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Sábado é dia de ‘Sambão’ na Vila Vintém

Depois do sucesso de público na última segunda-feira, a Mocidade Independente de Padre Miguel repetirá a dose neste sábado. A partir das 22h, as portas da quadra histórica da Vila Vintém se abrem para receber todos os segmentos da escola e o Mundo do Samba em mais uma grande festa.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Mocidade

O grupo Remandiola faz a abertura do evento tocando o melhor do samba de raiz. A bateria Não Existe Mais Quente, comandada pelo mestre Dudu, vem logo na sequência, abrindo os caminhos para o craque Wander Pires e seu estrelado carro de som.

Passistas, baianas, os casais de mestre-sala e porta-bandeira, a Velha Guarda, e as alas de comunidade dão um brilho especial aos grandes sambas da Estrela Guia.

A entrada custa R$ 10 e a quadra da Mocidade fica na Rua Coronel Tamarindo, 38, perto da estação de Padre Miguel. A verde e branca da Zona Oeste levará para a Avenida o enredo Batuque ao Caçador, que será desenvolvido pelo carnavalesco Fabio Ricardo.

Programa Samba Pass é oficialmente inaugurado para oferecer preparação física e artística para profissionais do carnaval

Coordenado por profissionais de educação física e mestres-salas, Matheus Olivério, da Mangueira, e Julinho Nascimento, da Viradouro, o Programa Samba Pass foi inaugurado nesta quinta-feira na Vila Olímpica da Gamboa, colada com a Cidade do Samba. O projeto elaborado pela Fundação João Goulart, em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL), faz parte do Carnaval de Dados e oferece preparação física e artística nas Vilas Olímpicas para sambistas de alto rendimento das agremiações cariocas.

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Foto: Luis Magão/Divulgação Smel

Nesta primeira fase, são 100 vagas para mestre-sala, porta-bandeira e integrantes da comissão de frente praticarem pilates, treinamento funcional, hidroginástica, dança e exercício específico por segmento. Um dos coordenadores, o mestre-sala Matheus Olivério explicou um pouco sobre como surgiu o projeto.

“O Samba Pass é um projeto em que a gente fez uma parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, com a Fundação João Goulart pensando no carnaval, pensando naquelas pessoas que nesse adiamento de carnaval precisam de um preparo físico, de quesitos que precisam de ajuda, das pessoas que dançam, que movimentam o corpo, pensando na saúde dessas pessoas, tanto na questão de preparação física para melhorar sua auto performance no desfile. É um programa piloto, voltado para 100 pessoas, e já tem 54 pessoas inscritas, e a ideia é de atender quase 3 mil pessoas, atender mestre-sala e porta-bandeira, atender comissão de frente, futuramente passistas, todo o movimento de dança, até a própria velha guarda, baianas. Movimentos voltados para a dança funcional, para a saúde do corpo, e para melhorar essa performance do nosso maior espetáculo da terra que é o carnaval”, explicou.

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Matheus também esclarece tudo o que vem sendo oferecido neste período inicial para casais e integrantes de comissões de frente.

“O secretário abriu esse espaço, essa maravilhosa Vila Olímpica da Gamboa, que a gente vai ter treino funcional, a gente vai ter balé, que algo que tem um custo muito alto, a gente vai ter pilates solo, pensando no alongamento das pessoas, a gente vai ter a hidroginástica, a gente vai ter um trabalho de alongamento de resistência, vai ter um trabalho também de recuperação muscular. A ideia é fazer cuidando da saúde e ao mesmo tempo melhorando a performance para o carnaval. E a galera que faz a inscrição preenche diversos dados para a gente saber da questão física, para saber a localidade onde mora, saber se você tem alguma dificuldade. É um questionário bem bacana, e também a gente vê se a pessoa está vacinada, vê no que a pessoa trabalha fora do carnaval, e quais são as outras atividades para trabalhar o corpo e fazer com que melhore a sua auto performance no carnaval. E tem a questão da Vila Olímpica como espaço também para a galera ensaiar, essa galera do Acesso que precisa desse espaço para ensaiar, a Sapucaí fica muito cheia nessa época. Pensando no espaço geral que a Vila tem, e isso foi muito gratificante para a gente, para a gente poder ajudar”, completou.

Julinho Nascimento, mestre-sala da Viradouro e também professor de Educação Física, revelou que o projeto é um desejo pessoal que vem desde que cursava a faculdade.

“Isso para mim também é a realização de um sonho, eu sou profissional de Educação Física, me formei em 2001 e a minha monografia foi sobre ‘ a dança do samba, um exercício para todos’. Lá atrás, eu já tinha esse pensamento de que o mestre-sala, a porta-bandeira, o componente de comissão de frente, o passista, uma baiana, até a velha guarda, todos têm sua dança com movimentos específicos. Por que não se pode ter um treinamento específico para cada segmento de uma escola de samba? Hoje com a prefeitura, com a Fundação João Goulart, e com a SMEL, estar idealizando isso e eu ter sido convidado, eu trabalhei muito tempo em Vila Olímpica, trabalhei 17 anos em Vila Olímpica, e nunca consegui implantar esse tipo de projeto, e depois que eu saí da Vila Olímpica, o projeto veio. Então, foi Deus que quis assim”.

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Julinho também ressaltou que o programa é uma grande oportunidade para os sambistas trabalharem a sua preparação para o carnaval.

