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Viradouro vai homenagear mulheres negras notáveis no encerramento do desfile de 2023

A Viradouro apresentou na noite de terça-feira, durante ensaio na quadra, as mulheres homenageadas no encerramento do desfile no Carnaval 2023. O carnavalesco Tarcísio Zanon prepara a ala “O Brasil de muitas Rosas”. Na linha do enredo “Rosa Maria Egipcíaca”, a ala exaltará mulheres negras com destaque em diversas profissões. Dentre as áreas de atuação estão a moda, a música, a dramaturgia, o carnaval e o direito.

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Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

Em entrevista ao CARNAVALESCO, Tarcísio Zanon frisou a ligação das homenageadas com o enredo da escola. “A gente procurou chamar várias mulheres que representam essa herança da Rosa Maria Egipcíaca”.

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A cantora e integrante do carro de som da Mocidade Independente de Padre Miguel, Débora Cruz, comentou sobre a honra de ter recebido o convite para compor a ala. “Foi uma honra ter recebido esse convite tanto do Tarcísio, como da Viradouro em si para fazer parte dessa história que ainda não está totalmente contada, muita gente não conhece. É uma forma de expressar um pouco mais a nossa negritude”.

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A atriz Luana Xavier demonstrou enorme felicidade com o convite da Viradouro. “É aquele momento em que a gente consegue se reconhecer a cada olhar que encontramos. A gente sente que também a nossa existência depende de toda a mulher preta que participou da criação da história desse país. É uma honra absurda poder fazer parte disso”, abordou.

Restam menos de 50 frisas para o sábado das campeãs; para domingo e segunda estão esgotadas

Interessados em adquirir frisas para os desfiles do Grupo Especial no Carnaval 2023 agora contam somente com menos de 50 ingressos para o sábado das campeãs (25/02/2023).

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Foto: Divulgação/Riotur

Essas frisas deverão ser adquiridas pelo telefone (21) 3190-2100 e o pagamento efetuado através de boleto bancário, que será enviado para o e-mail informado pelo interessado.

As frisas para os desfiles de Domingo e Segunda-Feira de Carnaval estão esgotadas

Gerente de Comunicação da Liga-SP enaltece sinergia com os sambistas e foca no maior carnaval da história

Responsável pela comunicação da Liga-SP, Jairo Rozen, desde 2012, mudou a relação com a imprensa, e, principalmente, com os sambistas. A aprovação é grande e tudo isso passa por um trabalho eficiente. Ele vem coordenando com êxito, instruindo os profissionais e o segmento só tem a crescer e atrair públicos maiores. Em se tratando de carnaval é algo diferente, que virou referência para todos os outros lugares. A forma “descontraída” abordada nas redes sociais e nas lives é um dos aspectos positivos. Hoje, o leitor “conversa” com os canais da Liga, gerando engajamento e acessos. Recentemente, a transmissão do evento de lançamento dos sambas de 2023 com os mini desfiles foi de grande sucesso. Além disso, as artes, capas de CD e o marketing para a venda de ingressos se destacam bastante.

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“A Liga tem dado importância para que dentro da pista corra bem e fora dela corra melhor ainda para que a gente tenha um ambiente onde a pessoa que não conhece o carnaval, se apaixone e volte novamente. É o cuidado não só das escolas e da parte burocrática, também com nosso público, as pessoas que vêm assistir carnaval e tem a festa como um entretenimento. Fazer com que o carnaval não seja só um desfile na pista, mas que seja um mega evento que é um dos principais da cidade de São Paulo”, declarou Jairo Rozen.

As lives de transmissão de ensaios técnicos e desfiles de Acessos I e II ‘salvaram’ muita gente que não puderam ou por algum motivo, não conseguiram ir ao Anhembi. Além disso, expandiu o carnaval paulistano para o Brasil todo. O gerente de comunicação falou que pretende melhorar para essa temporada. “A ideia é fazer cada vez mais as nossas transmissões dos nossos canais nas redes sociais serem melhores. A partir do dia 27 de janeiro teremos a transmissão dos ensaios técnicos. Vamos transmitir os desfiles do Acesso 1 e 2. A gente está planejando isso porque ficamos devendo. Foi um carnaval diferente, onde o grupo de Acesso I e II foram antes do Especial e a TV Globo estava montando sua estrutura. Esse ano a ideia é que a gente chegue com uma transmissão melhor que 2020, que foi perto do ideal”, explicou.

