Início Site Página 822

Sinopse do enredo do Arranco do Engenho de Dentro para o Carnaval 2023

Enredo: “Zé Espinguela – Chão do meu terreiro”

arranco enredo23 2

AS RAÍZES

Meu Arranco do Engenho de Dentro,
Sua terra é preta e preto é o tambor que nossa gente toca nessa Avenida, o mesmo tambor que tocava em meu terreiro. É matriz de samba, herdeiro de semba, ancestralidade. Sou negro, filho de negros, neto de negros, negros de tantas raízes africanas que atravessaram terras e tempos até se misturarem às amendoeiras, jaqueiras, mangueiras, tamarineiras das ruas do Rio de Janeiro, dos subúrbios — até se fazerem novas raízes nesses nossos terreiros, dessa nossa gente. Meu nome é José Gomes da Costa, mas podem me chamar de Zé Espinguela.

Arranco, seu chão é o meu chão.

Fiz dele minha casa. Como muitos fizeram em cada chão uma casa, em cada corpo uma casa, em cada canto uma fé. O sangue malê que corre em meu corpo alufá é o sangue do saber e da transformação. Ele está em cada búzio lançado no opon ifa, em cada destino adivinhado nas areias, no tanto de axé, encantamento e de tantas fés que correm em tuas ruas suburbanas, nas muitas macumbas que nos definem. O Rio que carrego comigo é também um lugar de festa. Reza, luta e festa. Carnaval. Aqui eu me misturei às folias nos blocos de sujo, me fantasiei para os banhos de mar, batuquei com Zé Pereira e me encantei com os ranchos colorindo a Praça Onze nos braços de tias pretas. É esse Rio de encruzilhadas que eu vejo agora enquanto ouço seus tambores, Arranco, se preparando para tomar a Marquês de Sapucaí, na mesma Praça Onze onde o samba nasceu.

Durante muito tempo meu carnaval foi de festa e também de briga. Eu brincava nos Arengueiros do Morro de Mangueira. Rapaziada boa de samba e boa de briga. A gente descia as ladeiras do morro e ia se encontrar com o Faz Vergonha, dos meninos de Vila Isabel, na Praça Maracanã. Muitos outros blocos, muitas outras brigas. Ali era batalha de ginga, canto, verso, braço e perna. Às vezes navalha.

Eu gostava de estar em Mangueira. Onde tem batuque e reza a gente se encontra e vai ficando. Eu ia pras casas das mães pretas do morro, casas de canto e encanto. Bati cabeça com elas nos terreiros, reverenciei seus orixás. Oxóssi, Iansã, Ogum, Xangô. Me dava com a gente do morro. Cartola, Carlos Cachaça, Maçu, Saturnino, Zé da Zilda, Zé Com Fome, os outros. Foi num dia assim, de batuque, cachaça e conversa, na casa de Seu Euclides, que fundamos a Estação Primeira de Mangueira. Cartola tinha escrito “Chega de Demanda” pra pôr fim naquelas batalhas de arengueiros. Tava certo, o Angenor. A Mangueira chegou pra pacificar as coisas e colorir de verde e rosa o nosso carnaval.

A SEMENTE

“Foi em 1929 […]. Realizei no Engenho de Dentro. Sagrou-se vencedora a Portela, sabiamente dirigida pelo Paulo. Mangueira também se apresentou pujante, tendo os seus sambistas Cartola e Arturzinho apresentado dois sambas monumentais.” (Entrevista de Espinguela, Jornal A Nação, 1935.) Rio, 20 de janeiro de 1929. Dia de Oxóssi, de São Sebastião. Antes de tudo existir, já estava tudo aqui: a batucada, os versos, as bandeiras. Os fundamentos e assentamentos, a festa, a disputa. Tudo aqui.

Na minha casa, na Adolpho Bergamini, criei uma disputa de samba para saber quem era melhor. Eu tinha feito um concurso no ano anterior, mas esse de 29 é que ficaria marcado para sempre na História. Convoquei o povo da Deixa Falar, do Conjunto de Oswaldo Cruz e da minha Mangueira. Uma se transformaria no que é hoje a Estácio de tantas glórias. O outro viraria a Portela, que emprestaria o azul e branco de sua bandeira para amadrinhar sua história, Arranco. E a Mangueira… bem, a Mangueira segue sendo a Estação Primeira.

