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Casal e bateria brilham em grande ensaio técnico da Porto da Pedra

Penúltima escola da Série Ouro a realizar ensaio técnico no Sambódromo, a Porto da Pedra fez grande trabalho neste sábado. A escola de São Gonçalo se destacou em vários quesitos, principalmente na bateria do mestre Pablo e na competência do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rodrigo França e Cyntia Santos. O canto também foi um ponto alto da exibição, que passou com alguns pequenos erros de evolução. A agremiação cruzou a Marquês de Sapucaí em 58 minutos. * VEJA FOTOS DO ENSAIO

Harmonia

Dois anos longe da Avenida deixaram o canto da comunidade de São Gonçalo preso, e os componentes voltaram com tudo ao solo sagrado. A escola cantou o samba do início ao fim e embalou também os primeiros setores do Sambódromo. Várias alas se destacaram, como a ‘Guerreiros’ e a ‘Alegria do Tigre’. Vestidas com saias brancas e tecido vermelho brilhante na parte de cima, as baianas também não pouparam voz.

Com roupas pretas, uma das alas coreografadas também cantou e fez bonita apresentação. Outra mais à frente, com representação de mães e pais de santo, também chamou atenção pelo capricho na fantasia e no canto. Grande parte das alas traziam adereços para abrilhantar ainda mais o ensaio, como pompons, balões e fitas em vermelho e branco. Uma das alas também se apresentou com faixas e turbantes na cabeça e todas vieram com shorts ou bermudas brancas.

“A comunidade está com o canto na ponta da língua. Nós temos que cantar muito mais forte, e tenho certeza que a Porto da Pedra vai fazer isso. Sempre tem algo para melhorar. Por isso se chama ensaio técnico, pois nem sempre é perfeito”, disse Aluízio Mendonça, da direção de carnaval.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Um dos grandes destaques da noite foi, sem dúvida, o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Porto da Pedra. Rodrigo França e Cyntia Santos fizeram grande apresentação, com sintonia e dança invejáveis. Os dois mostraram bastante entrosamento e variedade nos movimentos, com direito a uma abertura de pernas ao chão sincronizada, que levantou o público no primeiro módulo. A dupla vestia roupa toda branca, ele com uma gravata dourada e ela com detalhes em dourado na parte de cima. Em dado momento, Cyntia jogava um beijo para Rodrigo, que retribuía com uma rosa na mão. O casal fez exibição de 2m07s.

“Hoje saímos satisfeitos, porque a gente mostrou muita dança e pouca coreografia. Esse ano nós queremos mostrar isso, queremos mostrar o samba. A gente que passar um recado de que a dança do mestre-sala e porta-bandeira não pode morrer. Esse chão que a gente está pisando é um solo sagrado. Acho que só quem tem a oportunidade de pisar aqui é que entende a energia de estar aqui, então é totalmente diferente. Aguardem que esse ano nós iremos vir fortes, podem ter certeza que o tigre vai rugir na avenida”, prometeu a porta-bandeira.

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Fotos de Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

“O ensaio de hoje foi um sucesso, agora esperamos que ocorra tudo bem no desfile oficial que acontece no dia 20. A gente também estava com saudade do carnaval, né? Muito barulho, muita gente, muita gente gritando, então é claro que estamos esperando muita emoção e esperamos soltar nosso trabalho com tudo. Vai ter surpresas. Nós somos um casal de garra, vão ter coisas fortes”, completou o mestre-sala.

Samba

Elogiado, o samba não decepcionou na Avenida e foi cantado da comissão de frente até o último componente. Além do refrão outras partes da obra também ganham força na voz, como de ‘Okê Arô’ até ‘Bate o tambor’, e ‘O santo dança o céu relampejou’ até ‘Já escutava a voz dos terreiros’. De ‘Tem fita vermelha e branca’ até ‘Escritas à luz do luar’ não tem a mesma potência das outras partes do samba. Pitty de Menezes fez ótimo trabalho à frente do carro de som e manteve a mesma pegada durante todo ensaio.

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“Poder voltar depois de dois anos de pandemia é uma emoção muito grande. Esse samba é lindo, maravilhoso e fácil de cantar. É um samba que não precisamos fazer muito esforço, a comunicação está com o samba na ponta da língua, o mundo do samba está com o samba na ponta da língua, a obra conquista as pessoas. A comunidade cantou muito hoje, a comunidade na verdade gritou esse samba. A harmonia agiu perfeitamente com a evolução, a bateria do mestre Pablo nota mil”, enalteceu o intérprete.

Bateria

A bateria da Porto da Pedra também deu show à parte na Sapucaí. Com 250 ritmistas, mestre Pablo levará três bossas para o desfile oficial e já as adiantou no ensaio técnico. O destaque da Ritmo Feroz vai para a bossa da saída do refrão, marcada por surdos, de ‘Hoje vai ter festa no Orum’ até ‘É o caçador seu Eledá’. A Rainha de bateria, Tati Minerato, também chamou atenção, com fantasia em alusão às garras do tigre da escola de São Gonçalo.

“A avaliação de hoje, pra mim, foi mil. Graças a Deus, deu tudo certo e agora, mais um ensaio para poder finalizar e passar aqui no dia 20, nessa mesma energia, mesma pegada, que passamos hoje e estou feliz demais que deu tudo certo e, mesmo com muita dificuldade, com sabedoria e ajuda da minha diretoria, que me atura esses anos, a gente conseguiu fazer um ótimo ensaio e dia 20 estamos aí. Sempre temos uma surpresinha pra deixar pro dia do desfile e a bateria vem de ogã”, comentou mestre Pablo, que desfilará com 250 ritmistas.