Jairo Rozen contou que a principal estratégia para melhorar é cada vez mais trazer o público para perto. “Eu acho que esse trabalho que a gente tem feito dentro do Sambódromo e eventos é de grande importância. Queremos trazer conforto para o público se sentir em casa. A Liga não é esse ‘ser superior’, essa entidade suprema. Pelo contrário, a Liga é a casa dos sambistas. Hoje, a gente tem todas as escolas dentro da Fábrica do Samba e quem quiser conhecer a Liga e quem trabalha nela, pode fazer isso. A conexão vem daí mesmo. Não entender a Liga como se fosse um ‘deus’. A Liga é um facilitador para as escolas, imprensa e para o público. Esse é o nosso trabalho”, disse.

As capas dos CDs do carnaval de São Paulo são muito criativas nos últimos anos. O uso do colorido e a forma que se enaltece a escola campeã do ano anterior agradam os sambistas. Jairo Rozen explicou o processo de criação. “As capas nos últimos anos a gente tem feito internamente. A Dani (Daniella Strachino), que é a nossa designer, tem sido responsável por fazer todo o projeto gráfico. Não só da capa do CD, mas como toda a comunicação visual do carnaval. Ela está responsável por isso desde o carnaval de 2019. Esse é o quarto ano. É algo que a gente construiu. Não ficar dependendo de agências e pessoas externas. Temos aqui pessoas do carnaval que sabem do que os sambistas gostam e querem ver. O que funciona e não funciona. Sobre a capa, eu fico muito feliz porque eu vejo a cada ano muitas pessoas elogiando. É trabalhoso, desde o dia do desfile a gente contrata um fotógrafo específico para tirar a foto do CD. Nós acertamos de novo e o pessoal da Mancha Verde ficou muito feliz. Eu vi um pessoal ano passado dizendo que a Liga não se preocupa com as pessoas, porque nós não colocamos o rosto dos componentes, mas isso é uma tremenda bobagem, porque um carro abre-alas ele é um símbolo de milhares de pessoas. É o orgulho de milhares de pessoas que batalharam para chegar no desfile com aquele carro na avenida e ganhar o carnaval. Dos 34 presidentes, tenho certeza que o sonho deles é ver o abre-alas estampado na capa do CD do carnaval, porque isso quer dizer que você foi campeão do carnaval”, declarou.

As faixas de sambas-enredo das escolas para o próximo carnaval foram disponibilizadas nas plataformas digitais e CD físico. Em 2021 e 2022, a Liga adotou um modelo diferente, no qual cada agremiação gravou o seu samba, passa para a entidade e ela juntou todas as trilhas-sonoras. Anteriormente, estava sendo gravado na Fábrica do Samba. Jairo falou sobre a mudança. “Nos últimos dois carnavais esse foi o modelo encontrado. A gente tem saudade de montar a tenda e fazer as gravações ao vivo. Não desistimos disso. É porque no ano passado tivemos pandemia. Evitamos a aglomeração. Em 2022 o carnaval foi em abril e tudo ficou muito corrido para fazer aquela logística de montar. Agora com o carnaval voltando para fevereiro, vamos dar uma respirada. Em abril nós terminamos o carnaval e em maio já tivemos que pensar em outro. Mas ficou muito legal, as escolas tiveram bastante cuidado com o produto. Mas a gente sabe que tem que voltar a seguir um padrão. Só que vamos focar em fazer o maior carnaval de São Paulo novamente e depois vamos sentar e conversar para ter um álbum ainda melhor para 2024”, comentou.

Letícia Guimarães será musa na Mocidade Independente de Padre Miguel

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Divulgação

O carnaval é, sem lugar a dúvidas, uma das maiores paixões da personal trainer Letícia Guimarães que, em 2023 curtirá a folia com intensidade. Nascida no mês de fevereiro, a carioca nascida e criada na Baixada Fluminense terá motivos de sobra para celebrar mais um ano na Sapucaí. Além de defender as cores da Inocentes de Belford Roxo, escola onde desfila há 16 anos e na qual exerce o posto de rainha da agremiação, Letícia será uma das musas da Mocidade Independente de Padre Miguel, terceira escola a se apresentar no domingo de carnaval, 19 de fevereiro.