“Hoje, juntamente com o Matheus, que é irmão, parceiro, a gente poder estar à frente, coordenando, convidando os sambistas, dando respaldo do nosso nome de que vai haver uma especificidade de treinamento, vão ter um carinho, vai ser algo especial para o sambista. É um projeto piloto que está saindo agora, dois meses do carnaval, e a intensidade dos trabalhos vai ser para esse piloto, mas a intenção é que o sambista possa ter uma oportunidade gratuita, oferecida pela prefeitura, pelo poder público, para ele cuidar da preparação física e técnica. Não só a questão das aulas de preparação física, mas para os casais terem um espaço de ensaio dentro das Vilas Olímpicas. É uma gama de atividades e oportunidades para o sambista. Eu estou muito feliz, me sentindo realizado”.

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O lançamento do programa Samba Pass contou com a participação do secretário municipal de Esporte e Lazer, Guilherme Schleder, que confirmou à reportagem do CARNAVALESCO, a intenção de que o projeto seja estendido para os próximos carnavais.

“As Vilas Olímpicas estão abertas para todas as secretarias, e aí quando a Rafaela (Bastos), presidente da Fundação João Goulart, falou que ia fazer esse projeto, uma coisa para mudar todas as características do carnaval, e ela falou principalmente das pessoas que precisam estar em forma, a gente criou esse chamado Samba Pass. É colocar uma aula de personal mais focada em quem vai participar do carnaval. Fazer desse último mês até o carnaval e todos estarem preparados para o dia da Avenida. E, óbvio, que a gente aproveitando, vamos fazer esse projeto ficar em definitivo depois para o ano de 2023 também”, revelou o secretário.

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A abertura do programa foi animada pela bateria da Vizinha Faladeira, representando todas as escolas contempladas no projeto e por ser a agremiação mais próxima da Vila Olímpica. O presidente da Pioneira, David dos Santos, enalteceu o projeto e acredita que beneficiará bastante a escola.

“A Vizinha é um reduto da região portuária, nada mais justo de a gente estar presente neste lançamento, e isso também vai contribuir muito com a escola, por ser a escola da região, da comunidade até para os nossos casais, os nossos passistas, todos se fortalecerem mais para o próximo carnaval, próximo desfile”, acredita David.

Carnaval de Dados embasou programa e agora se prepara para nova etapa

A presidente da Fundação João Goulart, Rafaela Bastos, também esteve presente no evento de lançamento do Samba Pass. O Carnaval de Dados foi fundamental para a elaboração do programa através do compartilhamento de informações. A presidente Rafaela explicou um pouco da parceira.

“O Carnaval de Dados foi feito para o gestor público ter informações, se apropriar de dados sobre a festa, e o prefeito Eduardo Paes, a secretaria de Fazenda e Planejamento, terem uma visão sistêmica da importância do carnaval para a cidade. A primeira decisão que foi tomada, tanto com o prefeito, tanto com secretário Pedro Paulo, através desse estudo que a fundação desenvolveu, foi que o carnaval é um vetor para políticas públicas para a cidade. Políticas públicas, econômicas, sociais, culturais, educacionais. Essa iniciativa (Samba Pass) aqui foi um primeiro resultado”, explica Rafaela.

A presidente da fundação João Goulart também explicou que o Carnaval de Dados está passando por uma nova etapa, agora focada nos artistas e profissionais da folia.

“É claro que é interessante que esse estudo seja atualizado e que a gente continue trazendo dados e informações sobre o carnaval. Por isso que a gente quer conhecer agora quem faz. Primeiro a prefeitura entendeu como ela faz. Agora, a gente quer conhecer os artistas, os trabalhadores do carnaval. Então, a gente tem a plataforma que é o mapa dos trabalhadores do carnaval, está no www.participa.rio para todo o trabalhador do carnaval preencher para agora gerar um novo relatório. A proposta é que a gente tenha informações não só de como a prefeitura planeja e executa a festa, mas também as informações dos trabalhadores do carnaval para que a gente possa fazer mais políticas públicas como essa”.

Quem também está atenta ao Samba Pass é a secretaria municipal de Políticas e Promoção da Mulher do Rio de Janeiro, Joyce Trindade. Ela explicou que a parceria neste momento será focada em acompanhar o programa de perto.

“A gente entende a importância de estar fortalecendo o empoderamento feminino e o carnaval é um desses espaços para a gente estar contando novas histórias, e as mulheres serem reconhecidas no projeto do carnaval, e a gente vai estar acompanhando esse projeto para justamente que as mestres-salas, as porta-bandeiras, que todo mundo consiga ter seu espaço garantido e a mulher reconhecida na cultura do carnaval carioca. Vamos focar mais no acompanhamento do projeto”.

Lembrando que o Samba Pass é gratuito, mas nesse início vai contemplar apenas casais e integrantes de comissão de frente com vagas limitadas. A inscrição pode ser feita no formulário https://bit.ly/3BIa3Bo.

Sambódromo completa 39 anos nesta quarta-feira

Obra idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, inaugurada em 1984, o Sambódromo da Marquês de Sapucaí completa 39 anos nesta quarta-feira e transformou-se no Templo do Samba, servindo de modelo a vários outros sambódromos construídos em diversos estados brasileiros.

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Foto: Divulgação/Liesa

Com as obras concluídas recentemente, ganhou novo recapeamento asfáltico e pintura na pista de desfile, novo sistema de escoamento de águas pluviais e readequação do sistema de prevenção a incêndio, com a instalação de novos hidrantes e sinalização nas áreas de escape, acatando instruções do Corpo de Bombeiros.