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Evolução

O único quesito que deixou um pouco a desejar foi a evolução da escola. Na altura do setor 5, a agremiação abriu um pequeno buraco entre a comissão de frente e o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Além disso, a Porto da Pedra também correu um pouco após a passagem do carro de som pelo segundo módulo de jurados. No entanto, os harmonias se mostraram muito empenhados na organização e com canto dos componentes no ensaio.

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Outros destaques

A comissão de frente da Porto da Pedra já demonstrou que a escola vem forte preparada para um grande Carnaval. Com bastante comprometimento dos dançarinos, o segmento fez ótima apresentação, com sincronia e bonitos movimentos. O grupo estava vestido com saia vermelha e dourada em brilhante, com turbante dourado na cabeça. Em determinado momento, eles simulam um arco e flecha na parte no verso ‘Flecha certeira de Odé’.

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O ensaio também foi marcado por duas faixas grandes trazidas pela escola, no início e no fim. Antes da comissão de frente, a agremiação trouxe escrito ‘Outra vez o Tigre mostra suas garras na Avenida’ e ao término da apresentação com ‘Cabeça feita para quando o Tigre passar’. Show pirotécnico e chuva de papel picado também foram vistos na exibição. Terceira colocada nos últimos três anos, a Porto da Pedra mostrou que mais uma vez vem na briga pelo acesso ao Grupo Especial.

Participaram da cobertura: Lucas Santos, Dyego Terra, Gabriel Gomes, Nelson Malfacini, Leonardo Damico, Ingrid Marins, Karina Figueiredo e Walter Farias

Casal e bateria e são destaques do ensaio da Bangu

A Unidos de Bangu abriu a última noite de ensaios técnicos da Série Ouro na avenida Marquês de Sapucaí. O enredo une a história do bairro da Zona Oeste carioca, do tradicional clube de futebol e de Castor de Andrade. A cadência da bateria Caldeirão da Zona Oeste e o bailado do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira foram os destaques do treino. A passagem da vermelho e branco pela passarela durou 58 minutos. Menção especial a presença da mascote Cartorzinho que participou do desfile com direito a blusa do Bangu, realizando embaixadinhas e saudando o público. * VEJA AS FOTOS

Harmonia e Samba

Alguns componentes das alas iniciais da Unidos de Bangu pareciam ainda não ter decorado o samba-enredo. Muitas pessoas cantavam apenas o refrão principal, o que de certa forma acabava diminuindo a empolgação dessas alas nos demais trechos do samba. A ala da “Melhor Idade” foi uma das que mais cantou o samba por completo.

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O refrão foi sem dúvida a parte do samba-enredo da Unidos de Bangu cantada com mais intensidade. “O meu palpite é forte. O mundo já sabe, respeite meu nome: Castor de Andrade!” ganhava força a cada passada. O trecho “Vai dar Bangu na cabeça” também foi gritado por todas as alas em coro.O carro de som conduziu com empolgação e segurança a obra ao longo do ensaio. O intérprete Thiago Brito, juntamente com as vozes de apoio e os instrumentos de corda mostraram entrosamento na avenida.

“O samba rendeu e o pessoal que estava na escola cantou. Esse é um samba que a comunidade abraçou com um apelo muito forte ao Castor de Andrade. A impressão que eu tive do carro de som sobre o nosso trabalho foi bem bacana. Tem algumas coisas que nós podemos ajustar, mas é normal devido ao som que não é o oficial da pista que será utilizado no dia. Senti que a galera respondeu bem, principalmente, sobre o refrão “Vai dar Bangu na cabeça”. No dia do desfile, com a Sapucaí lotada, o pessoal vai aderir ao refrão e abraçar”, garantiu o intérprete.

“Hoje foi um dia muito especial pra gente. Conseguimos desenvolver um trabalho que já estamos fazendo no Largo de Bangu. A comunidade toda abraçou a ideia, nosso projeto. A nossa equipe de harmonia nos ajudou. Eu considero a avaliação como positiva, por mais que tenha erros que serão corrigidos ainda. Foi positiva graças a comunidade e de toda a diretoria que vem trabalhando arduamente nos bastidores. Tem algumas coisas que podemos melhorar, como o recuo da bateria que precisa de alguma ajustes. Não tivemos alguns ensaios de rua por causa das fortes chuvas e isso prejudicou um pouco, porém vamos ajudar tudo isso para o dia do desfile”, explicou Vitor Oliveira, um dos diretores de harmonia.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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Fotos de Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Anderson Abreu e Eliza Xavier, apresentou o pavilhão da escola com graça, elegância e bastante sincronia. Anderson veio praticamente todo de vermelho, apenas com um lenço branco e calçando sapatos branco e dourado. Eliza vestia uma saia no mesmo tom de vermelho com muito brilho na parte de cima, usando uma sandália dourada. Além de sorrir e de cantar o samba da escola, os dois realizaram um lindo bailado ao longo dos 2min22s de apresentação em frente à cabines de julgamento.

Muito bem coreografados, o mestre-sala apontava para o público em uma parte do samba em que dizia “eu acredito” e simulou uma batida de pênalti no momento em que a letra tocava “é gol de placa”. Rolou até uma pedalada. Os dois ainda corriam do fundo para a frente da pista em determinado momento da coreografia onde seguravam juntos a bandeira firmemente, parando de forma coesa e ao mesmo tempo, enquanto olhavam com muita garra e força para os módulos pelos quais passavam.