As agremiações trouxeram para o terreiro o que tinham de melhor, e o teu chão de engenho foi riscado por muitos e grandes bambas. Das bandas do velho Estácio vieram Ismael e Benedito Lacerda. De Oswaldo Cruz, Paulo Benjamim de Oliveira, Heitor dos Prazeres e Antônio Caetano. Minha Mangueira mandou Cartola e Arturzinho. Estavam todos aqui.

Ainda estão.

Naquele dia de Oxóssi e São Sebastião, a Sapucaí era aqui, nessa terra em que piso. Cada compositor cantava seus versos. As torcidas vibravam, a batucada foi até tarde, uma farra. O vencedor foi Heitor dos Prazeres, com “Não adianta chorar”, mas, como seria costume dali em diante, a apuração e o anúncio do vitorioso causaram uma baita confusão.

A solução foi decretar que todos eram vencedores e dar um troféu para cada agremiação. Dizem por aí que eu fui o primeiro a virar a mesa no carnaval… Mas veja bem, Arranco, aqui no nosso chão, naquele momento, uma nova semente foi
lançada em teu solo suburbano — e logo as raízes desse samba começaram a se espalhar. O Rio de Janeiro veria novas escolas aparecerem, criadas a partir de blocos e batucadas, assentadas nos muitos terreiros da cidade. Depois passaram a desfilar na avenida. Alas, carros alegóricos, enredos, sambas de enredo, comissões de frente, tudo foi chegando e foi ficando. No fundo, os fundamentos do concurso de 1929 estarão sempre presentes. O tambor, o terreiro, o samba e o sambista: é a isso que chamam chão. O nosso chão.

O TRONCO

“Espinguela, preciso que você faça um trabalho pra mim”. Quando ouvi o maestro Villa-Lobos dizendo essas palavras, pensei cá comigo: “ué, o maestro é chegado numas mandingas?, tá querendo que eu faça um despacho pra livrar ele de mau olhado, pra arrumar um amor, será que é isso?” Era não. Ele me conhecia do jornal Vanguarda, onde eu trabalhava, e só queria ajuda para reviver os cordões.

O Sodade do Cordão seria um cordão com o jeito dos antigos carnavais. Nada de briga, nada de bagunça, só festa, fantasia, dança e amor. Transformei meu terreiro numa espécie de barracão, desses que hoje ocupam a Cidade do Samba. Lá eu mesmo confeccionei as fantasias de caboclos, homens-sapos, cucumbis. Nas alas, vieram reis, rainhas, morcegos e diabos. De cacique, eu saí na frente do cordão.

O Sodade abriu caminhos para outros convites. Villa Lobos trouxe um outro maestro, Leopold Stokowski, para apresentá-lo à cultura brasileira. Gravamos nossas músicas a bordo do navio Uruguai, ancorado na Praça Mauá. Cartola, Pixinguinha, João da Baiana e Donga estavam lá. Native Brazilian Music foi o nome que deram para o disco — achei “o fino”, como se dizia. Deixei três gravações com meu Grupo do Pai Alufá: “Macumba de Oxóssi”, “Macumba de Iansã” e “Cantiga de Festa”.

Essa era minha vida: as rezas, as giras, os cantos, o samba, as ruas. Durante muito tempo foi assim.

OS FRUTOS

Quando parti deste mundo, queria ter, ainda em vida, aquela sensação boa que via nos gurufins. Queria aquela mistura de tristeza e de festa, queria percorrer as ruas suburbanas e subir as ladeiras do morro de Mangueira anunciando minha partida. Queria ouvir o surdo batendo no ritmo da minha minha primeira estação, os tambores dos nossos terreiros batendo, sentir o cheiro da terra e das pessoas do morro, a ladainha nas capelas, o jogo de bola, o povo do samba se divertindo no Buraco Quente, a algazarra das biroscas, o barulho que a criançada faz quando brinca, as juras de amor declaradas nos quartos de dormir, os cantos de festa e de dor, quis me despedir da vida onde ela me foi mais bonita. Adeus, Mangueira. A gente parte chorando, como disse no samba, mas parte sabendo que deixou uma semente.

