Chegou o dia! A partir das 21h30, desta sexta-feira, sete escolas de samba abrem os desfiles da Série Ouro no Carnaval 2023. Pelo regulamento, apenas a campeã subirá para o Grupo Especial. As duas últimas colocadas caeam para Série Prata e vão desfilar na Intendente em 2024. Passam pela Avenida Marquês de Sapucaí hoje as seguintes agremiações: Arranco, Lins Imperial, Vigário Geral, Estácio de Sá, Unidos de Padre Miguel, Acadêmicos de Niterói e São Clemente. Veja abaixo o resumo do que será cada desfile.
ARRANCO
Em 2023, o Arranco voltará a desfilar na Série Ouro do Carnaval carioca depois de 10 anos afastado da Marquês de Sapucaí. A agremiação vai abrir os desfiles do grupo na sexta-feira, 17 de fevereiro, trazendo uma homenagem a um sambista importantíssimo para sua história e para a história do Carnaval – Zé Espinguela. A narrativa vai passar pela ancestralidade e religiosidade que constituem o homenageado até chegar no legado que ele deixou para os dias atuais. * VEJA AQUI MAIS SOBRE O DESFILE
LINS IMPERIAL
Em 1990, a Lins Imperial levava para a Avenida um carnaval de Sérgio Farias sobre Madame Satã, nome artístico de João Francisco dos Santos, um menino humilde que desde a infância sofreu muito na vida. Drag performer, capoeirista, homossexual, negro e nordestino, Madame Satã tornou-se um simbolo de resistência aos menos favorecidos. Após 33 anos do imponente desfile da Lins Imperial no Grupo Especial, a escola de samba volta a homenagear Madame Satã e promete entregar um belo carnaval na Marquês de Sapucaí. O site CARNAVALESCO visitou o barracão da Lins Imperial para conversar com o carnavalesco Eduardo Gonçalves. Raí Menezes também está na parceria. * VEJA AQUI MAIS SOBRE O DESFILE
VIGÁRIO GERAL
Após desfiles emblemáticos nos últimos anos, a Acadêmicos de Vigário Geral prova não ter medo de ousar e chega ao carnaval de 2023 com uma proposta completamente diferente. Almejando uma vaga no Grupo Especial, a escola aposta na emoção para conquistar o público e os jurados. Desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Costa, Lino Salles e Marcus do Val, o enredo “A Fantástica Fábrica da Alegria” vai contar a história de um menino que encontra um bilhete premiado e é transportado para um ambiente de inocência, leveza e diversão. * VEJA AQUI MAIS SOBRE O DESFILE
ESTÁCIO DE SÁ
Desde 2020 sem desfilar no Grupo Especial, a Estácio de Sá para esse carnaval vem com o enredo ‘São João, São Luís, Maranhão! Acende a fogueira do meu coração’, com o objetivo de retornar às glórias do passado. A intenção do carnavalesco Mauro Leite é explorar a religiosidade dentro do festejo junino de São Luís do Maranhão. Com bastante experiência na Marquês de Sapucaí, Mauro se inspira principalmente em Rosa Magalhães, de quem foi assistente durante muitos anos. * VEJA AQUI MAIS SOBRE O DESFILE
UNIDOS DE PADRE MIGUEL
A Unidos de Padre Miguel vai retratar o intercâmbio cultural entre as culturas árabe e nordestina. “Baião dos Mouros” é um enredo elaborado pela dupla de carnavalescos Edson Pereira, experiente na escola, e Wagner Gonçalves, recém-chegado. Previamente, o tema escolhido havia sido a Irmandade da Boa Morte, mas, como houve atritos de comunicação, a escola optou por respeitar os possíveis homenageados e mudar o enredo. A última vez que a UPM fez um desfile com a temática nordestina foi em 2015 com a homenagem ao Ariano Suassuna, executada por Edson. A agremiação conseguiu o vice-campeonato da Série Ouro naquele ano. Oito anos depois, os carnavalescos acharam que era o momento adequado de voltar a essa estética e se afastar desta vez da plástica africana dos últimos anos. * VEJA AQUI MAIS SOBRE O DESFILE
ACADÊMICOS DE NITERÓI
