InícioGrupo EspecialQuerendo se reencontrar, Mocidade terá missão de abrir a segunda-feira em 2024

Querendo se reencontrar, Mocidade terá missão de abrir a segunda-feira em 2024

Seis vezes campeã do Grupo Especial e com um enorme legado de pioneirismo na folia carioca, a Mocidade Independente quer reencontrar o caminho dos bons carnavais. Após terminar a apuração de 2023 em um indigesto décimo primeiro lugar, a verde e branca terá a missão de abrir as apresentações de segunda-feira, de acordo com o que determina o regulamento da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Com isso, a estrela-guia de Padre Miguel busca se reerguer e quebrar mais um paradigma: o de que é possível conquistar uma boa colocação sendo a primeira a desfilar.

Fotos: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Somente neste século, a Mocidade já se apresentou outras três vezes nesta posição e terminou em colocações de meio de tabela: um oitavo lugar, em 2008; sétimo, em 2010; e nono, em 2014. Agora, a agremiação quer ir além. E no clima do sorteio desta terça-feira, o site CARNAVALESCO conversou com representantes de alguns dos principais segmentos da estrela-guia para saber como é a responsabilidade de fazer a abertura de uma das noites de desfiles.

Para o intérprete Zé Paulo Sierra, que fará sua estreia na verde e branca de Padre Miguel no Carnaval de 2024, este tipo de missão não é novidade. No ano de 2015, o cantor comandava pelo segundo ano seguido o carro de som da Unidos do Viradouro, quando a agremiação teve a missão de abrir o domingo de desfiles.

“Já tive experiências nos dois extremos: abrir os desfiles de domingo e fechar as apresentações de segunda-feira. São responsabilidades, na minha visão, iguais. Na abertura, você tem um público que está indo ali pela primeira vez, que está abrindo o Carnaval; enquanto no final encara um público cansado. Então, são duas experiências diferentes, mas que na minha parte acaba não interferindo muito. Eu tenho que fazer o que eu ensaio, chegar lá e dar o melhor de mim, para o samba e para a escola. Na minha opinião, a posição, abrir ou fechar, não interfere em muita coisa não, é mais uma lenda do que uma realidade. Já fui campeão defendendo a segunda escola de domingo, que não pega um público também tão quente”, relatou Zé Paulo.

“A galera acha que tem que estar entre terceira, quarta ou quinta escola de segunda-feira para ganhar Carnaval. A primeira de segunda talvez não seja a melhor posição, mas de qualquer forma você já está no segundo dia, já pega um público embalado de domingo. É uma experiência nova e uma experiência que pode também ser uma quebra de tabu. Tudo está aí para gente inovar, superar, chegar lá e mostrar que é possível. Então, não me preocupa muito, o trabalho vai ser o mesmo como se fosse a terceira ou quarta escola ou a última enfim”, completou ainda o intérprete.

Responsável por comandar a comissão de frente da Mocidade, o coreógrafo Paulo Pinna encara sim como um desafio ser a primeira escola. Porém, é algo que pode ser superado se o projeto for bem desenvolvido.

“Encaro como sendo um desafio saudável. Nos últimos anos, nós tivemos ótimos exemplos de escolas que abriram a segunda-feira e fizeram lindos desfiles e conseguiram até colocações boas. Sinceramente, acho que qualquer posição na segunda-feira já é algo muito bom. Existe esse lugar que as pessoas não gostam de abrir tanto a segunda quanto principalmente o domingo e tal, mas eu acho que isso aos poucos está mudando. Nem sempre o público está tão frio. E quando o trabalho é bem feito, bem elaborado e executado, independente do dia e da posição ele vai conseguir conquistar o público e automaticamente os jurados”, ponderou o coreógrafo.

Indo para o quarto carnaval consecutivo nesta segunda passagem pela escola, o primeiro mestre-sala da verde e branca, Diogo Jesus, também minimizou a mística negativa entorno de abrir os desfiles. Na opinião de Diogo, ser a primeira escola a cruzar a Marquês de Sapucaí não altera os preparativos e nem o resultado do trabalho.