“Não tenho nem palavras para mensurar a alegria que estou sentindo com o convite da Mocidade, uma escola cuja tradição é ímpar e com torcedores apaixonados. Embora eu tenha muita experiência no Carnaval, bate aquele friozinho na barriga e espero corresponder à altura dos Independentes”, diz a musa que já foi rainha do Carnaval e que desfilará à frente do primeiro tripé da verde e branca.

Preparando-se intensivamente para os dias de folia, Letícia enfrentará uma verdadeira maratona de ensaios. Além de brilhar na Sapucaí, ela também emprestará toda a beleza e samba no pé ao “Carnaval do Povão” que acontece na Intendente de Magalhães desfilando como rainha de bateria dos Acadêmicos de Santa Cruz.

“O ano de 2023 começou bem agitado e eu celebro, de verdade, todos esses convites. Eles são uma forma de reconhecer o meu amor a esta festa que promove a nossa cidade internacionalmente e que atrai turistas de todo o mundo. O Carnaval é uma festa popular mas também é um grande pólo de geração de empregos e oportunidades para milhares de pessoas”, comenta ela.

Prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini vai desfilar na Inocentes de Belford Roxo

O presidente da Inocentes de Belford Roxo, Reginaldo Gomes, e o presidente de honra, Rodrigo Gomes, foram a Vitória, capital do Espírito Santo, para oficializar o convite ao prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) comparecer ao desfile da agremiação, no próximo carnaval, no Rio de Janeiro. Quando a Inocentes apresentará o enredo em homenagem as paneleiras de Goiabeiras, que tem como título “Mulheres de barro “e abordará pontos turísticos como o Parque do Vale do Mulembá, o Galpão das Paneleiras, mostrando a importância cultural de Vitória, a culinária, festas, tradições e o empoderamento da mulher capixaba. Uma imersão na história da tradicional cultura do Espírito Santo.

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Foto: Divulgação

“Será uma grande felicidade para nós termos o prefeito Lorenzo Pazolini em nosso desfile. Aproveitamos para agradecer a hospitalidade e a atenção que recebemos de todos. Vamos fazer um dos desfiles mais bonitos da avenida”, disse o presidente da Inocentes de Belford Roxo, Reginaldo Gomes.

O prefeito destacou que se sentiu honrado com o convite e já confirmou presença, na Avenida Marquês de Sapucaí, no sábado de carnaval, com a Inocentes de Belford Roxo.

No encontro, também estiveram presentes: O presidente da Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial de Vitória, Edson Neto; presidente da Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso de Vitória, Sandro Rosa; secretário de Relações Comunitárias, Leandro Borges; sambista , Axel Fernandez e a comitiva da Inocentes formada por Lucas Milato, carnavalesco, Tiago Gomes, diretor Jurídico e Gabriel Oliveira, diretor.

Em 2023, a tricolor da Baixada Fluminense será a oitava escola a desfilar no dia 18 de fevereiro, pela Série Ouro da Lierj, levando um contingente de 2.200 componentes divididos em 20 alas.

Acesso I com escolas tradicionalíssimas chama atenção do carnaval de São Paulo

Das quatro maiores campeãs do carnaval de São Paulo, três estarão no Acesso I em 2023. Ao todo, são 37 títulos do Grupo Especial desfilando no domingo, contra 29 na sexta-feira e no sábado. Os dados dão a dimensão do peso dos pavilhões no segundo grupo da folia paulistana, que será realizado no dia 19 de fevereiro do próximo ano. Integrantes de cada uma das agremiações falaram ao CARNAVALESCO sobre o panorama do Carnaval 2023.

Tradicionais valorizadas

No geral, diversos componentes exaltaram o peso das bandeiras presentes no Acesso I de 2023. Um deles foi Agnaldo Amaral, da Nenê de Vila Matilde. Perguntando se para subir bastava não errar, ele foi enfático e aproveitou para exaltar as coirmãs. “Não pode errar nunca, na realidade! As melhores do carnaval, com todo o respeito, estão no Acesso: as tradicionais estão aqui. A gente vai fazer tudo e o impossível para estar no Especial ano que vem. Já são alguns anos amargando essa situação e esse ano vamos subir, se Deus quiser, estamos cheios de vontade de ser campeões. O carnaval é isso, está cada vez mais acirrado, graças a Deus”, destacou o intérprete da escola onze vezes campeã do carnaval que retorna ao segundo grupo após ser campeã do Acesso II em 2022.

