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Conjunto forte de quesitos! Samba, comissão de frente e evolução são destaques no ensaio da Unidos da Tijuca

A Unidos da Tijuca abriu o terceiro dia de ensaios técnicos do Grupo Especial, na noite de domingo, com empolgante desempenho na avenida. Os componentes da agremiação tijucana evoluíram de forma muito correta na pista. Além disso, a comissão de frente, coreografada por Sérgio Lobato, arrancou aplausos do público. Com o enredo “Waranã – A Reexistência Vermelha”, a escola fez um ensaio bom, compacto e que durou pouco mais de 1 hora de duração. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

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Fotos: Allan Dufes/Site CARNAVALESCO

Em seu esquenta, que durou cerca de oito minutos, além do samba-exaltação, a escola relembrou aquele que é considerado o maior samba de sua história, “O dono da terra”, de 1999. Ainda antes do início do ensaio, o mestre Casagrande fez um emocionado discurso, no qual falou sobre o andamento dos trabalhos dos quesitos e do barracão tijucano.

O início do ensaio foi avassalador. Quando Wic Tavares entoou o samba da escola para o carnaval de 2022, o público começou a cantar com todo vigor. A intérprete que estava com um lindíssimo vestido amarelo com borboletas mostrou a voz potente que tem e o entrosamento que possui com o pai. A comunidade abraçou toda obra e era possível ouvir, mesmo longe do carro de som, as vozes dos componentes cantando o samba.

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“A comunidade está brincando carnaval, se divertindo e cantando muito esse samba maravilhoso que a nossa escola tem. Eu venho ensaindo aqui há meses, mas hoje é diferente, é um ensaio geral e acredito que para os componentes tenha sido maravilhoso. Foram dois anos sem carnaval, os componentes estão eufóricos e brincaram muito. Ainda temos quase um mês, tem muita coisa para ser acertada, e hoje foi um bom dia para vermos o que está errado e o que está certo”, comentou Fernando Costa, diretor de carnaval.

Harmonia e Samba-enredo

O canto da comunidade tijucana, de maneira geral, teve bom desempenho na avenida Marquês de Sapucaí. Com forte início de ensaio, as primeiras alas da escola entoavam o samba a plenos pulmões, com destaque para a primeira ala, logo após o primeiro casal. Desde 2016 que a agremiação não cantava assim em um ensaio técnico. Entretanto, as últimas alas, após a passagem da bateria e do carro de som, ainda podem evoluir mais nesse quesito, tendo canto aquém do apresentado pelo início da escola.

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O samba da Unidos da Tijuca, composto por Anderson Benson, Eduardo Medrado e Kleber Rodrigues, teve ótimo desempenho na pista e impulsionou a apresentação da escola. O trecho “Erê, essa mata é sua/Erê, vem provar doce mel”, do refrão principal, foi o mais cantado pelos componentes e pelo público presente no Sambódromo. A ala cinco, “Curumim”, não parou um minuto sequer de cantar e também fazer uma coreografia com balões azul e amarelo. Além disso, o desempenho do carro de som, comandado por Wantuir e a estreante Wic, foi de alto nível e maestria para conduzir a obra.

“Na minha humilde opinião, eu acho que vai ser o samba do carnaval, até pelo fato de que vamos ter um carnaval completamente diferente, bem mais regional. Um carnaval com bem mais brasileiros na Marquês de Sapucaí. Eu acho que nosso samba vai balançar tudo isso aí. Tenho certeza absoluta disso, até porque nas apresentações nas quadras das coirmãs, a aceitação é maravilhosa”, garantiu Wantuir.

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“Foi 10. Hoje é dia 27, né? Você já percebeu que as datas batem? A gente se apresentou na Cidade do Samba em 27 de fevereiro. Dia de Cosme e Damião é dia 27. Domingo é dia de erê. Não tinha melhor dia para a gente vir mostrar a força do nosso samba. E outra coisa: não subestimem as crianças, afinal, eles são porta-voz dos orixás. Se estamos aqui, no dia de domingo que é o dia de erê, não é à toa. É só aguardar o erê botando todo mundo para pular”, completou Wic.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos da Tijuca, Phelipe Lemos e Denadir, em seu primeiro carnaval juntos, veio ao ensaio técnico com figurino na cor do pavilhão. Ela, de azul-pavão e ele, de azul e amarelo e um belo cocar na cabeça, também nas cores da escola. O desempenho do casal foi bastante satisfatório na avenida, digno de aplausos. Com muita garra, ambos demonstraram entrosamento e cantaram bastante o samba, durante a apresentação. A coreografia foi muito bem montada, com passos leves. O casal estava “flutuando na avenida” e claro mostrando o sincronismo perfeito. A dupla une talento e carisma.

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“Uma sensação poder voltar nesse solo sagrado. Foi um ensaio emocionante para gente. A energia do povo, o samba da Tijuca mexeu com o público. É continuar trabalhando para fazer o máximo no dia 23 de abril. Vamos mostrar uma dança alegre, solta, o tradicional, o feijão com arroz bem temperado”, disse o mestre-sala.

“É uma emoção muito grande dança com o Phelipe. A gente é amigo de muitos anos. Foi bem fácil dançar junto. Um conhece a dança do outro. Foi um ensaio muito bom, proveitoso, de para mostrar um pouco do que vamos fazer no dia do desfile. Nossa fantasia está perfeita. A pista está boa, como o Phelipe falou ainda tem um desnível e com certeza até o desfile vão acertar”, completou a porta-bandeira.

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Evolução

Outro destaque da amarelo e azul do Borel, que passou sem sustos. Muito animados, os componentes evoluíram pela pista de maneira leve e correta, com a escola bem compactada, ao longo do ensaio. Em alguns trechos do samba, várias alas da escola faziam algumas referências a letra do samba, como no trecho “De pele vermelha, os frutos de uma nação”, no qual os componentes passavam a mão nas próprias peles.