Estreando na Marquês de Sapucaí após a cessão de direitos feita pela Acadêmicos do Sossego, a Acadêmicos de Niterói chega na Avenida homenageando os 450 anos da sua cidade natal. Com o enredo “O carnaval da vitória”, a agremiação abordará o carnaval de Niterói, que já chegou a ser um dos maiores do País. A ideia, segundo a escola, é mostrar a força, história e importância do espetáculo da cidade que vai desde os blocos de rua até os desfiles organizados. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o enredista João Vitor Silveira contou um pouco da proposta do enredo da Acadêmicos de Niterói. Ele também falou sobre a importância de trazer o carnaval da cidade para a Sapucaí em meio aos 450 de Niterói. O enredista contou que a ideia surgiu após uma longa pesquisa e buscando um desfile mais leve e solto. Com o enredo, a escola conseguirá homenagear Niterói e o carnaval histórico da cidade. * VEJA AQUI MAIS SOBRE O DESFILE
SÃO CLEMENTE
A São Clemente vai desfilar, na Marquês de Sapucaí, uma subversão do descobrimento do Brasil. O que aconteceria se os nossos povos originários tivessem ido para as terras europeias e não o contrário? O enredo do carnavalesco Jorge Silveira intitulado “O Achamento do Velho Mundo” se propõe ser uma viagem lúdica e divertida que se passa em um período de um dia começando na manhã, assim que o Sol aparece, e terminando em uma grande festa à noite, nas novas terras chamadas de Euroca, em vez de Europa. * VEJA AQUI MAIS SOBRE O DESFILE
Chegou o grande momento dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, nesta sexta-feira teremos as sete primeiras na pista do Sambódromo do Anhembi. Os desfiles oficiais começam a partir das 23h15 com transmissão da TV Globo e toda a cobertura do site CARNAVALESCO. Enredos que prometem tocar o dedo na virada nas três últimas, também tem homenagens e resgate em filme bem conhecido.
Antes, às 21 horas tem o desfile das velhas guardas, que é um momento de abertura oficial do carnaval de São Paulo, apesar de já termos tido os desfiles do Grupo de Acesso II no último sábado. Vamos trazer um giro nas sete escolas do primeiro dia de Grupo do Especial com enredo, curiosidades e mais detalhes para 2023:
Independente Tricolor – 23h15
De volta ao Grupo Especial, a Independente Tricolor vai trazer uma pauta motivada pela história de Troia, ou seja, passando pela história contada no filme. O enredo para 2023 da agremiação é: “Samba no pé, lança na mão, isso é uma invasão!”. Contando sobre o enredo, o carnavalesco Amauri Santos falou exclusivamente para o site CARNAVALESCO.
“O enredo é bastante simples, didático, segue muito a história. Apesar da história da guerra de Tróia ter várias interpretações, nós criamos a nossa em cima da mais original que possa ter, inclusive até do filme, só que dando nosso molho. A gente mistura um pouco, os deuses aparecem muito no nosso enredo. Então traçamos um paralelo com o que a escola está vivendo hoje, retornando ao grupo de elite do carnaval de São Paulo”.
Assim chega a Independente Tricolor no retorno, após passagem pela elite em 2017. Vale ressaltar que a escola adotou o enredo por conta de tudo que passou, inclusive no rebaixamento em 2017, fogo no barracão e outros problemas que atrapalharam a escola, ou seja, um verdadeiro ‘Guerreiro Valente’ é esperado na pista.
Fundação: 1987 (refundada 2009)
Escola Madrinha: Império de Casa Verde
Participações no Grupo Especial: Uma em 2017 e cinco vezes no Acesso
Melhor resultado: 13ª lugar no Grupo Especial (2017)
Títulos: Terceira divisão (2014), Quarta divisão (2013) e Sexta divisão (2010)
Último ano: Vice-campeão do Grupo de Acesso I
Acadêmicos do Tatuapé – 00h20
Com perda de décimos em 2022 por usar maquinário, ficou na 12ª posição e por isso será a segunda escola a desfilar na sexta-feira. Mas isso ficou para trás, e o enredo para 2023 desenvolvido por Wagner Santos é “Tatuapé Canta Paraty! Do Caminho do Ouro à Economia Azul. Patrimônio Mundial, Cultura e Biodiversidade. Paraty Cidade Criativa da Gastronomia”, que explicou sobre em entrevista na Série Barracões do site CARNAVALESCO.
