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Tinga sobre Estrela do Carnaval: ‘Para mim é uma honra ganhar esse prêmio dado pelos verdadeiros sambistas’

Pode-se dizer que o intérprete Tinga já é um participante assíduo da festa do prêmio Estrela do Carnaval. Ele, em 2022, ganhou pela terceira vez o prêmio de melhor intérprete do Grupo Especial do Rio. Antes venceu em 2020 também defendendo o pavilhão da Vila Isabel, e em 2017 quando comandava o microfone principal da Unidos da Tijuca. Grande vencedor de finais de samba, o cantor recebeu do site CARNAVALESCO, o apelido carinhoso de “Mister final”, por estar sempre apresentando sambas campeões ou no mínimo finalistas. Em entrevista sobre o prêmio, Tinga mostrou toda a sua felicidade pelo reconhecimento alcançado depois de um desfile tão simbólico da Vila Isabel homenageando o grande Martinho da Vila. A festa de premiação acontece no dia 3 de julho, a partir das 13h, na quadra da Imperatriz (saiba aqui como garantir seu ingresso).

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Foto: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

“Para mim é uma honra ganhar esse prêmio dado pelos verdadeiros sambistas. O site CARNAVALESCO acompanha a gente o ano todo, não só no dia do carnaval, mas o ano todo está acompanhando o nosso trabalho. Fico muito feliz  quando eu ganho o Estrela do Carnaval. Obrigado mesmo, de coração, feliz demais, e solta o bicho”, disse o cantor.

O desfile rendeu um quarto lugar para a Vila Isabel e a volta “nas campeãs” depois de ficar de fora em 2020. O público pôde acompanhar Martinho da Vila mais uma vez e um verdadeiro show de Tinga e seu carro de som com um esquenta de mais de 20 minutos com sambas antológicos da escola do bairro de Noel. Para o cantor, a volta ao carnaval depois de dois anos afastado pela pandemia da Covid-19 foi um verdadeiro presente dos céus.

“Primeiro a gente tem que agradecer muito a Deus, a Papai do céu por nos dar a oportunidade de estar aqui fazendo o que a gente mais gosta, cantar samba com a nossa cultura, muito feliz de estar com aquela emoção de celebrar a vida. Quando eu pisei na Avenida foi uma emoção muito grande. Agradeço a Deus pela oportunidade”.

E no dia 03 de julho, festa do Estrela do Carnaval na quadra da Imperatriz Leopoldinense não poderá faltar a alegria contagiante do intérprete Tinga que promete uma grande celebração do samba e um dia histórico.

“Vou estar lá na quadra da Imperatriz, mais uma vez, para receber esse grande prêmio dado pelo nosso site CARNAVALESCO, Estrela do Carnaval, com muita alegria, muita emoção, isso faz com que a gente continue trabalhando bastante, levando bastante a nossa alegria, a nossa cultura para a nossa comunidade, para o povo do samba”.

Quatro escolas divulgam enredos nesta semana em São Paulo

Nesta semana teremos o anúncio de quatro enredos em sequência no carnaval de São Paulo, a começar pela quinta-feira com a Tom Maior, seguido na sexta-feira com Vila Maria, já no sábado a Dragões da Real e fechando a sequência, Barroca da Zona Sul.

Depois de cantar ‘O Pequeno Príncipe no Sertão’, ficou em quarto lugar, mas empatado com as outras escolas pelos critérios de desempate. A Tom Maior manteve Flávio Campello e trará mais um enredo ‘com sua cara’ como relatou a presidente Luciana.

Na sexta-feira os anúncios seguem na Zona Norte de São Paulo, vai para a Vila Maria, outra escola que foi para o desfile das campeãs, no quinto lugar, e manteve o carnavalesco Cristiano Bara. Em 2022 cantaram ‘O Mundo precisa de nós – A Vila é Porta Voz’. Para anunciar o tema, a escola fará uma roda de samba às 20h em sua quadra.