“Em nome da Diretoria da LIESA, externamos, mais uma vez, o nosso reconhecimento e os agradecimentos ao Prefeito Eduardo Paes, e à presidente da Riotur, Daniela Maia, pelo carinho dedicado à Passarela do Samba. A eles, as nossas congratulações e o desejo de promover, em abril, um dos Maiores Espetáculos de todos os tempos. Nossas Agremiações estão se preparando com afinco e demonstraram o resultado desse esforço dias atrás, na Cidade do Samba, durante a Abertura do Rio Carnaval 2022. A Cidade do Rio de Janeiro, aniversariante de ontem, ganhou um presente à altura de suas tradições culturais”, disse Jorge Perlingeiro, presidente da Liesa.

Abertura do Rio Carnaval é sucesso com os sambistas; Público quer que o evento entre no calendário da cidade

A data tradicional do carnaval de 2022 foi bem diferente e não teve desfile das escolas de samba na Avenida, mas deu-se um jeito do samba continuar como protagonista. A Cidade do Samba recebeu no sábado e domingo, a abertura do “Rio Carnaval”. O evento foi organizado e teve mais de 10 mil pessoas presentes na soma dos dois dias. Ao redor do barracões, as agremiações fizeram mini-desfiles e mataram a saudade dos torcedores.

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Foto: Equipe Henrique Matos/Divulgação Liesa

A organização seguiu o protocolo e cobrou o comprovante de vacinação dos foliões. O público fez bonito e acompanhou todas escolas nas apresentações que aconteciam no palco e também na pista. André Lúcio, que coreografa alas, e também participa de algumas comissões de frente, achou o evento incrível, mas sentiu falta de ter público dos dois lados do desfile. “Faz diferença para o componente que desfila, pois eles se sentem abraçados pela torcida”, explicou.

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Não só cariocas, mas muitos turistas acompanharam as apresentações. Jeferson de Souza é gaúcho e mangueirense. Está habituado a assistir aos desfiles e disse que o carnaval das escolas de samba foi interrompido a toa. “O Rio de Janeiro está com uma festa em cada esquina, faltam 50 dias para os desfiles e não havia necessidade dessa proibição, basta ver como estamos aqui dentro, estaríamos do mesmo jeito na Sapucaí”, defendeu.

povo3Outro folião que ainda está cheio de saudades é Vitor Saraiva, niteroiense, mas que morou fora do Brasil nos últimos seis anos e voltou em 2022 com a expectativa altas para o carnaval. Ele não viu necessidade para o adiamento dos desfiles, mas se disse satisfeito e feliz com o Rio Carnaval. “Depois de anos de pandemia, estou aproveitando muito. O samba é isso, festa, gente, e muita energia boa”.

Numa espécie de contraponto, a publicitária Luciane Araujo também se diz contra o adiamento dos desfiles, mas entende que se trata de uma decisão prudente dos governantes e que o brilho do carnaval continua em alta. “É incrível com o carioca consegue se adaptar, essa festa maravilhosa é o jeitinho carioca de ter carnaval, mesmo não tendo carnaval, mas em abril será ainda melhor, agora está sendo um esquenta para manter a chama do carnaval acesa”, brincou.

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Alessandra Marins foi mais longe e disse que o evento deveria ser incorporado ao calendário da cidade, para que as escolas possam receber esse carinho antes da temporada oficial do carnaval.

Outros Destaques

Babi Cruz esteve na segunda noite do Rio Carnaval e elogiou o evento. Durante 20 anos como porta-bandeira, ela recordou quando participou do surgimento do projeto da Cidade do Samba.

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“Ano diferente, o Carnaval tá, mas não tá. Eu sei que estou onde o carnaval estiver. Todos os segmentos continuaram, eventos, música, futebol, só as escolas de samba precisaram parar. O carnaval e o samba agonizam, mas não morrem e eu estou com eles e também não morro”.

Quem também esteve presente nas duas noites foi a ex-presidente do Salgueiro, Regina Celi, que disse ser necessário um evento como esse para tirar a tristeza e animar o mundo do canaval. “Agora é hora de ensaios técnicos na Sapucaí e na sequência teremos os desfiles. Saudades sempre, amo o carnaval independente de cargos”, disse.

Unidos da Tijuca promove passista portuguesa à musa

A Unidos da Tijuca valorizando a prata da casa transforma para o Carnaval 2022, passista em musa. Ana Filipa deixa a ala Encantos do Pavão para brilhar em posição de destaque no desfile da escola do Borel, no ano em que a agremiação levará a lenda do guaraná para a Sapucaí.

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Foto: Divulgação/Tijuca

Filipa participa da ala de passistas e integra o elenco show da agremiação desde 2011. A nova musa é natural de Sesimbra, Portugal. Sua família fez parte do GRES Bota (escola de samba mais antiga da Europa), local onde surgiu seu amor por escola de samba. A técnica dentária iniciou sua trajetória no carnaval como passista em 1998, aos 14 anos de idade. Em Portugal, já foi destaque de carro, diretora, coordenadora da ala de passistas, rainha de bateria e musa do carnaval de Sesimbra. Foi também, responsável pela criação da primeira ala de passistas mirins da Europa no ano de 2002. Desde então, seguiu se atualizando e conseguiu através de suas viagens ao Rio de Janeiro ter papel fundamental na evolução e crescimento da arte do ‘samba no pé’.