Essa semente, meu Arranco do Engenho de Dentro, deu muitos frutos. Era o destino revelado no opele. São frutos nascidos nos terreiros, nas rodas e nas quadras, no fundo dos nossos quintais, nos quilombos transformados em favelas, nos templos de persistência da cultura negra e popular. Eles continuam frutificando onde os tambores batem mais forte, onde nossos corações batem mais forte, onde a vida segue e resiste como arte. O nosso chão semeado é o chão da gente negra; o nosso chão é o chão das escolas de samba.

Os fogos anunciam o início do Carnaval de 2023 na Marquês de Sapucaí. Quase cem anos se passaram desde aquele dia 20 de janeiro e posso ver agora que as marcas deixadas no nosso terreiro permanecem. Elas estão em cada pavilhão, em cada passista, na dança de mestre-sala e porta bandeira, nos versos dos poetas, na roupa alinhada que veste a velha-guarda, no suor da harmonia, na gente que trabalha escondida nos barracões, na alegria das alas no toque do repique, no barulhinho bom que vem no giro das saias das baianas, no brilho e no perfume que cada escola de samba tem. O nosso Brasil é um terreiro e toda escola é um quilombo.

Posso ver tudo isso agora enquanto olho nossa gente vestida de azul e branco entrando na avenida e comemorando 50 anos de sua história. E como é bonito te ver, meu Arranco, defender nossas raízes, nossos quilombos de resistência e arte, nossas heranças e suas novas sementes plantadas. E como você está lindo, meu Arranco. Sua gente feliz, teus santos felizes, teu canto feliz.

Zé Espinguela

Carnavalesco: Antônio Gonzaga
Texto e pesquisa: Antônio Gonzaga, Renato Lemos e Ana Rosa Alves
Presidente: Tatiana Alves
Vice Presidente: Dona Diná
Presidente de honra: Antônio Carlos Júnior
Diretores de Carnaval: Junior Fionda e Michel Porto

Jockey Club, na Zona Sul do Rio, vai sediar feijoada da Portela no sábado

No sábado, a partir das 14h, o Jockey Club Brasileiro (Praça Santos Dumont, 31 – Gávea) vai receber a Feijoada da Portela. Os ingressos já estão à venda pelo site https://www.ingresse.com/feijoada-da-portela-jockey-club – Para ficar ainda melhor, os sócios vão ter 50% de desconto, basta usar o código SOCIOPORTELA. A promoção é válida para sócios contribuintes e sócios torcedores.

feijoada no jockey

A feijoada terá show da Velha Guarda da Portela, Elenco Show, com casais de mestres-salas e porta-bandeiras, passistas, e claro, a Tabajara do Samba sob o comando do mestre Nilo. A abertura do evento fica por conta do grupo Samba D’ Passista.

Não fique de fora dessa! Corra e garanta já o seu ingresso!

Serviço:
Feijoada da Portela no Jockey Club
Data: 17 de setembro, sábado
Horário: a partir das 14h
Endereço: Praça Santos Dumont, 31 – Gávea.
Ingressos: 1 ° lote
Entrada R$ 50
Entrada + feijoada R$ 80

Com mudanças, formato do programa ‘Seleção do Samba’, da TV Globo, é definido

A Liga Independente das Escolas de Samba recebeu na noite desta segunda-feira, a visita das equipes de produção e direção do Seleção do Samba, da TV Globo. Pelo segundo ano consecutivo as agremiações do Rio Carnaval terão suas escolhas de samba transmitidas. Haverá mudanças em relação ao ano passado. A principal delas é o local das gravações. Elas acontecerão nas quadras e serão documentadas de forma fiel ao que ocorre tradicionalmente em cada agremiação.

reuniao selecao
Foto: Reprodução/Redes sociais

“Tenho certeza que será ainda mais positivo para as agremiações. Com o avanço da vacina e a diminuição drástica dos casos de Covid-19, poderemos fazer nas quadras, o local em que as escolas realizam suas finais tradicionalmente. Todas as comunidades vão poder fazer suas festas do jeito que estão acostumadas”, afirmou Gabriel David, diretor de marketing da Liesa.

As escolas terão total liberdade de decoração em suas quadras. Está vedada, porém, a exposição de marcas no palcos dos cantores e da bateria, bem como nas vestimentas dos componentes.

Além de mostrar as obras finalistas e o campeão de cada escola, a produção contará também um pouco da história das agremiações através de personagens marcantes. Os programas irão ao ar em novembro, sempre após o Altas Horas.