Partindo para o final de semana, a Dragões da Real sob novo comando, Jorge Freitas, multicampeão do carnaval paulistano, estreia na escola e será justamente a última a entrar no Anhembi pelo Grupo Especial. Pois em comentários nas redes sociais, o carnavalesco Jorge Freitas e também o presidente Tomate relataram que combinou bem com o tema. O anúncio será em uma Festa Junina na quadra da escola, o evento começa às 19h.

Por fim, com uma macarronada na zona sul de São Paulo, a Barroca da Zona Sul vai anunciar seu tema para 2023, depois de cantar ‘Zé Pilintra’. A equipe da escola foi mantida com Rodrigo Meiners como carnavalesco. No Evento de anúncio terão os shows da Mancha Verde e do Terreirão do Sobral, a partir das 13 horas na quadra da Barroca.

Dois enredos já definidos e divulgados

Antes mesmo do desfile de 2022, a Mancha Verde anunciou o enredo “Oxente – Sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil”. Outra escola que anunciou enredo foi a Tucuruvi com Bezerra da Silva.

Segue o calendário dos anúncios oficiais dos enredos:

Tom Maior – 23/06 (quinta-feira)
Vila Maria – 24/06 (sexta-feira)
Dragões da Real – 25/06 (sábado)
Barroca da Zona Sul – 26/06 (domingo)
Mocidade Alegre – 30/06 (quinta-feira)
Estrela do Terceiro Milênio – 03/07 (domingo)

A Independente deve anunciar o enredo no começo de agosto. Enquanto a Império de Casa Verde revelou que deve bater o martelo entre essa última semana de junho e começo de julho. Assim como a Tatuapé disse que está definindo o enredo e assim que for, anunciarão, normalmente a agremiação divulga seu enredo no dia 23 de abril, mas neste ano neste período estavam no carnaval de 2023.

Já Rosas de Ouro, Águia de Ouro e a Gaviões da Fiel ainda não informaram sobre datas para o lançamento do enredo.

Eduardo Gonçalves e Ray Menezes serão os carnavalescos da Lins Imperial para o Carnaval 2023

A Lins Imperial informou que a dupla de carnavalescos Eduardo Gonçalves e Ray Menezes será a responsável mais uma vez pelo desenvolvimento do enredo que a verde rosa levará para a Marquês de Sapucaí na Série Ouro da Liga-RJ.

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Foto: Divulgação/Lins

Conhecido da agremiação desde 2005 quando entrou na escola como carnavalesco, permanecendo até 2008, Eduardo Gonçalves retornou à agremiação para o Carnaval 2021 como diretor de arte e cultural, e foi promovido à carnavalesco para o Carnaval 2022, quando a agremiação do Lins desenvolveu o enredo em homenagem ao Antônio Carlos Gomes, o popular e inesquecível Mussum.

“Trabalhar mais um ano ao lado do Ray Menezes é um prazer enorme. Ele é um artista que, acima de tudo, ama o que faz, tem grande experiência e se entrega muito no projeto proposto. Com ele, o trabalho fica leve e temos uma troca muito intensa de energias, o que é necessário para entregarmos um grande carnaval para a Lins Imperial”, diz Edu.

Responsável pelo ateliê de roupas estratégicas da Lins Imperial há 8 anos, o estilista Ray Menezes assinou em 2022 pela primeira vez um carnaval na Marquês de Sapucaí. Ray que trabalha há 33 anos no carnaval, estreou na Lins Imperial em 2020, já se tornando campeão em seu primeiro ano. Uma aposta alta da verde e rosa do Lins.

“A Lins é uma escola que sempre admirei. Estou pronto para dar o melhor de mim para essa escola que é valente, forte, briga todos os anos pelo título e em 2023 brigará mais uma vez. Tenham certeza que fazemos um grande carnaval”, avisa Ray Menezes.

A agremiação trabalha em possíveis temas para 2023 e divulgará em breve o enredo que apresentará na Avenida no próximo carnaval.

Viradouro festeja 76 anos com muito samba e apresentação da equipe para 2023

Uma série de atrações vai marcar nesta sexta-feira, as comemorações pelos 76 anos de fundação da Unidos do Viradouro. A programação vai começar com Missa em Ação de Graças, às 18h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Niterói. Às 20h, na quadra, com entrada gratuita, a agenda terá abertura do grupo Papo 90. Às 21h30, será a apresentação da equipe para o Carnaval 2023.