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Jessika Barbosa, porta-bandeira do Camisa Verde e Branco, pontuou que a comunidade da Barra Funda também está animada para disputar com coirmãs tão tradicionais. “Sim, com certeza! As mais tradicionais estão no Acesso I, e está todo mundo na comunidade com sangue nos olhos para alcançar os nossos objetivos”, pontuou.

Mestre Marcel, diretor de bateria do Morro da Casa Verde, também destacou a garra dos ritmistas comandados por ele. “Eu passo muita informação pra eles, e eu falo que o Acesso I é muito competitivo, tem muita escola grande. Temos que fazer o melhor pela nossa escola e todo mundo abraço, está todo mundo com sangue no olho”, prometeu.

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O peso das concorrentes também foi destacado por Brunno Mathias mestre-sala da Colorado do Brás. “Os componentes entendem que a nossa responsabilidade está dobrada. Além de estarmos num grupo em que acabamos de chegar, têm muitas escolas de peso e de tradição. Vamos ter que passar passando, como o nosso presidente diz, com aquele algo a mais. É aí que a gente vai levar”, relembrou, destacando que a equipe foi a penúltima no último desfile do Especial e foi rebaixada.

Erro zero

Diversos integrantes também destacaram que, em um grupo tão concorrido, um erro é fatal. Edson Jr., o Juninho, vice-presidente da X-9 Paulistana, é um deles. “Estamos trabalhando pesado para não só errar, mas… vocês vão ver na pista o diferencial. Carros totalmente diferentes e bem-acabado. Vamos com força total!”, prometeu.

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Ter ‘algo a mais’ também será importante para quem quiser boas colocações no Acesso I. E a escola conhecida justamente pela expressão, o Vai-Vai, terá tal característica na avenida mais uma vez em 2022, de acordo com Renato Trindade, o Renatinho, mestre-sala da escola. “A gente sempre fala que ‘ser Vai-Vai é algo mais’. É isso que a nossa comunidade vai dar, esse algo a mais. Vai-Vai está no nosso coração, assim como o samba. O quilombo ainda está fincado nos nossos corações”, poetizou.

Mestre Dennys, diretor de bateria da Mocidade Unida da Mooca, concordou com os componentes das coirmãs. “Não pode errar, de jeito nenhum! É muita humildade, porque quando você tem algum tipo de soberba no carnaval, é costume as escolas errarem. Estamos fazendo nosso dever de casa com muita simplicidade no aspecto geral. Se Deus quiser, vamos conseguir o acesso para o Especial”, vibrou.

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Brunno, porém, acredita que passar apenas com acertos pode ser o suficiente desde que os integrantes de cada escola de samba correspondam na avenida. “Cada ano é um ano, independentemente das escolas que estão lá. O campeonato, todo ano, tem uma surpresa. Vai levar quem errar menos, e o mais importante em todo ano é o chão de cada escola. É o que a Colorado está buscando: cantar e vibrar, mostrar que temos que voltar de onde nunca deveríamos ter saído”, ressaltou.

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Sangue frio

Apesar das imensas escolas de samba presentes no Acesso I, há quem prefira tirar a pressão do peso dos pavilhões envolvidos. Fernando Neninho, mestre de bateria do Pérola Negra, não deixou de exaltar as coirmãs, mas preferiu focar no trabalho desenvolvido pela Joia Rara. “O ‘algo a mais’ é ensaiar e trabalhar. Sempre respeitar as grandes, elas são as pioneiras, mas acredito que, trabalhando e ensaiando, não tem segredo. Esse é o foco para a escola chegar ao objetivo”, ressaltou.

O diretor aproveitou para ressaltar a união de todas as agremiações e rechaçou qualquer tipo de rivalidade mais ácida entre elas – sobretudo entre os ritmistas. “As baterias se expandiram hoje em dia, quem desfila em uma desfila em outra. Tem poucas escolas que não permitem seus componentes de não tocar mais nas coirmãs. Geralmente, ritmista que desfila lá também desfila aqui e assim por diante. Essa rivalidade fica mais pra zoação, em grupo de WhatsApp. No carnaval isso não faz bem, não”, finalizou.

