Respeite o Império Serrano! O Reizinho de Madureira anunciou, já na manhã deste domingo, o hino oficial que levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no ano que vem. Ao todo, quatro sambas chegaram na final do concurso promovido pela escola da Serrinha. Após uma maratona de apresentações da madrugada, a parceria formada por Aluisio Machado, Carlos Senna, Andinho Samara, Jefferson Oliveira Nunes, Carlitos Ambrósio e Marcos R. Valença confirmou o favoritismo e se sagrou vencedora da competição. Com isso, a obra criada por eles irá embalar o enredo “Ilú-ọba Ọ̀yọ́: a gira dos ancestrais”, desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza, cuja a proposta é realizar uma grande louvação aos orixás em forma de xirê. Em 2024, o Império será a oitava agremiação a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, encerrando a maratona de apresentações da Série Ouro, em busca do retorno imediato ao Grupo Especial.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Além das obras finalistas, a decisão imperiana contou com um verdadeiro espetáculo promovido pela agremiação. Logo na abertura, houve uma performance especial feita pelos integrantes da comissão de frente, assinada pelo coreógrafo Marlon Cruz. Em seguida, os diferentes segmentos da escola, de baianas a passistas, ocuparam o palco e fizeram seu show ao som de sambas clássicos como “Fala Serrinha, a Voz do Samba Sou Eu Mesmo, sim Senhor” (1992), “Aquarela Brasileira” (1964), “Mãe Baiana Mãe” (1983), “Dona Ivone Lara: O Enredo do Meu Samba” (2012), “O Império do Divino” (2006), “Bum bum Paticumbum Prugurundum” (1982) e “A Lenda das Sereias, Rainhas do Mar” (1976). Somente depois disso é que as parcerias concorrentes, com suas respectivas criações, puderam se apresentar. Cada uma delas teve direito a uma passada sem bateria, seguida de 15 minutos acompanhada dos ritmistas da “Sinfônica do Samba”, comandados por mestre Vitinho.

“A emoção é inenarrável, até porque não é a primeira vitória, mas sim a décima sexta. Isso aí não é qualquer coisa. São 16 sambas campeões dentro da minha escola, não é para qualquer um. Tenho a felicidade de ser o maior vencedor de sambas-enredo aqui no Império Serrano, suplantando o meu professor Silas de Oliveira, que ganhou 14. E todas essas vitórias foram bonitas. É o filho da gente, então sempre é especial. E quanto a parte que mais me emociona deste samba, com certeza é o refrão principal, especialmente o último verso: ‘Respeite o Império Serrano!'”, comentou o compositor Aluisio Machado.

“Eu e Aluisio somos parceiros há muitos anos. Esse é o 14º samba que ganhamos. Ano passado, ganhamos homenageando Arlindo e, hoje, ganhamos para tentar voltar ao nosso lugar. Tanto que, no refrão, a gente fala que o Império Serrano tem que ser respeitado. Eu gosto do samba todo. Não consigo dizer uma parte que mais gosto”, citou o compositor Carlos Senna.

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O presidente Flávio França, o popular Flavinho, assumiu a gestão do Império Serrano no final de março deste ano. Na ocasião, ele e toda a nova diretoria foram aclamados em uma assembleia geral da escola, após concorrerem como chapa única no pleito promovido pela verde e branca para o triênio 2023 – 2026. Nascido e criado no morro da Serrinha, o dirigente de 31 anos possui uma longa história com o Reizinho de Madureira, onde já atuou como percussionista e gestor cultural. Ao ser questionado sobre a expectativa para o primeiro desfile sob o seu comando, Flavinho assegurou que a agremiação virá forte na busca pelo título da Série Ouro e apresentará um espetáculo de alto nível na Marquês de Sapucaí.

