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Cabine a cabine: como foi o desfile da Grande Rio na avaliação do site CARNAVALESCO

Quinta escola a desfilar no último dia de desfiles do Grupo Especial, o Acadêmicos do Grande Rio apresentou o enredo “Fala Majeté: sete chaves de Exu”. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

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Comissão de Frente
Abrindo o desfile mais arrebatador da noite, um desfile histórico pra Sapucaí, a comissão de frente da grande Rio, sob a batuta dos grandes Hélio e Beth Bejani, trouxe Exu em toda a sua essência. Uma apresentação arrebatadora, extremamente bem executada, com um ótimo uso de todos os elementos cenográficos. Uma obra-prima do começou ao fim que terminou com Exu abraçando o mundo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Grande Rio, Daniel Werneck e Taciana Couto, mostraram que apesar da pouca idade, têm gabarito para conduzir o pavilhão da Grande Rio. Uma dança de extrema beleza e sincronia, com um pequeno erro no primeiro modulo, quando houve um pequeno esbarrão entre eles, além de penas da fantasia de Daniel terem se desprendido durante a apresentação. Na coreografia, a união do tradicional com o moderno, com passos afro inseridos na dança e bem executados.

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Harmonia
O canto da escola estava simplesmente incrível, com muita força e vibração. Uma das escolas que mais cantou, que mais arrebatou a avenida, empolgando desde os setores mais afastados a camarotes, em que cada vez mais pessoas saiam para acompanhar – mostrando que o samba conseguiu chegar em todas as partes da avenida. Entre os que importam para o quesito propriamente dito, os componentes desfilantes da escola, o samba praticamente era gritado e não apenas cantado de tão forte o canto da escola, com uma intensidade que ia de ala em ala, com absolutamente todas cantando muito forte.

Enredo
Leonardo Bora e Gabriel Haddad, auxiliados por um grupo na pesquisa e elaboração do enredo, mostraram que são carnavalescos dos melhores da atualidade. A concepção e a execução do enredo proposto, em todos os seus pontos, foram simplesmente impecáveis, não só com claro entendimento como por sua riqueza de detalhes, de simplicidade aliada a um profundo senso de pesquisa, de concepção bem elaborada.

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Evolução
Em um ano em que o destaque negativo ficou por conta de repetidos erros em diversas escolas na evolução, a Grande Rio despontou com uma evolução perfeita, cada vez mais aproximando a escola da briga pelo título. Um desfile impecável e extremamente harmônico. Componentes desfilando com alegria, com leveza, com muita organização.

Samba
O samba da parceria de Gustavo Clarão foi majestosamente executado pelo carro de som. A parceria carro de som, apoios, Evandro Malandro, mestre Fafa, juntos, fez da escola aquela com um dos melhores e mais bem cantados sambas da noite.

Fantasias
Sem nenhuma dúvida, a parte estética foi o grande destaque da noite. Cada fantasia e carro que entravam na avenida faziam com que as pessoas se deparassem com verdadeiras obras-primas, em profundidade e elegância, um banho de cultura e estética. Um verdadeiro abuso de criatividade. Tudo com extremo bom gosto, com um destaque especial para a maravilhosa ala das baianas.

Alegorias
De longe as alegorias mais bonitas dentre todas as escolas, com um trabalho absurdamente minucioso em cada detalhe. Chamava atenção tanto cuidado com cada particularidade retratada. Um show de beleza, impecável, mostrando ainda como aproveitar cada material e tornar ele uma obra de luxo. Quando já estava bom, vinha um carro mais impressionante que o anterior. Tudo de muito bom gosto. Chama atenção como os carros tinham muitos elementos, mas nenhum inserido de forma gratuita, sem propósito. Destaque para o imponente abre-alas em cores quentes.