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Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Viradouro

Em seguida, o destaque será o grupo Estrelato. Um pocket-show, com o intérprete Zé Paulo Sierra, ritmistas comandados por mestre Ciça, Erika Januza, rainha de bateria, passistas e casais de mestre-sala e porta-bandeira, encerra o dia de festa.

Os portões da quadra, que fica na Avenida do Contorno, 16, no Barreto, serão abertos ao público às 19h.

Imperatriz contrata dupla para direção coreográfica

A Imperatriz Leopoldinense anunciou a contratação de mais dois profissionais para o time que atuará no desenvolvimento do próximo desfile. Márcio Dellawegah e Sabrina Sant’Ana serão responsáveis pela direção coreográfica de alas e alegorias e das apresentações oficiais da escola, entre outras atividades previstas no calendário leopoldinense. Festejada pelo carnavalesco Leandro Vieira, a dupla de coreógrafos é parte importante do projeto que prevê a Imperatriz Leopoldinense afinada com as diretrizes de um carnaval mais arrojado.

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Foto: Divulgação

“Para mim, é uma alegria desmedida repetir aqui uma parceria de trabalho que só trouxe magnetismo e energia ao nosso último trabalho feito em conjunto. Sabrina e Márcio irão somar ao projeto de forma bastante participativa, e a Imperatriz de 2023 só se beneficiará com o talento sem amarras desses dois profissionais. Não vejo a hora de ver a sabedoria artística deles comandando os corpos que, em desfile, vibrarão com as misturas brasileiríssimas do samba, do xaxado, do Rio e do Nordeste. Ter os dois no time é um luxo”, enaltece o carnavalesco.

Cantora, bailarina, professora de dança, coreógrafa e graduanda em produção cultural, Sabrina Sant’Ana tem 34 anos e será diretora coreográfica de uma agremiação pela primeira vez. A artista iniciou seus estudos na escola de música Villa Lobos, onde se formou em canto e, na dança, na Escola de Dança e Centro Cultural Jaime Arôxa. Atualmente, é membro da Cia Clanm e da Cia Folclórica Junina Pode C Show. É Elewá – nomenclatura em iorubá designada às detentoras da beleza de uma determinada tribo – do Afoxé Ómó Ifá e Princesa do Bloco Ilê Aiyê, instituição pioneira de resistência e cultura afro na Bahia.

“Esse convite representa a possibilidade de trazer mais beleza e representatividade para uma escola tão grandiosa. Estou muito feliz, motivada, e já me sinto abraçada pela família de Ramos. Podem aguardar o melhor de nós”, comemora a profissional.

Aos 27 anos, Márcio Dellawegah também recebe a primeira oportunidade de direção coreográfica de uma escola de samba. Bailarino, professor, coreógrafo e instrutor de samba no pé, Márcio foi campeão do concurso Brasil Samba Word Champions 2018 e eleito Rei dos passistas do Salgueiro no último Carnaval. Dançou em grandes festivais, como Rock in Rio 2017, e, atualmente, atua como professor na Escola Carioca de Danças Negras e coreógrafo da Cia Folclórica Junina Pode C Show.

“Estou realizando um sonho. É um desafio de vida. É hora de, junto à Rainha de Ramos, mostrarmos a força e a riqueza de sua história”, festeja o dançarino.

Com a chegada da dupla, a Imperatriz chega a sua sétima contratação para o próximo Carnaval. Já foram anunciados o carnavalesco Leandro Vieira, o coreógrafo Marcelo Misailidis, o intérprete Pitty de Menezes, o mestre-sala Phelipe Lemos e a diretora de movimentos do 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ana Paula Lessa. Mestre Lolo e a porta-bandeira Rafaela Theodoro tiveram seus contratos renovados.

Em 2023, a Imperatriz Leopoldinense levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira. O artista se inspira na “peleja” inverossímil e delirante dos cordelistas que, após a morte do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva – o famoso Lampião -, transformaram em jocoso, ficcional e rica a literatura do destino pós-morte da mítica personalidade nordestina. Cordéis populares, como “A chegada de Lampião no inferno”, “O grande debate que teve Lampião com São Pedro” e “A chegada de Lampião no céu” são o mote do brasileiríssimo e rico universo artístico da narrativa proposta pelo carnavalesco.