“Foi muito bom, deu para a gente sentir a energia do desfile, quer dizer… claro que não é a mesma, né? Até, porque no dia a arquibancada vai estar bombando, mas foi tudo ótimo hoje, as nossas entradas e a sincronização com a comissão de frente. Depois nós vamos sentar para ver direitinho como é que foi, mas a empolgação e a energia foram muito boas. Eu costumo dizer que somos um dos poucos casais que passam na Sapucaí e podem estar ensaiando na sala, na cozinha, no quintal, então isso é bem legal. Também é facilidade de estar com minha esposa o trabalho emocional, fica fácil mostrar o olhar apaixonado. Tem a questão que nós somos de Bangu, então esse amor que eu olho para o pavilhão e para minha porta-bandeira é um amor super legítimo, então acaba sendo uma experiência que não tem preço. O que podemos dizer é que o que o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Bangu vai fazer esse ano, nunca foi visto antes na Marquês de Sapucaí”, disse o mestre-sala.

“Acho que botamos tudo que a gente ensaia em prática, a energia foi maravilhosa, a escola também veio com uma pegada bacana então acho que vai dar bom. Eu amo o carnaval, acho que posso dizer que nós somos carnaval, o samba em si, porque a gente vive isso. Estar aqui agora é incrível, é emocionante”, completou a porta-bandeira.

Bateria

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Comandada por Mestre Capoeira, a bateria Caldeirão da Zona Oeste deu sustentação ao ensaio da Unidos Bangu e executou suas bossas com sucesso. Em uma das convenções, durante o trecho “Minha palavra é lei, Nunca se esqueça” acontecia um ‘apagão’ para que a escola cantasse forte “Vai dar Bangu na cabeça”. Em outro breque o repique fazia uma chamada para a bateria voltar, o que é comum em torcidas de times de futebol. Cada ritmista do naipe de chocalhos usava um meião de futebol na cor vermelha.

Em frente ao setor 10, mestre Leo Capoeira e seus ritmistas realizaram uma bossa que lembrava o ritmo de uma marchinha, mostrando versatilidade e criatividade. O recuo foi feito de maneira tranquila com a escola entrando de trás para frente.

“A avaliação de hoje, pra mim, o ensaio foi mil. Graças a Deus, deu tudo certo e agora, mais um ensaio para poder finalizar e passar aqui no dia 20, nessa mesma energia, mesma pegada , que passamos hoje e estou feliz demais que deu tudo certo e, mesmo com muita dificuldade, com sabedoria e ajuda da minha diretoria, que me atura esses anos, a gente conseguiu fazer um ótimo ensaio e dia 20 estamos aí”, contou mestre Léo Capoeira, que vai desfilar com 230 ritmistas, fazendo seis bossas e a fantasia vai representar o time do Bangu.

Evolução

A evolução da Unidos de Bangu foi contínua, dinâmica e sem grandes erros durante o ensaio, que prosseguiu no mesmo andamento até o fim. Porém, algumas alas não preenchiam completamente a pista de desfiles, ocasionando um certo espaçamento nas laterais. Enquanto a bateria ia saindo do segundo recuo a ala que vinha à frente continuou evoluindo, o que formou um pequeno buraco no final, corrigido logo depois pela direção da escola. Cada setor da escola apresentou um tripé representando as alegorias com frases de Castor e desenhos que ajudavam a ilustrar o enredo e o samba da agremiação da Zona Oeste.

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Outros destaques

As baianas da Bangu vieram todas de branco, com seus colares e fitas em rosa choque amarradas na cintura e na cabeça. Em seguida, vinha a ala do jogo do bicho, onde cada um estava fantasiado e maquiado como um dos 25 animais utilizados neste jogo tipicamente carioca. Com os homens vestidos de branco e as mulheres trajadas de vermelho, a ala dos passistas mostrou empolgação e muito samba na pé.

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A comissão de frente, coordenada por Vinícius Rodrigues, iniciou o ensaio com muita alegria. Os integrantes desfilaram descalços, vestidos de amarelo, com uma pintura dourada pelo rosto, pescoço, braços, pés e outras partes do corpo. Eles fizeram uma coreografia com muita gingado no pé e irreverência, sem deixar de cantar o samba-enredo. Na frente do grupo, um homem representava um jogador de futebol com as cores do clube (e da escola) que leva o nome do bairro.

A Unidos de Bangu realizou um bom ensaio técnico de modo geral, com alguns pontos a evoluir até o desfile. Com o enredo “Deu Castor na cabeça” para o carnaval 2022, a agremiação será a sexta a desfilar na quarta-feira, dia 20 de abril, pela Série Ouro.

Participaram da cobertura: Eduardo Fróis, Lucas Santos, Dyego Terra, Gabriel Gomes, Nelson Malfacini, Leonardo Damico, Ingrid Marins, Karina Figueiredo e Walter Farias

Ensaiando tecnicamente, Mancha Verde mostra alto nível

A Mancha Verde realizou o seu segundo ensaio técnico visando o carnaval de 2022. O treino foi marcado pela forte presença da comunidade, canto e contingente. Diferente do primeiro ensaio, onde o presidente Paulo Serdan pediu para a escola apenas ‘brincar’, desta vez, o mandatário alviverde deu o discurso e falou para a agremiação fazer a mesma coisa, só que com seriedade. Devido a isso, deu para notar mais detalhes em relação ao primeiro ensaio. Vale destacar que todos os setores foram organizados. Evolução passou corretamente e dá para dizer que se fosse para valer, a comunidade alviverde estaria totalmente pronta.

Harmonia

Como no último ensaio, a Mancha Verde teve um ótimo desempenho no canto. É algo que vem sendo trabalho há muito tempo dentro da escola e, todos os anos, só o que se faz, é aprimorar dentro do samba. Todos os setores tiveram destaque e até as baianas cantaram muito. Uma prova disso foi quando a bateria executou a bossa da paradinha do refrão principal. Todos cantaram forte a uma só voz. Uma escola totalmente leve e pronta em relação ao quesito. A felicidade antes, durante e depois do treino, era nítida. Tanto da parte dos componentes, como dos diretores. As partes mais cantadas são o refrão, principal, refrão do meio e a última estrofe: ‘à terra, deixando um clamor à humanidade, a nobre missão de preservar, nosso futuro, nosso lar’.