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A ala das passistas da escola, com as mulheres de amarelo e os homens de amarelo e azul, também foi destaque. Seus componentes esbanjaram simpatia e samba no pé durante toda a avenida. A tradicional ala das baianas da escola merece um destaque, as belas senhoras cantavam o samba e estavam vestidas de um alaká estampado e, em cada uma tinha uma cor e estampa floral diferente da outra. Praticamente todas as alas vieram com acessórios de cabeça e balões nas cores da agremiação, mostrando entusiasmo, canto e dança para que a escola fizesse bonito na avenida.

Bateria

Com cocar na cabeça, foi assim que os ritmistas da “Pura Cadência” foram para o ensaio técnico. Apresentando coreografias e paradinhas, eles mostraram que não estão para brincadeira. Porém, vale citar que o samba parece pedir um andamento “mais para frente”, embora, essa decisão seja exclusiva do mestre e da direção tijucana. A rainha de bateria, Lexa, brilhou à frente dos ritmistas e esbanjou simpatia. Ela que no esquenta estava com um esplendor com penas em azul, tirou e ficou usando só o collant também em azul com acessórios brilhantes e uma tiara na cabeça.

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“A escola está pronta, né? A Tijuca é muito grande, é uma escola gigante e com uma comunidade muito intensa, que vive o dia a dia da escola. A Tijuca chegou! E quando a Tijuca chega… e olha que ainda mexeram com ela, que é o pior, mas eu não vou me prolongar nisso, porque quando mexem com a minha comunidade a gente desce mesmo e vai pra cima. Esse ano nós vamos vir com 262 ritmistas. São três bossas funcionais: a bossa do meio, que é indígena; a do refrão que eu acho que é a bossa do carnaval, pelo menos dizem que é a bossa do carnaval, e tem a bossa de segurança na cabeça do samba. Eu trabalho dentro do regulamento. Eu me desprendo de qualquer vaidade minha para servir a escola”, explicou mestre Casagrande.

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Comissão de Frente

Comandada pelo coreógrafo Sérgio Lobato, a comissão de frente tijucana veio com bailarinos vestidos como indígenas e com um cocar nas cores azul e amarelo. A comissão de frente foi um destaque a parte, com a dança que remete a traços indígenas, o time de dançarinos mostrou muito sincronismo ao fazer a coreografia. Em certo momento da apresentação, um dos bailarinos era arremessado para o alto na parte em que o samba diz “e nasce o Kahu’ê o Curumim”. Os integrantes não pararam de cantar o samba, mesmo fazendo diversas coreografias.

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Outros destaques

Ainda no setor 1 e um pouco antes de começar o esquenta, a rainha de bateria, a cantor Lexa, distribuiu camisas da escola para o público presente. Além das camisas, os intérpretes tijucanos, Wantuir e sua filha Wic Tavares, entregaram doces no setor 1 e também no 5.

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Outro destaque da agremiação do Borel foi o segundo casal, Matheus André e Lohane Lemos. Muito animados, ambos fizeram uma boa apresentação, em uma bonita roupa laranja estampada da porta-bandeira e branca do mestre-sala.

Com o enredo “Waranã, a reexistência vermelha”,desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, a Unidos da Tijuca será a quarta escola a desfilar na segunda noite de desfiles do Grupo Especial. A julgar pelo seu desempenho no ensaio técnico, a agremiação tijucana tem tudo para fazer uma bela apresentação no dia oficial do desfile.

Participaram da cobertura: Ingrid Marins, Gabriel Gomes, José Luiz Moreira, Isabelly Luz, Karina de Figueiredo, Lucas Santos, Luan Costa, Allan Duffes, Philipe Rabelo e Walter Farias

Vice-presidente da Liesa acredita no sucesso do novo modelo comercial para o carnaval e diz que transmissão das campeãs no Multishow traz novo público

Há 22 anos na Liesa, o vice-presidente Hélio Motta conversou com Milton Cunha na abertura da transmissão dos ensaios técnicos na noite de domingo. O dirigente falou sobre o trabalho na Liga. “É uma nova mentalidade na Liga. A gente conseguiu imprimir uma mentalidade mais reformista. Pensando o fora da pista, a experiência do público. As escolas se renovam dentro da pista. Todo ano tem algo novo. A Liesa está tentando fazer o mesmo. Estamos fazendo um grande trabalho operacional para o público ter uma melhor experiência. Para os próximos três anos estamos vendo um crescimento muito bom”, disse.

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Em 2022, a novidade é que os desfiles das campeãs, no sábado, será transmitido ao vivo pelo canal Multishow. O vice-presidente da Liga disse que a ação faz parte da estratégia de renovar o público. “O projeto de renovação do público é muito importante. O Multishow conversa muito bem com esse público mais jovem. Será uma pegada mais dinâmica. É um modo da gente ter um teste legal e quem sabe a gente consegue adotar para outros carnavais”, frisou.

Ele respondeu como surgiu o convite para ser vice-presidente da Liesa e falou das novidades. “Fui convidado para fazer parte do novo projeto de mudança da Liesa. Não existia o departamento de marketing. Estava no estatuto, mas não de fato. A gente agora está formatando e envelopando o espetáculo de modo comercial, buscando novas empresas, para darmos mais fôlego financeiro para que todas escolas façam grandes desfiles”.

Hélio Motta contou que o desafio da Liesa no Sambódromo é resolver questões e depois pensar no futuro. “O Sambódromo é muito grande, com grandes entradas. A gente quer normatizar algumas coisas. Por exemplo, reduzimos em 40% toda quantidade de geradores na Sapucaí. Fomos otimizando. Essa é a grande palavra. Primeiro, a gente tem que estabilizar, aprimorar e depois progredir”.