“Vinha de férias para o Rio, fazia visita aos barracões para divulgar um pouco do carnaval feito em Portugal e fui muito bem recebida na Tijuca. Me senti acolhida, em casa. Quando decidi emigrar não hesitei em escolher. Além de muito feliz por realizar esse sonho, sinto que fui reconhecida pelos 10 anos de dedicação à minha escola. Me sinto representando a minha ala, e o sonho de tantas meninas que se dedicam e trabalham muito em prol do carnaval. Eu estou musa hoje, mas a passista nunca sairá de dentro de mim”, avisa a portuguesa.

A nova musa foi apresentada oficialmente no novo posto durante o Baile à Fantasia, realizado na quadra da escola no sábado de carnaval. Além do carinho de toda a ala “Encantos do Pavão”, Ana recebeu a faixa de musa das mãos da primeira dama, Fátima Horta, em cerimônia marcada pela emoção.

A Unidos da Tijuca desfilará no sábado, dia 23 de abril, na Marquês de Sapucaí pelo Grupo Especial do carnaval carioca com o enredo “Waranã – a reexistência vermelha” desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos.

Baile Glam de Milton Cunha traz um brinde à diversidade e alegria na Cidade do Samba

Depois de dois dias de apresentações das escolas de samba do Grupo Especial, a Cidade do Samba recebeu a sétima edição do Baile Glam, que não ocorreu no ano passado por conta da pandemia. A idealização e direção do evento é de responsabilidade de Milton Cunha que também apresentou a festa ao lado de Meime dos Brilhos e Laíza Bastos. Na corte do evento estiveram o carnavalesco do Paraíso do Tuiuti, Paulo Barros, rei do Baile, a cantora Teresa Cristina, como rainha do Baile, além de Lady Sorriso como Musa Trans, e Luiza Gasparelly, Diva do Baile.

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Paulo Barros falou sobre a iniciativa do evento de resgatar bailes e concursos de fantasia, concursos que ele guarda na memória.

“O Milton com esse baile, ele resgata algumas coisas do carnaval do passado, os desfiles de fantasia que não existem já há muitos anos, talvez décadas, sei lá. Ele resgata essa essência de antigamente, eu lembro de assistir esses desfiles. E, ele traz essa essência de volta. Acho super legal, acho que isso encaixa perfeitamente com essa oportunidade de trazer o carnaval de volta”, entende o carnavalesco do Paraíso do Tuiuti.

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Paulo também aproveitou para falar um pouco sobre a expectativa para os desfiles de abril.

“Olha, a perspectiva é cada vez melhor, a gente está trabalhando, a gente não terminou os trabalhos ainda, mas acredito que, obviamente, a gente vai acabar até lá, até abril vamos estar com tudo terminado”.

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Para animar a festa, teve o Grupo Ser, que tem entre seus integrantes o intérprete Igor Vianna do Império Serrano e Mestre Léo Capoeira da bateria da Unidos de Bangu. O grupo cantou diversos sambas-enredo e foi a trilha para os concursos e desfiles de destaques. As baterias do Salgueiro e da Beija-Flor também animaram o evento.

Rainha do Baile Glam 2022, Teresa Cristina se disse bastante honrada com o título e aproveitou para levantar a bandeira da diversidade.

“Eu estava com saudade, eu assisto esses bailes desde criança. Eu sempre gostei de ver os bailes do Skala. Eu gostava de tentar adivinhar o tema do Clóvis Bornay, porque ele não concorria mais, eu já peguei o Clóvis Oconcur. Eu acho que você ser LGBTQIA+ em um país como o Brasil, um país que mata travestis, que mata gays, que agride lésbicas, que ainda tem que aprender tanta coisa, é um ato de coragem. É um ato de amor, de resistência, mas antes de tudo é um ato de coragem. Porque a vida das pessoas está em risco só pela condição de vida. Elas não precisam fazer nada, elas só precisam existir. Isso é muito triste. E aí, ser chamada para ser a rainha desse baile, é como se eu pudesse retribuir o carinho, o companheirismo, a cumplicidade que eu tenho, gente, é amigos, famílias, pessoas que eu não conheço, mas encontro na rua. Então eu me sinto muito honrada”, revela a cantora.

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As homenagens especiais foram realizadas para Beth Andrade, ícone do carnaval brasileiro em luxo e beleza, que marcou era desfilando no carro Abre-alas da Mocidade Independente de Padre Miguel. Outro homenageado foi o agitador cultural Orlando Almeida, realizador de diversos eventos, entre eles o Miss Rio de Janeiro Gay, há 35 anos.

Durante o baile, também houve a participação da corte do carnaval carioca. O rei momo Wilson Dias da Costa Neto, em discurso na passarela do evento, pediu respeito ao direito da individualidade de cada um.

“Com orgulho piso neste palco e digo, viva a diversidade. É uma honra estar representando todos nós, neste lugar de fala. Que na noite de hoje só renasça a alegria, a esperança, e principalmente o respeito a individualidade de cada cidadão”.

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Entre os destaques do júri que escolheu as melhores fantasias e o Boneca Barracão estavam as porta-bandeiras Selminha Sorriso, Squel Jorgea, Giovanna Justo, Rute Alves e Lucinha Nobre. No concurso Boneca Barracão, a vencedora foi Alessandra Salazary que é passista da Unidos de Padre Miguel.

