Por Juliana Cardoso

ImperatrizEm 2019, a Imperatriz Leopoldinense mudou o seu modo de desfilar na Marquês de Sapucaí. Mais divertida e com críticas irreverentes, a escola de Ramos apresentou um enredo contando a história do dinheiro, deixando de focar apenas na técnica para passar pela Avenida com alegria e bom humor. As alas “Consumo – Cartão de Crédito” e “Paraísos Fiscais”, e a alegoria “Minha Casa, Minha Vida” foram exemplos dessa transformação da agremiação na madrugada de desfiles desta segunda-feira.

As alas, posicionadas no quarto setor da escola, trouxeram fantasias diferentes daquelas que a Imperatriz costumava retratar. Uma mostrou as facilidades do cartão de crédito, fator que torna os titulares consumistas. Ela era colorida, com objetos como bolsas e sapatos adornando o traje. Pequenos adesivos com estampas de cartões deram o toque final à roupa.

Imperatriz Ala Paraísos FiscaisJá a 17ª ala representou os redutos caribenhos de lavagem de dinheiro, foi baseada em elementos tropicais, como frutas e coqueiros, para fazer alusão às ilhas utilizadas na corrupção. Os componentes pareceram aprovar a mudança e a leveza das novas fantasias da agremiação.

“É importante que a escola aborde temas diferentes e diversifique sua estética. Achei a minha fantasia muito colorida e confortável, aquela roupa que o componente se sente bem para desfilar. A Imperatriz só tem a ganhar com isso e nós, que desfilamos, também”, afirmou Thiago Dias, integrante da escola.

A quinta alegoria da verde e branca de Ramos também foi um símbolo da visível mudança artística da agremiação. Ela representou a desigualdade social e foi dividida em dois lados diferentes, o rico e o pobre. A parte do carro que trazia esses mundos inversos girou durante o desfile. Por várias vezes, a sacada de um bairro nobre deu lugar às casas de tijolos de uma favela. Os componentes representaram essa “guerra” entre as duas realidades e deram um ar teatral a alegoria.

A escola foi a sexta a entrar na Avenida na madrugada de segunda, apresentando o enredo “Me dá Um Dinheiro Aí”, que criticou as diversas faces da ganância.

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