InícioSão PauloParadinha rap conquista o Anhembi em ensaio técnico do Vai-Vai

Paradinha rap conquista o Anhembi em ensaio técnico do Vai-Vai

Convenção da Pegada de Macaco conquista o Sambódromo e fez com que componentes e arquibancadas cantassem ainda mais forte o samba da Saracura

Um dos versos do refrão do meio do samba do Vai-Vai em 2024 é “Balançou, balançou, o Largo São Bento”. O Sambódromo do Anhembi, distante seis quilômetros do local citado na canção, também foi balançado pela Saracura no sábado, no primeiro ensaio técnico da maior campeã do carnaval paulistano, com 15 títulos. Com Harmonia afiadíssima, a agremiação teve ótimo desempenho – e um erro bastante pontual para corrigir. Toda a empolgação foi gerada por conta do enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”, que será o primeiro a ser apresentado no sábado de carnaval (10 de fevereiro).

Harmonia

Se não é dos sambas mais elogiados da safra, alguns componentes da agremiação já diziam que ele tem a característica de ser facilmente cantável e popular. Tal qualidade foi evidenciada no ensaio técnico, quando absolutamente todas as alas cantaram fortemente a canção. É até mesmo difícil destacar algum grupo que tenha cantado mais já que até alas coreografadas e baianas (que, por vezes, possuem canto mais fraco) estavam ajudando bastante a empurrar a instituição. Mais do que isso: a arquibancada correspondeu, trazendo um efeito sonoro ainda mais marcante.

Comissão de frente

Com um grande tripé (ainda majoritariamente escondido), o Vai-Vai teve diversos dançarinos de break e de gêneros black em um local semelhante a um portão. Com duas trocas de roupas (todas relembrando o movimento hip hop de alguma forma), os coreografados tinham dança independente, sem marcar o samba. Vale destacar, também, a presença de graffitis no tripé, dando ainda mais a entender que a peça será utilizada no desfile oficial.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Tetracampeões no Vai-Vai, Renatinho e Fabíola Trindade, mais uma vez, mostraram grande capacidade de encantar. Além dos giros bastante seguros (feitas em uma sequência com três tempos [horário, anti-horário e horário], ao invés “apenas” dos dois primeiros tradicionais), eles também dançaram bastante e se apresentaram com saia e jaqueta colorida no estilo do graffiti, chamando atenção de todos.

Na visão deles, entretanto, ainda há ajustes a se fazer. “Acho que é um processo. Não tem como chegar cem por cento no primeiro ensaio, o ensaio técnico é para ondular e tirar as arestas. Acho que foi muito positivo, conhecemos o andamento da escola dentro do samba-enredo. Agora, é daqui para melhor”, comentou Fabíola. “Ainda tem muita coisa para acontecer ainda! Temos que ter cabeça fria e saber que vamos chegar no ápice, temos que estar prontos. Agora é trabalhar, ainda falta um pouco para o carnaval e estamos trabalhando de novo. Amanhã já tem ensaio de novo!”, brincou Renatinho.

A dupla ainda aproveitou para falar sobre o impacto das reformas que ainda acontecem no Anhembi para o casal. “O chão é um pouco escorregadio, mas não deixa de ser gostoso. Como ainda não tem as cabines, teremos módulos, ainda é um pouco estranho para a gente identificar como será, principalmente para nós, que somos muito visuais. Mas isso é algo adaptável, nada de muito avassalador. E outra: nós estamos muito mais próximos dos jurados. Temos que ter muita cara”, destacou a porta-bandeira. “Esse chão aceita mais a nossa dança, mas, pelas mudanças, temos que fazer muito carão e ter muita feição. Sentir o samba realmente e mostrar que estamos de corpo presente. Antes, víamos os jurados lá de cima; mas, perto da gente, eles conseguem nos enxergar melhor, é muito palpável e fácil de identificar erros” , finalizou Renatinho.

