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Camisa Verde abre maratona de ensaios técnicos com trabalho coeso em vários segmentos

Voltando para o Grupo Especial após doze anos, agremiação buscou a segurança em cada um dos quesitos - mas deslizou na entrada da bateria no recuo

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins

Abrindo o sábado de oito ensaios técnicos no Anhembi, o Camisa Verde e Branco fez questão de mostrar a força de um pavilhão nove vezes campeão do carnaval paulistano e a gana de quem retorna ao Grupo Especial após doze anos distante do principal pelotão da folia na cidade de São Paulo. Ao menos dois quesitos tiveram destaque no evento: comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira. Houve, entretanto, um deslize envolvendo outros segmentos da agremiação, que cantará o enredo “Adenla – O Imperador nas terras do Rei”, que será apresentado no primeiro horário da sexta de carnaval (09 de fevereiro).

Comissão de frente

Representando todos os célebres filhos de Oxóssi, orixá protetor do Trevo, o segmento trouxe componentes com camisas brancas e saias/shorts verdes, combinando com as cores da tradicional agremiação. Dois integrantes eram exceções, vestindo apenas saiões verdes. Eles, aliás, tiveram destaque na coreografia – um vindo à frente de todos os outros e, o outro, atrás. Um deles, por sinal, será coroado quando o samba-enredo entra na parte final, em homenagem a Adriano Imperador – ex-centroavante que jogou a Copa do Mundo de 2006 pela Seleção Brasileira.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Mesmo com fortes rajadas de vento, Alex Malbec e Jessika Barbosa souberam sustentar e defender muito bem o pavilhão ao longo de toda a passarela. Muito bem sincronizados, ambos giraram de maneira mais suave que boa parte dos demais casais vistos até aqui – primeiro no sentido horário e, depois, no anti-horário. Vale destacar, também, a ótima sincronização nos movimentos feitos pelos guardiões da dupla.

Sobre o evento, a dupla aprovou do próprio desempenho. “No geral, gostamos. Colocamos em prática tudo que ensaiamos. O vento atrapalhou um pouquinho, mas é normal: são adversidades que fazem parte do processo. No geral, conseguimos cumprir com tudo que a gente esperava”, comentou Jessika. O companheiro aproveitou para destacar como o casal entende o segmento. “Foi tranquilo, fizemos tudo que nós ensaiamos: aquela dança de guardião do pavilhão e condutor, minha preocupação maior é protegê-la e guardar o pavilhão. Fazemos uma dança espontânea e livre: claro que para o jurado tem movimentos específicos que precisam ser feitos, mas, ao longo do desfile, vamos sentir e ver o que vai acontecer”, afirmou Alex.

Perguntado sobre o quanto as reformas no Anhembi impactaram o bailado do casal, Alex fez um comentário com que Jessika concordou. “Ontem nós ensaiamos na chuva e estava bem escorregadio, mesmo de tênis. No seco, porém, está normal”, finalizou.

Harmonia

A cabeça (ou seja, os primeiros segmentos) da escola tiveram excelente canto – com destaque para os dois primeiros setores e para a ala das baianas, inteiras de branco, que vieram à frente do abre-alas. Se não tinham o mesmo desempenho dos dois primeiros setores, os que vieram mais para o final do ensaio técnico não decepcionaram e cantaram, ainda que sem tanta volúpia quanto os já destacados anteriormente.

O segmento foi elogiado por João Victor Ferro, diretor de carnaval do Trevo. “Foi um ensaio proveitoso para caramba! É um horário diferente, a galera não está acostumada a ensaiar às 16h e achei que a escola veio. Todas as alas estavam presentes em cima do contingente de gente que já tinha combinado, então deu certo. Achei que a Harmonia com relação ao canto foi o destaque da escola, estava cantando bem para caramba – mesmo estando na cabeça da escola dava pra perceber. Com relação à Evolução, as coisas também aconteceram. É um trabalho de crescente. Acho que hoje foi vantajoso, está dentro daquilo que a gente estava esperando para o ensaio. Dia 20 vai estar melhor e dia 26 melhor ainda para a gente poder chegar aí no dia nove afinado”, comemorou.

Samba-enredo

Das canções para 2024 mais elogiadas pela comunidade carnavalesca, a obra foi muito bem defendida pelo carro de som da agremiação, comandado por Igor Vianna – cada vez mais à vontade no Trevo, por sinal. A música, além de ser marcada pela comissão de frente, também fez com que todos da escola fizessem coreografias nos refrões de cabeça e do meio.

O próprio Igor Vianna, em entrevista, concordou com a análise. “Na minha humilde opinião, foi um grande reencontro com o Anhembi. Ai as alas cantando, uma escola aparentemente coesa. Agora é ver a análise da Direção de Carnaval e de Harmonia, ver onde podemos melhorar e entrar em ação. O ponto alto foi o clima muito bom, a rapaziada muito emotiva. Um misto de garra e emoção, um clima maravilhoso. Curti muito!”, vaticinou.

Evolução

Além das já citadas coreografias nos regrões, também é importante destacar a energia com que boa parte dos componentes dançou, se entregando completamente ao evento. Foi no quesito, entretanto, que uma falha foi detectada no momento em que a bateria entrou no recuo. Para começar o movimento, os ritmistas, à priori, pararam antes de fazer a entrada, mas o restante da escola seguiu. Um pequeno clarão foi aberto – com alguns diretores e até o tradicionalíssimo pandeirista da bateria pedirem mais atenção das alas que vinham à frente. Até mesmo o componente que estava com uma fita para demarcar o espaço destinado ao carro abre-alas liberava mais do rolo para tentar conter o clarão.

Outros destaques

Além do já citado pandeirista, Sophia Ferro, rainha de bateria, estava presente à frente dos ritmistas. Mestre Jeyson, diretor da Furiosa, tradicionalíssima bateria da agremiação, comemorou o ensaio dançando na frente dos duzentos ritmistas na Dispersão. O motivo? O resultado final do evento. “Gostei do ensaio técnico! Mas, saindo daqui, vamos pegar o vídeo e analisar, ver os pontos que vamos ter que corrigir e tentar limpar algumas coisas para que no dia 09 de fevereiro esteja tudo pronto”, destacou.

O diretor de bateria da Furiosa aproveitou para destacar a qualidade do samba-enredo do Camisa Verde e Branco para 2024. “Para trabalhar em um samba que todo mundo elogia é muito mais gostoso e fácil! Quando escolhem o samba que a comunidade quer, como foi nesse ano, a bateria tira onda. Só tem a melhorar e a escola só tem a evoluir bem”, finalizou.

Os staff da agremiação, por sinal, estavam bastante atentos a tudo que acontecia e não se furtavam a cobrar componentes para que eles cantassem e dançassem mais – além de verificar se precisavam de algum tipo de ajuda.

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