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União de Jacarepaguá sofre com problemas em alegorias que afetam a evolução e podem comprometer a permanência na Série Ouro

Após sete anos longe da grupo de acesso do carnaval carioca, a comunidade da União de Jacarepaguá voltou a pisar forte na Marquês de Sapucaí. A verde e branco do Campinho foi a primeira escola a desfilar neste sábado, com enredo “Manoel Congo, Mariana Crioula – Heróis da liberdade no Vale do Café”. A União exibiu um conjunto plástico de muito bom gosto e fácil leitura, porém as duas primeiras alegorias tiveram dificuldades em percorrer a passarela, formando dois buracos consideráveis na pista. O portão da dispersão foi fechado com 56 minutos, estourando em 1 minuto o tempo máximo de desfile. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Comissão de frente

A comissão de frente, coreografada por Márcio Vieira e Fabrício Ligiero, desfilou fantasiada de “Coroação dos heróis da liberdade – Por um povo e sua bravura”. Ao todo eram 17 componentes, sendo 11 homens e 6 mulheres, representando a força de um povo junto a bravura de dois líderes: Manoel Congo, interpretado pelo ator Cridemar Aquino, e Mariana Crioula, vivida pela atriz Isabel Fillardis. Eles estavam vestidos com roupas de época e um tecido verde nos ombros que imitava folhagens. Nos pés, pequenas sapatilhas davam a impressão de pés descalços. Um belo elemento alegórico em formato de quadro foi usado pela escola para esconder alguns integrantes, como Manoel e Mariana, que surgiam ao longo da apresentação.

LEIA ABAIXO MATÉRIAS ESPECIAIS DO DESFILE
* União de Jacarepaguá representou o quilombo em sua segunda alegoria
* Desfilantes da União de Jacarepaguá se orgulham na volta para a Marquês de Sapucaí
* Baianas da União de Jacarepaguá representaram a ancestralidade africana em sua fantasia
* Componentes de alegoria da União de Jacarepaguá enaltecem representatividade de Mariana Crioula e Manoel Congo

A coreografia do grupo foi bastante vigorosa e teatral, expressando toda a potência dos personagens retratados pelo enredo da escola. Uma grande corrente verde era utilizada no início da exibição, como se eles estivessem rompendo os grilhões da escravidão. Ao final, Manoel Congo e Mariana Crioula eram coroados como heróis da liberdade da região do Vale do Café. Infelizmente, um dos integrantes do segmento acabou escorrendo na pista molhada momentos antes da finalização. A comissão de frente levou cerca de 2 minutos em frente a cabine de jurados.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rogério Júnior e Natália Monteiro, simbolizava as “Riquezas Africanas” que tanto foram exploradas pelos europeus colonizadores. A luxuosa fantasia dos dois era repleta de búzios, pedrarias, penas e plumas; misturando diferentes tons de verde, preto, marrom e dourado. Ambos estavam bem seguros em seus movimentos, mostrando uma bela sintonia ao apresentar o pavilhão da escola para os jurados. Rogério e Natália esbanjaram simpatia, cantando o samba-enredo à todo momento A apresentação do casal em frente aos módulos de julgamento durou cerca de 1’50”.

Samba-Enredo

O samba-enredo da União de Jacarepaguá foi todo construído em primeira pessoa, como se um escravizado contasse a história dos heróis Manoel Congo e Mariana Crioula. O carro de som, comandando por Leléu e Zé Paulo, segurou o canto da comunidade até final do apresentação. A obra tem autoria de Beto Aquino, Diego Nicolau, Cláudio Mattos, Douglas Ribeiro, Genaro Du Banjo, João do Gelo, Marcelino Santos, Phabblo Salvatt, Temtem Jr., Thiago Bahiano, Valtinho Botafogo e Victor Rangel.

Harmonia

O trecho do samba-enredo cantado com mais intensidade pelos componentes foi o refrão principal: “Firma o ponto eu quero ver, vai ter batuquejê / Chama o povo do samba, ê samborê! / Jacarepaguá, eu respeito a sua história / Resistência é a marca da nossa vitória”. Destaque para a harmnoia das alas “Invasores do Velho Mundo”, “Barões do Café”, “Capoeira” e “Maculelê”. Porém, as alas “Oceano de preces e lamentos” e “A dor da escravidão” apresentaram certa inconstância no canto do samba.

Evolução

A evolução da União de Jacarepaguá foi o maior problema do desfile e deve custar alguns décimos na apuração. O carro abre-alas enfrentou sérias dificuldades para se locomover na passarela do samba, o que resultou em um grande clarão, logo nos setores iniciais, onde existe um módulo duplo de jurados. A escola foi melhorando a evolução de seu desfile ao longo da pista, no entanto, o problema voltou a se repetir com o segundo carro no setor 10. Tudo isso fez com que a União evoluísse com certa lentidão, obrigando os componentes a acelerar o passo no final. A bateria não utilizou o segundo box de recuo, passando direto rumo à dispersão. Ainda assim a escola ainda atrasou em 1 minuto.

Fantasias

A ala “Guerreiros Africanos” e a ala das baianas “Ancestralidade dos Antepassados” vieram logo depois do primeiro casal com belas fantasias tribais nas cores verde e branco, que são as cores da própria União de Jacarepaguá, causando um efeito muito interessante na avenida. Eles representavam as técnicas e saberes ancestrais das civilizações africanas. Entretanto, alguns componentes da Vale destacar também o belo figurino da ala “Manifestação e Herança: Maculelê”, que tinha as cores verde, perto e marrom; e utilizava palhas e penas.

Alegorias

O carro abre-alas fazia alusão aos “Reinos Suntuosos de África” antes da colonização europeia, tendo como destaque principal “Ogum – Senhor das Guerras”. O belo acabamento da primeira alegoria poderia ter sido ainda melhor aproveitado, mas a parte frontal do carro passou toda apagada. As composições fizeram o papel de “Herdeiros do Reino”. A escola trouxe um tripé batizado de “Aporta a Negra Mercadoria”, com esculturas de peixes e caveiras, em referência ao tráfico dos navios negreiros.

A segunda alegoria era “O Quilombo de Manoel Congo e Mariana Crioula”, que trazia uma forte encenação em que escravizados se revoltavam contra o seu senhor. Uma parte da lateral do segundo carro acabou sendo danificado por conta dos problemas de direção da alegoria e foi arrancada por integrantes da escola. O último carro da União trouxe a velha guarda como “Raízes Ancestrais” e fazia uma “Coroação dos Heróis da Liberdade”. Na parte traseira, negros punhos cerrados representavam a resistência.

Enredo

O enredo “Manoel Congo, Mariana Crioula – Heróis da liberdade no Vale do Café” é de autoria de Rodrigo Meiners e Thiago Meiners e conta um pouco da história desses líderes do povo negro africano, que foram escravizado em terras brasileiras, resistiu com bravura e foi em busca da própria liberdade. Manoel Congo e Mariana Crioula fizeram parte de um quilombo onde puderam cultuar suas tradições em pleno Vale do Café, entre as cidades de Paty do Alferes e Vassouras. As fantasias e alegorias apresentadas foram de fácil leitura e grande identificação com a comunidade.

Outros destaques

A ala de passistas da Verde e Branco do Campinho veio simbolizando as “Mucamas e Escravos do Feitor”. Eles deram um verdadeiro show na Marquês de Sapucaí, mostrando muita desenvoltura, malemolência e samba no pé ao evoluir. A corte da bateria Ritmo União teve rei, rainha e madrinha, que vieram com belas fantasias representando a “Força e Bravura Herdadas de África”.

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