Confira o calendário das finais:

07 de outubro: Paraíso do Tuiuti
08 de outubro: Estação Primeira de Mangueira
09 de outubro: Vila Isabel
11 de outubro: Salgueiro
14 de outubro: Portela
15 de outubro: Império Serrano
16 de outubro: Viradouro
17 de outubro: Imperatriz Leopoldinense
20 de outubro: Beija-Flor de Nilópolis
21 de outubro: Grande Rio
22 de outubro: Unidos da Tijuca
23 de outubro: Mocidade Independente de Padre Miguel

Freixo, Cesar e Dani Maia são recebidos na Liesa e firmam compromisso de apoio para escolas de samba e o carnaval

Na noite desta segunda-feira foram recebidos na plenária da Liesa, no Centro do Rio, os candidatos a governador Marcelo Freixo (PSB), a vice-governador Cesar Maia (PSDB) e a candidata a deputada federal Dani Maia (PSDB), ex-presidente da Riotur. Foi firmado o compromisso de apoio às escolas de samba e ao carnaval.

Fotos: Divulgação

O ex-presidente da Liesa, Capitão Guimarães, recordou que Cesar Maia esteve em todos os três momentos emblemáticos para o carnaval: quando os desfiles da Sapucaí passaram para a administração da Liesa; quando viabiliza a construção do Sambódromo enquanto secretário de Fazenda do Brizola; e quando aconteceu a construção da Cidade do Samba.

“Esse reconhecimento e agradecimento por todo o empenho de Cesar Maia em prol do Carnaval chancelam a chapa Freixo/Cesar Maia como expressão verdadeira da defesa inegociável do carnaval por sua expressão cultural, importância econômica e, o mais importante, pela alegria que tanto bem faz a todos”, disse Dani Maia, que afirmou que será a deputada federal do carnaval.

Carnaval da Superliga promoverá três escolas à Sapucaí em 2023

A Superliga Carnavalesca do Brasil, em parceria com a Liga RJ, divulgou que no carnaval de 2023 três agremiações subirão à Série Ouro, na Marquês de Sapucaí. Além das campeãs de cada dia, a segunda escola com maior pontuação na apuração final também será contemplada com uma vaga.

reuniao superliga
Foto: Divulgação/Superliga

“O atual grupo da Série Ouro tem 15 escolas, então conversamos com a direção da Liga RJ e chegamos a esse acordo para igualar o grupo de cima e também contemplar mais uma agremiação da Intendente Magalhães. Estamos trabalhando sempre com a valorização do nosso carnaval da Intendente Magalhães e podem esperar que as novidades para 2023 não param”, revelou o Presidente Clayton.

O anúncio foi feito no último domingo, durante um almoço especial para as escolas no barracão de alegorias. Além da presença de Wallace Palhares, presidente da Liga RJ, o evento contou com Bruno Mattos, presidente da Riotur, Dionisio Lins, Daniela Maia e André Ceciliano.

Debate antirracista e exaltação às raízes marcam evento especial da Beija-Flor

A Beija-Flor recebeu centenas de membros da escola, no último sábado, para o evento ‘Samba, Cultura e Educação’, organizado pelo Departamento Cultural, na quadra da azul e branca. Ao longo do dia, importantes pautas como o debate racial e a história de 73 anos da agremiação ganharam lugar de destaque.

debate bf 1
Fotos: Eduardo Hollanda/Divulgação

O carnavalesco André Rodrigues e o pesquisador Mauro Cordeiro se reuniram com a comissão juvenil antirracista da escola para um bate-papo sobre a invasão dos portugueses ao Brasil em 1500. A dupla, responsável junto do carnavalesco Alexandre Louzada pelo tema de 2023, desconstruiu a teoria do descobrimento e contou a história a partir da ótica dos indígenas, um dos protagonistas do enredo “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”.

Após o encontro, crianças, jovens, adultos e idosos da comunidade se juntaram na quadra para a palestra de Aydano André Motta sobre a ‘Deusa da Passarela’. O jornalista, que é autor do livro ‘Maravilhosa e Soberana: Histórias da Beija-Flor’, relembrou a fundação da escola e os fatos marcantes que transformaram a azul e branca em uma das potências do Carnaval carioca.

debate bf 3

Além de Aydano, experientes personalidades da comunidade discursaram sobre a importância da Beija-Flor na vida de cada um. O evento também contou com sorteio do livro sobre a agremiação, entrega de cartilha com a história da escola e foi encerrado com sambas marcantes cantados por Gilson Bacana, membro do carro de som da azul e branca.

debate bf 2

“O samba sobrevive pela sua simplicidade, pelo povo que se entrega, se doa, entende a razão do samba nas suas vidas. É importante manter a história e a tradição da nossa escola e compartilhar experiências. A motivação minha e do Departamento Cultural é fazer o resgate dessa história. Nós precisamos salvaguardar tudo isso para que ela seja eternizada”, explicou Selminha Sorriso, que além de porta-bandeira é Diretora Cultural da Beija-Flor.