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“Os torcedores, os sambistas em geral, podem esperar um Império Serrano muito mais organizado do que antes. A comunidade está engajada para 2024 e quer fazer um desfile competitivo. O Império Serrano tem se modernizado. É uma nova roupagem, mas sem perder a essência. E garanto que vamos entregar um Carnaval bonito, robusto, completo, com todos que amam e vivem o Império inseridos nesse processo. Nos outros anos tínhamos muitas alas comerciais, então a gente reduziu bastante. Hoje, eu posso dizer que 97% dos componentes do Império Serrano são oriundos da comunidade. Esse é um passo muito importante e fundamental pra valorização e o engajamento da comunidade dentro desse processo que é fazer o Carnaval. Uma comunidade unida, feliz, próspera e com muito axé, trazendo um enredo maravilhoso indicado pelo nosso carnavalesco Alex de Souza para poder louvar a nossa ancestralidade, o nosso culto aos orixás. Vamos fazer essa gira, fazer esse xirê na Avenida, uma bela macumba céu aberto”, assegurou Flavinho.

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O mandatário ainda fez um desabafo acerca das dificuldades de se produzir um espetáculo nas condições dispostas pelas autoridades para as agremiações da Série Ouro. Para driblar a estrutura precarizada e a imprevisibilidade de verba pública, o gestor alegou que precisou apostar em um forte planejamento e na antecipação dos trabalhos para 2024.

“Fazer Carnaval no grupo de acesso no Rio de Janeiro é uma missão árdua. As dificuldades são muitas e vão desde a ausência de um espaço físico adequado até a falta de verba. Por isso, a gente priorizou se organizar melhor e conseguiu montar cedo os protótipos, tanto que já iniciamos a linha de reprodução de cada fantasia. Estamos buscando fazer o melhor para poder colocar esse Carnaval na rua com uma fantasia bonita, um acabamento bom, luxo no que for possível, mas ainda entendendo a importância de fazer um Império Serrano pé no chão. Quanto à verba da Prefeitura estamos esperando, não há nem contrato assinado ainda. Os governantes não iniciaram um diálogo que seja saudável para gente, mas seguimos na expectativa que nossos governantes vão olhar com carinho e vão dar apoio a essa valorização da nossa cultura preta, que tem Carnaval do Rio de Janeiro um dos seus maiores expoentes”, declarou o presidente imperiano.

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O diretor de Carnaval do Império Serrano, Jeferson Carlos, conversou também com a reportagem do site CARNAVALESCO e falou sobre o cronograma da escola a partir desta definição do hino oficial para o ano que vem. De acordo com ele, os ensaios de quadra terão início já nesta semana. Todavia, os treinos na rua só irão começar no ano que vem, em data ainda a ser estipulada.

“O nosso calendário já está bem definido. Na próxima terça, a gente já tem o nosso primeiro ensaio de comunidade, com a presença da bateria e de todos os segmentos da escola. Na quarta e quinta-feira, a gente faz a gravação oficial do samba. Depois, vamos direto até o dia do desfile. Estamos programado para ir para rua a partir de janeiro, ainda no início do mês. Então, vamos fazer em novembro os ensaios na quadra, dezembro a gente vai para o Parque Madureira e em janeiro, logo nos primeiros dias do ano, vamos para rua. E, independente do local e do modelo, os ensaios serão sempre semanais, às terças-feiras. A estimativa é que sejam, no máximo, 15 ou 16 ensaios até o Carnaval”, relatou Jeferson Carlos.

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O enredo “Ilú-ọba Ọ̀yọ́: a gira dos ancestrais” terá como ponto de partida um grande império que ocupava os locais onde hoje estão situados Nigéria, Togo e Benin, na África Ocidental. No período da diáspora, os filhos daquela terra transferiram seus cultos para o Brasil, onde recriaram suas tradições através de uma forma de religião, ao qual deram o nome de candomblé, na Bahia. Ele se popularizou e ganhou uma nova forma de rito com a união de todas as divindades no xirê, denominado como “gira dos ancestrais”. Em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, Alex de Souza, responsável pela criação e desenvolvimento do tema, relatou como surgiu essa ideia e antecipou um pouco do que o público pode aguardar deste projeto.