Presidente da Tom Maior comenta mudança do casal e mira pontuação máxima pelo título

No sorteio da ordem dos desfiles do Carnaval de São Paulo de 2023, a equipe do CARNAVALESCO conversou com a presidente Luciana Silva, da Tom Maior, quarta colocada em 2022, e abordou sobre o planejamento da escola para a próxima temporada. A principal mudança foi no casal, Jairo Pereira e Simone Gomes, que estivam no posto da escola desde 2007, não estarão em 2023, para o lugar chegaram Ruhanan Pontes e Ana Paula, vindos da Colorado do Brás.

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Foto: Vinicius Vasconcelos/Site CARNAVALESCO

“Sou suspeita, sou uma das partes que está trazendo o casal. É uma aposta grande, sem dúvida, eles têm a cara da escola, e tenho certeza que farão um excelente trabalho. Vamos fazer o trabalho sempre em busca do campeonato, o resultado a gente nunca sabe. Mas o trabalho é feito para isso, com certeza”, garantiu a presidente.

A Tom Maior teve dois grandes resultados recentes, em 2018 e 2022 ficando em quarto lugar, com desfiles marcantes, mas o sonho é com o título inédito do Grupo Especial e leva como lição detalhe em um décimo em 2022: “Nós não podemos perder um décimo. Temos que lutar por 270 pontos, é nota máxima em todos os quesitos”, afirmou Luciana Silva.

Sobre o sorteio, a Tom Maior será a penúltima escola a desfilar na sexta-feira e Luciana avaliou: “Quando a gente quer ser campeão e está fazendo um bom trabalho, não tem que escolher. Obviamente tem condições que dificultam, a última escola normalmente desfila de dia, é mais difícil. Mas sem dúvida, o sexto lugar é excelente”.

O enredo será anunciado nesta quinta-feira e a presidente da agremiação revelou: “Podem esperar o enredo com a cara da Tom Maior como sempre. A gente pode navegar por vários mares, mas é sempre um enredo com a nossa identidade”.

No último carnaval cantaram ‘O Pequeno Príncipe no Sertão’ com o carnavalesco Flávio Campello, que permanece em 2023.

Comprador de NFT de Exu da Grande Rio recebe item de colecionador

Fabrício Villa Flor de Carvalho, fã da escola de samba Grande Rio, teve um dia inesquecível na Cidade do Samba. Comprador do NFT (token não fungível) legendário criado pela IDG – plataforma de desenvolvimento e comercialização de NFTs – em parceria com a agremiação, o carioca teve direito ao produto digital e também a uma memorabilia, neste caso uma peça original do desfile da escola de samba em 2022: uma bandeira original usada em um dos carros a alegóricos. Como bônus, ainda ganhou um encontro com Demerson D’Alvaro, ator que personificou Exu, orixá tema do enredo no desfile da escola campeã do carnaval do Rio de Janeiro.

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Foto: Divulgação

O NFT de categoria “legendário” foi vendido por mil dólares, aproximadamente R$ 5 mil. A memorabilia e a experiência associadas ao colecionável digital funcionaram como forma de agregar ainda mais valor ao token.

No primeiro trimestre de 2022, o mercado de tokens não fungíveis movimentou cerca de US$ 12 bilhões, segundo o relatório da Dapp Radar, e o crescimento em vertentes da cultura brasileira é cada vez mais evidente.

A Grande Rio acompanhou a evolução do mercado e lançou uma coleção inédita de cards colecionáveis em parceria com a IDG, empresa que já possui um portfólio de NFTs voltados para o universo dos aficionados por esportes e entretenimento. A coleção conta com cards exclusivos que representam momentos únicos do desfile da vencedora do Carnaval de 2022 no Grupo Especial do Rio de Janeiro.