Iza visita barracão da Imperatriz e recebe figurino para o Carnaval 2023

Após show arrebatador no Rock in Rio, a popstar Iza esteve no barracão da Imperatriz Leopoldinense nesta segunda-feira para receber, das mãos do carnavalesco Leandro Vieira, seu figurino para o Carnaval de 2023. Este será o terceiro ano da cantora como rainha de bateria da Rainha de Ramos.

iza imperatriz 1
Fotos: Divulgação/Imperatriz

“Estou encantada com o que o nosso carnavalesco idealizou. Posso adiantar que vai ser um desfile muito quente”, disse a rainha.

Em 2023, a Imperatriz Leopoldinense será a quarta escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, no dia 20 de fevereiro, com o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, do carnavalesco Leandro Vieira.

iza imperatriz 2

O tema se inspira em cordéis populares, como “A chegada de Lampião no inferno”, “O grande debate que teve Lampião com São Pedro” e “A chegada de Lampião no céu”, que se debruça nas hipóteses da literatura de cordel sobre o que teria acontecido com a alma do cangaceiro após sua morte, em 28 de julho de 1938.

Vigário Geral terá enredo com temática infantil no Carnaval 2023

A Acadêmicos de Vigário Geral deu o pontapé inicial visando o Carnaval 2023. A agremiação vai levar para Marquês de Sapucaí o enredo “A Fantástica Fábrica da Alegria”, desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Costa, Lino Sales, Marcus do Val e pesquisa feita por Marcus Vinícius Sant’anna.

vigario enredo23 1

A escola apresentará uma temática diferente do que nos últimos carnavais. A tricolor da Zona Norte vai narrar a vida do menino Samir, cria da comunidade de Vigário Geral, que sempre sonhou em encontrar o bilhete premiado e realizar todas as suas fantasias. O carnavalesco Marcus do Val explica o motivo da escolha.

“Depois de dois carnavais com críticas sócias, em 2023 resolvemos trazer um enredo mais leve e inocente. Nesse enredo pretendemos conduzir à todos uma viagem a momentos que pelo menos uma vez trouxe aquele sorriso de canto de boca ou até mesmo uma risada. Vamos valorizar a alegria pelo simples prazer de ser feliz, despreocupado como uma criança”, comentou o carnavalesco.

Confira a introdução e justificativa do enredo:

O sorriso espontâneo, às vezes sem motivo; o cantarolar repentino; a leveza de ver beleza nos mais simples e miúdos movimentos da vida. A alegria se faz presente nos mais variados episódios da trama de nossa trajetória na terra. Tão plural quanto cobiçada, diversas são as definições que tentam alcançar o seu total sentido e, igualmente complexo, seria tentar reduzi-la em uma única teoria. É seguro dizer que, dos sentimentos humanos, a alegria é sem sombra de dúvidas o mais buscado. Estar alegre, sentir-se alegre, ser alegre – mesmo que a utopia do “para sempre” não seja alcançada e o sentimento nos tome apenas por alguns segundos – são estados verbais que parecem dar razão e sentido aos movimentos que embalam a dança da vida.

É correto também dizer que a alegria, que vem do grego “contente”, “animado”, “ânimo leve” é expressada com maior frequência na infância, fase da vida em que normalmente somos poupados das responsabilidades e compromissos que dificultam a presença de momentos leves e alegres em nosso cotidiano. É baseada nisso que a Acadêmicos de Vigário Geral aposta para o seu carnaval a exposição das alegrias geradas nos tempos de criança. Desde os brinquedos e brincadeiras praticadas em tempos passados, até os games e tecnologias contemporâneas, a intenção é trazer ao público carnavalesco, entre nostalgia e identificação, as magias e sonhos que cercam a infância.