Cabine a cabine: como foi o desfile da Vila Isabel na avaliação do site CARNAVALESCO

Sexta escola a desfilar no último dia de desfiles do Grupo Especial, a Unidos de Vila Isabel apresentou o enredo “Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho!”. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

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Comissão de Frente
Fechando o carnaval de 2022, a Vila Isabel trouxe Martinho da Vila para avenida sendo, já na comissão de frente, coroado como grande rei, reinando em Vila Isabel. A apresentação foi linda, sob o comando de Marcio Moura, que trouxe guerreiros africanos apresentando a ancestralidade negra, parte da história de Martinho e coroando ele como grande rei ao fim.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Ficou a cargo do casal Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas conduzir, pela primeira vez, o pavilhão da Vila Isabel na Sapucaí. Com um belíssimo figurino, o casal mostrou muito entrosamento e bailado, com muita elegância e alegria. Destaque para Marcinho e seu gingado e elegância na avenida, e para a forma como Cristiane conseguiu, apesar do vento, conduzir bem o pavilhão, ainda que o vento tenha tentado atrapalhar um pouco no começo do desfile. Nos demais módulos, não houve contratempos com esse fator e os dois brilharam.

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Harmonia
Apesar de um canto forte e intenso por parte da escola, com destaque para as alas “Embaixador Negro” e a ala das baianas da escola, a Vila teve alguns momentos de queda no canto, mais pro meio, e voltando ao seu vigor do início posteriormente. Essa oscilação se deu em alguns momentos. No geral, contudo, a escola passou pela avenida com o samba bem cantado pelos componentes.

Enredo
“Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho!" poderia ser um enredo que mostrasse apenas momentos da Vila de Martinho, de forma simplória, mas não foi o que fez a Vila, que usou Martinho de fio condutor para um enredo bem mais profundo e bem elaborado, exaltando africanidade, negritude e coroando Martinho não só como grande cantor e personalidade, como também como grande exemplo de luta, resistência, sendo muito bem contado e cantado pela escola.

Evolução
Mais uma escola com alguma dificuldade em evolução no primeiro módulo, bem menor que a dificuldade apresentada pelas demais, destaque-se, porém especialmente a partir do quarto carro, “África em prece”, com as alas de trás evoluindo com lentidão. No geral, apesar disso, um desfile bem fluido e com boa desenvoltura. Em linha, foi correta.

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Samba
Um samba leve, gostoso de ser cantado e ouvido, muto bem entoado por Tinga, que conseguiu empolgar e muito, em parceria com mestre Macaco Branco. O samba funcionou bem demais na avenida, mais do que em ensaios de quadra e rua. Foi empolgante, arrebatando a avenida especialmente se lembrarmos que foi a escola que fechou o carnaval, fechando realmente em alto estilo, com o samba ecoando pela Sapucaí.

Fantasias
O conjunto estético feito por Edson Pereira é algo admirável. O trabalho do carnavalesco trouxe para a avenida uma escola esteticamente lindíssima. Uma fantasia com mais beleza que a outra, com variados destaques, como o próprio casal, as “Raízes na Roça” e “O embaixador negro”. Impecável e admirável. Destaque para as baianas coloridas e a saia com led.

Alegorias
O conjunto alegórico, composto por 5 carros e 1 tripé, trouxe mais um trabalho grandioso e quase impecável, com poucas falhas, um ou outro detalhe de carro que poderia ter sido mais bem finalizado. O abre-alas simplesmente arrebatador, imponente, como pedia o enredo. Muita africanidade nos carros, com tudo muito bem feito. Alegorias no geral com bons acabamentos, com um ou outro detalhe como no carro “Singrando os mares, um grito de Liberdade” que estava com uma parte do guarda-corpo solto, mas no geral, tudo muito
bonito. A terceira alegoria era um grande navio azul com dragões na frente, o encontro de Martinho com sua herança africana. Foi o carro que destoou dos demais pelo acabamento traseiro superior.

Cabine a cabine: como foi o desfile da Unidos da Tijuca na avaliação do site CARNAVALESCO

Quarta escola a desfilar no último dia de desfiles do Grupo Especial, a Unidos da Tijuca apresentou o enredo “Waranã, a reexistência vermelha”. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