Carvalho, 47 anos, conta sobre o processo de compra e relata o momento em que recebeu a peça: “Já estava olhando no mercado sobre ativos digitais e entendi que aquela sobre a comissão de frente da Grande Rio seria bastante impactante, tendo em vista tudo o que representou para o desfile, a forma como foi a apresentação do ator. E foi uma enorme coincidência, comentei com um amigo sobre ativos digitais e chegando em casa fui procurar algo nesse sentido, e na hora que joguei na busca NFT Grande Rio, apareceu justamente esse. Vi que era um item único e não pensei duas vezes, comprei. Eu sou nascido e criado em Duque de Caxias, nasci em 1974 e a Grande Rio é de 1988. Meu pai foi praticamente um dos fundadores da escola junto com a família Soares, então é uma ligação familiar. Quando pensei em NFTs de escola de samba, pensei logo de cara na Grande Rio e quando eu bati o olho e vi que tinha uma, sendo um artigo único e legendário, foi algo inexplicável”.

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A participação do ator que desfilou na Grande Rio personificando Exu foi uma surpresa para o colecionador. “Para mim é uma honra ser eternizado num NFT, assim como foi uma honra desfilar pela Grande Rio representando Exu e conseguir esse campeonato inédito para a escola. Depois do desfile a escola me comunicou sobre essa ação de NFT, pesquisei um pouco mais sobre o tema. Posso dizer que ainda sou garoto nesse assunto, mas estou me informando cada vez mais”, enfatiza Demerson D’Alvaro.

Para Sylmara Multini, CEO da IDG que também estava presente no encontro, a compra deste colecionável digital é um passo importante para a consolidação da cultura de NFTs no Brasil: “Sabemos que esse mercado está em ascensão, principalmente no Brasil, e a criação de NFTs que abrangem diversos meios culturais abre uma porta para a consolidação desse setor. Nós buscamos ao máximo diversificar a cultura de NFTs e eternizar esse momento da Grande Rio foi um grande marco. O mercado de NFTs é global, as pessoas estão deixando de adquirir itens físicos e comprando digitais e o setor de colecionáveis está nesse caminho”.

Sinopse do enredo da União de Jacarepaguá para o Carnaval 2023

Soam os tambores de África – do Reino de Congo – suntuoso e soberano. Das terras da velha Angola, Guiné e Benim, de Dongo, Matamba, Cassange, Cabinda e Quissama. Uma África em berço dourado. Nobre e ancestral em sua raiz. Onde cada aldeia carregava um herdeiro da bravura do seu povo. Terra de heróis e heroínas. Berço de guerreiros e guerreiras. Protegidos e forjados pela espada de ferro de Ogum. O senhor da guerra em tempos de paz.

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Eis que tamanha riqueza não seria esquecida. As praias são tomadas por invasores e a costa africana não resiste. A grande calunga navega trazendo os filhos dessa África poderosa para o Brasil com correntes no pescoço e argolas no pés. Um oceano de lamentos e preces… Ao aportar, negros escravizados são expostos na dor em pleno cais do valongo no Rio de Janeiro e feito mercadoria são vendidos e guiados para o Vale do Paraíba do Sul.

Ordens dos barões do café: plantar, colher e servir. Na fonte de ouro verde do Brasil – o cafezal – eram escravos de ganho e mucamas abandonados perante a tanta crueldade. O capitão e senhor das terras Manuel Francisco Xavier e sua esposa Francisca Eliza Xavier enriqueciam por braços negros e nas madrugadas ouvía-se o estalar das chibatas contra qualquer rebeldia. Mas, o ato de um capataz despertou a inssurreição negra. O sangue africano fervia sobre a dor de cada irmão.

Dois heróis surgiriam no Vale do Paraíba do Sul. Quebrem as correntes! Fujam das senzalas! Era o povo preto em rebelião. Vozes libertárias ecoavam e conduziam o sentimento e o ideal de ser livre novamente. Manoel Congo e Marianna Crioula encorajaram e conduziram mata adentro todos aqueles que sonhavam com a liberdade. Resistência. Bravura. Heroísmo. Um quilombo. “Morrer sim, entregar não!”. Lutar em um tempo em que ser livre nunca foi um direito. Acender a centelha da coragem em um tempo onde enfrentar é resistir.