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“Esse enredo surgiu durante os preparativos do Carnaval de 2023, em homenagem ao Arlindo Cruz, e a forma que tive essa ideia foi muito interessante. Eu comecei a ver um trabalho de uns ilustradores de inteligência artificial e tinha muitos seres mitológicos, de várias culturas, sendo representados. Eram ilustrações de figuras gregas, egípcias, maias, mas olhava aquilo tudo e não via a metodologia iorubá, da cultura nagô. Então, isso ficou na minha cabeça e passei a refletir como seria incrível retratar eles de uma maneira diferente, mais moderna, que os trouxesse não como apenas divindades, mas como seres que representam territórios de uma determinada área da África e que foram reis soberanos, grandes heróis, fundadores de determinados reinos, seus patriarcas, suas divindades. Foi a partir dessa inquietude, dessa reflexão, que dei o ponta pé nesse enredo e fui pesquisar como isso chegou no Brasil, como isso foi decodificado através do candomblé e da cerimônia do xirê, onde cada um dos que vieram para o Brasil são representados. Os descendentes que vieram pra cá, da diáspora, trouxeram uma quantidade X e a ideia é mostrar como eles foram cultuados aqui. Aí vamos tratar, por exemplo, como surgiu o candomblé da barroquinha, o candomblé queto na Bahia, como isso influenciou o próprio samba carioca e os demais candomblés espalhados pelo Brasil. Portanto, é uma coisa basicamente muito simples, que parece muito corriqueira, só que a maneira como serão representados é que será diferente daquela que as pessoas estão acostumadas a ver nos outros enredos. Geralmente, os orixás são colocados apenas como deuses, como divindades, e eu estou trazendo eles como realezas, contando como eles se tornaram reis de reinos que formaram esse grande império de Ilú-ọba Ọ̀yọ́. E aproveitando que a escola é Império Serrano fazer essa analogia entre o Império Serrano e o império de Oyó”, contou Alex.

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Estreante no Império Serrano, o intérprete Tem-Tem Jr citou o que representa cantar na escola da Serrinha. “Eu sempre batalhei, a cada ano, para conquistar coisas melhores para o meu futuro. O Império foi uma surpresa na minha caminhada e eu estou muito feliz. É o sonho de qualquer cantor da minha idade, representar uma bandeira do tamanho do Império Serrano. Minha família tem história aqui, são todos imperianos e vibraram bastante com a minha vinda. A escola também me recebeu muito bem e eu me senti abraçado. Hoje, me sinto um filho imperiano e vim para fazer história. Assim como o Vitinho fez. Ele chegou muito criticado e mostrou o trabalho dele. Eu quero isso para mim. Sei a cobrança que é. Por isso, vou trabalhar a cada dia para surpreender cada componente. O Império me toca de um jeito diferente. Eu fiz uma parceria maravilhosa com o Vitinho e o carro de som precisa dessa sintonia com a bateria. Não querendo diminuir a bandeira de ninguém, mas aqui é diferente de tudo e eu vou dar o meu melhor”.

Um dos maiores talentos do segmento de bateria do carnaval, mestre Vitinho primeiro fez para o CARNAVALESCO um balanço do trabalho realizado em 2023. “Foi um ano mágico e uma estreia muito expressiva pra mim. Tivemos o trabalho da bateria respeitado pelos jurados de bateria, que entenderam a proposta do Império Serrano. No que diz respeito à bateria, fiquei muito feliz com o resultado, porém as outras notas não atenderam às expectativas. Mas, cada ano é um ano. O Império é uma escola gigante e não pode abaixar a cabeça e desistir. Temos que lembrar dos nossos ancestrais e fazer valer a nossa história. O mérito é de toda bateria. Com toda humildade, a gente fez um trabalho bem maduro, respeitando as características da escola e conseguiu colocar em prática tudo o que estudou. Para a bateria, foi um momento de extrema felicidade. Porque é super difícil ser a primeira escola e eu, como um garoto novo, fiquei feliz porque os jurados entenderam o trabalho executado”.