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Paolo Bianchi, diretor de carnaval da escola, deu um balanço geral do que foi o treino. “Acabamos de sair da conversa ali com o nosso presidente. Acho que foi o primeiro ensaio que fizemos, na história da Mancha, que a gente grava o ensaio inteiro, que tudo que a gente combinou, funcionou. Ele fica ali na bateria, mas ele é muito técnico. A avaliação dele, e a nossa, é que tudo funcionou, que a escola cantou demais. Fizemos um trabalho muito grande de canto, com reuniões de 10 em 10 pessoas, pelo Zoom às vezes, fora as alas em ensaio de quadra. Então tudo funcionou bem demais. O andamento funcionou como a gente planejou. Foi um ensaio para lavar a alma. Estamos saindo bem felizes daqui hoje”, avaliou.

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O diretor falou de pontos a serem ajustados. “Temos um trabalho combinado para essas próximas duas semanas de doutrinar essas pessoas que só chegaram agora no final. Roupas, nós temos muita roupa pronta, muitas fantasias, há muito tempo, estamos revisando tudo de novo. Sabemos que não podemos subir no salto, até porque faz muito tempo já. Temos que ter humildade, e passar para a nossa comunidade que ninguém ganhou nada. Temos muito trabalho pela frente, porque se de um ano para o outro a gente já desaprende muito, após dois anos pra frente desaprende mais ainda. É botar o pé de todo mundo no chão. Temos que revisar roupas, revisar canto e trabalhar. A Mancha vem de trabalho, mas é o que falamos ali: Trabalhar mais um pouco. Foi um grande desfile, um grande ensaio, mas tem muita coisinha que a gente olha, o pessoal nosso fala de longe, e eu também faço isso, e nós anotamos tudo. O bom é que hoje foi um dia que teve muitos elogios, mas não podemos nos perder nisso”.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Marcelo Silva e Adriana Gomes fez um ensaio satisfatório. Olhando a apresentação para a primeira cabine de jurados, a coreografia dentro do samba, mostrada em ambos os ensaios técnicos, não demonstra tanta informação. Talvez, seja uma dança suficiente para uma leitura fácil dos jurados. Ou até mesmo, podem estar trabalhando em uma situação dentro da fantasia. Contudo, em análise, o casal fez um ensaio seguro, optando por preservar movimentos, com um bailado mais leve e elegante. A porta-bandeira estava vestida de branco e com saia verde e, o mestre-sala, inteiramente de branco.

Samba

Uma das melhores obras do carnaval paulistano, o samba da Mancha Verde, pegou dentro da comunidade. A escola se mostrou muito feliz com a escolha desde o primeiro instante, há dois anos atrás e, isso vem se provando a cada ensaio, seja técnico ou de quadra.

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O refrão, além de ter um significado forte, onde fala de benzimento, purificação e sede, é aquele famoso ‘chiclete’, onde os as palavras terminadas em ‘ar’ e, dá uma facilidade ao compositor para cantar (purificar, mar). A rima ‘vida’ e ‘avenida’ também facilita bastante para o canto. Prova essa são as ‘paradonas’, onde a comunidade canta a uma só voz de uma maneira que beneficia todo o conjunto musical.

O carro de som, liderado por Fredy Vianna, também foi destaque. O cantor é fundamental e sabe perfeitamente como jogar o samba para a comunidade. Nesse aspecto, Fredy destoa muito.

Bateria

A bateria ‘Puro Balanço’ regida por mestre Guma administrou muito bem o que a escola se propôs a fazer. Como dito anteriormente, as ‘paradonas’ se destacaram e a escola alviverde cantou forte devido ao desempenho de sua batucada também. Justamente, a bossa de destaque foi a citada antes. A ‘Puro Balanço’ foi localizada para depois do abre-alas. O desenho de tamborim e os chocalhos, são ouvidos com grande nitidez e dão um tom diferente dentro da batucada de mestre Guma.

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O diretor de bateria, mestre Guma, avaliou o desempenho. “Hoje apesar de ser o último ensaio técnico, de alguma forma conseguimos desfilar de uma forma descontraída. Com responsabilidade sim, pois hoje nosso contingente era maior. Vi um ensaio como o primeiro que a energia, atmosfera estava excelente. Hoje fizemos o apagão algumas vezes na pista, e a galera cantando. Isso motivou bastante, o que eu senti ali da bateria a galera firme, vibrante com a gente, foi um grande ensaio. Gostei muito, mais do que o primeiro. Tínhamos algumas coisas tipo volta, o entrosamento do carro de som com a bateria que aqui é diferente da quadra. Corrigimos o lance do canto, as divisões, com as bossas, deixar mais sequinho. A bateria mais firme, no primeiro ensaio veio mais ralentando, mais cadenciado, corrigimos e colocamos um pouquinho mais para frente. E tudo para melhorar o canto e a evolução da escola”, analisou.

Guma também falou dos ‘apagões’ que a bateria fez, onde soltou a comunidade para cantar. “Fizemos agora, uma semana atrás que começamos a fazer o apagão. Para sentir mesmo o canto da escola, de toda a comunidade, e a prova real é aqui, lá na quadra tem algumas dificuldades técnicas, de som e tals. Ficamos um pouco preocupado, mas sabia que aqui saberíamos a verdade, e graças a Deus aconteceu, a galera cantando muito, bateria cantando muito. Não tivemos nenhuma ocorrência e o que vai para o desfile”, disse.