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Foto: Site CARNAVALESCO

Comissão de Frente
A escola demorou um pouco para começar a se apresentar porque deu uma segurada, já que o abre-alas estava apresentando problemas para entrar. A comissão foi se apresentar com quase 10 minutos de desfile, mas começou muito impactante, sob a direção coreográfica de Sergio Lobato e Patrícia Salgado. Os componentes deram um show de apresentação, com uma encenação sobre o surgimento da etnia Mawé. O final levantou a arquibancada em todos os módulos, quando aparece o Kau’Ê e o povo do guaraná que de
dentro sai uma bandeira escrita “Brasil, Terra Indígena”.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe Lemos e Denadir Garcia, trouxe uma dança bem tradicional, com um bailado simples, porém muito bem executado. Mas sem dúvidas o ponto de destaque da apresentação foi a resistência a ação do vento. Claramente o vento tentou atrapalhar, mas em nenhum momento isso transpareceu na coreografia, com Denadir resistindo forte e bravamente. Resultado: uma apresentação impecável. Phelipe mais uma vez flutuou na avenida.

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Harmonia
A Unidos da Tijuca apresentou canto forte, intenso, por todas as partes de seu desfile, em todas as alas. Uma escola que passou alegre, com leveza e muito samba e canto na ponta da língua, se destacando, portanto, com uma boa harmonia. Alas como “Tuxauas” e “A Castanheira Sagrada” cantaram forte na avenida.

Enredo
Desenvolvendo o enredo sobre Waranã: a Reexistência Vermelha”, contando o mito de surgimento da etnia Mawé – os filhos do guaraná, os peles vermelhas do Brasil, a escola foi perfeita. Tudo bem conduzido e encaminhado, com muita cor, um excelente trabalho estético, e uma clareza na contagem do enredo sem perder de forma alguma a grandeza e a profundidade da história.

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Evolução
Também seguindo as demais escolas da noite, a Unidos da Tijuca apresentou problemas de evolução desde o começo do desfile. O abre-alas teve problemas lá na concentração, refletindo em lentidão na evolução da escola. A escola foi se encontrando e se acertando aos poucos, tendo, portanto, menos erros nesse ponto que as demais. Dessa forma, a partir da segunda cabine, o problema já estava resolvido.

Samba
O samba-enredo da Unidos da Tijuca foi muito bom no desfile da escola, com um canto forte e contagiante na maior parte do tempo, porém com alguma oscilação em um ou outro momento, mas que, no geral, fez a escola passar bem pela avenida. Conduzido pela dupla de intérpretes Wantuir e Wic Tavares, pai e filha, mostrou um bom entrosamento do carro de som e a bateria Pura Cadência.

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Fantasias
As fantasias da Tijuca na avenida foram uma verdadeira obra-prima, com muito colorido, muita beleza na concepção, com grande presença dos elementos da natureza, remetendo ao sol, lua, elementos. Tudo muito bem feito e muito colorido. Uma ou outra ala com componentes segurando adereço de cabeça por serem algumas fantasias bem grandes, mas um excelente desempenho no geral. As alas 16 e 17 “Papagaio falante Mawé” e “Arara-Piranga, Dona das Mais Belas Penas” surpreendeu positivamente ao trazer as cabeças dos brincantes com a representação das aves e cores fiéis aos animais, dando um
belo resultado final. A ala 19 “Wantuirá, O Clã pescador” conseguiu uma boa leitura com peixes nos costeiros em cores cítricas, dando um bom efeito.

Alegorias
Apesar de enorme beleza e imponência, um quesito que deu trabalho para a escola. O “pavão cósmico”; que abriu o desfile na primeira ala não tinha nenhuma iluminação, assim como o tripe de Kahuê que passou com partes apagadas. Na parte estética propriamente dita, porém, um trabalho incrível, de muita beleza. O abre-alas apresentou o paraíso com esculturas de jacaré e tigre e no segundo setor uma grandiosa tartaruga com flores simbolizando uma floresta. Na segunda alegoria um interessante efeito abria e fechava os olhos do guaraná.