“A Tatuapé irá apresentar um enredo em homenagem a Paraty. O resumo da história é um roteiro turístico que faremos pela cidade de Paraty. Faremos com que as pessoas conheçam as maravilhas e belezas que a cidade de Paraty tem a oferecer a todos aqueles que tem vontade de conhecer. Claro que faremos dentro desse enredo a nossa viagem, porque a gente trabalha com Carnaval, trabalhamos com sonhos. Vamos partir para personagens mitológicos, para trazer essa Paraty para as pessoas conhecerem. Através desses personagens da mitologia, personagens aquáticos, é que apresentaremos a Paraty que hoje nós conhecemos. A gente precisa ter um personagem, uma figura para retratar a história de Paraty. Não é só chegar e falar da cidade. Fomos lá na mitologia grega, fomos buscar personagens da mitologia grega, criamos personagens aquáticos, criamos um mundo aquático para apresentar a nossa Paraty de hoje”.
A agremiação da Zona Leste venceu dois títulos recentes no carnaval, em 2017 e 2018, cantou Zimbábue e Maranhão, também teve homenagem para Atibaia, que ficou no 4ª lugar. Portanto com enredos CEP, tem tido resultados expressivos dentro do carnaval.
Fundação: 1953
Melhor resultado: Bicampeão do Grupo Especial em 2017 e 2018
Títulos: Primeira Divisão (2017 e 2018), Segunda Divisão (2003), Terceira divisão (2010), Quarta divisão (1996), Quinta Divisão (1993) e Grupo de Seleção (1985)
Último ano: 12ª colocado no Grupo Especial
Barroca Zona Sul – 01h25
Seguindo a noite, a terceira escola a entrar no Anhembi é a Barroca da Zona Sul que cantará ‘Guaicurus’, um enredo indígena na escola da Zona Sul de São Paulo. O carnavalesco Thiago Meiners explicou um pouco sobre o contexto do enredo em entrevista para o site CARNAVALESCO.
“O enredo da Barroca Zona Sul é ‘Guaicurus’, que é uma homenagem aos povos originários do Brasil. Esse povo indígena foi escolhido porque muita gente conhece a história da guerra do Paraguai, da questão da divisão territorial da região centro-oeste, mas pouca gente dá importância para esse povo. Guaicurus era um povo indígena que vivia naquela região e que foi usado como exército do Brasil na Guerra do Paraguai, justamente por conhecer, dominar e conhecer os animais daquela região, principalmente os cavalos. Pelo fato de os Guaicurus serem os índios cavaleiros, o tempo de locomoção deles na guerra, ajudou muito a vitória do Brasil”.
É o terceiro ano consecutivo da escola no Grupo Especial, nos outros dois anos ficou na 10ª colocação. Pois busca um desempenho melhor neste carnaval e acredita na força do seu enredo para buscar uma boa passagem na pista.
Fundação: 1974
Melhor resultado: 5ª lugar em 1982, 1985 e 1990
Títulos: Segunda Divisão (1976, 1987, 2002) e Terceira divisão (1975, 2015, 2017)
Último ano: 10ª colocado no Grupo Especial
Unidos de Vila Maria – 02h30
Com uma homenagem à sua própria história e do seu lugar, a Vila Maria com Cristiano Bara: “Vila Maria, Minha Origem, Minha Essência, Minha História! Muito Além do Carnaval”, ou seja, a escola quer manter a sequência de bons resultados, são três anos consecutivos indo para o desfile das campeãs. Mas a meta mesmo é ser campeã pela primeira vez.
“A gente tem o nome do próprio enredo os quatros pilares que sustentam o nosso tema. A gente começa falando dos fundadores. A partir daí, contamos os momentos do bairro da Vila Maria, onde cita onde começou tudo na Rua Kaneda, depois no Sacolão e nesse caminho mostra a força do povo e da religiosidade com a igreja da Candelária. Depois a gente vai começar a contar nossa história a partir dos nossos enredos até chegar à obra social que a Vila Maria faz, contribuindo com o bairro e moradores”.
A Vila Maria valoriza, acima de tudo, o seu trabalho social dentro da comunidade, formação de ritmistas, casais, e outros fatores além do Carnaval. Então com tudo isso, contará sua história dentro do desfile neste ano.
Fundação: 1954
Melhor resultado: Vice-campeão do Grupo Especial em 2007
Títulos: Segunda Divisão (1968, 2001 e 2014) e Terceira divisão (1998)
Último ano: 5ª colocado no Grupo Especial
Rosas de Ouro – 03h35
Seguindo na madrugada temos a Roseira entrando na pista do Anhembi e com o enredo escrito por Paulo Menezes: “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”. Um enredo desenvolvido e resgatou um samba derrotado em 2005, mas muito cantado pela comunidade, surgiu Kindala. O carnavalesco Paulo Menezes nos contou um pouco sobre o trabalho no tema que abordará o racismo.