Evolução

A escola alviverde passou brincando e sambando na avenida. Além de compacta, a evolução fluiu de uma maneira muito satisfatória. É sempre importante analisar que mesmo as alas sendo montada dessa forma, quando se faz de maneira correta, o componente pode flutuar na pista.

Na primeira medição de alegoria, uma ala encenada veio fazendo uma coreografia que deu um destaque belo na pista, onde eram divididas em duas partes: Mulheres com espelhos e panos. Um efeito muito bacana.

A escola não tem uma coreografia padronizada, mas tem uma sincronia entre as alas. No refrão principal, os braços se mexem para o alto. Já no refrão do meio, onde se canta: ‘Iemanjá ê, Iemanjá’, os componentes se movem de um lado para o outro.

Outros destaques

A comissão de frente foi com uma coreografia onde aparentemente os orixás, fazem uma adoração às águas e, as mães de santos, dançam ao redor. Quase todas as alas carregavam uma bandeira de porte médio nas cores em verde e branco. As alas coreografadas se mostraram bem sincronizadas.

Comissão do Império de Casa Verde entra no técnico em clima de desfile e se destaca

Já em clima de desfile, a comissão de frente evoluiu com o tripé que parece ser o oficial. Interagiu com as arquibancadas e demonstrou sincronia na coreografia. No início, o intérprete Carlos Jr. deu um breve discurso, animou e defendeu: “Império é uma escola de personalidade, é uma escola que tem a sua história, a sua vida. Obrigado Carlinhos Maia”.

“Balanço é extremamente positivo. Uma escola vibrante, uma escola pulsante. Uma escola que veio para o ensaio sabendo do tamanho da responsabilidade, ainda mais em uma noite tão especial que parece uma noite de desfile. Parece que a escola veio bem. Acho que dentro da nossa proposta, cumprimos com o combinado. Acho que deu para corrigir o andamento. Veio melhor. Alinhamento das alas, que hoje vieram melhores também. O ponto alto foi a vibração da escola. Eu fico na faixa amarela tirando ala por ala, e o que você percebe no olhar das pessoas é que elas estão satisfeitas e felizes de fazer parte da família imperiana. No meu olhar de hoje, sem dúvida, foram os componentes que fizeram a diferença”, disse Serginho, diretor de harmonia.

Bateria

A bateria Barcelona do Samba, do mestre Zoinho, foi um ponto alto do ensaio. Primeiro pela postura segura. Por exemplo, ao zerar a batucada no refrão de cabeça em determinados momentos da avenida. Apenas o surdo marcava o tempo e os instrumentos da cozinha batiam no aro. As bossas realizadas tiveram execuções seguras, inclusive no ataque das caixas. No recuo, a bateria faz um “caracol” entre os surdos de marcação das pontas e as duas linhas do corredor.

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“Estamos ensaiando faz tempo, começamos nosso trabalho em outubro. Foi tudo por etapa, primeiro ensaio técnico, pudemos fazer um bom ensaio. E esse ensaio aqui a gente pode confirmar tudo que tinha no plano. O nosso projeto foi concluído hoje. Com sucesso, pois fizemos um bom ensaio, no andamento que queríamos, as bossas que tinha para acertar, acertamos. E foi super produtivo, agora é passar no dia e deixar nosso recado. O ponto alto foi o andamento. Do começo ao fim, o mesmo andamento. Não deixamos cair, fizemos um grande trabalho. Esse samba e esse andamento tem tudo a ver”, comentou mestre Zoinho.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal, Rodrigo Antonio e Jessica Gioz, esbanjou simpatia durante o técnico e demonstrou domínio na sincronia entre a dança e o samba. Rodrigo vestiu um terno dourado e Jessica um vestido azul.

Harmonia

O carro de som trouxe arranjos vocais que chamaram a atenção. No trecho “O ar que touxe a lua pra você, ô flor”, “Pelo som que se propala” e “tempos que não vivi”, os intérpretes realizam segunda voz, terças e contra-cantos. A ala, logo atrás do abre-alas, chamou a atenção pela intensidade no canto e empolgação.

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Evolução

A escola trouxe um andamento condizente com a cadência do samba. Apenas quando o terceiro setor passava em frente ao setor C, houve um descompasso que ocasionou num andar acelerado. Os componentes não vestiam camisetas específicas das alas, o que dificultou a percepção das divisões de alas.

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Outros Destaques

Já com o tripé que parece ser do desfile, a comissão de frente contagiou o ensaio. A coreografia apresentada foi dividida por 2 grupos em 4 momentos. O ponto central é a interação entre os dois grupos.

Um detalhe importante é que, mesmo quando apenas um grupo está encenando, alguns componentes do outro estão em cima no tripé, interagindo com o público. Atitude que influência diretamente no julgamento do quesito.

Com alas no clima do desfile, Tom Maior mostra evolução em segundo ensaio técnico

A Tom Maior fez seu segundo ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi, e, desta vez, com mais leveza do que no primeiro. A escola evoluiu bem e desenvolveu a harmonia, com detalhes para alas coreografadas já no estilo do “Pequeno Príncipe e o Sertão”, ou seja, chapéus utilizados no sertão, quadrilhas.

Outro fator é que a escola veio novamente com seu elemento alegórico, claro, todo escondido, mas os membros da comissão de frente que estavam vestidos de personagens do ‘Pequeno Príncipe’ junto com o ‘Pequeno Príncipe do Sertão’ como bode, aviador. E também outro elemento alegórico como um abre alas esse com o emblema da Tom Maior e o ‘Pequeno Príncipe do Sertão’ ao meio.

