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Carnavalescos Guilherme e Annik comprovam acerto em escolha de enredo da Mangueira após viagem para Bahia

Novatos na Verde e Rosa, vindos de bons trabalhos no Grupo de Acesso, a dupla se surpreendeu com o carinho e reconhecimento recebido da comunidade

Anunciados em maio deste ano como dupla que vai comandar o carnaval da Estação Primeira de Mangueira para 2023, os carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão já estão bastante focados no trabalho para o desenvolvimento do desfile. Novatos na Verde e Rosa, vindos de bons trabalhos no Grupo de Acesso, a dupla se surpreendeu com o carinho e reconhecimento recebido da comunidade.

Fotos: Lucas Santos/Site CARNAVALESCO

“Foi o melhor convite da vida. A gente já está trabalhando desde muito cedo, desde maio a gente já estava trabalhando. Tivemos o nosso encontro oficial com a comunidade (em feijoada na quadra), fisicamente, porque virtualmente, por mensagem, por tudo, a comunidade da Mangueira já abraçou a gente com um carinho tão grande que a gente já está super em casa, acolhido, está sendo uma parceria maravilhosa que eu e a Annik estamos traçando, a gente já está bem avançado no nosso projeto, está sendo lindo como está tudo sendo conduzido”, explicou o carnavalesco Guilherme Estevão.

Já Annik se surpreendeu também com o fato de seu rosto já ser bastante reconhecido pelos segmentos e comunidade, algo que a carnavalesca revela que não aconteceu em outros trabalhos.

“Quando eu recebi o telefonema da Guanayra (presidente), eu quase caí dura. Mangueira me ligando? Que isso gente, um sonho de todo mundo. Me senti muito honrada, muito feliz, a gente foi muito bem acolhido pela comunidade, por todos os integrantes, os torcedores principalmente. Uma coisa que eu fiquei muito feliz e me impressionou, foi que desde o momento que eu botei o pé no portão, todo mundo já sabia quem eu era, e nunca aconteceu isso comigo. Acontecia de eu chegar nas outras escolas que já estava há muito tempo e o segurança nem saber quem eu sou. E aqui eu achei isso tão legal, a gente vê como que a comunidade da Mangueira, os trabalhadores, cada um que entrega aqui, como eles participam e querem estar integrados com tudo. Isso do nosso rosto ser conhecido, mesmo eu estando de rabo ou de coque no dia a dia, cabelo solto, mas eles reconhecem a gente, isso é muito maneiro”, admitiu a artista.

Sobre o trabalho que já está a todo vapor após enredo e sinopse divulgados, Annik explica que a dupla procura estar junta em todas as fases da criação e desenvolvimento do trabalho.

“Eu digo que nem tem divisão, é soma. É um somatório de ideias, de artistas, nós dois, a gente tem o mesmo estilo de trabalho, a gente desenha, a gente cria, a gente desenvolve o enredo. Está fluindo muito bem. O Guilherme é um grande parceiro, um amigão, uma amizade que eu fiz, eu conheci ele agora em maio, mas parece que a gente já se conhece há anos. Está um entrosamento muito bacana. Não tenho do que reclamar”.

Annik e Guilherme estiveram na Bahia em uma viagem rápida para enriquecimento do enredo. Os carnavalescos passaram por lugares importantes do estado como o Candeal, Casa do Carnaval da Bahia, Olodum, entre outros que possuem a espiritualidade, ancestralidade e musicalidade do enredo. Guilherme Estevão explica de que forma este enredo foi concebido e como a dupla pretende explorá-lo.

“Esse enredo é na verdade a união de anseios meus e da Annik. A Annik tinha um desejo muito grande de exaltar a questão feminina, sobretudo vinculada à Mangueira. E eu queria muito trazer essa questão dos cortejos negros da Bahia. A gente conseguiu fazer um enredo que unisse essas duas vontades. A gente traz essa musicalidade baiana a partir dos cortejos afros, mas sobretudo enfatizando o feminino nisso tudo. Porque normalmente a história do carnaval centraliza os olhares no que é masculino e sobretudo na construção do carnaval baiano, por esses cortejos negros, a figura feminina é muito fundamental, pelo matriarcado das mães de santo, pelos primeiros cortejos originais, pelas deusas do ébano, pelas cantoras do axé. Esse enredo é a confluência da gente. Já é o primeiro passo que mostra esse entrosamento da dupla, e como tudo está sendo conduzido dessa maneira, e como tudo será assim manifestado no nosso desfile. A gente não tem divisão dentro do nosso projeto, é um encontro de ideias e produção em todos os sentidos para fazer essa Mangueira forte”, entende o carnavalesco.