“É muito importante e muito gratificante para mim porque não é o primeiro ano que eu concorro. Eu competi no último ano e eu era a atual princesa Glam Gay, eu competi no último ano que teve na Estácio, fiquei em segundo lugar, muito contente, utilizei da faixa, do título, porque é uma visibilidade muito grande. É uma oportunidade muito grande da gente que é da classe LGBTQIA+ e o Milton Cunha, ele nos valoriza dessa forma. O baile apenas nos engrandece e a minha escola, Unidos de Padre Miguel, que me deu total força e eu sou muito grata por tudo e por ter chegado até aqui”, revelou Alessandra, grande vencedora do Boneca Barracão 2022.

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Outro concurso foi realizado para escolha das fantasias de originalidade masculina e feminina. Alek Belmont ganhou na categoria masculina com a fantasia “a magia e encantamento de um Elfo” e Fabiany Carraro ganhou no feminino com a fantasia “a borboleta”. Os dois vencedores falaram à reportagem do site CARNAVALESCO sobre o sentimento da vitória e explicaram o significado das fantasias.

“A fantasia é magia e encantamento de um elfo. A fantasia originalidade masculina na qual ela é feita com mais de 5 mil cadarços de tênis, na roupa completa. Foi uma felicidade muito grande porque eu já venho tentando ganhar, bato sempre na trave e um dia a gente vai e ganha. É o que as pessoas sempre falam: nunca desista dos seus sonhos”, conta Alek Belmont.

“Eu já fui Boneca Barracão do Milton, e ao decorrer desses anos, eu resolvi concorrer representando a borboleta, a metamorfose, ciclo da vida, a gente passou por tantas coisas nessa pandemia, e muitas pessoas perderam suas famílias, perderam pessoas queridas, e eu quis representar de alguma forma esse ciclo de mudança que nós brasileiros, o mundo todo passou, sofreu, e, fora que a borboleta é o símbolo da representatividade do LGBTQIA+, que nos traz alegria, força de vontade de continuar nessa luta que é diária”, defende Fabiany Carraro.

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No final do evento, Milton Cunha, que a todo tempo brincou com todo mundo com seu jeito extrovertido, falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre o sentimento de ter realizado o Baile de Glam de forma satisfatória.

“Achei bom, seis horas de espetáculo, 22 destaques, e muito glamour, sem briga, foi um baile, sétimo ano, e nos coroou nessa luta. Viva a diversidade”.

O Baile Glam terminou com uma grande festa da bateria da Beija-Flor e com todo o público presente podendo subir à passarela para dançar e brincar o carnaval, aceitando todos os gêneros, credos e diversidade.

Sacode de Niterói! Viradouro mantém patamar de campeã e ‘samba da carta’ conquista os sambistas

Sacode! A vermelho e branco de Niterói “amassou” a pista montada na Cidade do Samba. O trabalho de uma das escolas que mais ensaia e gosta de treinar com sua comunidade é refletido no sucesso da performance do mini-desfile. Tudo está encaixado na escola. O “samba da carta” caminha para ser a obra do ano, já é uma das principais, e conquistou o público torcedor ou não da escola. O intérprete Zé Paulo conduziu com maestria o carro de som, trabalho de extrema qualidade musical de sua equipe. * VEJA FOTOS

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Com canto forte da comunidade, até o diretor de carnaval Dudu Falcão se emocionou. O diretor falou sobre o evento inédito em 2022, sobre a importância do Carnaval e a projeção da escola para o desfile na Sapucaí, em abril. “O presidente está feliz, a comunidade está emocionada, e independente de ser com a Viradouro, ou não, a festa já é um sucesso. A gente conseguiu um problema bom agora. É um evento que a gente mistura a tal ‘bolha’, com quem é fora da bolha, turista de fora, de dentro, o suburbano, o zona sul, o que gosta de samba e o que é modinha. Enfim, tinha de tudo”, disse o diretor que completou:

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“A gente trabalha muito e a expectativa é sempre a melhor. Tem outras 11 escolas também trabalhando muito, mas eu tenho que acreditar muito no que a gente faz. Já provamos que deu certo. É difícil ganhar, e se manter no topo é mais difícil ainda. Esse ano estamos trabalhando o dobro do que trabalhamos em 2020, e a expectativa é melhor. Se ganharmos, vamos fazer jus ao título, porque o que mais estamos fazendo é trabalhar”.

O ritmo da “Furacão Vermelho e Branco” é avassalador. Nada de “correria”. O andamento adotado é característica, confortável para quem toca e deve ser respeitado. Mestre Ciça, seus diretores e ritmistas conhecem demais. Fazem show em bossas e também na condução do andamento. Para o comandate, o encontro na Cidade do Samba entrou para a história: “Depois de quase dois anos sem um evento dessa estrutura, foi emocionante voltar a desfilar como se estivesse pisando na passarela do samba. Perdemos tanta gente, amigos, familiares, e, depois de tantas perdas, é preciso valorizar esse reencontro, a oportunidade de ver novamente pessoas que venceram essa luta e estão com saúde. Também é muito gratificante fazer um show como esses para proporcionar um pouco de alegria para o povo que vem sofrendo há tanto tempo”, ressaltou o comandante da Furacão Vermelho e Branco.

