O carnaval de 2025 se viu iluminado por uma grandiosa homenagem a um dos maiores ícones da música brasileira, Milton Nascimento. O quinto carro alegórico que a Portela levou para a Avenida, “O Altar do Sol”, não apenas desfilou com requinte e beleza, mas também carregou consigo a carga simbólica e emocional da trajetória de um dos maiores nomes da música popular brasileira, celebrado como o “Sol da Portela”.
Com a majestade de um astro que guia os caminhos, o carro alegórico que levava Milton Nascimento na passarela do samba foi comparado ao sol, aquele que ilumina e aquece, que transforma e inspira.
“Para mim, é uma emoção muito grande porque eu cresci ouvindo Milton, sou fã do Milton e, depois, consegui me tornar amiga do Milton. Você ser amiga de um ídolo seu é algo muito emocionante. E acho que o Milton merece todas as homenagens, é um dos maiores artistas da história, e a Portela vem coroar esse grande artista, essa joia brasileira que a gente tem. Eu fico emocionada como fã, como amiga, mas também como brasileira, como cidadã brasileira. É um orgulho poder acompanhar ele, com 82 anos, sendo enaltecido à altura que ele merece”, diz Djamila Ribeiro, escritora brasileira e destaque da alegoria.
Em sua trajetória, Milton Nascimento não se limitou a ser apenas um cantor ou compositor, mas se tornou o próprio símbolo de resistência e da busca por um destino glorioso. No carro alegórico, a imagem do povo andarilho, de quem caminha buscando algo maior, foi reverenciada. Assim como o cantor sempre buscou sua voz, sem jamais se submeter às limitações, o povo da Portela fez do desfile uma celebração de superação e da jornada pelo reconhecimento da arte.
“Você pode ver pelas cores da alegoria, pode observar pelas crianças, pelos convidados que aqui estão presentes, que isso vai demonstrar justamente a ideia do carnavalesco dentro do enredo. A gente quer demonstrar a travessia até o caminho do sol com girassóis, com as crianças, com os altares e tudo mais. E os próprios elementos dos Anjos Negros são a demonstração dessa travessia”, declara Samuel, de 44 anos, diretor da alegoria.
A última alegoria da procissão portelense, que contou a saga do povo que marchou até seu ídolo, apresenta seu grande homenageado em seu trono. As referências se misturam entre o barroco mineiro, as fitas e as bandeiras dos folguedos do interior, que também são inspiração para a musicalidade de Bituca.
“A minha emoção é única, porque a Portela é uma grande escola de samba e acho que fizeram a melhor escolha do mundo. Escolher Milton Nascimento, que é um dos maiores da nossa música brasileira, me deixa honrado de fazer parte desse momento histórico. Um grande momento para a música brasileira e, enfim, para a escola de samba Portela também. Eu estou aqui neste momento, e para mim é uma honra. Estou muito emocionado”, declarou Mestrinho, destaque do carro alegórico.
A cantora Agnes Nunes também esteve presente na alegoria e finaliza destacando que foi um momento de grande emoção. “Para mim, é muita honra, sim, porque estar ao lado de uma das figuras mais icônicas da nossa música e cultura brasileira é, de fato, uma grande alegria. Estou muito feliz, muito animada e me sentindo muito honrada de estar ao lado de gente tão talentosa e incrível, e ao lado do Bituca, nosso ícone.”