O dirigente elogiou os ensaios técnicos e frisou que a Liesa tem que ouvir cada vez mais os sambistas. “O ensaio técnico é tão bom quanto o carnaval. A gente antecipando montagem pode fazer isso como um segundo carnaval com muito mais força. Está aqui o público que é do samba. Quem consome carnaval o ano inteiro. Temos que pensar mais nesse público. Vejo a Liga como grande porta-voz do sambista. Temos que ouvir mais e saber o que ele quer. Também temos que transformar a Cidade do Samba com calendário. Tudo tem que ter planejamento”.

Por fim, Hélio Motta ressaltou o sucesso da abertura do “Rio Carnaval”, na Cidade do Samba. “A abertura do “Rio Carnaval” foi maravilhosa. O sambista ficou muito contente. Vale a reflexão do que podemos aprimorar em termos de organização. Precisamos criar um calendário cultural para Cidade do Samba”.

Ala musical e bateria são destaques no ensaio técnico da Império de Casa Verde

O Império de Casa Verde realizou o seu primeiro ensaio técnico, na noite de sábado, visando seu desfile em abril. O treino foi marcado pela presença do influencer e humorista, Carlinhos Maia. O enredo da escola para 2022 se trata da comunicação e, o artista, por sua
gigante figura dentro da internet, está sendo homenageado pela agremiação. O ensaio também teve como destaques positivos o intérprete Carlos Júnior, que continua abrilhantando o carro de som do ‘Tigre Guerreiro’ e da bateria ‘Barcelona do Samba’, regida por mestre Zoinho. Porém, a harmonia e evolução da escola, deixou muito a desejar. Muitos momentos em que não houve sincronia e que precisa ser corrigido. Além do influencer Carlinhos Maia, o ensaio também contou com a presença de Waleska Reis.

Harmonia

É fato que o sistema de som do Sambódromo do Anhembi ainda não está totalmente pronto. Só o carro de som é base para a audição completa, mas há de se notar que vários componentes estavam perdidos e atravessavam a letra do samba. A comunidade teve um
desempenho satisfatório no canto, sabiam a letra, mas queira ou não, errar o tempo do samba, requer uma atenção especial do  departamento de harmonia da escola e da direção de carnaval. Vale ressaltar que isso foi até cobrado pelos próprios dentro do treino. Um exemplo é a ala “Q Fase”. Os componentes entraram na avenida sem cantar e, quando começaram a entoar o hino, perto do setor B, atravessavam o samba.

Rogério Tiguês, diretor de carnaval, fez um balanço geral. “Muito positiva a avaliação. A escola cantou, conseguimos colocar tudo dentro do programado dentro da pista, então foi tudo muito positivo. Ficamos muito contentes mesmo. Têm alguns detalhes, uma coisa ou outra. Alguns componentes que estão chegando agora e precisam de orientação, mas em geral foi muito bacana” analisou.

O diretor revelou uma alteração no regulamento de evolução e comissão de frente. “Só uma pequena alteração agora, que qualquer distância entre a comissão de frente e o que vem atrás agora não é mais julgado em comissão de frente, e sim em evolução. De resto
normal, e tudo que passamos, passamos normal”, falou.

O diretor de harmonia, Serginho, também fez uma avaliação geral. “Acho que foi muito bom o ensaio. Depois de dois anos, tudo que passamos na pandemia, com as pessoas preocupadas. Acho que foi muito bom. A escola veio com um contingente bom. A escola veio com um andamento legal. Claro que sempre tem coisa pra ajustar, é normal. Acho que não podemos que nos dar por contentes, que foi tudo certo. A gente tem que sempre que ter um olhar mais técnico, mais crítico. Mas vejo com bons olhos, e acho que foi um bom
ensaio”, comentou.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta bandeira, Rodrigo Antônio e Jéssica Gioz não deixou a desejar neste último ensaio. Na apresentação às torres dos jurados, mostraram boa sincronia e sorriso no rosto. O mestre-sala olhava para a porta-bandeira a todo instante. Destaque para a coreografia dentro do samba, principalmente na segunda parte do samba, onde eles se movimentavam de um lado para o outro, esquerda e direita. Jéssica estava vestida de azul e Rodrigo de branco. Cores do Império de Casa Verde.

A porta-bandeira, Jéssica Gioz, avaliou o ensaio. “Acho que a escola está super bem preparada. Não paramos de trabalhar nos últimos dois anos, e agora demos uma intensificada. Acho que o resultado para o primeiro ensaio técnico da escola foi ótimo. Sempre tem pontos a serem melhorados. Até um dia antes a gente até acerta alguns detalhes. Porque na dança é nos detalhes, é muito minucioso, até mesmo um dedo parado errado fica estranho quando duas pessoas que têm que espelhar uma dança. A gente sempre acerta”, analisou.

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Jéssica também disse que houve mudanças na forma de julgar o quesito.”‘Colocaram elementos a mais. O apresentador tem que iniciar e finalizar a apresentação do casal, e em contrapartida o jurado continua avaliando dentro do campo de visão dele. Ficamos com muita dúvida, pois gerou muita ambiguidade de informações. Por isso que a gente está pegando nos detalhes, pois dança de mestre- sala e porta-bandeira é muito minuciosa”, completou.

O mestre-sala, Rodrigo Antonio, também comentou a mudança. “Ainda mais que a reunião de jurados foi hoje, né. Hoje mais cedo. E como veio mudando muitas coisas, a gente tem sempre que estar se alinhando e intensificar o trabalho exatamente no que vão julgar. O
ponto alto da escola foi a união”, disse.

Samba-enredo

Como dito anteriormente, o intérprete Carlos Júnior, foi um dos destaques. Impressionante a atuação dele. Outra vez mostrou sua identificação com a escola, principalmente na arrancada. Ele coloca a comunidade para cima de uma forma absurda. O cantor está indo
para seu décimo carnaval seguido no Império de Casa Verde. Sobre o samba, o hino da agremiação é criticado, mas o cantor consegue dar um gás imenso e contornar isso.