Nada na Viradouro é feito de “orelhada”, existe muito estudo, organização e trabalho. A gestão tão elogiada e referência na competência administrativa da presidência é, acima de tudo, também da perfeita conjunção de profissionais gabaritados, como os diretores de carnaval, Alex Fab e Dudu Falcão, e, da direção de harmonia com Mauro Amorim. O intérprete Zé Paulo Sierra terminou o mini-desfile da Viradouro impressionado com a interação com o público. Ele confessou que não imaginava que o evento teria essa proporção e aproveita para fazer um desabafo sobre a importância do carnaval para a cultura e economia no Brasil.

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“Eu vou confessar para você que eu estava meio duvidoso que iria ter essa energia que teve. É uma coisa nova, como tudo que é novo a gente sempre acredita que pode melhorar. Eu não acompanhei as outras escolas. Acredito que tenha sido tanta energia como a nossa. Mas, eu amo esse negócio, cara. Cantar para mim é tudo. Cantar samba. Viver isso aqui é privilégio para poucos. Eu me orgulho muito disso porque é uma coisa que meu pai passou para mim, hoje ele não está mais aqui entre a gente. E, eu me orgulho muito de defender o meu gênero. Eu não deixo ninguém massacrar a gente. Eu ponho a minha cara para bater porque eu amo samba-enredo. E, enquanto eu viver, ninguém vai difamar a nossa cultura, contar mentiras, dizer que a gente é responsável por pandemia ou por qualquer tipo de mazela que existe nesse país. A gente tem que acordar para esse detalhe. A gente como povo tem que se conscientizar do tamanho que a gente é. O que a gente fez nesses desfiles é colocar a boca no trombone de verdade. É a voz do povo. O que eu vi acontecer com a Viradouro é o povo, é a verdade de um carnaval que está entalado na garganta. O carnaval é muito grande. Existe uma cadeia produtiva no carnaval. Se tem tanta gente trabalhando nesse evento é por causa das escolas de samba e do carnaval. Porque isso aqui está aberto e isso aqui é do povo”.

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A comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Alex Neoral e Marcio Jahú, brindou o público com muita dança e coreografia. Julinho e Rute, casal de mestre-sala e porta-bandeira, são referências profissionais do quesito. Além do figurino espetacular, a dupla ensaia demais e colhe os frutos, com o protagonismo merecido, e a garantia de resultado para Viradouro. Elegantemente trajados com bastante luxo, eles  contaram um pouco da alegria de ter preenchido a data do carnaval com um evento feito para os sambistas.

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“Muito bom. E, assim, a gente pensava que a data do carnaval passaria em branco, que a gente não podia nem estar fazendo ensaio de rua. Então, ia ser mais um ano que a gente ia ficar de forma estranha dentro de casa. E, com essa expectativa de que a gente teria carnaval esse ano. Mas, não está deixando de ter. E, isso tomou uma proporção, esse mini desfile aqui para todas as escolas, todas levaram muito a sério, prepararam seus componentes para brindar o público e todo mundo se emocionou. Eu acho que não vai haver necessidade pedir garrar, de muita vibração porque eu acho que o pessoal já vai se doar como todos se doaram nas 12 escolas que passaram”, acredita Julinho.

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“Quando eu estava vindo pra cá minha afilhada me falou que no primeiro dia estava lotado, me deu aquele frio na barriga, sabe? Gente, estava todo mundo para se divertir, para celebrar a vida, para celebrar o carnaval , a cultura. Deus, Exu, meus orixás, minha mãe Iansã, eu pedi para que me permitissem que eu fizesse merecer esse público. Que eu seja merecedora da presença deles. E quando eu entrei já lá no palco já fui sentindo uma emoção, eu pensei nas pessoas lá da Viradouro que a gente perdeu, pessoas importantes, pessoas queridas, e falei ‘tô aqui por vocês e para vocês ‘ . Eu senti muita alegria, muita emoção, supriu. Não tem aquela tensão da nota, da Avenida, da disputa, mas me deu muita alegria. Meu coração não ficou enlouquecido não, ficou fervendo de alegria” revela a porta-bandeira Rute Alves.

Participaram da cobertura: Alberto João, Gustavo Maia, Leonardo Damico, Lucas Santos, Nelson Malfacini e Rodrigo Madureira

‘Globais de Caxias’! Grande Rio esbanja talento da bateria, do carro de som e casal de mestre-sala e porta-bandeira

É bom demais ver a “nova” Grande Rio. Uma escola de samba e de sambistas. Comunidade gigante e forte. Referência agora são os “globais de Caxias”, mestre Fadá, Daniel e Taciana, Evandro Malandro, Thiago Monteiro, casal Bejani e os carnavalescos Bora e Haddad. Essa turma é responsável pela mudança da tricolor de Duque de Caxias. Hoje, uma escola abraçada e aguardada pelos sambistas. O que falta para coroar? O título. * VEJA FOTOS

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O diretor Thiago Monteiro elogiou o evento com os mini-desfiles e falou da expectativa da Grande Rio. “Essa festa é maravilhosa. É um evento de confraternização, não de competição. Todos vem, se apresentam, falam com todos e brincam. Tem que fazer isso mais vezes. Torço para que entre no calendário do Carnaval. A expectativa para o desfile é muito grande. São quase dois anos trabalhando esse enredo, com essa comunidade, todos juntos. A intenção é fazer o maior desfile da história da Grande Rio e é isso que vamos fazer”.