Teremos como referência de adaptação, a obra de Roald Dahl que deu origem ao famoso filme de mesmo nome, A Fantástica Fábrica de Chocolate. Na trama carioca e carnavalesca, Samir, um menino da zona norte, sai às ruas, vazias e escassas de crianças e suas brincadeiras, buscando alegria e divertimento até encontrar o bilhete dourado que lhe dá acesso para uma visita na fábrica. Na “Fantástica Fábrica da Alegria Vigário Geral”, Samir visita os diversos setores produtores de alegria, setores estes que representam as diversas formas de brincar e obter alegria da infância. Por fim, pega sua fantasia, rumo à Marquês de Sapucaí e exibe ao mundo todo a alegria contagiante produzida pela fábrica escola.

Comunidade abraça o samba-enredo da Tom Maior e aprova fantasias para 2023

A Tom Maior apresentou na noite do último domingo os protótipos das fantasias para o Carnaval 2023. Em uma festa organizada na quadra da Unidos do Peruche, a Vermelho e Amarelo também apresentou o samba que contará o enredo “Um Culto às Mães Pretas Ancestrais”. A obra foi escolhida em concurso interno e divulgado nas redes sociais da escola, e tem como compositores Gui Cruz, Turko, Portuga, Rafa do Cavaco, Vitor Gabriel, Fabio Souza, Imperial, Junior Fionda, Willian Tadeu e Anderson. * OUÇA AQUI O SAMBA-ENREDO PARA 2023

tom samba23 1

A escola do Sumaré tem uma equipe de grande notoriedade trabalhando em sintonia. Um dos pilares fundamentais se mostra na figura do diretor de harmonia, Yves Alexeiv, que também é ativo em diferentes segmentos da Tom Maior. Ele conversou com a equipe do site CARNAVALESCO e falou sobre como a escola vem se portando neste novo ciclo.

“Faço parte da diretoria técnica da escola que faz a análise de enredo e posso dizer que está um enredo belo, bonito e bem amarrado, que vem agora ornado com um poderosíssimo, que se não for o melhor apresentado até agora é um dos melhores, com um intérprete que dispensa comentários. Além disso, uma comunidade que voltou, que temos uma sensação diferente pós-pandemia. O que temos sentido nesse pré-Carnaval é o retorno das nossas alas 100%, com o pessoal vindo atrás, empolgado, se sentindo seguro de encarar o ensaio. Tudo bem planejado e bem amarrado, já esperando a dificuldade que será enfrentar uma Copa do Mundo na preparação. Acho que está tudo muito bem azeitado. Se tudo correr conforme o planejado é desfile ótimo, desfile para as Campeãs, para não dizer que vem título por aí. Hoje a gente não briga mais com aquela cabeça de ‘olha, vamos garantir a escola no Especial e depois a gente pensa em outra coisa’. Não, a gente já vem de olho no título há pelo menos quatro ou cinco carnavais”, disse.

tom samba23 7
Fotos: Gustavo Lima e Lucas Sampaio/Site CARNAVALESCO

O modelo de concurso de samba promovido pela Tom Maior para 2023 fugiu do tradicional. Foi uma disputa fechada, tendo apenas os finalistas sendo apresentados através das redes sociais. Mesmo com uma metodologia diferente, Yves contou que a escolha da obra vendedora teve influência da opinião da própria comunidade.

“Temos uma preocupação, no momento da escolha do samba, de consultar todas as alas. Falo sempre que o voto da Harmonia é um voto técnico, claro, vendo se não tem nenhuma parte do samba que é difícil de cantar, mas a gente sempre consulta nossas alas para saber a sensação do pessoal. Foi muito tranquilo para a gente escolher esse ano. Sabíamos que qualquer um dos dois, jogou para cima, o que caísse aqui matava no peito e levava para a Avenida tranquilamente. Essa resposta da comunidade hoje reflete o que vimos no pré-classificação. O pessoal já estava engajado com o samba, sabia já cantar, alguns em dúvida, mas entre os dois sambas, e quando escolheu e efetivou esse o pessoal abraçou de vez. É um samba que é muito fácil de ser cantado, apesar de ser relativamente curto, então o pessoal pegou com uma facilidade muito grande. O primeiro encontro de bateria e ala musical foi hoje, e vimos que encaixou perfeitamente. É muito feliz o resultado que a gente teve”, comemorou.