Cabine a cabine: como foi o desfile da Em Cima da Hora na avaliação do site CARNAVALESCO

Primeira escola a desfilar na abertura dos desfiles da Série Ouro, a Em Cima da Hora apresentou a releitura do enredo “33 – Destino Dom Pedro II” do carnaval de 1984. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

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Comissão de Frente

Ao representar as pessoas que utilizam o trem como meio de locomoção, a apresentação da comissão trouxe vários personagens do cotidiano carioca. Apesar de fantasias e elemento de apoio simples, a leitura foi fácil e levantou o público com a coreografia irreverente. Não houve erros de execução nos módulos, entretanto, ficou a sensação de que a ideia de que a escola queria passar no quesito é inconclusiva.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal da escola, Jonhy Mattos e Jack Antunes desfilaram com uma bela indumentária que representou os “Senhores do Tempo” nas cores da agremiação. Rápida, a apresentação durou cerca de um minuto e meio. Isento de falhas, a dupla passou correta nos módulos, entretanto, não houve inovações na coreografia e o pavilhão da escola, em alguns momentos durante os rodopios da porta-bandeira, poderia ter sido mais bem desfraldado.

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Harmonia

O carro de som da escola de Cavalcante teve um brilho a mais com a presença do consagrado Ciganerey. O intérprete e seu carro de som passaram com perfeito entrosamento, destacando o excelente e conhecido samba da agremiação. Porém, a escola apresentou um canto tímido para um samba bastante conhecido, já que se tratava de uma reedição, e manteve o tom do início ao fim de sua passagem ao longo de todos os módulos. Além disso, o som da Sapucaí estava estourando durante o cortejo da agremiação e quase não se percebia o canto. Todavia, vale destacar a empolgação do componente durante o refrão.

Enredo

O enredo foi bastante didático e de fácil entendimento, a leitura plástica pode ser facilmente identificada na maioria das composições visuais. O cortejo retratou a dificuldade e as peculiaridades dos vagões do antigo 33 que saía de Japeri em direção à Central. Cada elemento e estereotipo do cidadão carioca que pode ser encontrado nos trens da cidade como policiais, vendedores, cartomantes foram abordadas no cortejo da agremiação da Zona Norte.

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Evolução

A escola apresentou uma evolução sem muitos percalços não fosse por um espaçamento na cabeça do desfile, entre a musa e a primeira alegoria. Desde o início até a dispersão, o buraco foi recorrente devido dificuldades de condução da primeira alegoria. Faltou um pouco de energia aos brincantes de modo geral que não representaram a alegria que o enredo e o samba pediam.  Destaque positivo para a ala “Rebolando com a Inflação” que passou animada. A bateria não entrou no recuo. A última ala saiu do setor aos 45 minutos.

Samba

O samba dispensa comentários. Um clássico de 84 muito bem executado. Descritivo, serviu muito bem ao enredo e narrava tudo aquilo que era visto passar na Passarela. Ciganerey e sua equipe o fizeram render durante todo do tempo. O refrão “Não é mole não, com a inflação…” foi o ponto alto. As arquibancadas entoaram ao trecho da letra junto da escola permitindo um aumento exponencial no canto e em seu rendimento.

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Fantasias

O conjunto de fantasias apresentado pela escola era de fácil leitura. Destaque para a ala 9 ‘Paixão pelo futebol’ que era bastante volumosa. A ala 10 “Vagão feminino” trouxe um lindo estandarte nas mãos. Já a ala dos ciganos sacudia a saia com muito vigor e gerou um efeito interessante visto de cima. Contudo o conjunto pecou pela simplicidade das formas e de materiais ao apresentar poucos costeiros e golas simplórias. Por outro lado, as fantasias eram claramente leves e ajudavam os brincantes a evoluir mais soltos.

Alegorias

Destaque para a primeira alegoria “Embarque no famoso 33” que representou o trem do enredo e obteve leitura fácil e muito direta. Toda de azul e com grandiosas rodas, que ao mesmo tempo eram um relógio e teve um acabamento mais apurado que as demais. A escola pecou pelo acabamento das alegorias, principalmente no chão das partes superiores dos carros onde se percebiam as madeiras. Na primeira, um simples pano cobria todo o teto, porém o tecido estava amassado e mal colocado. No segundo carro “Baldeando por aí”, que narrava o vai-e-vem dos passageiros entre um transporte e outro, a parte traseira foi insuficiente ao trazer um tecido apenas pintado cobrindo toda parte final da alegoria que não contou com nenhum adereço ou escultura.