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Depois, ele falou do trabalho para 2024. “Cada ano é um ano. No último carnaval, ficamos muito felizes com o que vivemos porque conseguimos colocar em prática todo o projeto que estava no papel. Mas, a gente sempre sabe que pode mais. A gente vai buscar manter a excelência e a nota máxima. Vai ter xirê na bateria. É ritual. É macumba. Já tenho várias ideias, mas o xirê vai ter”.

O Império Serrano terá também a estreia do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Anderson e Eliza, que estavam na Unidos de Bangu no Carnaval 2023. Eles analisaram a responsabilidade de serem o primeiro casal de uma escola de samba tão tradicional do carnaval.

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“É grandiosa a responsabilidade e eu não tenho palavras para descrever uma comunidade raiz que nos recebeu de braços abertos. Estamos muito determinados e muito feliz”, disse a porta-bandeira.

Anderson falou da frequência de ensaios da dupla. “A gente é tão apaixonado pela dança que a gente vive ela 24h por dia. Mas, é claro que dançar no Império faz com que a gente queira sempre um pouco a mais. Para estudar mais, mergulhar nos sambas antigos para saber a linha que a escola segue… Por enquanto, a responsabilidade ainda não está pesando e o treinamento segue o mesmo”.

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Por fim, cada um citou as qualidades do outro. “A determinação! Ele é muito determinado, pega no meu pé, o que me ajuda muito e só me faz crescer. Eu o admiro muito”, afirmou Eliza. “A superação. Ao longo da nossa carreira, nunca tivemos facilidade. Viemos do zero, de quando a gente pegava ônibus e engarrafamento, e ela nunca disse não. Então, a superação sempre foi a maior qualidade dela”, completou Anderson.

Análise das parcerias na final

Parceria de Vera Alice: A primeira obra a se apresentar na grande final imperiana foi a composta por Vera Alice, Sérgio Mineiro, Vera Lúcia, Ribeiro, Edilamar e Jurema Batista. Os intérpretes Alexandre Xuxú e Preto Benezinho foram os responsáveis por conduzir o samba e demonstraram uma boa desenvoltura no palco. Todavia, a obra não foi além de um desempenho mediano na quadra. O refrão do meio, com os versos “(eu vi, eu vi) Mamãe Oxum na cachoeira/Obá Siré Obá, Eparrei Oyá/Logun Edé Nanã/Odoyá… Rainha do mar”, despontou como o ponto alto, sendo o trecho do samba com maior rendimento ao longo da apresentação. A torcida da parceria, que contou com um número reduzido de pessoas, teve bandeiras coloridas como adereços de mão. Apesar de animados, o grupo não conseguiu contagiar o restante dos presentes na quadra, que apenas assistiu sem esboçar muitas reações.

Parceria de Matheus Machado: O samba assinado por Matheus Machado, Maykon Rodrigues, Mateus Pranto, R. Faustino Gravino, Simões Feiju e Valtinho Botafogo foi o segundo a se apresentar na final do concurso de samba-enredo do Império Serrano. O intérprete Bruno Ribas, voz oficial da Unidos de Padre Miguel, é quem comandou o microfone principal da parceria e, junto com o time de cantores, defendeu com segurança a obra, que teve um bom rendimento. O refrão do meio, com os versos “Quem está de frente é Ogum/Ele vem guerrear/Aqui é casa d’Ogum/Toca o adarrum pro rei de Abeoukutá”, foi o grande destaque, não só pelo desempenho em si na quadra, mas pela letra de fácil assimilação e o belo desenho melódico presente nele. O refrão principal, “No terreiro da Serrinha tem gira de candomblé/Fundamento carregado de axé…/O meu Império é raiz, a força de Ilu-Obá/Minha coroa ninguém pode derrubar!”, também se sobressaiu, sendo por sua vez a parte mais cantada da composição. Em relação a torcida, o grupo veio ornamentado com bandeiras e bexigas nas cores da escola da Serrinha. Eles demonstraram empolgação o tempo todo, contribuindo para o resultado positivo da performance. No entanto, a reação da quadra ao samba foi apenas tímida. Mesmo assim, foi possível observar parte do público cantarolando a obra, especialmente nos refrões. Vale mencionar ainda o uso de efeitos especiais pela parceria, desde a chuva de prata no palco a balões coloridos caindo do teto no meio da galera.