Na apresentação, na Cidade do Samba, o contingente maior do que o estipulado foi notado. Ainda assim a “avalanche caxiense” deixou sua marca na pista. O andamento praticado pela bateria e carro de som é agradável demais. “Não correr” é característica do mestre e da escola, não vamos levar isso em consideração, Fafá é talento puro e está correto em adotar para sua bateria o “andamento para trás”. Ele decide! O jovem comandante merece ser tratado com muito carinho pela direção da Grande Rio. O julgamento tem que ser feito é na pista, e, até o momento, nada precisa ser corrigido.

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“Somos todos amigos, mas nem sempre conseguimos nos ver pessoalmente. Nesse encontro na Cidade do Samba pude ver que todos estão muito bem ensaiados e treinados, desenvolvendo trabalhos muito bonitos. Deu pra sentir um gostinho de festa. Em breve estaremos na Sapucaí com um carnaval pela saúde e pela vida!”, comentou Fafá.

No comando do magnifício carro de som, Evandro Malandro segue no mais alto nível possível. Canta demais! O samba-enredo está na ponta da língua da comunidade. O intérprete eufórico falou à reportagem do site CARNAVALESCO no final do mini-desfile enquanto o público da Cidade do Samba não parava de cantar o samba da Grande Rio.

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“Isso é maravilhoso! Desculpa a euforia, não é nem a voz cansada, é a euforia de ter visto tanta gente aqui na Cidade do Samba cantando o samba. Isso é maravilhoso para a Grande Rio, é um momento muito bonito da Grande Rio, vocês podem ver que a escola acabou de desfilar e o pessoal ainda está ali. A gente fica muito feliz, muito satisfeito de fazer uma ótima apresentação no palco e um belo desfile para vocês”, admite Evandro de forma emocionada.

Evandro também revelou em partes um trunfo que o carro de som está preparando para o desfile oficial no sambódromo em abril. “A gente está preparando um negócio muito bacana para a Sapucaí, esse ano é mais um ano em que a Sapucaí vai cantar literalmente junto com a Grande Rio. A gente vai parar a escola toda. Estou falando aqui, já, alguns segredos. Vamos parar a escola toda e deixar só a Sapucaí cantar para consolidar essa situação de que o samba pegou o Rio de Janeiro, pegou o Brasil inteiro, vou ficar muito feliz por isso, e é hora do povo, na Sapucaí, cantar junto com a gente também”.

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A comissão de frente, comandada pelo casal Bejani, mostrou uma coreografia impactante. Muita dança e coreografia em cima do samba. Perfeição! O adjetivo também vale demais para o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel e Taciana, que encanta em cada apresentação que faz, seja nas quadras ou ensaios. Independente de torcida ou pavilhão é impossível ver a exibição da dupla e não ficar de boca aberta com tanto talento.

Daniel e Taciana falaram sobre a ansiedade de pisar novamente na Sapucaí e projetaram os últimos ensaios antes do desfile ofical. “O coração está a mil, a ansiedade tava grande e eu cheguei a passar mal. Mas a Grande Rio fez uma belíssima apresentação, tudo dentro do planejado. Que esse seja o trabalho que repercuta muito na avenida. Vão ser mais dois meses de trabalho intenso, que vamos continuar nos dedicando, querendo dar o nosso máximo, pra junto da nossa escola, trazer o campeonato. Caxias merece muito e no último Carnaval ficou entalado”, disse a porta-bandeira.

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“Sem dúvida esse contato mais próximo do público dá mais energia. É maravilhoso, com o povo. É bom demais ver que as pessoas estão curtindo o nosso trabalho. Só sucesso até o Carnaval. A tendência agora é intensificar ainda mais os ensaios e buscar a nota máxima. Queremos ajudar a escola a trazer o campeonato, que ano passado a gente ficou mordido e vamos brigar por ele mais uma vez”, completou o mestre-sala.

Para fechar essa análise fica a dica: pesado é o preconceito de quem fala do enredo e do samba da Grande Rio. “É no toque da macumba, saravá, alafiá”.

Participaram da cobertura: Alberto João, Gustavo Maia, Leonardo Damico, Lucas Santos, Nelson Malfacini e Rodrigo Madureira

Trabalho competente da Mocidade devolve o protagonismo para escola e a indicação de ser uma das favoritas ao título

A Mocidade está pronta para lutar pelo título do Grupo Especial no Carnaval 2022. Podemos afirmar sem medo de errar que a Verde e Branco de Padre Miguel, pelos quesitos apresentados na Cidade do Samba, está muito forte para o desfile deste ano. Obviamente, ainda existe os quesitos plásticos e o fator “dia do desfile”, mas é inegável o trabalho competente feito pela agremiação sob o comando de Marquinho Marino, um dos principais diretores de carnaval do momento. * VEJA FOTOS

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O samba-enredo, um dos melhores do ano, foi disparado o mais cantado pelo presente no local. Wander Pires, um dos maiores cantores da história, vive o seu melhor momento profissional e tem uma equipe muito bem alinhada e profissional no carro de som. Querido pelo público, o cantordeu mais um bonito show, dessa vez na Cidade do Samba, falou com o CARNAVALESCO sobre o evento.

“Essa festa foi maravilhosa. Uma coisa inédita aqui na Cidade do Samba. Foi muito emocionante, com muita garra, vibração e coração batendo forte. Eu acho que vinga, e vai melhorar ainda mais para os próximos anos. “A expectativa é grande, muita ansiedade. Mocidade é gigante. Com o trabalho que a gente está fazendo, vamos chegar entre as favoritas e para brigar pelo título”.