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Comunidades empolgadas

As comunidades das respectivas escolas de samba também estão empolgadas para o desfile. Na Vila Matilde, Agnaldo elembrou as últimas agruras da Águia: “O pessoal já estava animado quando estava no Acesso II, agora o pessoal está ainda mais!”, orgulhou-se. Juninho tem a mesma percepção em relação aos componentes da X-9: “A comunidade abraçou o projeto, tá todo mundo vindo com força total, tá cantando forte. Estamos confiantes!”, pontuou.

Após o segundo rebaixamento em três desfiles (e, também, o segundo na história da maior campeã do carnaval paulistano, com quinze títulos), Renatinho destacou a mudança pela qual a Saracura está passando após a lanterna no Especial de 2022. “Eu vou falar uma coisa muito séria para vocês: o Vai-Vai está diferente. O Vai-Vai está com outro tipo de cabeça. Pra gente, não é importante termos novos horizontes: é importante ter o nosso samba com organização. Esse é o DNA novo que o Vai-Vai vai vir e que vai ser totalmente diferente”, afirmou.

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Na Zona Leste, Dennys destacou que ele também tem um papel bastante curioso na bateria: sossegar os ritmistas. “O meu maior desafio é acalmá-los. A euforia pode trazer erros para a bateria. Sempre explico que temos que ter respeito pelas coirmãs, mas, em primeiro lugar, temos que fazer o nosso. A gente tá ensaiando muito, está trabalhando duro, é só fazer tudo na calma que tudo vai dar certo”, pontuou.

Qual a força da escola?

Perguntados sobre quais seriam os principais pontos positivos de cada agremiação, integrantes mostraram quão diversos serão os desfiles no domingo de carnaval.

Jessika está confiante na temática apresentada pelo Camisa Verde e Branco. “Eu acho que o principal esse ano é a força do nosso enredo. Além da gente simplesmente não errar, temos que mostrar a força do nosso enredo e a intensidade que os nossos diretores já pedem. É o nosso diferencial para chegar ao nosso almejado Grupo Especial”, afirmou, referindo-se a Invisíveis”, tema da escola que abordará os marginalizados após a promulgação da Constituição do Cidadão, em 1988.

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Sempre evitando qualquer sobressalto, Dennys destacou que a Chapa Quente, bateria da MUM, atuará coletivamente com todos os outros quesitos da agremiação. “A nossa parte de bateria já está toda feita: desenhos de tamborim, bossas… faremos tudo, mas com cautela. A responsabilidade é muito grande, temos um quesito para defender mas temos que pensar na escola toda. Lógico que queremos mostrar o trabalho de um ano inteiro, mas temos que pensar na escola em primeiro lugar”, ratificou.

Há, também, quem evite colocar pressão em um único segmento. É o caso de Marcel “Tem vários fatores, e isso nós só veremos no dia. Estamos nos preparando, fazendo nosso trabalho. Vamos fazer o melhor pela nossa escola e, se Deus quiser vai dar tudo certo”, destacou o diretor de bateria do Morro.

Samba didático: Paraíso do Tuiuti traz mistura de samba com carimbó para contar chegada dos Búfalos à Ilha de Marajó

No próximo carnaval, a Paraíso do Tuiuti levará para a avenida a história dos Búfalos e toda ligação deles com a Ilha de Marajó, no Pará. Desenvolvido pela dupla de carnavalescos Rosa Magalhães e João Vitor Araújo, o enredo “Mogangueiro da Cara Preta” propõe contar a história da chegada dos Búfalos à Ilha, além de mostrar as lendas, mistérios e a vasta cultura que existe nessa região do Brasil. A agremiação de São Cristóvão será a primeira escola a desfilar no segundo dia de desfiles do Grupo Especial e a obra escolhida para embalar o cortejo é da parceria de Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia.

O site CARNAVALESCO dando continuidade à série de reportagens “Samba Didático”, entrevistou o compositor Claudio Russo para saber mais sobre os significados e as representações por trás dos versos e expressões presentes no samba da Paraíso do Tuiuti para o carnaval de 2023. Claudio explica o olhar sobre o enredo que a composição vencedora tomou para dar o seu recado.

“A gente faz muita alusão ao ritmo paraense, o samba foi construído assim, principalmente ao carimbó, o samba foi construído também com uma nomenclatura com utilização de palavras comuns ao estado do Pará, principalmente da Ilha de Marajó e eu acho que deu um samba muito autêntico, muito original quanto a isso”, conta o compositor.