Harmonia

Com mais alas de pessoas fantasias e maioria em referência ao Sertão. Vimos componentes em perna de pau e no fim de alguns setores pessoas segurando estruturas que faziam referência a bandeirinha de Festa Junina. Além disso, muitas alas usaram dos adereços nas mãos para agitar, dando um visual interessante de preenchimento da pista no ensaio técnico. Outro ponto foi uma ala coreografada que encenava uma dança de festa junina, super animada. Os malandros de branco e as passistas de amarelo, mostraram samba no pé e animação. Muitas crianças participaram do desfile, e chamou atenção crianças que serão destaques de um carro, o último, cantando e entrosados com samba.

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O diretor de carnaval, Yves Alexeiv avaliou o segundo ensaio: “A gente tinha alguns erros para corrigir em relação ao primeiro e, eu tenho certeza que a gente conseguiu corrigir. O cantor e a evolução vieram melhor. O povo estava muito animado e muito solto, que é a nossa proposta e o que a gente espera”, disse.

Ele complementou sobre o melhor momento desse ensaio. “Gosto muito do canto, do samba, que faz o povo cantar alegre, mas eu gosto muito da nossa evolução. A gente deixa o componente solto, eles brincam na avenida. Tem uma ou outra ala coreografada, mas a proposta é deixar o cara brincar, que é o que falta no carnaval de São Paulo. Quando eu vejo meu povo passando por aqui, me sinto muito orgulhoso do que estamos fazendo. Hoje foi um passo muito grande e no dia do desfile a gente vem 100%”.

Mestre-sala e porta-bandeira

O primeiro casal da agremiação, Jairo Silva e Simone Gomes ensaiou com muita alegria e tranquilidade. O mestre-sala veio todo de vermelho, assim como a porta-bandeira também veio com um vestido no tom avermelhado, mais claro, e com rosas. Na dança, mostraram muito entrosamento, e aprimoraram ainda mais com o andamento da escola.

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Samba

No carro de som, Gilsinho comandou o samba-enredo, e fluiu bem. Mostrou sintonia com a bateria e comunidade no canto, inclusive, o intérprete oficial da escola, estava bem animado e cantando junto com o público presente no Anhembi nesta noite. No geral é um samba cadenciado e que funcionou para a escola.

Bateria

A nateria Tom 30 com mestre Carlão no comando, entrou no desfile com mais leveza do que no primeiro, e deu um maior aporte para a comunidade, carro de som, funcionarem de maneira geral no ensaio técnico no Anhembi. Como relatou para o site CARNAVALESCO: “Ocorreu tudo como planejado. Foi um excelente ensaio, estou muito satisfeito, feliz, só tenho a agradecer aos meus diretores e aos nossos ritmistas. Agora é ir para a avenida dia 22, e fazer um grande espetáculo, dar sustentação que nossa Tom Maior precisa. E estou muito confiante”.

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Ajustes do primeiro ensaio técnico para o atual, mestre Carlão revelou que a bateria corrigiu situações dentro do plano já montado. Ou seja, sem grandes mudanças perto do desfile, mas com ajustes importantes. Feliz com as bossas, e o trabalho desenvolvido nesses ensaios, Carlão revelou: “Boas né? O público pode falar. Elas (bossas) estão ricas. Porque hoje o regulamento pede performance, ousadia e excelência. Conjunto, é o que prezo. Ritmo e muita técnica”.

Evolução

Como relatado durante o texto, a Tom Maior mostrou mais leveza e tranquilidade neste segundo ensaio. Com isso pontos foram notados, um deles foi que a evolução fluiu de uma maneira mais natural e mostrou que aprimoram visando o desfile oficial daqui algumas semanas. Outro aspecto é que a escola estava entrosada entre bateria, carro de som e comunidade. Portanto teve um melhor resultado em harmonia e evolução.

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Outros destaques

A musa Lumena, ex-BBB, me autoriza a postar? Pois bem, esteve junto com um grupo de malandros, não faltou samba no pé, e claro, comentários da arquibancada durante o ensaio. Destaque para um ‘malandro mirim’ que sambou bastante. Estiveram atrás da bateria e do carro de som. Ficaram no recuo durante uma parte do desfile. Com muito samba no pé, a rainha Pamela Gomes, veio toda brilhante com pedras prateadas. Enquanto a madrinha Andreia Gomes roubou a cena com sua fantasia de cobra, e um olhar bem intenso. A presidente Luciana esteve em momentos um pouco à frente da bateria, cantando e aparentemente satisfeita e leve com o ensaio realizado no Anhembi.

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Águia de Ouro mantém alto nível no quesito harmonia e justifica favoritismo

A expectativa pra assistir a atual campeã e uma das favoritas, era alta. Pelo que foi visto, o favoritismo é justificado e resumido em uma palavra: amadurecimento. Os benefícios do título são visíveis no Águia de Ouro: componentes ainda mais entregues, comissão de frente sincronizada e com bailarinos estrategicamente pensados, diretoria focada em cada detalhe na pista, o que resulta numa energia contagiante. É uma escola diferente, mais atenta aos detalhes.

“A gente tem um sistema nosso de trabalho. Agora, hoje mesmo, nós vamos para a quadra, fazer uma avaliação, conversar sobre todos os pontos e cada um fazer a sua análise para sabermos se as coisas batem e o que poderemos melhorar para o desfile. É muito difícil para você analisar uma escola estando ali no meio, por mais que você ande para lá e para cá. Mas no geral, nada que a gente fala muito, que deu muito errado. Teve alguns pequenos erros, ajustes que são normais. Não existe escola que desfila perfeita, em momento algum. Agora é sentar para fazer o máximo para corrigir os problemas que a gente viu. Nós só fizemos um ensaio aqui, mas fazemos muitos ensaios de rua. No ensaio de rua nós fazemos uma simulação de recuo de bateria, tem a mesma distância de pista. Lógico, aqui é sempre melhor, mas o de rua já dá uma boa bagagem em questão de organização. Não tem ponto alto não. Nós somos uma escola muito homogênea, né. Conseguimos equilibrar todos os quesitos. Não dá para dizer que fomos espetaculares. Foi normal”, disse Sidnei Carriuolo, presidente da escola e diretor-geral de carnaval.