 

Cabine a cabine: como foi o desfile da Mocidade na avaliação do site CARNAVALESCO

Terceira escola a desfilar no último dia de desfiles do Grupo Especial, a Mocidade Independente de Padre Miguel apresentou o enredo “Batuque ao Caçador”. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

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Comissão de Frente
Terceira escola a entrar na avenida, a Mocidade de Padre Miguel arrebentou na comissão de frente, seguindo uma linha de grandes comissões feitas pela dupla Jorge Teixeira e Saulo Finelon. A escola um dos contos fundadores da história de Oxóssi. Um aproveitamento perfeito do tripe que acompanhava a comissão, tudo muito bem encenado e executado. No segundo módulo, um dos tambores passou apagado na apresentação.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Um dos melhores casais da noite veio da Mocidade O mestre-sala Diego Jesus e a porta-bandeira Bruna Santos formaram uma dupla incrível, com um bailado ágil, combinando com a bateria, com o samba, tudo muito bem sincronizado e executado. Um belíssimo trabalho com uma coreografia forte e permeada de elementos afros que coroaram a coreografia.

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Harmonia
Um canto muito forte e bonito veio da Mocidade, com uma ou outra oscilação, mas, em geral, um desempenho muito bom e empolgante, com destaque para a ala “As penas de Oxalá”, que cantou muito forte e empolgada. Destaque também para o carro de som porque o bom desempenho dele contribuiu para o canto da escola.

Enredo
A escola teve uma apresentação um pouco confusa em alguns momentos, com falta de maior clareza, mas foi muito feliz na riqueza de pesquisa, na riqueza cultural de tudo que foi apresentado. A escola trouxe as origens do orixá, a relação com outros orixás, a relação com Ogum, as lendas relacionadas a Oxóssi, o sincretismo em terras brasileiras, se transformando em São Sebastião, além do surgimento da umbanda por aqui.

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Evolução
Simplesmente mais uma escola que passou aperto nisso. A escola começou com bastante dificuldade para colocar alegorias na avenida, com atrasos ao se colocar os destaques em carros. A escola enfrentou problemas no acoplamento do abre-alas, parando muito ao longo da avenida, um ritmo oscilante com escola hora lenta demais, parada, outras correndo para compensar. Foi bem complicada a evolução da escola. O abre-alas travou no módulo 3 e abriu um grandioso clarão na frente da terceira cabine de jurados. Aos 50 minutos de desfile e a escola ainda passava a ala 6 “Ossain – O Mestre da Cura” em frente ao setor.

Samba
O samba foi um ponto alto da escola, tanto com o desempenho excelente de Wander Pires quanto dos apoios do carro. Tudo muito bom, samba super bem cantado e empolgante, com reflexos na boa desenvoltura da escola e da resposta das arquibancadas. O refrão é o melhor do carnaval, mas a “areretização” ficou devendo por conta da complicada evolução.

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Fantasias
Com cores vibrantes, fortes, muito brilho e um grande trabalho estético, Fabio Ricardo fez um belo trabalho com as fantasias. O que se viu foi muito luxo, muita beleza com uma paleta de cores e um trabalho estético que sem dúvidas foi um dos pontos de destaque da escola. Tal beleza podia ser vista em diversas alas, como “Ancestralidade Independente” e “As cartas de Daomé”.

Alegorias
A beleza e o trabalho impecável, inclusive com os acabamentos, nas fantasias não se refletiu da mesma forma nas alegorias. Muitos erros e problemas. O abre-alas entrou com muita dificuldade no seu acoplamento, além de muitos erros de acabamento no carro. O segundo carro, representando o reino de Oxalá, também trazia problemas e acabamento, especialmente nas pernas do elefante do carro, partes mal coladas. O mesmo se repetiu na terceira alegoria, que estava com um acabamento bem ruim na parte traseira.