Num mar de tempestade e ventania
Foi trazendo especiarias que o barco naufragou
Nós moscada, cravo, iguarias
No caminho para as Índias a história eternizou
O marinheiro se perdeu na madrugada
O mogangueiro correu para o igarapé

“O enredo do Tuiuti começa com a rota para as índias, o caminho das Índias. E a busca por especiarias. Que que acontece nesse período das grandes navegações, um navio vindo das Índias naufraga no litoral brasileiro próximo à Ilha de Marajó e esse navio ao invés de trazer somente especiarias traziam de búfalos. E ele acaba naufragando e os búfalos chegando na terra firme. Alguns búfalos se salvaram. E desses búfalos que se salvaram nasceu o maior rebanho de búfalo do Brasil na ilha de Marajó. O enredo começa aí e vai entrelaçando a história do Búfalo que se adaptou a Ilha de Marajó. Com a própria história de Marajó. Então no começo nós temos esse primeiro momento no mar de tempestade, ventania foi trazendo especiarias que o barco naufragou. É isso que conta a história, a gente já falou da do caminho das Índias, da herança da Índia, das especiarias e como o Búfalo chega em Marajó”.

O marinheiro se perdeu na madrugada
O mogangueiro correu para o igarapé
A curuminha entoou uma toada
Enquanto abria-se a flor do mururé
E nesse encontro entre o rio e o oceano
A grande ilha que cultiva o carimbó
Dizem que bichos ainda falam com humanos
Há muitos anos na Ilha de Marajó

“Depois no samba a gente fala o marinheiro se perdeu na madrugada, por quê? Porque com o naufrágio a maioria dos marinheiros morreram, mas pra não dizer morreram eu digo se perdeu na madrugada, o mongangueiro que é o búfalo correu para o Igarapé, o que se salvou. A curuminha entoou uma toada. Por que a curuminha? Enquanto aconteciam naufrágio a vida em Marajó seguia. E a Curuminha faz parte da vida de Marajó. Então ela entoou uma atuada pra natureza que se abriu em flor. Que é a flor do mururé. Que é uma planta típica do norte brasileiro principalmente da área ali da Ilha de Marajó, prosseguimos e neste encontro entre Rio e Oceano. Por quê? Porque Marajó é uma ilha que uma parte dela é voltada para o Rio e outra parte dela é voltada para o mar
aberto. Então, neste conto entre o Rio e o oceano a grande ilha, Marajó que cultiva o carimbó. O carimbó nasceu na ilha de Marajó. E como é uma ilha fantástica, cheia de mistérios, lindas, histórias, crenças, uma dessas crenças é que um determinado momento os bichos falam com os humanos homens e animais se falam. Por isso que a gente fala dizem que bichos ainda falam com humanos há muitos anos na ilha de Marajó”.

É! Batuqueiro no samba de roda curimbó
Quero ver você cantar como canta o curió
Okê caboclo onde vai a piracema?
Rio acima segue o voo de uma juriti pepena

“Os batuques e Marajó são muito conhecidos o carimbó, mas tem outros ritmos. E o que que a gente vem logo no refrão no primeiro refrão? Ê batuqueiro no samba de roda curimbó. Curimbó é o quê? É o tambor. Parece carimbó, mas é curimbó. É no Samba de Roda Curimbó. Quero ver você cantar como canto curió. Curió apesar de estar espalhado por todo o Brasil, curió, curió do bico doce. É muito frequente na área do Marajó. Oke Caboclo é o natural da índia, onde vai a piracema? A piracema que é a subida dos dos peixes, pelo rio acima segue o voo de uma juriti pepena. Juriti é uma ave também característica da região”.

Há mão que modela a vida
No bairro Marajoara
E o búfalo que pisa
Esse chão do parauara

“Marajó que também é muito conhecida pela sua arte no barro, a sua cerâmica e não poderia ser ter sido deixado de lado esse fator. A gente abre a segunda com esse fator. Mas remete que o búfalo está totalmente integrado a esse chão. Então, a mão que modela a vida há de existir a mão que modela a vida. No Barro Marajoara. E o Búfalo que pisa esse chão. Esse chão do Parauara. Parauara é o nativo do Pará. Também é um é uma nomenclatura conhecida da região. E o Búfalo está ali”.

