A Mocidade Unida da Mooca pode enfim sonhar com o acesso para o Grupo Especial. Após bater na trave tantos anos, a escola da zona leste de São Paulo executou um desfile seguro em todos os quesitos e entra forte na briga pelas duas primeiras colocações que dão o sucesso necessário para a vaga ao Grupo Especial. Todo o conjunto de quesitos engrandeceram a apresentação da Mooca na pista, mas há de se destacar a riqueza plástica das alegorias e o canto da comunidade. Os três carros mostraram esculturas indígenas com muitos detalhes e faces realistas. Repetindo o sucesso dos ensaios técnicos, o canto da Mocidade ecoou forte no Anhembi, provando que o lema de “escola que canta, ganha” pode virar realidade.
Comissão de frente
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A ala, coreografada por Sabrina Cassimiro, foi nomeada como “Tupis, Levantai-vos”, desfilou com três personagens, sendo o Marét (principal do elenco) e o povo Tupi, que completava toda a comissão. Todos estavam vestidos com fantasias na cor chumbo. Toda a coreografia mostrava a força do enredo, com os bailarinos soltando altos gritos. O elemento alegórico era bastante usado também, tendo uma divisão de elenco no chão e em cima dele.
Mestre-sala e porta-bandeira
O casal com a fantasia de “Nosso Quinhão! Mooca é Território Indígena”, realizou uma apresentação com uma coreografia empolgante e criativa. As expressões faciais do Jefferson somando ao sorriso de Karina mostrou a ambiguidade e elegância que a dupla, que está há um tempo junta, possui. Os giros e movimentos obrigatórios foram bem executados, provando a sincronia que há entre o casal.
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Enredo
Assinado pelo carnavalesco Renan Ribeiro, é um tema questionador. O homenageado Ailton Krenak é usado como figura para um enredo indígena. Nele, há outros tópicos, como a introdução da palavra Mooca (Moo-oca-y), como sinônimo de resgate à natureza. Krenak foi um escritor muito complexo, e três setores seria pouco para contar a sua história, mas a narrativa foi bem amarrada pelo carnavalesco Renan Ribeiro. Vale destacar as alegorias, que expressou momentos diferentes do enredo e provou a grandeza dele. O abre-alas passou com a grandeza da natureza, com o mar e o rio sendo exaltados. Após, uma alegoria ‘mais forte’, representando a guerra contra o invasor, que é muito bem cantado no refrão do meio. Fechando o desfile, o último carro alegórico foi para a pista com uma criativa imagem de um indígena pintado com a bandeira do Brasil.
Alegorias
O primeiro carro representou o “Encontro das águas”. Uma alegoria toda azul duas esculturas realistas de indígena. Para representar ainda mais as águas, bolhas de sabão voavam da alegoria, além de leds azuis.
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A segunda alegoria desfilou tendo como significado “Hey, Há, Hey! O Grito de Guerra Contra o Invasor e o Resgate Ancestral”, dando realmente um um tom mais forte no desfile.
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A última alegoria simbolizou a “FLORESTANIA – OLHOS PARA O NOVO MUNDO”. Este carro foi o mais brasileiro visto no desfile, tendo a escultura de um indígena com uma bandeira do Brasil no rosto, mostrando que pode se unir.
Fantasias
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As vestimentas da escola foram adequadas ao enredo. Não houve requinte nos materiais, mas a agremiação da zona leste passou o suficiente para o que as estratégias do Acesso 1 pede. Também nãp havia peso, e isso permitiu todos desfilarem soltos.
Harmonia
O samba de 2025 da MUM tem uma melodia combativa e pegou com a comunidade. Os componentes da escola repetiram o sucesso dos ensaios técnicos e ‘gritaram’ o samba-enredo da agremiação. O canto da Mooca foi um dos destaques do desfile e a comunidade merece atenção especial neste quesito, pois juntando os três grupos, talvez seja a escola que melhor cantou.
Samba-enredo
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O carro de som, liderado pelos intérpretes Emerson Dias e Gui Cruz, conduziram o samba-enredo com um grande desempenho. Se a escola teve destaque no canto e evolução, se, dúvidas dá para colocar na conta dos cantores e apoios. Emerson Dias estreou com o pé direito e o Gui Cruz, na sua volta, fez um belo complemento ao renomado intérprete carioca.
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Evolução
O andamento do desfile no início chamou atenção pela demora. Não houve erro, mas foi sentido que a escola esteve bastante parada na concentração. Entretanto, na pista, a evolução foi satisfatória. Os componentes desfilaram de acordo com o ritmo do samba e da bateria, ou seja, em uma pegada forte. Como citado na harmonia, os integrantes ‘gritaram’ a obra e, assim, as expressões corporais acompanharam este fato.
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Outros destaques
A bateria “Chapa Quente”, vestida de “Marets – Espíritos Ancestrais”, teve ótimo desempenho ao lado dos intérpretes Emerson Dias e Gui Cruz. A batucada realizou bossas ao longo da avenida, além de pontos estratégicos. Destaque para a participação dos repiques, que se sobressaíram nos ‘breques’.
A ala das baianas dançou como “Watu – O Senhor Rio Doce”.