Porém, como também  foi observado, houve muitos componentes que não estavam sincronizados com a ala musical. A parte mais cantada pela escola, foi o refrão principal, também pela facilidade de rimas e letras que os versos proporcionam.

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O intérprete Carlos Júnior avaliou o ensaio. ‘Acho que foi mais divertido do que técnico. Nós estamos há tanto tempo sem carnaval, no Anhembi, que todo mundo gostou de mantar essa saudade. A alegria e a emoção a gente conseguir trazer bem pra esse ensaio. Usamos apenas o carro de som, temos bastante gente no nosso time de ala musical, temos sete cordas, quatro cantores e, pra acertar isso com apenas um retorno, mostra que a equipe ficou madura e a gente conseguiu terminar, fazer um grande trabalho e passar uma bela
energia pro povo”, disse.

O cantor analisou seu entrosamento com o diretor de bateria, mestre Zoinho. “Essa gestão do Alexandre Furtado, vai fazer 10 anos e ele brigou muito pra gente ficar junto e, eu acho que o tempo, vai fazendo a gente criar casca, ficar maduro. Acho que Zoinho e eu, cada um no seu departamento, entendemos a necessidade da escola. Também tem a questão da nossa quadra nova, que a acústica é maravilhosa. Nós podemos cantar tranquilo sem disputar com a bateria e sem chegar aqui cansado. Se contratou engenheiro, arquiteto, especialista em som para o resultado ser esse. Estou fazendo entrevista com você e daqui vou fazer um show’, finalizou.

Bateria

A bateria ‘Barcelona do Samba’, regida por mestre Zoinho teve um ótimo desempenho. Desenvolveu três bossas no treino. Destaque para o chamado ‘apagão’, que os diretores estão usando muito para se referir às paradinhas. No refrão principal, a bateria para, só fica o surdo na marcação e a comunidade canta a uma só voz. Tal bossa arrancou aplausos do público presente no Anhembi. Vale destacar também que ainda nessa execução, a bateria faz uma coreografia, andando de um lado para o outro.

Mestre Zoinho, diretor de bateria do Império de Casa Verde, mostrou otimismo sobre o treino. “Foi o primeiro ensaio técnico. Hoje deu pra gente fazer uma melhor avaliação da nossa performance na avenida. Foi muito positivo. A nossa proposta foi fazer um samba cadenciado e foi muito boa. Conseguimos fazer todas as paradinhas e bossas que queríamos, da maneira que a gente imaginou e ensaiou. Foi emocionante também porque foi a nossa volta pra valer. A gente sabe que tem que melhorar muito, somos perfeccionistas, mas foi positivo. Temos mais um ensaio técnico, está tranquilo e vamos trabalhar’, falou.

Zoinho também comentou sobre as bossas e, em especial, a paradinha do primeiro refrão. “São três bossas que a gente está fazendo. Tem uma que não chega a ser um apagão, porque ficamos naquela marcação com o surdo. A maioria das escolas para geral e
deixa a escola cantar. Só que a gente coloca o surdo de primeira pra comunidade cantar legal e a arquibancada também. Começamos a ensaiar isso em outubro. Foi uma ideia em conjunto, minha, meu diretor de carnaval e de harmonia”, completou.

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Evolução

Esse quesito da escola requer uma atenção muito especial nos próximos ensaios. Tem muitas coisas a serem corrigidas para o próximo treino no Anhembi. Por exemplo, a escola não conseguia acompanhar a comissão de frente. Tanto é que, muitas vezes, as alas tinham que parar no lugar em que estavam. Isso não pode acontecer.

Devido a isso, alguns integrantes da harmonia, não se encontraram e até conversaram rigorosamente dentro do próprio treino. Não houve grande sincronia entre eles. Portanto, é algo que deve ser reparado para o próximo ensaio técnico.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira é destaque no ensaio da Barroca Zona Sul

A Barroca Zona Sul, segunda agremiação a ensaiar na noite do último sábado no Sambódromo do Anhembi, apresentou o enredo “A Evolução está na sua fé… Saravá Seu Zé!”. Acostumada com temas relacionados a africanidade, a Faculdade do Samba, que teve como destaque positivo a bela apresentação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, precisará fazer ajustes no canto da sua comunidade para o desfile oficial, na qual será a quinta escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial.

‘Quem me protege não dorme’

A chuva bem que tentou aparecer, mas logo nas primeiras gotas, Zé Pilintra, grande homenageado da escola, logo colocou para correr. Com uma comissão de frente que veio caracterizada como a linha dos malandros da Umbanda, a verde e rosa da Água Funda iniciou sua apresentação pisando forte, com muita determinação no olhar dos seus componentes. Marcão, diretor de carnaval da Barroca, expressou a felicidade de voltar ao Anhembi depois do período pandêmico ao comentar sobre o desempenho.

“É o primeiro ensaio depois de dois anos e pouco sem desfilar. Acho que para um primeiro ensaio foi muito bom. Com um enredo forte, comunidade forte, acho que foi muito bem. Com um enredo desse, com alguém que me protege, acho que foi maravilhoso. Não tem preço”, disse.

Abrindo a gira no arrepio do couro do tambor

Saudar a incorporação do mestre do Catimbó será a missão da bateria “Tudo Nosso”, cujos 175 ritmistas virão caracterizados como a própria entidade. E, se depender de todos esses malandros, seu Zé será bem recebido. A apresentação foi correta, com quatro bossas que prometem levantar o público que comparecer ao Sambódromo. A avaliação do mestre Fernando Negão foi rigorosa, mas exaltou com alegria a firmeza de seus pupilos.

