosa com o primor de acabamento em todos os seus carros fez um belíssimo desfile em termos estéticos. Os carros da escola foram um dos pontos altos, em destaque o abre-alas que trouxe fósseis de animais pré-históricos e o símbolo maior da escola: o leão. O quinto carro impactou o desfile representando a busca desenfreada pelo ouro na Serra Pelada. Esta alegoria trazia caveiras, exemplificando as mortes humanas causadas e o mal feito aquela terra e como composições garimpeiros. Fechando com o São Jorge, o padroeiro da escola, e a Lua, um pedaço da terra que hoje é árido e serve como depósito de lixo da Terra.

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Outros Destaques

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A rainha Jack Maia em sua estreia desfilou bem à frente da bateria com uma fantasia bonita, sambando e interagindo bem com o público.