Participaram da cobertura José Luiz Moreira, Yuri Neri e Dyego Terra

Presidente assume mudança de estratégia após imprevisto em desfile da Mancha Verde

A Mancha Verde foi a terceira escola a desfilar no carnaval de São Paulo, e foi com o tema ‘Planeta Água’. A agremiação alviverde era bem aguardada pelo público, mas teve um imprevisto com o abre-alas e a escola não entrou até ajustá-la. Ou seja, foram cerca de 7 minutos para pisar de fato na pista. Veja o que falaram os principais personagens da escola após o desfile

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Mestre de Bateria

O mestre de bateria da Mancha Verde, Guma avaliou o desempenho da bateria e também sobre a escola ter entrado mais tarde: “Em relação ao desempenho da bateria, a gente cumpriu o que foi ensaiado, sem novidade, pelo entendimento nosso de campo passou direitinho, não percebi nenhuma ocorrência da pista. E da escola não temos essa noção assim, teve um atraso no começo por conta do abre-alas, e sentiu que apertou, ficou um tempo parado, vamos correndo, senti que foi, não corrido, mas a gente teve que acelerar o passo um pouquinho. Acho que cumprimos a lição de casa, o que tinha que ser feito, passou direitinho”.

Intérprete

O intérprete Fredy Vianna “Tenho muito orgulho da minha ala musical. Foi um trabalho intenso que fizemos, de abertura de vozes, contracanto. Trabalho lindo, sempre costumo dizer para ele, não gritem o samba, cantem o samba. Foi um começo, um pouco nervoso para mim. A ala musical estava super focada. Mas acho que consegui me virar bem, todo mundo elogiando muito a ala musical, só tenho que agradecer ao papai do céu por isso e ao trabalho fabuloso que eles fazem. Não só pessoal dos cantos como pessoal das cordas que desenvolvem um trabalho em cima do meu canto, e isso é muito importante para que o trabalho flua dessa maneira”.

Paulo Serdan

O presidente da escola foi sincero ao avaliar a mudança de estratégia depois de entrar com o cronômetro perto dos 10 minutos: “Foi um belo desfile, foi legal, foi bem. A gente teve uma situação antes, mas conseguimos corrigir depois. Mudamos estratégia de desfile, tinha uma, mudamos para outra e recuperamos o tempo”.

Cabine a cabine: como foi o desfile da Portela na avaliação do site CARNAVALESCO

Segunda escola a desfilar no último dia de desfiles do Grupo Especial, a Portela apresentou o enredo “Igi Osè Baobá”. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

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Comissão de Frente
A comissão de frente da Portela abriu os trabalhos da escola deixando a desejar em relação ao que se viu no resto da escola. Coreografada por Leo Senna e Kely Siqueira, o grupo um encontro entre as origens dos povos africanos com a origem da própria Portela, mas foi uma apresentação fraca e que teve ainda o tombo de um dos componentes ao descer pela rampa do elemento que acompanhava a comissão no primeiro módulo de julgamento. Nos demais, tal erro não se repetiu. Em geral, foi confusa e de difícil leitura, deixando quem estava acompanhando das arquibancadas com dúvidas em relação ao conceito.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Um dos melhores casais de mestre-sala e porta-bandeira da noite foi o casal da Portela. Marlon Lamar e Lucinha Nobre vieram para mostrar que têm um “casamento” perfeito, com muita sincronia e parceria. A ousadia foi um dos pontos altos do casal, com Lucinha ousando e muito na forma como conduziu, balançou, girou o pavilhão, além de elementos próprios das danças afro presentes na coreografia. Foi uma apresentação de encher os olhos ao longo de toda a Avenida.

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Foto: Site CARNAVALESCO

Harmonia
Difícil expressar em palavras o que foi visto na avenida com o canto da Portela: força, muita força, com o canto ecoando na avenida e empolgando a avenida. Se tinha gente cansada ou com sono, espantou ele com a Portela e seu canto, fortemente cantado por toda a escola. Um destaque ficou pelo próprio casal de mestre-sala e porta-bandeira e para as baianas da escola, que cantaram o samba talvez com mais força até que o restante, e o resultado foi uma avenida completamente contagiada pelo samba e pelo desfile da escola. Destaque para a ala 23 “Iaôs – Iniciação Ketu no Candomblé” no final do desfile, que apesar de ser a última a passar carregou o canto lá no alto.

Enredo
A Portela trouxe para a avenida a história dos Baobás, árvores que nos levam a refletir sobre o princípio, o momento da criação. A forma como foi contado o enredo foi impecável, com a exaltação da arte iorubana, a presença de Oxalá, as manifestações culturais afro-brasileiras e toda a efervescência da cultura negra como o começo de tudo. Enredo bem conectado, bem claro e bem contado.