“A bateria está muito boa e constante. Tem uns detalhezinhos para arrumar ainda, mas tá aí, 80%. É preciso arrumar algumas faltas de atenção, ajeitadinhas nas bossas, nos breques, mas o ritmo está quase lá. Deu para dar uma brincada, e a escola veio grande, bonita e legal. Deu para brincar a bateria, mas vamos esperar para ajustar os detalhes no próximo ensaio técnico. O ponto alto foi a garra do pessoal, com bastante canto, e a bateria bastante firme. Na hora do paradão a bateria está cantando bastante. A escola está cantando bastante, e é isso aí, é a união”, declarou.

Faculdade do Samba passou no vestibular?

Vontade de desfilar é o que não falta, na opinião do intérprete Pixulé. O cantor, que possui um timbre de voz intenso, não deixou dúvidas da grande vontade da Barroca em desfilar nesse Carnaval. “Olha, foi uma surpresa muito grande porque depois de quase dois anos parada, a escola veio com afinco. A escola mostrou garra, e o seu canto foi seguro. É uma característica da escola ter esse canto forte, firme e seguro. Essa foi a Barroca Zona Sul que vocês viram hoje no ensaio. Ou seja, nada mudou. A gente pisou na avenida com sede. Sabe aquela sede? Aquela vontade de desfilar? Parecia que hoje era o desfile oficial, porque estava mundo com vontade, com garra, com sede de pisar nessa avenida”, exaltou.

Questionado se há pontos a serem ajustados, Pixulé demonstrou bastante otimismo com o papel exercido pela sua comunidade. “Olha, sinceramente? Não acho, até porque não estou no meio da Harmonia. Embora nós, músicos, cantores de uma ala musical façamos parte da Harmonia da escola, e muitos não sabem disso, pelo que vi nós não precisamos ajustar nada. Pelo contrário, é só acrescentar pra chegar no dia do desfile, chegar aqui, pisar com o pé direito e arrebentar nessa avenida”, acrescentou.

O cantor ainda fez referências acadêmicas ao comentar sobre o ponto alto do ensaio. “Eu acho que nós estamos prontos. Nós fizemos a prova do Enem, no dia nove teremos um outro ensaio técnico, que é o resultado dessa avaliação. A gente só vai saber se passamos ou não nessa prova no dia do desfile, no dia 23”, concluiu.

Emoção de brilhar logo na primeira vez

Estreando no posto de porta-bandeira, Camila Pancini até que demonstrou certo nervosismo ao conversar com o site CARNAVALESCO, mas isso não a impediu de fazer uma fantástica apresentação junto com seu parceiro, o mestre-sala Igor Sena. O casal, que não apenas fez uma apresentação digna de veteranos, ainda chamou pela caracterização
impossível de não reconhecer do guardião do pavilhão, que veio fantasiado de Preto Velho
com direito até a bengala.

Camila manifestou grande emoção ao falar da sua primeira vez defendendo o verde e rosa da Barroca na avenida. “Olha, a emoção foi grande. Estamos muito felizes, e acreditamos que estamos preparados para o desfile. Tivemos um pouco de nervosismo, mas controlamos e chegamos. A emoção tomou conta. Mas estou muito feliz. Espero que dê tudo certo, e vamos com Deus”, disse.

Com apenas um carnaval a mais na função, Igor destacou a rotina intensa de ensaios da dupla, além de falar da alegria de estar de volta ao Anhembi. “Tudo que a gente vem ensaiando esses dias e esses meses, conseguimos desenvolver na avenida e apresentar. Tem alguns acertos a serem feitos, é normal, mas foi muito bom o nosso ensaio e estou muito feliz. Acho que o nervosismo é em dobro, já que ficamos dois anos parados. É o carnaval das nossas vidas, e é muito bom voltar assim com essa comunidade, com esse canto forte e essa comunidade forte. A Barroca vem muito grande e confiante, e essa energia que eles passam pra gente ajuda a termos força e seguirmos em frente”, declarou.

Comunidade empolgada e raçuda, mas harmonia precisa de alguns ajustes

O desempenho da Barroca Zona Sul agradou no geral para seu primeiro ensaio no Sambódromo do Anhembi, mas há alguns pontos observados que precisam ser ajustados. Em diferentes momentos do ensaio, algumas alas cantaram de maneira errada o verso “Salve Zé Pilintra de Aruanda” na primeira passagem do refrão principal, que é em um tom mais elevado que na segunda, e é uma falha que não pode ser ignorada. A ala “Xoq Neles” veio toda com chapéus brancos com fita vermelha, marca de Zé Pilintra, e seus componentes apresentaram desempenho diferenciado, sendo assim um ponto bastante positivo e que pode ser espelho para as demais alas.

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A Faculdade do Samba escolheu um enredo poderoso de fato. Falar de uma entidade tão popular chamará a atenção até mesmo daqueles que pouco conhecem as religiões de matriz africana. Que os ajustes necessários sejam feitos para que a escola possa agradar não apenas os jurados, mas também a esse malandro tão danado que cativa tantas multidões.

Com um ensaio leve e bateria em destaque, Tucuruvi mostra força da comunidade

A Acadêmicos do Turucuvi está de volta para o Grupo Especial de São Paulo e teve o grito na garganta realmente estava guardado nos componentes, afinal, o canto foi um dos grandes destaques do ensaio técnico, na noite de sábado, no Anhembi, junto a bateria. Em 2022, a escola vai cantar “Carnavais… De lá pra cá o que mudou? Daqui pra lá o que será?”, ou seja, uma breve volta no tempo, e busca refletir sobre a essência do carnaval.

Harmonia funcionou

Com bastante componentes, o Tucuruvi fez seu primeiro ensaio técnico digno do Grupo Especial de São Paulo. A escola cantando e fluindo com leveza. A comissão de frente, comandada por Fernando Lee, veio com um visual indígena, saia amarela, e a parte de cima cor de pele, em uma dança envolvente. Ala das baianas veio toda de branco. Enquanto trouxe um tripé com o símbolo no dourado e Thaís Moreira como destaque central nele, além de uma destaque de chão, a frente. O diretor de carnaval da escola, Rodrigo Delduque, fez um balanço geral justamente sobre o sentimento da escola ter cantado bastante.

