O pesquisador Luiz Mott, autor do livro “Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil”, vem contribuindo com o carnavalesco Tarcísio Zanon para contar a vida de Rosa Maria Egipcíaca na Marquês de Sapucaí. Pioneiro na descoberta da existência dessa história, ele contou detalhes da sua pesquisa que vem sendo a base do enredo da Viradouro.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, Mott relembrou o primeiro contato dele com documentos históricos que comprovavam a existência da homenageada pela Vermelho e Branco de Niterói.
“Na verdade, ninguém tinha conhecimento da Rosa até que eu descobri o processo lá em Portugal”.
Luiz Mott também revelou o que mais o impressionou quando teve contato com a história da mulher negra tema do enredo da Viradouro.
”O que mais me impressionou foi essa adaptação. Ela foi de escrava a uma santa adorada pela população do Rio de Janeiro. De modo que a escravidão, apesar de muito cruel, havia brechas, havia espaços para a escrava se tornar uma senhora”.
Sobre o fato da vida de Rosa Maria Egipcíaca não ter sido contada nos livros de história, o pesquisador falou em “falta de conhecimento”.
”Ninguém teve acesso ao processo. Não foi uma censura. Foi falta de conhecimento mesmo”, citou.