Harmonia

O nível de canto da escola sempre surpreende, e surpreendeu. São anos de alto nível, tanto na qualidade da pronúncia das palavras quanto no volume emitido pelos componentes. Pode parecer irrelevante, mas a pronúncia correta de palavras como “Opaxorô” , “Lavar o engano”, assegura a nota máxima no quesito, já que a constância no canto da escola é notada.

Sobre o samba, a construção melódica e as rimas não óbvias, podem garantir um julgamento positivo no quesito. O carro de som conta com um time de cantores principais de alto nível (Douglinhas, Darlan e Serginho do Porto), e mais os intérpretes de apoio, que torna a ala muito segura.

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A repicada do cavaco na retomada do apagão: “Senhor”, também contribuiu musicalmente pro desempenho da escola.

“Como é um ensaio só, temos que entregar tudo nele. De adrenalina, acho que foi mil. Agora a gente vai sentar, analisar e ver como é que foi. Para nós do carro de som é sempre bom, porque a gente está do lado da bateria, sempre aquela atmosfera e empolgação. O destaque é do Águia de Ouro é sempre o canto da escola. Atingimos o nosso objetivo. Se esse entrosamento rolou, é sinal de que correu tudo bem. Esse samba é uma junção de dois grandes sambas e a escola abraçou muito. Eu falo sempre que a Águia de Ouro faz o samba crescer, mas esse em especial, tem uma força muito grande, porque o tema fala de muita coisa que passamos nesses últimos dois anos”, comentou o cantor Darlan Alves.

“A gente não tem a visão total da escola, mas eu acho que foi um ensaio muito bom. Precisamos ajustar algumas coisas, mas estamos no caminho certo. Estamos fazendo muitos ensaios de quadra e de rua. A gente procura sempre se corrigir, se afinar e se acertar””, completou Douglinhas.

Evolução

A Aguia de Ouro trouxe um contigente bem grande pro técnico, o que naturalmente fez a escola andar com uma velocidade maior em comparação a agremiação anterior.

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Notou-se uma estratégia mais compacta no espaço entre as alas. Pra garantir a divisão e evitar invasões dos componentes, os diretores de ala ficavam na organização, em frente.

A primeira ala chamou a atenção pela sincronia da coreografia e empolgação do canto, o que não significa que destoaram do restante da escola.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal da escola, João Camargo e Ana Reis, bailou com terno/vestido azul e amarelo. A sincronia entre eles já é notada há anos, e dessa vez, a dupla ousou mais nos passos, inclusive ao adicionar elementos de temática africana no bailado.

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João Camargo bailou e esbanjou segurança, principalmente ao cravar os passos logo após o giro. Na apresentação da torre do segundo jurado do quesito, ambos olharam fixamente pra cabine.

Bateria

A bateria “Batucada da Pompeia”, mestrada pelo Juca Guerra, fez um ensaio seguro. O apagão no trecho “Senhor”, teve uma resposta empolgante da escola. A bossa inicia com o canto da escola, atabaques entram até a retomada da bateria por completo, o que dura até o início da primeira estrofe do samba. No recuo, a bateria optou pelo “caracol”. Entram de frente e cada fileira volta por dentro.

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“Nós fizemos dois ensaios técnicos de bateria, confesso que fiquei um pouco preocupado até com o andamento que estava oscilando um pouquinho. Mas hoje mostramos o que é a batucada da Pompeia. Deu tudo certo, tudo que planejamos conseguimos colocar na avenida hoje, e acho que foi muito bom. Se repetir isso no dia 23, vai ser nota 10. Temos dois ensaios na quadra, tem a passagem de som aqui ainda. E a gente vai fazer um ensaio de rua. Sempre tem ajustes, nenhuma bateria é perfeita, sempre tem alguma coisinha lá, e a gente procura ajustar. De acordo com os diretores, ritmistas, que falam. Iremos ajustando, a bateria do Águia é bem democrática, todo mundo fala, ouve, e isso é bem legal. Temos na verdade, um paradão e mais uma bossa só. Sempre no samba, no andamento do samba, que é uma característica da bateria do Águia. Algumas retomadas com as caixas, as viradas. Está dando certo não tem porque mudar. Nossass bossas todas elas com mais de 16 compassos que o regulamento pede”, disse mestre Juca, que falou também da fantasia para o desfile.

“Nós vamos de alabê. É uma fantasia muito rica, com muito búzio e dente, muito bonita. São duas cores, isso é uma novidade, ninguém sabe, agora vocês. Vamos sair com a bateria metade azul e metade branca”.

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Outros Destaques

Um destaque do ensaio ficou na conta do Sidney França, o carnavalesco, que trabalhou também como Diretor de carnaval, se comunicando com a diretoria e harmonia através do rádio, e observou cada passo da escola na avenida. Sidney finalizou o ensaio ao lado dos últimos integrantes.

Técnica, segurança e poucos espaços pra erros marcam ensaio da Barroca

A primeira escola do Grupo Especial a ensaiar na noite de sábado, dia 9, fez um ensaio com poucos espaços pra erros. Isso porque, a Barroca Zona Sul demonstrou domínio, segurança e pouca exposição em alguns quesitos, que são: Casal, bateria, comissão e evolução. O ensaio, no geral, foi organizado, sensação de uma escola técnica, priorizando o regulamento, mas sem perder espontaneidade.

