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Do Guajupiá ao Baobá

Após amargar o sétimo lugar no carnaval passado, a Portela volta a apostar na ancestralidade e com apoio da comunidade espera que o misticismo dos Baobás a reconectem com a vitória

No carnaval de 2020, a Portela foi para Marquês de Sapucaí realizando uma homenagem aos povos originários indígenas no enredo “Guajupiá, terra sem males”. Sendo a última escola a desfilar, a Portela teve como um dos destaques uma rica palheta de cores que em conjunto com o nascer do sol encantaram a avenida e a comunidade portelense. Elogiada pela imprensa do carnaval, a Portela foi vencedora do prêmio Tamborim de Ouro de melhor escola e foi vista como uma candidata ao título, no entanto, a apuração do último carnaval trouxe perplexidade a quadra da azul e branca. Sua comissão de frente não recebeu uma nota dez e o primeiro casal também foi penalizado. Sendo assim, o portelense acostumado desde 2014 a estar no desfile das campeãs acabou amargando um sétimo lugar.

Foto: Site CARNAVALESCO

Para o desfile que irá passar na avenida em 2022, a aposta está no passado. Repetindo a fórmula usada no título conquistado em 2017, a Portela recorre a ancestralidade. Naquele ano, utilizou da própria história da agremiação para desenvolver um desfile vencedor. Em 2022 a escola mais uma vez visita sua história, todavia, desta vez se inspira no carnaval de 1972, quando trouxe o enredo afro “Ilu Ayê”. Último enredo afro da escola, é lembrado como sendo o enredo de um dos desfiles épicos da escola e embora não tenha sido a campeã daquele ano, conquistou um celebrado terceiro lugar.

O atual enredo, “Igi Osè Baobá”, busca trazer para avenida as diversas faces ancestrais, passeando pelo misticismo dos Baobás e sua relação de diálogo entre o mundo dos mortos e dos vivos, a apresentação da velha-guarda enquanto guardiã da memória que não pode ser esquecia, as baianas como referência das festividades e o brasileiro enquanto bom filho da diáspora. Apostando nessa harmonia ancestral, a escola conquistou o apoio da comunidade, que vem para o carnaval de 2022 com expectativa alta.

“É um enredo lindo, tenho certeza de que vamos arrasar, até porque a Portela está falando da nossa cor, da nossa gente. Nós somos África, querendo as pessoas ou não, nós somos África e precisamos valorizar isso.” Afirmou Vera Lucia, baiana da escola.

“Nós vamos vir com muita garra e alegria. Vamos vir arrasando e pode anotar, Portela 2022 na cabeça.” Contou a baiana Maria Helena que desfila na Portela desde 1998.

Foto: Vera Lucia e Maria Helena se preparando para o último ensaio na quadra da Portela em 2022

Quem chega na quadra da Portela irá se deparar com uma comunidade que abraçou o enredo “Igi Osè Baobá”, mas também encontrará uma comunidade que está confiante no trabalho do casal carnavalesco Márcia e Renato Lage. Outro ponto a se destacar, é a fala dos componentes a respeito do samba e do carnaval enquanto ferramenta de cura de seus males. Depois de dois anos sem carnaval por conta da pandemia do covid-19, os foliões estão ansiosos para pisar na avenida e ajudarem a Portela em ir atrás do 23° título.

“Eu acredito que esse ano a escola está mais organizada, também estão dizendo que o barracão está superando as expectativas e eu como bom portelense, acredito que esse ano voltamos para o g6. A quadra está maravilhosa, o samba cresceu muito e eu acredito que esse ano vai dar bom” disse o componente Mario Jorge, que está indo para o seu sexto ano desfilando pela azul e branca.

Foto: Mario Jorge na chegada do último ensaio na quadra da escola

“A expectativa é que a Portela seja campeã, porque esse enredo é maravilhoso. Esse enredo traz a força negra, traz a crença, ancestralidade e o samba da escola está muito bem elaborado também, eu brinco que o samba desse ano nem é um samba, ele é uma oração. O desfile desse ano vai ser maravilhoso”, afirmou o compositor, Adilson Franco.

“Essa pandemia foi uma loucura, muita gente sofreu e não teve o escape do carnaval para sorrir e celebrar, mas esse ano tem carnaval e eu espero que a Portela ajude a trazer alegria para o povo” contou Norma Santos, que desfila pela Portela a 52 anos.

Foto: Adilson Franco e Norma Santos aguardando o começo do ensaio portelense
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