Parceria de Aluísio Machado: Dando prosseguimento nas apresentações, a obra de autoria de Aluísio Machado, Carlos Senna, Andinho Samara, Jefferson Oliveira Nunes, Carlitos Ambrósio e Marcos R. Valença foi a terceira na final da competição promovida pela escola da Serrinha. A dupla estrelada de intérpretes formada por Tinga e Marquinhos Art’Samba, vozes oficiais da Unidos de Vila Isabel e da Estação Primeira de Mangueira respectivamente, teve a missão de conduzir o samba. Os dois mostraram grande entrosamento e deram um verdadeiro show no palco, sendo peças fundamentais para o desempenho avassalador da obra. O refrão principal, com os versos “Awá o soro Ilê, Awá o soro Ilê/Atabaque pro Alabê, é xirê pra orixá/Pela fé que atravessa as revoltas do oceano/Respeite o Império Serrano!”, foi berrado na quadra, despontando como o ponto alto do samba. Além dele, o refrão do meio, “Quina erva do pilão Ewê Ewê/Na infinita imensidão…Oxumarê/Onde me faltar justiça/Que Xangô seja juiz/Pra lembrar que a Serrinha é resistência na matriz”, foi outro momento de destaque, também sendo bem entoado. Falando da torcida, o grupo numeroso veio com bandeiras diversas, todas em tons de verde e branco, como adereços de mão. Eles mostraram bastante ânimo, mantendo sempre com um canto afiado. A quadra respondeu positivamente a isso, sendo notório o canto empolgado dos presentes, desde público até a alguns integrantes de segmentos, como ritmistas da bateria. Como curiosidade, é possível mencionar que, assim como na parceria anterior, houve uso de efeitos pirotécnicos, neste caso em específico a chuva de prata no palco.

Parceria de Luiz Fernando: Encerrando as apresentações na final da disputa realizada pelo Reizinho de Madureira, o quarto samba da madrugada foi o composto por Luiz Fernando, Rodolfo Caruso, Juarez Amizade, Márcio Junior, Danilo Firmino e Luis Turiba. O comando do microfone principal da parceria coube ao intérprete Pixulé, da Paraíso do Tuiuti, que desempenhou com mestria a função. No decorrer dos mais de 15 minutos que tinha direito, a obra teve um ótimo rendimento na quadra, conseguindo fechar com chave de ouro a decisão. O ponto alto ficou com o refrão principal, que teve os versos “Vem no toque do agogô/Com o rum, rumpi e lê/A Sinfônica do Samba/Tem amor e muito axé/Ao louvar os orixás/Não esquece jamais/De saudar os fundadores/Nossos guias imortais” entoados com força especialmente pelos torcedores. Eles vieram paramentados com bandeiras verdes e brancas, todas estampadas com a coroa do Império Serrano ao centro, e ao longo da performance mostraram muita empolgação, cantando e pulando sem parar. Isso causou um bom impacto no restante da quadra, com parte do público acompanhando o grupo. O mesmo, entretanto, não aconteceu com os segmentos, que permaneceram ao longo da apresentação sem se manifestar expressivamente. Vale citar ainda como um destaque a presença de um grupo performático no palco, que representou uma gira de orixás no palco, o que trouxe um brilho a mais para o show da parceria.