“Saio muito feliz com a entrega do componente. Com a entrega das pessoas que se propuseram fazer o ensaio pela Tucuruvi. E saio mais feliz pelo momento que nós passamos, acabamos de passar. E agora esse povo todo nosso cantando e dançando com alegria, não tem coisa igual. Estar no Grupo Especial é uma honra para o Tucuruvi”.

Por fim, o diretor disse: “Sempre tem erros nos ensaios, acabei de conversar com direção. E é mais um degrau, mais um que vamos voltar para casa agora, estudar, analisar, e tenho certeza que vamos conseguir no dia do desfile apresentar um belo trabalho para vocês”.

Casal é sincero e diz sobre melhorias

O casal da Tucuruvi, Luan Caliel e Waleska Gomes, mostrou entrosamento durante o ensaio. Um bailado jovem, leve, mas para o site CARNAVALESCO, foram sinceros sobre leves melhorias averiguadas neste primeiro ensaio técnico.

“Olha eu sou muito chata e perfeccionista. Nosso ensaio de hoje, o desenvolvimento foi bom, mas se eu pudesse dar uma nota, eu daria 9.8”.

E o mestre-sala Luan também deixou sua opinião:”Somos muito rígidos em questão de evolução e andamento foi muito bom. Tem alguns pontos a acertar na nossa coreografia dos jurados. Que provavelmente na terceira feira que vamos vir aqui ensaiar de novo, já vai estar tudo certo. Deu para sentir o andamento da escola que a gente precisava, sentir o andamento para casar com a coreografia, e nosso próximo ensaio estará tudo certo”.

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O casal ainda avaliou sobre nervosismo, Wasleka disse: “É muito diferente. Porque a gente ensaia aqui, é melhor no ensaio geral, pois tem o calor do público, da nossa comunidade. Mas a gente conta com muitas adversidades que é o andamento da escola. Quando a escola para, para fazer o recuo. O nervosismo, claro, esse friozinho na barriga de voltar depois de dois anos e em um período tão difícil. E as condições climáticas também, que dificulta muito para o casal de mestre sala e porta bandeira. Chuva, vento, entre outras coisas. Então a gente tem de ficar muito ligado em tudo. Mas tenho aqui do meu lado, meu filho, que é mais do que um parceiro, é meu protetor, então a gente ensaio muito e estamos preparados para tudo”.

Samba-enredo funcionou na avenida

Um samba que busca a essência do carnaval, e relembra o passado, dos tempos da Tiradentes, onde ocorriam os desfiles de São Paulo há muito tempo. O interprete Leonardo Bessa, que é o comandante do carro de som, foi um ponto positivo no ensaio. Ele fez uma reflexão após o primeiro ensaio da Tucuruvi.

“O enredo da Tucuruvi faz uma reflexão. Como era o carnaval? Como está? Como será daqui para a frente? Então é uma grande pergunta: Como o samba e o carnaval vão se comportar no futuro. Então acho que a mensagem vai ser muito bem passada e será muito importante nesse momento que estamos vivendo”.

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Analisando melhorias, acertos, Leonardo Bessa avaliou: “Quando estou ali não temos muita noção da escola. A nossa parte, o samba e a bateria, foram realmente muito bacanas. Tem sim algum detalhe ou outro, e domingo que vem temos outro ensaio aqui para ajustar mais alguma coisa e chegar no dia 22 na ponta dos cascos”.

E para finalizar, o interprete do Zaca avaliou: “O principal é a garra da escola. A emoção de poder voltar a pisar no Anhembi depois de dois anos, no meio de tanta turbulência. A gente poder celebrar a vida não tem preço. E o nosso samba fala muito sobre a resistência do samba. Estamos lutando contra tudo e contra todos para manter a chama do carnaval acesa. Aqui somos todos sobreviventes dessa grande loucura que passou pelo mundo, e com certeza esse será o ‘carnaval da vida’”.

Bateria brincou, interagiu com o samba e foi destaque

Comandada por mestre Serginho, estreando no Grupo Especial de São Paulo, a bateria do Zaca fez um ensaio técnico com muitos pontos positivos. Em entrevista para o CARNAVALESCO, ele revelou que buscará o básico no regulamento, mas que a ideia é dar ritmo a escola, ou seja, interagir com o samba, comunidade, e foi isso que vimos através de bossas durante o samba-enredo.

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“Dois anos sem fazer ensaio técnico, minha estreia no Grupo Especial, cinco anos no grupo de acesso. Com certeza tem detalhes, falar que está tudo pronto hoje é mentira. Então um detalhinho aqui, outra coisa ali, acerta no andamento aqui, acerta alguma coisinha. Se for pegar no total, foi bom. Não é tanta novidade (brincadeiras) para a gente da escola. Já executava esquema das bossas, aí o pessoal mudou regulamento com a parada da performance. Mas a gente não mudou nosso esquema ainda. Vamos lá, faz o básico, faz na hora o que tem fazer na cabine. E o resto é ritmo para a escola”.

Mestre Serginho ainda revelou novidades: “São três bossas, e tem uma parte que é o paradão. A gente derruba primeira e segunda. E o resto faz o ritmo, faz os desenhos que tem normal. E a gente faz o apagão. Aí zera, vira para a arquibancada, punho cerrado, sorriso e ‘sou resistência, você tem que respeitar’. Essa hora vai ser demai. Gosto muito do andamento. Sou um cara que gosto muito do andamento mais tranquilo. Ajuda bastante na divisão da caixa. Senão quando está um pouquinho para frente é bem complicado. Mas cada um tem o seu jogo, cada um faz o que acha que é bom para sua escola aí dentro”.