Já Annik conta que a viagem à Bahia serviu também para a dupla perceber o quanto foi certeira a escolha do enredo

“Foi uma visita corrida, mas a gente teve encontros emocionantes. A Bahia é verde e rosa. Todo mundo que a gente encontrava dizia ‘eu sou mangueirense’. Eles foram muito carinhosos e diziam que estavam aguardando o momento que a Mangueira falasse da gente. E isso deu ainda mais ânimo e motivação para gente e a certeza de ter acertado no tema do enredo. “A Mangueira respira essa ancestralidade, essa religião, todas essas religiões de raiz africana, a gente teve o contato com essas figuras, a gente foi no Ilê Opô Axé Afonjá, a gente foi no Gantois, conheceu as mães de santo, essa energia de axé fez com que a gente tivesse a confirmação de que a escolha do enredo foi certeira”

Guilherme Estevão também ressalta o quanto a temática do enredo tem relação com a cara da Mangueira.

“A gente sabia que estava em um caminho certo pela recepção dos mangueirenses, porque é um enredo que traz a baianidade, traz a negritude, a musicalidade que é a cara da Mangueira, e aí a gente acertou também o coração do povo baiano. Os blocos, os afoxés, os cantores, os músicos, estão todos muito engajados para fazer desse desfile o desfile campeão da Mangueira”, explica Guilherme.

Dupla não sente responsabilidade maior por substituir Leandro Vieira

Annik e Guilherme chegam em uma Mangueira renovada, no início da gestão da presidenta Guanayra Firmino, em um momento de mudanças nos segmentos. No posto ocupado hoje pela dupla de carnavalescos, nos últimos seis carnavais esteve Leandro Vieira, também uma aposta da escola no passado vinda da Série Ouro, que deixou a escola após conquistar dois títulos e voltar nas campeãs em cinco desfiles. Apesar da história vitoriosa deixada por Leandro, os carnavalescos garantem que não se sentem com uma pressão maior no seu trabalho e colocam este momento como o início de um novo ciclo na Verde e Rosa.

“Eu acho que eu não me coloco em responsabilidade diferente, carnaval a gente tem momentos, a gente tem passagens pelas escolas, como eu que passei pela Porto da Pedra, o Guilherme passou pelo Império da Tijuca, eu já passei pela Tijuca, são ciclos. E o Leandro teve um ciclo dele na Mangueira que foi incrível, um artista que eu admiro, sou fã dele, mas agora o momento é novo, nosso, desse entrosamento, dessa dupla, dessa equipe nova toda que está se formando, eu não vejo como um problema, mas como um desafio bom, e acho que a gente vem com mais força para construir um desfile muito bom para a Mangueira”, espera Annik.

Foto: Divulgação/Mangueira

Guilherme aposta em seguir fazendo da Mangueira uma escola com desfiles bonitos e competitivos, mas resgatando uma temática que a Estação Primeira já não traz há algum tempo.

“A gente sempre brinca que esse ciclo do Leandro foi um ciclo de reenergizar a Mangueira, no sentido da Mangueira se ver vitoriosa, uma Mangueira que sabe que ela quer vir bonita, quer vir com conteúdo. O que a gente está fazendo é realimentar ainda mais isso, esse espírito do mangueirense de querer ser campeão e vir bonito, de ter mensagem, de ter repercussão popular naquilo que está trazendo, mas agora com a nossa cara, com nossa identidade, uma Mangueira que quer reenergizar agora com o axé baiano, realimentar o mangueirense com tudo aquilo que o mangueirense identifica. Quando a gente traz a negritude de volta, a musicalidade de volta, com esse espírito para cima, é a pegada que a dupla vai trazer, e aí mostra um novo ciclo de Mangueira que a gente está construindo daqui para frente”, conclui Guilherme.

Para o carnaval 2023 a Mangueira vai trazer o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”.

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