Samba-enredo

Com ótima resposta, a comunidade do Vai-Vai acolheu muito bem um samba que não era dos mais elogiados quando se analisava toda a safra para 2024. Relembrando a história da agremiação, de sempre fazer ensaios na rua, Luiz Felipe, intérprete da instituição, destacou tal ponto em entrevista. “Agora, que nós estamos ensaiando em quadra, é complicado. Mas me surpreendeu: o primeiro ensaio técnico é aquele no qual vamos ajustando depois, mas esse foi muito bom. Uma escola muito unida, uma arquibancada que correspondeu – principalmente na hora do breque do rap, que é o enredo e é o breque principal do samba. Tem coisas para arrumar, mas, para um ensaio técnico, está muito bom”, pontuou.

Outra característica da canção também foi exaltada por LF quando perguntado se ele já esperava o sacode que foi visto no Anhembi. “A gente esperava esse sacode porque o samba e o enredo, principalmente, já pegou o gosto popular. O samba foi junto com o enredo: fácil e chiclete. A resposta está aí. Faltam 27 dias, vamos melhorar para chegar no dia dez na ponta do bigode”, finalizou.

Evolução

É tradicional no Vai-Vai uma passada mais morosa, mas acontecendo com ainda mais frequência que outras coirmãs por conta da grande quantidade de pessoas que a agremiação traz. E tudo ia bem, de fato, até uma ala de passistas com uma fantasia verde chegar ao Setor C. Lá, foi nítido a pausa da escola por cerca de três minutos.

Para driblar o alto número de componentes, Luiz Robles, diretor de Carnaval e de Harmonia do Vai-Vai, destacou onde, logisticamente, a Saracura pode ganhar tempo. Um trunfo que a gente acredita que vai nos auxiliar para conseguir ter um andamento mais coeso, sem grandes paradas, para não ter problema por a escola estar grande, é a comissão de frente. Como a gente tem um elemento alegorico que é praticamente uma alegoria, no qual a coreografia é feita em cima, a gente acredita que conseguimos até fazer a Evolução vir muito mais constante e ajudar a gente no andamento e no tempo. Foi nisso que que apostamos – e hoje podemos provar e deu certo. Hoje foi aprovado pelo andamento da comissão. No começo desbalanceou um pouco, mas a gente conseguiu corrigir e, do meio para cá, a gente veio muito bem com o andamento da comissão”, admitiu.

O próprio Robles aprovou o andamento da agremiação no primeiro ensaio técnico. “A gente vem planejando esse ensaio técnico há algumas semanas – e, para o primeiro, foi bem positivo. Conseguimos compactar a escola do jeito que a gente planejou e todos os andamentos que planejamos aqui, na saída de tempo, a gente conseguiu executar. O ponto positivo pra mim foi o canto forte. Apesar de ainda não ter o som na pista quando a bateria faz o recuo (a gente perde um pouco a referência), conseguimos manter o canto forte e alto para volta do Vai-Vai ao Grupo Especial. Acredito que nesse 2024 a gente vem com muito mais força do que quando a gente teve o revés e voltou pela primeira vez para o primeiro grupo, em 2022. A gente está vindo muito mais preparado e forte para esse desfile da nossa escola”, vaticinou.

Outros destaques

Tradicionalmente a escola que traz mais componentes para cada desfile, o ensaio técnico do Vai-Vai estava com bastante pessoas na passarela, nas arquibancadas, na Concentração, na Dispersão e até mesmo nos corredores utilizados pela imprensa e harmonias.

Já citada anteriormente, a paradinha que remete ao rap também foi elogiada por Mestre Beto – que comanda a Pegada de Macaco juntamente Mestre Tadeu. “Eu percebi que a arquibancada, na hora que fizemos a bossa do rap, correspondeu. Os ritmistas também ficaram muito emocionados. Eu vivi esse momento, ninguém me contou. Foi muito extraordinário. Por ser Vai-Vai e poder fazer os arranjos da escola, sendo um dos mestres de bateria, e ver a reação do público… é algo único. É igual aniversário: é uma vez no ano”, comparou.

O próprio Mestre Beto acredita que o desempenho da bateria alvinegra foi bastante satisfatório. “No meu consentimento, a bateria foi boa. Preciso alcançar o ótimo e o exuberante. Tive poucos problemas: alguns eventos que eu pensei que ia ter eu não tive”, finalizou.

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