Chama o mestre damasceno
Pra entoar esta canção
Das cantigas da vovó
Do tempo da escravidão

“O mestre Damasceno é a figura mais emblemática da cultura marajoara, é um artista, compositor, cantor e a gente chama ele porque ele tem uma ligação muito grande com os ancestrais, ele valoriza muito isso. A gente chama o mestre Damasceno para entoar essa canção, mas que canção é essa? É a canção daquelas das cantigas da vovó do tempo da escravidão que clamava por liberdade”.

É lá! É lá! É lá!
Canoeiro vive só morená
É lá! É lá! É lá!
Mas precisa de um xodó

“Logo depois a gente faz outra alusão ao Mestre Verequete com é lá é lá é lá. Canoeiro vive só a morena. É lá, é lá, é lá. Mas precisa de um xodó. Aí nesse segundo refrão a gente faz muita alusão ao ritmo do Carimbó. A gente o tempo todo no samba quer trazer essa mistura de samba com carimbó, fazer alusão aos ritmos do Pará. E nesses dois refrões o primeiro e o segundo ficou bem marcante”.

Cadê o boi?
O mogangueiro, o mandingueiro de oyá
Meu Tuiuti não tem medo de careta
Traz o boi da cara preta, do estado do Pará

“E partimos pro último refrão, é um samba com três refrões que depois de contar a história do Boi em Marajó junto com a própria história de Marajó, tem o Búfalo bumbá, tem várias características do Búfalo em Marajó. Por que que as vezes eu chamo o boi? Porque mesmo não sendo da mesma família, o búfalo em Marajó é chamado de boi. Eles não são da mesma família, mas guardam um certo parentesco, o nosso boi é o búfalo, o mogangueiro, o mandingueiro de Oyá, e foi isso que a gente trouxe pro refrão, trazer um refrão mais alegre, brincar com essa coisa, porque todos sabemos da ligação entre Iansã e o Búfalo. Iansã se transforma em borboleta, mas também se transforma em búfalo. A gente diz que é um mandingueiro de Oyá. E no final, lembrando as cantigas de roda bem conhecidas em todo o Brasil, dizemos que o Tuiuti não tem medo de careta traz o boi da cara preta do estado do Pará”.

Riotur projeta cinco milhões de foliões no carnaval de rua em 2023

O bloco está na rua. O folião, depois de dois anos sem o contagiante som carnavalesco dos blocos de rua, em 2023 terá direito a toda alegria que ficou contida em dois anos de pandemia. A Riotur informa que este ano o público estimado será de cinco milhões de pessoas, com número preliminar de 433 desfiles e 613 blocos inscritos para desfilar. Em 2020, esse número foi de 754 e ocorreram 427 desfiles. Na Zona Sul este ano, o número de desfiles será menor do que três anos atrás. Em 2020, foram 110, em 2023 serão 94.

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Bola Preta desfila no Centro do Rio – Fernando Maia/Prefeitura do Rio

“Já é uma tradição que os blocos de rua arrastem milhares de foliões por todos os cantos da cidade. Este ano estamos fazendo pequenos ajustes para que a retomada do Carnaval de rua no Rio seja espetacular. Organização, acessibilidade e muita alegria serão a marca do Carnaval de rua 2023”, destacou o presidente da Riotur, Ronnie Costa.

A partir do dia 20 de janeiro, data do início oficial dos desfiles, a Prefeitura vai disponibilizar 220 ambulâncias e oito postos médicos que serão operados pela Secretaria Municipal de Saúde. O objetivo é não inflar o sistema público com atendimentos médicos de baixa complexidade.

O folião vai contar ainda com 34 mil banheiros químicos posicionados por onde passarão os blocos, sendo 10% para pessoas com deficiência, os chamados PCDs. O número de operadores de trânsito mais do que dobrou: neste ano serão 3.250 agentes, enqunato em 2020 foram 1.500. E para ajudar na limpeza da cidade, a Comlurb vai disponibilizar mil contentores de 240 litros. Dez mil vendedores autônomos serão cadastrados e identificados com colete. Eles receberão treinamento da Riotur para atuar nos blocos.

Os desfiles dos megablocos (Bola Preta, Fervo da Lud, Bloco da Anita, Monobloco, Chora me Liga e Carrossel de Emoções) terão o circuito de desfiles no Centro para dar mais logística na hora da dispersão.