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Evolução
Nem mesmo a Portela, que fez um desfile maravilhoso, escapou dos problemas em evolução. Talvez por um intervalo de cerca de 2 anos sem passar pela avenida, as escolas pareciam ter desaprendido a passar pela avenida de forma harmônica. Os problemas para conseguir colocar os carros na avenida se refletiram no quesito. A escola não segurou as alas da frente e simplesmente deixou que ela fosse embora, abrindo um buraco que pegou o primeiro módulo de julgadores. Problemas também no quarto carro fizeram a escola parar um tempo até o meio da avenida. Essa oscilação entre parar e correr se repetiram muitas vezes ao longo do desfile. No final, na altura das alas 19 e 20 “Jongo” e “Tambor de Crioula”, respectivamente, apertaram o passo por um momento, mas rapidamente foi normalizado na passagem da ala 21 “Caboclo de Lança”.

Samba
O samba foi excelente na avenida. Um desempenho louvável, que teve excelente rendimento e claro, sagrou mais ainda o já consagrado Gilsinho, que conduziu bem demais esse som em parceria com mestre Nilo Sergio. O desempenho de Gilsinho inclusive foi muito responsável pela empolgação de componentes e arquibancadas, refletido num canto muito forte, com a avenida cantando em uníssono o trecho “Meu povo é resistência feito um nó na madeira do Cajado de Oxalá”, além do refrão principal. Entretanto, alguns trechos são de difícil entendimento em primeiro momento, familiarizando-se após algumas repetições, como “Nessa mironga de mão de ofá, põe aluá no coité e dandá”.

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Fantasias
Apesar da enorme beleza visual, da exuberância da Portela, com um conjunto estético incrível. Destaque para a ala das baianas, representando Nanã, simplesmente divinas, e a ala seguinte, Omulu, lindíssima. A parte estética da Portela fui uma das coisas mais impressionantes do desfile da escola. Porém, houve erros: um componente da ala 18, “Resistência”, perdeu uma boa parte de sua fantasia, de forma mega perceptível, bem em frente a cabine de julgadores do primeiro módulo, a ponto de um membro da harmonia da escola ter que ir lá pegar as partes no chão da avenida. No último carnaval, a Portela perdeu pontos em fantasia por repetição de costeiros. Esse ano, muitas alas também apresentaram o costeiro semelhante, mas isso não apaga o brilho da escola que trouxe um belo conjunto.

Alegorias
As alegorias da escola impressionaram por tanta beleza e incrivelmente bem acabados, com exceção do terceiro carro, que destoou justamente por problemas de acabamento. O globo terrestre da Savana bastante danificado e outros problemas de acabamento e danos neste carro. No geral, contudo, um trabalho estético lindo da azul e branco de Madureira. A quinta destoou das demais no quesito plástico. O chão de carpete azul estava embolado. Porém, o ponto alto foi trazer foto de baluartes como Dona Sther, Candeia, Dona Dodô, Argemiro, entre outros. As composições estavam de roupa, como vestido, camisa e chapéu.

Participaram da cobertura: José Luiz Moreira, Yuri Neri e Dyego Terra

Cabine a cabine: como foi o desfile do Tuiuti na avaliação do site CARNAVALESCO

Primeira escola a desfilar no último dia de desfiles do Grupo Especial, o Paraíso do Tuiuti apresentou o enredo “Ka Ríba Tí Ÿe – Que Nossos Caminhos Se Abram”. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

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Comissão de Frente
A comissão de frente da Tuiuti abriu os trabalhos da segunda noite com um ótimo desempenho coreografados pela bailarina Claudia Mota. Representando a criação do homem, a partir do barro, feita por Oxalá, a comissão teve um desempenho bem satisfatório, cumprindo bem os quesitos. Ainda assim, a apresentação com cerca de 3 minutos de duração ficou carecendo de um “a mais”, uma “cereja do bolo”, um algo a mais que pudesse fechar de forma magistral o trabalho da comissão. O ponto alto foi a criação do homem quando os bailarinos descem do elemento cenográfico e bailam no chão. A saia rodada em preto com luzes também agradou.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, tiveram um desempenho perfeito, impecável. Representando Zumbi e Dandara de Palmares, conseguiram traduzir para a coreografia as ideias de força, resistência, de ancestralidade. Muita sincronia e interação entre o casal em todas as cabines de julgamento.

