A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão teve início nesta sexta-feira e já contou, logo no primeiro dia, com afirmações polêmicas relacionadas ao carnaval carioca. Em seu programa de estreia, o atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Marcelo Crivella (Republicanos), declarou que a Prefeitura do Rio, em gestão anterior à sua, destinava R$ 70 milhões anualmente para a folia e que, nos quatro anos de seu governo, não gastou se quer um centavo com a festa. Além disso, acusou a TV Globo e a Liesa de serem as únicas beneficiárias do espetáculo das escolas de samba.

Após a repercussão das falas de Crivella, o serviço de checagem de dados e apuração de notícias “Fato ou Fake”, do Grupo Globo, publicou uma reportagem desmentido o político. Segundo valores levantados pela matéria no portal público Rio Transparente, entre os anos de 2008 e 2016, a Prefeitura do Rio em nenhum ano chegou a colocar R$ 70 milhões no carnaval da cidade. Neste período, a verba recorde repassada para festa foi de cerca de R$ 50,2 milhões, em 2015.

Outra informação dita por Marcelo Crivella que não procede, segundo o serviço de checagem, é a ausência de gastos com o carnaval durante os últimos quatro anos. Apenas na atual gestão, a Prefeitura do Rio destinou R$ 79,6 milhões para folia, sendo R$ 14,3 milhões apenas em 2020. Uma curiosidade é que em 2019, ano do menor repasse no governo Crivella, o valor colocado na festa foi algo entorno de R$ 13,5 milhões; superior aos R$ 13,2 milhões destinados em 2012, na administração anterior.

Na propaganda eleitoral, o atual prefeito alega que a verba que era referente ao carnaval foi repassada para creches, informação esta que o serviço de checagem não conseguiu comprovar a veracidade. No entanto, a Prefeitura afirma que o número de vagas ofertadas cresceu mais de 10 mil e o valor pago pela administração municipal para os espaços conveniados teve um aumento de R$ 300 para R$ 650 por criança.

Já com relação as declarações contra Liesa e a TV Globo, a matéria trouxe um posicionamento das duas partes. A Liga afirmou que “os recursos vindos da venda de ingressos e dos direitos de transmissão do carnaval são repassados para as escolas que trabalham na confecção de carros alegóricos e fantasias que são doadas aos moradores das comunidades”. A emissora carioca também se defendeu dizendo que “faz historicamente altos investimentos tanto na compra de direitos dos desfiles das escolas de Samba do Grupo Especial de São Paulo e do Rio de Janeiro, como na promoção e na cobertura das festas que representam a maior manifestação de cultura popular do país, fonte de renda para milhares de pessoas envolvidas no espetáculo”.

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