Mulher negra das que mais ganhou destaque na formação da televisão e do teatro brasileiros, Elisa Lucinda, que também atua como poetisa e cantora, aceitou nesta quinta-feira um convite da Beija-Flor de Nilópolis para desfilar com a escola na Marquês de Sapucaí. A artista visitou o barracão da escola para conhecer o enredo, que exalta a intelectualidade negra do Brasil, e, agora, irá desfilar como destaque em uma alegoria.

Foto: Divulgação/Beija-Flor

Além dela, outras oito personalidades ligadas à literatura negra também desfilarão pela Beija-Flor. São eles: Conceição Evaristo, Eliana Alves Cruz, Paulo Lins, Jeferson Tenório, Miriam Alves e Tom Farias. “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor” vem sendo desenvolvido pelo carnavalesco Alexandre Louzada, com ideias originadas numa construção coletiva entre componentes da azul e branca.

Ao receber o convite, Elisa Lucinda se emocionou e exaltou a oportunidade de vivenciar o tema junto à Deusa da Passarela:

“Recebi esse convite como uma convocação para participar da minha própria utopia. Porque são muitos anos lutando contra várias formas de morte que impõem o nosso povo. Ver esse aquilombamento e sentir a comunhão da Beija-Flor é reconhecer o quilombo ancestral das histórias de escolas de samba. Entrei aqui (no barracão) uma coisa e saí outra: vai revolucionar a Avenida”, disse.

Elisa foi recepcionada pelo designer, figurinista e projetista André Rodrigues — ele integra a comissão de artistas negros que desenvolve o desfile junto a Louzada. Assim como a artista, a Beija-Flor está recepcionando em sua fábrica de alegorias e fantasias, na Cidade do Samba, Zona Portuária do Rio, dezenas de figuras ligadas às lutas por direitos raciais: a expectativa é que elas ajudem a espalhar a mensagem de respeito e igualdade, entre outros valores imprescindíveis, que a escola prepara.

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