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Marino ressaltou a importância de as escolas realizarem o evento após um contexto de dois anos de pandemia sendo fundamentais também na parte social das comunidades. “A iniciativa é espetacular. Nós passamos dois anos de muita pancada, de muita hipocrisia, de muita perseguição, e nós mostramos durante a pandemia inteira que nós temos consciência social. Nós sempre cuidamos dos nossos componentes, e dos componentes de todas as escolas como um todo. Nada mais importante neste momento do que a gente reafirmar a nossa posição e mostrar que o carnaval é a maior manifestação cultural do Rio de Janeiro e do Brasil. Respeitamos todos, entendemos todas as crenças e tudo que as pessoas acham importantes para suas vidas. Agora tem que respeitar o carnaval , porque nesses dias de desfile é uma prova da grandeza do carnaval e ninguém vai tirar. Pode ser por convicções políticas, convicções religiosas, nada vai tirar a força do carnaval. E o carnaval está provando isso aqui hoje”.

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O diretor de carnaval também avaliou um pouco do desempenho da Mocidade no evento e a relação com o público que foi a Cidade do Samba. “Nós estávamos precisando disso porque é com calor humano, não só dos componentes, mas do torcedor, ele é o termômetro, ele que te mostra que o caminho está certo, se precisa melhorar. Você passar durante 50 minutos em um desfile e você, todos sem exceção, você olhava camisa de todas as escolas, e as pessoas estavam aqui pelo carnaval, não só pela sua escola, e você ver todo esse envolvimento, toda essa participação do povo, mostra que além do carnaval ter essa força que ninguém vai tirar, que a Mocidade está no caminho certo. Esse é um evento para a gente poder brindar o público e fazer com que os nossos componentes brinquem. Evidente que você passar em uma apoteose como essa, nos dá muita esperança de continuar o mesmo trabalho, fortalecer o que precisa ser fortalecido e a força do samba, do carro de som e dos componentes, da bateria, mostrou que nós estamos no caminho certo e a Mocidade sim, com todo respeito, com todo carinho, é sim postulante ao título”.

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No mini-desfile foi arrebatadora a performance do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo e Bruna, que merecidamente receberam o reconhecimento dos Independentes pela qualidade da dança. Aliás, a porta-bandeira, que foi revelação em 2020 pelo site CARNAVALESCO, entra com todos os aplausos possíveis no hall de artistas que já representaram o quesito com muito sucesso na Mocidade, principalmente, nomes como Babi Cruz, Lucinha Nobre e Marcella Alves. O mestre-sala esbanja felicidade na dança. Sem dúvida, um dos principais casais do Grupo Especial.

“É uma sensação única. Eu acho que nem nos ensaios técnicos a gente conseguiu tanta vibração positiva como essa. Eu acho que veio para ficar. A Liesa, a prefeitura tem que manter essa tradição do público com a gente. Não pode desfile no pré carnaval não ter esse contato com o público de jeito nenhum . Eu estou saindo desse desfile magnificamente bem, positivamente perfeito. Muito obrigado Liesa, muito obrigado prefeitura, obrigado Mocidade”, comentou um eufórico Diogo Jesus.

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Bruna Santos revelou que a dupla já apresentou alguma coisa que pretende levar para o desfile, como um momento coreográfico no trecho do samba que cantava “Ôh Juremê, Ô Juremá”. “É por aí, é por aí (sobre o passo). Mas, com certeza esse ensaio foi maravilhoso, deu a energia do carnaval, ainda mais com o calor do público. Foi uma coisa incrível, maravilhoso, parabéns a todos. E o ritmo é forte, agora só para no carnaval”, explicou Bruna.

Mestre Dudu e a “Não Existe Mais Quente” resgataram o ritmo da bateria mais esperada do carnaval. O comandante, que se prepara para um carnaval cheio de comemorações – além das homenagens que recebe no enredo e no samba, completa dez anos à frente da bateria da Mocidade – contou que era de se esperar o carinho do povo: “A Mocidade acertou na escolha do samba, e um bom samba é meio caminho andado. Nós nos preparamos para fazer esse belo trabalho, agora é segurar a expectativa para a hora do desfile”, explicou.

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O mestre da “Não Existe Mais Quente” frisou que, apesar do resultado do último carnaval, quando a bateria perdeu dois décimos, a escola não vem mordida: “A homenagem à bateria da Mocidade no nosso enredo é a melhor resposta ao julgamento de 2020. A bateria não merecia aquelas notas, mas carnaval tem dessas coisas”.

Para Dudu, que recebeu na abertura do carnaval o carinho do mestre Sombra, da Mocidade Alegre, os mini-desfiles vão vingar: “Se depender de mim tem carnaval todo mês. O sambista precisa de eventos como esse”, concluiu.

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A dupla de coreógrafos da comissão de frente, Saulo Finelon e Jorge Teixeira, com muito talento e competência, também já colocou seus trabalhos no ranking dos melhores da Mocidade. Na apresentação na Cidade do Samba, o grupo formado apenas por homens, ainda interagiu com o casal.

A Mocidade está completamente “areretizada” e sonha em deixar todo o carnaval assim e conquistar o caneco do Grupo Especial.

Participaram da cobertura: Alberto João, Gustavo Maia, Leonardo Damico, Lucas Santos, Nelson Malfacini e Rodrigo Madureira