Em relação ao andamento dos trabalhos de barracão, o diretor garantiu que a Tom Maior está dentro do cronograma, aproveitando o tempo disponível de forma eficaz.

“Apesar de enfrentarmos o mesmo problema das outras coirmãs, que é a questão financeira, sempre muito apertada, desde maio a escola já vem em um andamento de desmontar o desfile de 2022, deixar as bases dos carros prontas para o que viesse desenhado pelo Flávio. No mês retrasado ele já entregou os projetos e hoje já temos um andamento de produção de fantasias. Esses pilotos que apresentamos hoje já estão em processo. Mais uma vez, planejamento para acabarmos cerca de um mês antes do carnaval para termos tempo de revisar, adaptar o que for necessário. Barracão eu posso dizer que já está bem adiantado, está gostoso de ver”, concluiu.

Pontapé inicial para o Carnaval de 2023

A liderança da presidente Luciana Silva é uma das características marcantes da boa fase que a Tom Maior vem passando nos últimos anos. Com os preparativos do Carnaval de 2023 em andamento, a líder da comunidade do Sumaré celebrou a conclusão de mais uma etapa. “É oficialmente um pontapé inicial para o Carnaval de 2023. A gente fica feliz cada vez que finaliza um trabalho. Terminar os pilotos e apresentar o samba, isso é a concretização de um projeto. Agora a gente continua, e a nossa comunidade pelo menos eles estão demonstrando abraçar o samba, gostaram da proposta. Vamos trabalhar para chegar bem no dia 17 de fevereiro”, declarou.

tom samba23 5

A ideia do enredo da Tom Maior para 2023 partiu da presidente, foi trabalhada pelo carnavalesco Fábio Campello e abraçada pela comunidade. Agora, esse enredo tem um samba para contar sua história, e Luciana demonstrou um carinho muito grande pela obra escolhida.

“Minha opinião? Eu sou mãe. Assim, a mãe acha o filho lindo. Conseguimos ser muito fiéis à história e ao enredo e fomos agraciados com um belo samba. O samba é 60% do carnaval e o pessoal gostando, eles vão cantar e levar essa energia. Estou muito feliz e agora é aguardar o resultado desse trabalho”, finalizou.

Afinado no samba, abraçado com a escola

Em preparação para o segundo ano defendendo o microfone da Tom Maior, o intérprete Gilsinho comprovou novamente no ensaio que é craque quando o assunto é samba. Apesar da sua obra não ter vencido a final, o cantor já está afiado com o novo samba da escola e deu um espetáculo embalado pela Tom 30.

“É um samba muito bem construído, bonito pra caramba. Agora é trabalhar. É aquela coisa, o nosso filho é sempre mais bonito que dos outros, mas tenho que parabenizar todos os compositores. Sambaço, bem construído, a escola escolheu e vamos trabalhar ele para ficar cada vez melhor daqui pra frente. Vamos fazer a escola cantar e ir para o Carnaval”, declarou Gilsinho.

tom samba23 8

Consagrado no carnaval, Gilsinho, que já foi campeão em São Paulo com o Vai-Vai em 2015, demonstra se sentir à vontade com a acolhedora família Tom Maior. Dono de uma simpatia cativante, interage com todos os componentes com grande maestria. Ele falou sobre a identidade que tem com a escola desde sua chegada, quando defendeu o bonito samba de 2022 no Anhembi.

“É uma escola boa, me recebeu super bem. Me sinto muito à vontade para trabalhar. O Carlão e a Luciana sempre me dão muita liberdade e fica tudo muito fácil”, concluiu.

Tom 30 já começou a se preparar

Durante a apresentação do samba de 2023 na festa desta noite, mestre Carlão apresentou junto de seus liderados algumas das novidades que já vem preparando. Ele exaltou as qualidades que a obra possui. “Esperamos ganhar um samba e fizemos uma reunião técnica. Fizemos quatro arranjos e começamos a trabalhar essa semana dois e em outubro vem mais dois. Estamos trabalhando toda terça, e quando chega no domingo a gente está executando. Logicamente temos que melhorar muito, mas a proposta é muito legal. Na minha opinião o samba é muito guerreiro, um samba muito voluntarioso. Estou muito esperançoso do conjunto samba, escola e bateria”, disse.