“Venho na frente e não tenho muita noção. Mas pelo andamento e pelo volume que me passaram a escola veio bem, e agora vamos fazer uma apuração. Pelo que deu pra ver da escola daqui e na saída, agradou bastante. Acho que em canto, temos como base o andamento na quadra. Na quadra está cantando muito, e acho que está trazendo para cá. Mas a gente tem que melhorar. A Barroca quer chegar, e pra isso é preciso melhorar. O andamento e a tranquilidade das pessoas foram os pontos altos. Hoje fizemos um ensaio mais calmo, no outro tínhamos passado um pouco mais tenso. É isso aí, cantou um pouquinho mais e passou tranquilidade para a escola”, explicou Marcão, diretor de carnaval.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Vestidos com traje todo em rosa claro, Igor Sena e Camila Pancini pisaram na avenida pela segunda vez, com mais segurança e menos nervosismo. Mesmo sendo um ano de estreia pra dupla, a essência jovial do estilo de dança dos casais da agremiação se mantém.

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Pra aproveitar a temática afro do enredo, ambos realizam passos característicos do tema. Igor Sena, por exemplo, também adiciona elementos no seu bailado. No trecho do segundo refrão, ele acrescenta passos de “Jongo”, uma dança ancestral de origem africana.

Estrategicamente, o casal vem logo atrás do abre-alas, o que limita o campo de visão do jurado no momento do desfile.

Harmonia

Um ponto positivo pra esse desfile da agremiação, inegavelmente é o samba-enredo. A construção melódica, rimas e a métrica (divisão de uma linha musical) são elaboradas de forma que foge do “padrão”.

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Escutar o samba durante o desfile, não torna a experiência cansativa, pelo contrário, por ser fluido, o folião acaba se envolvendo.

Questões em relação à pronúncia de algumas palavras podem vir a se tornar uma questão no quesito harmonia. A intensidade e confiança dos componentes durante as estrofes caem, o que faz algumas palavras não serem entendidas com clareza.

Bateria

Primeiro carnaval assinando a bateria da Barroca Zona Sul como mestre único, Fernando Negão teve uma postura de confiança, fato já notado no primeiro técnico. Durante o recuo, ele comandou a cozinha (parte do fundo) com um palco, pra ficar visível aos olhos dos ritmistas, e empolgou a bateria durante o meio do ensaio.

A Bateria Tudo Nosso trouxe bossas que preenchem o tamanho mínimo exigido no regulamento, com segurança. Na bossa do segundo refrão, o início dela é quando os surdos deixam de tocar. Tem uma virada de 2, porém com a retomada apenas das caixas, repiques e surdos de terceira. A bateria volta com um pequeno arranjo de repique e uma sequência de três toques secos.

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O pequeno apagão apresentado pela bateria, mais especificamente no trecho “Meu redentor”, tem a sua retomada iniciada apenas pelos surdos de terceira. A combinação rítmica com o trecho cantado no momento do arranjo, impacta.

A bateria veio posicionado entre o segundo e terceiro setor, o que torna o tempo no recuo menor, em comparação as baterias que entram no início da escola. E isso, assim como no casal, diminui o tempo de exposição ao jurado posicionado no recuo.

“Vem muito bem a escola, aguerrida, mais componentes que da primeira vez. Tem uns detalhinhos para consertar, mas no final vamos chegar 100%. Hoje deu para fazer ajustes. Firmou mais a levada de caixa, virada de dois, de três, as bossas. Tem algumas coisas para arrumar ainda. Mas estamos no caminho certo. Nossos ensaios técnicos no Anhembi, encerramos. Vamos acertar só na quadra mesmo, conversa, pessoal ainda um pouco nervoso, pois faz tempo que não desfila. Assenta adrenalina, mas no final vai dar tudo certo”, disse o mestre Fernando Negão.

Evolução

A escola optou por um primeiro setor mais clássico: Comissão de frente, ala das baianas e abre-alas. A estratégia concentra mais alas no decorrer dos setores, o que transmite a sensação de empolgação dos componentes com mais objetividade e facilita o andar harmônico, fato que pode ser notado no último ensaio técnico da Barroca.

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Pro aspecto visual, os adereços de mãos sempre são uma alternativa acertada pra impacto positivo. O primeiro ensaio da escola contou com isso, algo repetido pela agremiação nesta segunda passagem ao Anhembi. A presença dos objetos, como: bexigas, pedaços de pano, bandeiras etc, não significa que a fantasia trará acessório em sua composição, mas é um ponto que enriquece o treino e a sensação de organização entre os responsáveis das alas.

A ala “Andy Angel”, localizada entre o 2° e 3° setor, traz coreografias que preenchem praticamente o samba inteiro. É uma ala bem coreografada, e sua a parte inicial impacta pela energia.

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Outro destaque entre as alas ficou pra última, em que todos estavam de preto. Os componentes ensaiaram soltos, interagindo entre eles.

Outros Destaques

Mais um ponto que chama atenção, e consequentemente cria expectativas pro desfile, é o tamanho das alegorias da agremiação. As faixas usadas pra demarcar o espaço na avenida preencheram uma parte significativa da pista.

A comissão de frente também foi um aspecto positivo. Bem coreografada e com interação com o público. Alguns componentes cantavam o samba e contavam os passos pra não perder a sincronia da coreografia.

Fotos: ensaio técnico Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2022

Fotos: ensaio técnico Porto da Pedra para o Carnaval 2022

 

Fotos: ensaio técnico do Unidos de Bangu para o Carnaval 2022