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Primeira noite do Arraiá da Cidade do Samba é aprovada por Perlingeiro: ‘não pode ser somente uma fábrica de alegorias’

Público presente aprovou a decoração e acima de tudo o intercâmbio cultural promovido no evento, a junção do Nordeste com o samba foi visto como algo positivo

Um pedacinho do Nordeste dentro da Cidade do Samba, assim foi a primeira noite da inédita festa julina promovida pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). O evento é resultado da parceria entre a Liga, Prefeitura do Rio e Riotur, com o apoio do Sesc, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Cerveja Império e Prefeitura de Maricá. Nessa primeira noite os shows de Lucy Alves, Deivid Castro e Maria Filó animaram o público. A competição de quadrilhas também empolgou o público e contou com alguns sambistas como jurados.

Presidente da Liesa aprovou o evento. Foto: Luan Costa/CARNAVALESCO

O pátio principal foi preenchido com food trucks e barracas oferecendo comidas típicas da época. O presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro disse que a realização desse evento era um sonho antigo e que a Cidade do Samba não pode ficar restrita somente à fabricação de alegorias.

* LEIA AQUI: Pela primeira vez na Cidade do Samba, público fica fascinado com o local

“Essa iniciativa é um sonho que acalento há muitos anos, cheguei a presidência agora e resolvi realizar o meu sonho. Eu acho que a Cidade do Samba não pode ser somente uma fábrica de alegorias, tem que haver eventos. Quando eu vejo na televisão Caruaru e Campina Grande, fico vendo que coisa linda, que reunião fantástica, que musicalidade, é algo que me encanta, música não tem fronteira, eu acho que se eu for lá na em Campina Grande, levando uma grande escola de samba, ela vai ser muito bem recebida, nós estamos recebendo os nordestinos e aqueles que gostam”, disse Perlingeiro.

O Nordeste invadiu mesmo a Cidade do Samba, segundo Perlingeiro, foram mais de 30 barracas de comidas típicas, concurso de quadrilhas e muita música, ele aproveitou para divulgar as atrações dos próximos dias e fazer uma convocação ao público.

“Temos 35 barracas de comida, restaurante típico, tudo aquelas coisas que o pessoal gosta, concurso de quadrilhas que vocês vão ver hoje, é fantástico esse grupo que vem aqui hoje, estamos premiando com mais de R$ 60 as quadrilhas vencedoras em dinheiro, trazendo hoje o show maior da Lucy Alves, amanhã (sábado) temos Forróçacana e no domingo grandes atrações, investimos nisso e a Imperatriz tem que ter o samba presente e o coincidentemente a escola campeã, mas que tem um enredo voltado para pra isso, então, foi e juntou-se o útil ao agradável, ela nos cedeu todas essas esculturas que aí estão, tamo fazendo um trabalho lindo, São Jorge Vila Isabel tá exposto, enfim, trouxemos da Grande Rio também”, pontuou Perlingeiro.

Citada pelo presidente da Liesa, Imperatriz Leopoldinense, atual campeã do Grupo Especial com um enredo sobre o Rei do Cangaço, cedeu algumas elementos alegóricos de seu desfile e recebeu elogios do público presente, os bois e cactos presentes no abre-alas ornamentaram o pátio da Cidade do Samba, já a escultura de Lampião fez parte da estrutura do palco principal.

O público presente aprovou a decoração e acima de tudo o intercâmbio cultural promovido no evento, a junção do Nordeste com o samba foi visto como algo positivo por Bruno Rodrigues, segundo ele, o espaço da Cidade do Samba deve ser ocupado com eventos desse tipo, para ele, sobre o evento ele disse que a cultura nordestina merece ser valorizada e reconhecida.

Bruno Rodrigues, torcedor da Beija-Flor

“Além de reaproveitar as esculturas, é bom aproveitar também o espaço da Cidade do Samba para outros eventos e assim ajudar as escolas com a questão de renda. Até porque o espaço vazio desse tem que ser reaproveitado e valeu a pena demais. Super apoio essa integração, porque realmente a cultura não é só uma coisa do Carnaval, existe todos os tipos de cultura e a nordestina também tem que ser valorizada, realmente eles mandam super bem”, disse o torcedor da Beija-Flor de Nilópolis.

Outra pessoa a ficar feliz pelo aproveitamento da Cidade do Samba para fazer a aproximação cultural foi a torcedora da Imperatriz Leopoldinense, Ana Jaqueline, ela conta que ficou feliz ao chegar no evento e ver algumas esculturas da sua escola do coração, para ela, foi a oportunidade perfeita de decorar o espaço, afinal o enredo da agremiação de Ramos versou sobre o nordeste e levou muitos elementos de lá para a avenida.

Torcedora da Imperatriz Leopoldinense, Ana Jaqueline

“A Imperatriz é a minha escola do coração, então eu logo que vi reconheci algumas coisinhas do desfile desse ano, é legal porque casa com o tema, levamos um pouco do nordeste pra avenida e agora trouxemos aqui pra Cidade do Samba, sempre que eu posso estou por aqui e hoje está tudo maravilhoso, tudo é cultura, o nordeste conta sua história e o nosso carnaval conta a sua, essa junção é perfeita”, disse Ana.

As apresentações das quadrilhas foram um dos grandes destaques dessa primeira noite, se apresentaram os conjuntos Forrozão Junino, Geração Realce, Gonzagão do Pavilhão e Geração de Ouro, o júri foi formado por personalidades do samba, como a porta-bandeira da Portela, Squel Jorgea, o coreógrafo do Salgueiro, Patrick Carvalho, o diretor de carnaval da Grande Rio, Thiago Monteiro, e o carnavalesco Edson Pereira, do Salgueiro. Eles escolheram as quadrilhas Geração Realce e Gonzagão do Pavilhão como as melhores, ambas avançaram para a final que acontece neste domingo.

Diretor de carnaval da Grande Rio, Thiago Monteiro, foi um dos julgadores

Para Thiago Monteiro, diretor de carnaval da Grande Rio, a experiência de julgar as apresentações foi uma novidade, mas que ele se sentiu à vontade e muito honrado com a oportunidade, segundo ele, o universo das quadrilhas parecia ser distante, mas que ao estudar pôde observar muitas semelhanças com o carnaval, como nas indumentárias, coreografia e principalmente na doação de cada componente para que o espetáculo fosse o melhor possível.

“Foi uma honra muito grande receber o convite do Perlingeiro, pra mim foi a primeira vez e foi uma novidade, mas gostei bastante, é a cultura do nosso país, da nossa cidade e não foge muito do carnaval, os aspectos técnicos, de indumentárias, de animação e coreografia, pra mim foi uma experiência muito válida e gostei bastante. A gente recebeu o manual do julgador, eu pesquisei um pouquinho como fazia e não saiu muito do que eu esperava não. É legal que a gente vê as pessoas que estão nas quadrilhas e alguns são componentes nossos, inclusive, então dá pra ver que é a raiz, é um suco de rio, suco de Brasil, não tem como fugir dessa sinergia, tem o aspecto indumentária, o aspecto de apresentação, mas acima de tudo é a cultura e você vê a doação, são pessoas que se doam muito, é muito difícil julgar”, disse Thiago.

Nos próximos dias o evento contará com shows de Falamansa e Forroçacana, além da apresentação da Imperatriz Leopoldinense.

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