Na opinião do mestre, as redes sociais tiveram papel fundamental na penetração surpreendente do samba vencedor na comunidade da Tom Maior. Aproveitou para detalhar o cronograma de ensaios até o carnaval, apontando um detalhe especialmente inusitado.

tom samba23 3

“Hoje temos em mãos um canal mundialmente formador de opinião, que são as redes sociais. O que aconteceu foi um retorno muito bom em relação a escolha do samba, e as alas todas acompanharam também e estão muito felizes com o nosso samba. Ensaiamos toda terça a parte técnica da bateria, e nos domingos com a ala musical. Temos agora acho que quatro ou cinco meses para trabalhar, mas levando em conta que quando chegar a Copa do Mundo perderemos alguns ensaios”, explicou.

Um olho no hexa, outro no título inédito do Carnaval de São Paulo. A Copa do Mundo em plena preparação para o desfile de 2023 é algo inédito, mas mestre Carlão sabe que a Tom Maior está em um caminho promissor e garante que o foco da escola é a busca pela excelência. “Olha, estou torcendo para sermos campeões, e é claro que não terá ensaio quando o Brasil jogar. Nos últimos quatro anos terminamos dois anos empatados em primeiro lugar, em 2018 e 2022. Nós falamos muito internamente com a direção da escola, as alas, com todos. Temos que manter a qualidade e a busca pela excelência para que possamos buscar e disputar esse título”, finalizou.

Casal 40 de casa nova e nos braços do povo

Apresentados oficialmente em junho como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Tom Maior, Ruhanan e Ana Paula, já demonstram grande sintonia com a comunidade. Enquanto Ruhanan é cria da escola e realiza o sonho de defender o pavilhão principal, para Ana Paula é um novo ciclo que começou.

tom samba23 6

“É uma alegria enorme, responsabilidade também. A gente está lutando pelo campeonato que vamos ter em 2023 e vamos pra cima que é tudo nosso”, disse Ana Paula.

O casal foi um show à parte na festa da Tom Maior. Com uma dança energética e muito sincronizada, demonstraram estar alinhados com o samba e prontos para defendê-lo na Avenida. “Sobre esse samba, acho que todo mundo tem mãe, seja ela preta ou não. Eu tenho uma mãe preta e estou dançando com a mãe de um preto. Então toda vez que eu canto, é para essas duas mulheres. A coreografia fluiu aqui na hora, porque esse samba tem essa magia, esse axé e a gente não precisa fazer muito. Precisa ensaiar, mas a magia está acontecendo naturalmente aqui na Tom Maior”, declarou Ruhanan.

tom samba23 2

“O samba já representa o que a gente passa como mãe. É um samba maravilhoso de dançar e as coreografias acabam fluindo. A gente já vem ensaiando ele mesmo, mas é tudo muito espontâneo por conta da energia dele”, celebrou Ana Paula.

Ruhanan e Ana Paula chegam na Tom Maior com a missão de manter a excelência do Carnaval de 2022, onde receberam a pontuação máxima em seu quesito. O mestre-sala garante que o foco é defender o título de Casal 40. “Isso sem sombra de dúvidas. A gente está trabalhando para ser 40 de novo. Tivemos uma reunião essa semana e foi falado isso. Todo mundo na Tom Maior vai ser 40. Se Oxalá quiser e todas as mães pretas quiserem, a gente vai ser campeão do carnaval”, concluiu.

Samba-enredo

A parceria vencedora é velha conhecida dos sambistas paulistanos. Gui Cruz, Turko, Portuga, Rafa do Cavaco, Vitor Gabriel, Fabio Souza, Imperial, Junior Fionda, Willian Tadeu e Anderson levaram a vitória na Tom Maior com uma obra de andamento animado com letra de muito bom gosto. Os pontos de principal destaque da obra puderam ser percebidos durante a apresentação, que contou com numerosas passagens do samba.

Por diversas vezes, Gilsinho jogou para o público, que respondeu com vigor principalmente nos versos “Iya… Se hoje me coloco aos teus pés / É porque também sou Geledés” e no refrão principal, com construção original de qualidade e respeitando as características da Tom Maior.

É uma letra que parece ser curta, mas conta o enredo com uma feliz riqueza de detalhes. A qualidade é incontestável, e ficou evidente como a comunidade já o domina com facilidade. Uma escolha muito feliz da Vermelho e Amarelo que contribui positivamente para a excelente safra de sambas de 2023 que o Grupo Especial de São Paulo está construindo.