Apesar de uma grande sexta-feira de desfiles na primeira noite do Grupo Especial do carnaval paulistano, absolutamente todas as agremiações tiveram, ao menos, algum momento de oscilação nos respectivos desfiles – ou seja, não é possível dizer que houve ao menos um desfile tecnicamente perfeito. Com sete escolas abrindo o pelotão principal da folia na cidade de São Paulo, foi nítido identificar que o nível está nivelado por cima, e todos os deslizes encontrados pelas instituições podem ser decisivos para a decretação de uma campeã. Confira abaixo um breve descritivo de como foi cada um dos desfiles:
Camisa Verde e Branco
Doze anos após o último desfile no pelotão especial do carnaval paulistano, o Camisa Verde e Branco, enfim, cumpriu a promessa feitas nos longos anos no Grupo de Acesso I e homenageou Oxossi ao retornar para o Grupo Especial. Abrindo a primeira divisão da folia de São Paulo com o enredo “Adenla – O Imperador nas terras do Rei”, idealizado pelos carnavalescos Renan Ribeiro e Leonardo Catta Preta, a agremiação. contou com uma ótima apresentação da Furiosa, histórica bateria da agremiação e uma das mais celebradas da folia na maior cidade da América do Sul. O Trevo da Barra Funda, entretanto, teve dificuldades em outros quesitos na apresentação, encerrada em 01h02.
Barroca Zona Sul
A Barroca Zona Sul realizou na sexta-feira seu desfile no Sambódromo do Anhembi no carnaval de 2024. A excelência técnica da agremiação aliada à grande atuação de Pixulé no carro de som e o bom conjunto visual foram os grandes destaques do desfile. A Faculdade do Samba foi a segunda escola a se apresentar pelo Grupo Especial, fechando os portões após uma hora e três minutos.
Dragões da Real
Terceira escola a desfilar na sexta-feira de carnaval, a Dragões da Real mostrou o porque se preparou no mais alto nível para o Carnaval 2024. Alegorias luxuosas deram o tom do desfile, além de uma harmonia muito bem entrosada com o carro de som. A comissão de frente de Ricardo Negreiros foi bem vista, tendo uma coreografia complexa. Vale destacar a abertura forte nas arquibancadas. A equipe de apoio da Dragões da Real distribuiu bandeirinhas do enredo por todas as arquibancadas e fez a alegria do público, que mostrou alegria na arrancada do samba. A agremiação fechou os portões com 1h de desfile, cravados. A Dragões da Real levou o enredo “África – Uma constelação de Reis e Rainhas”, assinado pelo carnavalesco Jorge Freitas.
Independente
Samba bom, comunidade que canta, ótimo staff… com tais características, absolutamente qualquer escola pode, tranquilamente, pensar em título. E, é bem verdade, todo o desfile da Independente Tricolor, quarta escola a desfilar na sexta-feira de carnaval (09 de fevereiro), teve tais características. Houve, entretanto, um quesito que pode causar certa preocupação para a instituição da Zona Norte paulistana. Defendendo o enredo “Agojie, a Lâmina da Liberdade!”, idealizado pelo carnavalesco Amauri Santos, a agremiação da Vila Guilherme teve destaque na Comissão de Frente, no Samba-Enredo e na Harmonia, mas teve alguns pontos de observação em Alegorias na apresentação encerrada em uma hora e quatro minutos.
Acadêmicos do Tatuapé
Pode pintar uma briga forte pelo campeonato. O Acadêmicos do Tatuapé executou um desfile competitivo que pode levar a escola às alturas. Por mais que os quesitos destaques tenham oscilado em algum momento, a competência foi forte e pode ‘apagar’ isso. Os principais quesitos que ficaram em evidência foram o canto novamente, assim como nos ensaios técnicos e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego e Jussara. Não pode entrar em um conjunto alegórico como um todo, precisa dos outros três para ser destaque, mas o abre-alas foi incrível e merece ser citado. Uma estética diferente, monocromática e esculturas realistas.
Mancha Verde
A Mancha Verde realizou na noite de sexta-feira seu desfile no Sambódromo do Anhembi no carnaval de 2024. Novamente, a técnica irretocável foi o principal destaque da agremiação, que contou com boa leitura dos quesitos visuais. A Mais Querida foi a sexta escola a se apresentar pelo Grupo Especial, fechando os portões após uma hora e quatro minutos.
Rosas de Ouro
Rosas de Ouro amanheceu com um desfile leve e que levantou o público na ensolarada São Paulo já pelas 6h da manhã. O samba-enredo foi cantado pela arquibancada e nitidamente a estratégia da agremiação da Brasilândia de escolher uma obra com melodia para cima deu certo. O colorido e o abuso das cores azul e rosa também foram destaque do desfile da Roseira.