A bateria da União de Jacarepaguá fez um bom desfile, sob o comando de mestre Marquinhos, na abertura da noite de sábado do grupo de Acesso da Série Ouro. A “Ritmo União” exibiu boa conjunção sonora, além de arranjos musicais bem elaborados, sempre pautado pelo samba da escola. Uma apresentação em alto estilo da bateria da União.

A cozinha da bateria contou com uma afinação privilegiada, com timbres bem definidos. Um naipe de caixas deu sustentação rítmica com virtude musical, aliado a uma ala de repiques com nítido talento. Marcadores de primeira e segunda foram precisos e firmes, na medida exata, durante todo o cortejo. Os surdos de terceira deram um balanço inegável à “Ritmo União”, sem contar as participações luxuosas nos arranjos musicais.

A cabeça da bateria exibiu uma ala de cuícas tocando de modo sólido, com agogôs que pontuavam a melodia do samba através das nuances. Uma ala de tamborins consistente e equilibrada se aliou a um naipe de chocalhos de qualidade, auxiliando com leveza a parte da frente da bateria da União. Chocalhos e tamborins executaram desenhos rítmicos baseados nas variações melódicas.

Foi possível notar uma subida de três mais elaborada, constituída através do balanço envolvente das terceiras, com ritmistas solistas de repique mor contribuindo no movimento rítmico.

Vale mencionar a virada para a segunda do samba, onde foi percebida uma nuance rítmica dos surdos de terceira, que é posteriormente repetida por caixas, repiques, chocalhos e tamborins, dando dinamismo sonoro à bateria “Ritmo União”.

A paradinha de maior destaque musical foi a da segunda. Numa constituição musical lapidada pelo refino, uniu ritmo e pressão, junto de uma retomada pautada pelo toque dos agogôs, desafiadora e genuína no primeiro verso do refrão, “Firma ponto, eu quero ver, vai ter batuquejê”. Numa concepção criativa que fugiu do lugar comum, a integração com o que solicitava a música merece exaltação. Um contratempo envolvendo médios (caixas e repiques) e agudos (chocalhos e tamborins) ainda serve como finalização, do requintado arranjo musical da bateria da União.

A bossa da cabeça utilizou a pressão das marcações graves, para gerar impacto sonoro ao ritmo. O swing envolvente irrepreensível das terceiras auxiliam no arranjo, bem como os repiques finalizam o movimento com uma subida muito bem pontuada. Uma convenção simples, mas fluída e principalmente funcional.

As apresentações nas três cabines foram consistentes. As duas melhores exibições foram no segundo e no terceiro módulo de jurados. A “Ritmo União” de mestre Marquinhos fez um desfile sólido, apresentando uma boa equalização. Um desfile que aliou segurança e equilíbrio da tradicional bateria da União de Jacarepaguá.