Sobre o desfile, mestre Serginho revelou que a bateria será o Peruchinho em homenagem a Unidos do Peruche, atualmente no Grupo de Acesso II do carnaval paulistano. Ele revelou que é cria da comunidade do Peruche, sua mãe é diretora da escola que busca retomada para o grupo de acesso. Contou ainda que serão 220 componentes na bateria no desfile oficial, e comemorou momento na escola. “Time bom, equipe boa, direção da escola dá todo suporte, dá uma olhadinha nos instrumentos nossos, são ótimos. Instrumento bom, clima bom, samba bom, vamos para as cabeças, querendo ou não”.

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Evolução passou bem no Anhembi

Mesmo vindo do acesso, o Tucuruvi veio com muitos componentes e com uma evolução que funcionou bem neste primeiro ensaio. Ou seja, um desfile compacto, alas fluindo, movimentando, cantando o samba, no geral com tranquilidade, feliz. Com isso, o fluxo da escola foi elogiável, mostrou que voltou mais estruturada do que estava na última passagem.

Outros destaques: Trio forte na frente de bateria e musas

A rainha de bateria, Cintia Mello, veio com um look prateado, brilhante, e transparente, mostrou muito samba no pé. A musa Livia Nayara com um decotão e chamou atenção com sua roupa e o samba. Completando o trio, a madrinha da bateria, Sheila Hachas vestiu azul, em um visual que combinou com a escola. Musas como Suzana Simonet e Kamilla Barzagli sambaram muito, foram destaques. Assim como Giselly Romanelly que veio com a faixa de ‘Rainha Lacração Gay’. A Miss Mônaco de 2022, Mariani Piaget, também esteve presente no desfile. As passistas do Zaca vieram com uma parte azul, outra amarela e branca. Com muito samba e bom humor no ensaio. Assim como a ala Plus Zaca, que mostrou muito samba no pé e brincou bastante com o povo. As alas utilizaram elementos como bexiga, bastão, e também uma ala de mímicos que foi bem interativa.

Casal, comissão de frente e bateria conduzem ensaio técnico da Santa Cruz

A Acadêmicos da Santa Cruz encerrou a terceira noite de ensaios técnicos da Série Ouro com boa apresentação da bateria de mestre Riquinho, que manteve o ritmo e deu um bom andamento para o samba que faz uma bela homenagem ao ator Milton Gonçalves. Além da Tabajara, o casal Muskito e Roberta Freitas mostrou entrosamento, técnica e muita suavidade, dando brilho ao início do desfile da Verde e Branca da Zona Oeste, que ainda teve a comissão de frente de Marcelo Chocolate e Marcello Moragas, com simplicidade, valorizando o tema que a homenageia Milton Gonçalves, mas também celebrando a cultura e a valorização da intelectualidade preta. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

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Fotos de Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

Na coreografia, dois bailarinos negros, um homem e uma mulher, ele de terno branco, ela com uma espécie de malha verde, ambos com coroa na cabeça, demonstrando a realeza, dançavam e eram aclamados por outros componentes mais simples com a camisa da escola e calça branca, e e um momento de ápice da dança, os dois eram erguidos por esse outros bailarinos. * VEJA AQUI VÍDEOS DO ENSAIO

A Santa Cruz começou no esquenta cantando sambas antigos, mas não demorou muito para entoar o “Axé Milton Gonçalves! No Catupé de Santa Cruz”, samba do carnaval de 2022, um dos melhores da safra. Com uma faixa que tinha por escrito: “Preto é rei e pede paz”, a escola abriu o caminho para um ensaio tranquilo e sem correria, com um pouco mais de 50 minutos de duração.

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“A primeira impressão é positiva. Hoje pra gente foi uma realização, um sonho, uma homenagem a todos que se foram, então, o sentimento que eu saio hoje é de muito orgulho e muita honra, mas isso daqui é só um pedacinho do que a Santa Cruz vai trazer no dia 21 de abril. A Santa Cruz vai fazer um belo trabalho, uma grande homenagem ao Milton Gonçalves, esse grande ídolo do Brasil, esse rei maravilhoso. O samba está maravilhoso, a comunidade está passando cantando, no dia ainda vamos ver alegoria maravilhosas”, disse o diretor de carnaval, Ricardo Simpatia.

Harmonia e Samba-Enredo

O trabalho do carro de som comandado pelo intérprete Roninho foi de alto nível, mas faltou um pouco mais de participação da comunidade que muitas vezes entrava no canto já próximo dos refrãos. Desde as primeiras alas era possível notar muita gente que até cantava algumas partes como, por exemplo, no verso do refrão do meio, “sonho meu”, trecho de melodia fácil e bonita, que era entoado até de forma forte, mas que logo depois a energia caía nos seguintes versos. Depois, a intensidade voltava a subir mais próximo do refrão principal a partir do “Preto rei” e chegava ao ápice no “Obá Obá”.

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O destaque de canto ficou para a ala “atletas” que vinha logo depois dos passistas, que demonstrou um canto mais uniforme que o restante das alas. As baianas estavam vestidas com um abadá branco com detalhes em prata e o turbante verde e branco. Uma roupa leve que fez com que elas conseguissem evoluir bastante na avenida, e, claro, que não deixaram de cantar o samba nem enquanto estavam rodando.