“A responsabilidade deve ser a mesma para qualquer que seja a posição de sua escola. Não vejo o fato de abrir os desfiles como uma grande interferência no sentido de ser desafiador. Estar ali, em si, já é um desafio. Particularmente, não muda em nada a minha preparação e a da Bruna (Santos, porta-bandeira), pois nos preparamos para o Carnaval em si. O dia e a hora que vamos desfilar não interfere. O nosso preparo não para, acaba um Carnaval e outro já começa. Seguimos trabalhando muito fortes para manter o nosso nível”, declarou o mestre-sala.

E mesmo com o dia de desfile e a posição já estabelecidos, a Mocidade não vai deixar de marcar forte presença no sorteio. É o que garantiu o coreógrafo Paulo Pinna.

“Estarei lá e a escola também, com os seus representantes. O sorteio é um evento, uma festa para gente poder comemorar mais um ano, passar o tempo junto com os amigos, reunir os sambistas e confraternizar. É sempre bom estar junto as coirmãs. Então, com certeza estarei lá acompanhando e torcendo para que seja feito o melhor para todos”, assegurou Pinna.

Zé Paulo também conformou que estará presente na Cidade do Samba para acompanhar o sorteio. Assim como Pinna, o intérprete exaltou a importância do evento para o mundo do samba, especialmente para os profissionais ligados a indústria do Carnaval.

“Acompanhava os sorteios mesmo quando não fazia parte do métier do Grupo Especial das escolas de samba. Então, para mim, já saber o horário e a posição de desfile que a gente vai estar, não muda nada. É um momento de festa para as escolas, um momento de glamour para o Carnaval, uma data que a gente tem que prestigiar e fazer parte. Afinal, qualquer movimento que as escolas de samba façam, acho que nós sambistas, atuantes no carnaval, temos que ter alguma participação, de prestígio ou efetiva, no trabalho. Então com certeza eu vou acompanhar, vou estar lá vendo e prestigiando”, declarou.

Outro que vai acompanhar o sorteio com atenção é Diogo Jesus. No entanto, o mestre-sala pontuou que, apesar de ser importante saber, a ordem das demais escolas não interfere no trabalho que será realizado pela Mocidade.

“Claro que vou acompanhar, o frio na barriga continua. Saber quem vai desfilar no domingo, quem estará conosco na segunda feira. O Carnaval é essa magia e mix de sentimentos. Mas não devemos nos basear em quem vem atrás da gente ou desfilará no mesmo dia. A Mocidade é uma escola de samba que entra para brigar sempre por toda nossa história. Independente da ordem ou dia, sabemos do respeito das coirmãs conosco. Temos um time vencedor e isso conta muito neste momento”, disse Diogo.

Quem também defendeu que o dia e a posição das coirmãs não gera reflexos foi o intérprete Zé Paulo. “A gente já vai desfilar sabendo o que aconteceu no domingo. Na segunda-feira, temos que fazer o nosso melhor e esperar o que vem pela frente. Então, a posição de quem vem depois não importa e a de quem vem atrás só importa pra você saber o que aconteceu e evitar repetir algum eventual erro. Mas as estratégias já estarão montadas, independente de ordem. Então, não faz muita diferença”, afirmou.

Já Paulo Pinna ressaltou ter suas preferências quando o assunto é a ordem dos desfiles. Todavia, ele seguiu uma linha similar a Zé Paulo e Diogo Jesus ao frisar que isso não impacta no projeto da Mocidade.

“Não vou ser hipócrita em dizer que a gente não tem aquela ordem que preferimos, que imaginamos, por estratégia ou por superstição mesmo. Mas eu acredito que nos últimos anos, os dois dias tem sido bem equilibrados, com desfiles grandiosos. Acredito que Carnaval é na Avenida. O sucesso depende de um bom enredo, um bom samba, uma boa comunidade. Por mais que a gente tenha essa ordem de preferência, tivemos ótimos exemplos nos últimos anos com relação a que dia e posição não é tudo”, manifestou Pinna.

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