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Harmonia
A escola cantou forte o samba, combinando e sendo reflexo do bom desempenho do carro de som e claro, também sendo bem conduzidos por mestre Marcão. Todas as alas cantaram muito o samba, empolgando ainda as arquibancadas. O samba teve um grande, mas grande ápice no canto a capela, quando a escola deixou para o povo cantar o refrão e a avenida respondeu com muita força e intensidade. Destaque para a ala 2 “Guardiões da Tradição” que abriu o cortejo em alta voz, mesmo apresentando uma evolução em que passava por cima do carro alegórico e as partes da frente e de trás trocavam de lugar. Mesmo com a coreografia o canto não caiu em momento algum. Não teve uma única ala que não cantasse o samba.

Enredo
A escola pecou em alguns momentos em enredo e no entendimento da história, com uma narrativa bem confusa e inserção gratuita de figuras, como figuras pop representando orixás, sem uma clara explicação e entendimento. Uma condução confusa e mal explicada, mal conduzida, deixando bem a desejar. A divisão de alas, aliada às fantasias diversas causou confusão até para quem acompanhou o desfile com o roteiro em mãos.

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Evolução
A Tuiuti pecou muito em evolução, acumulando diversos erros: dificuldades já no começo e o ápice se deu mais ao final, com mais de um buraco abertos na avenida – um deles em frente o abre-alas e outro após o quarto carro da escola. Um desfile que começou lento por conta dos erros, terminou corrido para compensar os erros. O ápice veio com a escola estourando o tempo. A ala 12 “Alabe gungunando o tambor” foi a primeira a acelerar, trazendo as outras no mesmo ritmo. A ala 23 “Gospel’ chegou a embolar de tão acelerada, já a 24 “Congada de São Benedito” passou muito espaçada. A evolução foi prejudicada também antes das duas últimas alegorias onde se abriu dois clarões, um diante de cada carro, no último módulo.

Samba
A parceria de Celsinho, Carlos e Grazi merece e muito ser destacada. O carro de som da Tuiuti é sem dúvidas um dos pontos mais altos do desfile da escola. Impecável, forte, entrosado, deu gosto de ver e ouvir. Empolgou muito a avenida, os desfilantes, a avenida, mostrando no canto a força do enredo. A letra é extremante bem inspirada, narra o enredo apresentando personagens conhecidos pela luta e resistência negra.

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Fantasias
A escola, apesar de bonita, com fantasias que buscavam ser luxuosas, teve algumas falhas de acabamento. Por exemplo, em frente o modulo 1, parte da fantasia da ala 4, “Guerreiros Implacáveis da Resistência” caiu e algumas penas ficaram pelo chão e abre-alas ao longo da avenida. Além disso, faltou beleza em algumas fantasias, com uma estética em geral bem simplória, além de vários figurinos diferentes na mesma ala em alguns momentos. Destaque para a ala das baianas que veio toda em branco e dourado e um interessante cabelo afro. A fantasia era volumosa. Havia uma repetição sintomática em alguns adereços de mão.

Alegorias
A escola foi insuficiente nas alegorias, bem pobres em sua concepção, a começar pelo abre-alas que passava a maior parte do desfile vazio, tendo como única ação servir de passarela para duas alas trocarem de lugar. Outro carro que careceu de beleza e maior elaboração, visualmente e esteticamente superficial, simplório, foi o terceiro carro, representando “Wakanda – O Reino do Pantera Negra”, que trazia figuras do Pantera Negra simplesmente balançando pra lá e pra cá. A segunda alegoria apresentou um efeito de subida e descida de velas presentes nos barcos que ainda se mexia para os dois lados, simulando os movimentos de navegação e pode ser considerada o destaque.

Participaram da cobertura: José Luiz Moreira, Yuri Neri e Dyego Terra