“Dentro do que a gente ensaio está dentro da expectativa, a qualidade do carro de som não tava boa, mas tudo bem, a gente vem aqui pra brincar o carnaval, tanto tempo sem ter essa festa maravilhosa, pra gente tá bom demais poder extravasar, botar pra fora toda alegria. A expectativa é a melhor possível, acho que as pessoas estão abraçando, estão entendendo o que o nosso samba, o que é o nosso enredo, estar representando o Milton Gonçalves na Marquês de Sapucaí pra gente é uma honra muito grande e vamos tirar uma onda muito grande. Já cantei da Ruth de Souza, foi a coisa mais linda de se ver, hoje estou tendo o prazer e o privilégio de estar representando também a frente do microfone da nossa querida Santa Cruz esse samba maravilhoso”, afirmou o intérprete.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira Muskito e Roberta Freitas veio todo de dourado. O vestido de Roberta tinha inclusive um belíssimo colar de pedras douradas. A fantasia chamava atenção pelo brilho, mas o bailado da dupla brilhou ainda mais, apostando em uma coreografia de mais graciosidade. Com muita suavidade e com os dois se buscando o tempo todo, e com uma sensualidade também suave, respeitosa que engrandecia a ótima coreografia. A apresentação durou quase dois minutos e se encerrou já no refrão principal, no trecho “Preto é rei” com um passo realizado pelos dois, como dançando para o orixá.

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“Eu estou muito emocionado! Depois de dois anos sem desfilar, sem carnaval, graças a Deus conseguimos voltar aos poucos cumprindo as recomendações dos órgãos de saúde. Estamos todos emocionados, felizes por esses momentos e o dia de hoje. Vamos lá! Que venha o desfile agora”, contou o mestre-sala.

“Vamos representar a realeza que abre os caminhos para que Milton Gonçalves passe. Exú que é o grande rei dos caminhos e faz a abertura do carnaval na Santa Cruz. No ensaio técnico nos silenciamos durante um minuto pela minha mãe e as outras vítimas da Covid e rezamos. Estamos aqui para celebrar a vida, o nosso desfile é de gratidão em prol da saúde, vacinação, para que a vida volte ao normal. Não consigo definir a alegria que será a volta do carnaval”, completou a porta-bandeira.

Bateria

A Tabajara da Zona Oeste de mestre Riquinho manteve bem o ritmo e deu uma levada bem interessante para o bom samba da parceria de Samir Trindade. Riquinho apostou em algumas bossas como no trecho do refrão “Negro rei, em que as caixas sustentavam uma batida de teor mais africano. Na parte do “Oba” os ritmistas faziam uma reverência para o público e para a cabine de julgadores. Na segunda do samba, no trecho “É sangue de Palmares, nas veias emoção, nos palcos meus altares, Orixá da nação”, a bateria desenvolvia uma bossa com os chocalhos, tamborim e cuíca que ressoavam seguindo a métrica dos versos. A rainha Larissa Nicolau puxou a Tabajara da Zona Oeste com desenvoltura em uma roupa em pedras preciosas douradas com detalhes também na cor da escola e uma tiara na cabeça.

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“Aqui na frente a gente não vê muita coisa, devido ao carro de som, ao que acontece na avenida. O andamento para mim me agradou muito, agora o que aconteceu de fato, eu preciso conversar com meus diretores. Porém, eu acredito que foi tudo perfeito. Vou conversar com o meu carro de som e bateria, obviamente, mas o pensamento é manter esse mesmo andamento que foi executado na Sapucaí hoje. São ao todo 240 ritmistas no dia do desfile”, revelou mestre Riquinho.

Evolução

A escola fez um ensaio de cerca de 52 minutos, com muita tranquilidade, sem correr e sem ser lenta demais. Era possível perceber a concentração da equipe de harmonia que a toda hora incentivava os componentes para não deixar buracos. Algumas alas vieram coreografadas, como foi o caso da primeira, que vinha logo atrás do casal ainda na cabeça do desfile, antes do abre-alas, com os componentes trazendo lanças nas mãos e realizando movimentos coordenados nas fileiras e dentro do grupo. É importante destacar o show que a torcida da verde e branca fez na arquibancada.

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A ala de passistas, coordenada por Juninho Carioca, teve destaque. Os integrantes estavam vestidos em uma roupa com detalhes de onça e com uma pintura artística africana em seus rostos. Com muito samba no pé, a ala fez coreografias que tem traços de danças africanas.

Já não é mais muito comum ver nas escolas a quase extinta “ala das crianças”. Diferente, a Santa Cruz não abriu mão e levou para o ensaio a sua ala mirim, que inclusive estava alegre e cantando o samba.

O que ainda se pode melhorar é um pouco mais de uma evolução mais solta, muitos componentes pareciam um pouco presos em um deslocamento mais reto com pouca dança e animação.

Outros destaques

O secretário municipal de Saúde Daniel Soranz desfilou com a blusa da escola e foi chamado pelo presidente Moisés Antônio Filho, o Zezo, para ficar ao seu lado no discurso inicial antes do início do desfile. O presidente da Liga RJ Wallace Palhares e o vice Fábio Montibelo também estiveram ao lado do mandatário, além de uma filha de Milton Gonçalves. O presidente citou a importância do homenageado para a cultura brasileira, além de lembrar da ajuda do secretário municipal na região da agremiação, no bairro de Santa Cruz, e finalizar elogiando a unidade e os esforços da liga que hoje organiza a Série Ouro.

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No geral, pode se dizer que a Santa Cruz não cometeu grandes erros, teve destaque para o casal, bateria e comissão de frente, quesitos importantes, além de ter evoluído sem grandes problemas. Mas, para pensar em disputar lá em cima na Série Ouro, o ponto de ajuste está no canto da comunidade, que para um enredo que homenageia uma figura como Milton Gonçalves de representatividade tão forte, deve ser mais constante e com mais emoção, mostrando que vem da alma. A Santa Cruz vai ser a quarta agremiação a se apresentar na segunda noite de desfiles em abril com o enredo “Axé Milton Gonçalves! No Catupé da Santa Cruz”.

Participaram da cobertura: Ingrid Marins, José Luiz Moreira, Karina de Figueiredo, Lucas Santos, Luan Costa, Nelson Malfacini e Walter Farias