Nas terras do vale do café reside a herança cultural da luta quilombola. Vassouras e Paty do Alferes guardam em seu ventre o legado de dois heróis da liberdade. Hoje, no antigo Lago da Força, atual centro histórico de Vassouras, há o Memorial Manoel do Congo e em Paty do Alferes, encontra-se o Centro de Assessoria Jurídica Popular Marianna Crioula – além de inspirar artistas em obras como o filme “Ngangula, o ferreiro de Paty” de Pedro Sol; o documentário “Marianna Crioula – Um Grito de Resistência” e a peça “A saga de Manoel Congo e Marianna Crioula – Os Heróis da Resistência” de Ricardo Andrade Vassíllievitch. Vassouras e Paty do Alferes também são o berço de manifestações africanas deixadas pelos escravos em sua história no vale do café. Terra de capoeiras, jongueiros e maculelês.

Que a luta e os nomes de Manoel Congo e Marianna Crioula sejam lembrados pra sempre no axé das nossas baianas, na pulsação da nossa bateria, na ancestralidade da nossa velha guarda e na voz de todo componente. Que o ideal de liberdade e igualdade racial viva e viver é resistir. Jacarepaguá evoca suas raízes ancestrais nesta noite de coroação ao rei e a rainha do vale do café. Salve Manoel do Congo e Marianna Crioula! Salve os heróis da liberdade!

CARNAVALESCOS: LUCAS LOPES E RODRIGO MEINERS

Mestre Ciça grava depoimento para acervo audiovisual do Museu do Samba

O Museu do Samba recebeu, no último dia 20 de junho, um dos maiores mestres de bateria do carnaval carioca para gravação de depoimento para o acervo audiovisual da instituição. Mestre Ciça, comandante da bateria da Unidos do Viradouro, foi entrevistado pelo pesquisador Vinicius Natal e pela gerente técnica do museu, Desirrée Reis, dentro da programação do projeto “Memória das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro”, que documenta histórias e memórias de personalidades do samba e do carnaval – cantores, compositores, mestres de bateria, porta-bandeiras, passistas e outros profissionais da folia.

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Foto: Divulgação

Mestre Ciça relembrou o início de sua trajetória, tocando agogô de duas bocas em sua “escola do coração”, a Unidos de São Carlos, hoje Estácio de Sá. O sambista falou sobre momentos marcantes, como o ano em que desfilou na Viradouro com a bateria em cima de um carro alegórico, além de detalhar sua experiência de 34 anos à frente de ritmistas em escolas como Unidos da Tijuca, União da Ilha e Grande Rio.

Os depoimentos para o projeto “Memória das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro” contam com o apoio do Ibram – Instituto Brasileiro de Museus. O acervo possui relatos de mais de 160 nomes, entre eles Nelson Sargento, Monarco, Tia Surica, Haroldo Costa, os mestres de bateria Odilon, Casagrande e Jorjão, o lendário mestre-sala Delegado, e as porta-bandeiras Selminha Sorriso, Dodô da Portela e Vilma Nascimento.

O material está disponível para consulta e pesquisa, mediante agendamento pelo e-mail [email protected].

Marca Rio Carnaval ganha Leão de Ouro em Cannes

A marca do Rio Carnaval foi premiada com o Leão de Ouro, em Cannes, na França, no Festival Internacional de Criatividade. Foram duas premiações nas categorias: Design e Industry Craft. Criado pela agência Tátil, a mesma que desenvolveu a marca dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Rio Carnaval simbolizou uma mudança de patamar no segmento para os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro.

“Isso é sem precedente para história do design brasileiro. Essa imagem produzida pelo Rio Carnaval é linda. Estamos na história”, publicou Gabriel David nas redes sociais.

Ao site CARNAVALESCO, o diretor de marketing da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David, explicou como surgiu a intenção de criar a marca “Rio Carnaval”. “A marca é criada a partir do bailado de uma porta-bandeira vista de cima. Todo o tracejado dessa marca é criado a partir desse bailado. É a forma da emoção que o carnaval traz para essa marca. Ao longo dos próximos meses, vamos destrinchar todos os detalhes que isso pode proporcionar. É uma marca viva, atual e que representa as escolas como um todo”, disse.

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