“Não queria que fosse um enredo com olhar de um carnavalesco branco sobre um tema preto. Então o primeiro ponto da pesquisa foi conversar com as pessoas, independente de que camada social ou intelectual que elas pertenciam. O mais importante foi conversar com elas e para sabermos quais eram as prioridades, necessidades, o que seria importante ser tocado. Pois elas foram a fonte maior de pesquisa, daí partimos para pesquisa em livros e principalmente em redes sociais, jornal, televisão. Porque tudo que a gente está falando aconteceu na época que começou a escravidão, e continua hoje em dia. Então é um tema muito atual, não é um fato histórico. É uma história que se perpetua até hoje. Infelizmente ainda é assim”.
Vale citar que ‘Kindala’, no idioma bantu, significa ‘agora’. No logo oficial do enredo, ainda tem um recado: “Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”. Ou seja, buscando o retorno ao desfile das campeãs, são dois anos sem participar, a escola quer fazer a diferença em uma pauta importante.
Fundação: 1971
Melhor resultado: 7 vezes campeã do Grupo Especial
Títulos: Primeira Divisão (1983, 1984, 1990, 1991, 1992, 1994, 2010), Segunda Divisão (1974), Terceira divisão (1973)
Último ano: 9ª colocado no Grupo Especial
Tom Maior – 04h40
A penúltima escola a entrar no Anhembi na noite de sexta para sábado, será a Tom Maior que ficou empatada em pontos com a campeã no último carnaval e almeja seu primeiro título há algum tempo. O samba venceu as pesquisas como melhor, e o enredo é: “Um Culto às Mães Pretas Ancestrais”, o carnavalesco Flávio Campello contou para nós na visita ao barracão sobre a temática.
“É muito curioso que esse enredo surgiu em 2013, quando eu ainda fazia parte de outra agremiação. Eu sou muito amigo de uma coreógrafa de comissão de frente chamada Yaskara Manzini. Ela estava defendendo uma tese de mestrado que falava sobre os cultos às Iyamis. Ela me presenteou com a leitura dessa dissertação, e eu acabei ficando encantado porque era algo que até então eu não conhecia. Iyami na tradução iorubá significa “minha mãe”, e há uma infinidade de cultos ligados e associados à essa figura materna, principalmente a essa ancestralidade materna. Como nosso samba mesmo diz, nós somos filhos de mãe preta. Isso significa que o princípio ativo da vida surgiu no continente africano. A nossa ideia é justamente mostrar essa ancestralidade. Que todos nós somos filhos dessa mãe preta, e essa mãe preta nada mais é do que o continente africano”.
Com todo um contexto envolvendo as matrizes africanas, e também trará seu cunho racial no desfile, mas de uma forma diferente, contando uma história rica das nossas próprias raízes na vida.
Fundação: 1973
Melhor resultado: 4ª lugar no Grupo Especial em 2018
Títulos: Segunda divisão (1995 e 1999) e Terceira divisão (1992)
Último ano: 4ª colocado no Grupo Especial
Gaviões da Fiel – 05h45
Buscando retornar para o Desfile das Campeãs, a última vez foi em 2011, a agremiação oriunda da torcida organizada do Corinthians, vai cantar o enredo “Em Nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos… Amém!”. Uma dupla de carnavalescos, André Marins e Júlio Poloni comandam o trabalho na agremiação corintiana em 2023, e Júlio nos contou sobre a proposta.
“Vamos fazer um Carnaval que é um dedo na ferida, é um tema polêmico, mas com poesia e sutileza, nada para chocar. É para passar aquela mensagem. A sinopse foi construída como se Deus escrevesse uma carta para seus filhos, e nós estaremos traduzindo essa carta em forma de desfile. Não estamos apontando o dedo para ninguém, mas a carapuça irá servir para quem tiver que servir. Por exemplo, uma pessoa preconceituosa tendo acesso a essa mensagem, vendo as religiões em comunhão. O que a gente pretende entregar para as pessoas é uma compreensão de que, em muitos pontos, as religiões empregam as mesmas mensagens e são baseadas nos mesmos valores. É basicamente essa mensagem que queremos passar, contra o preconceito. Para as pessoas se livrarem daquele preconceito e se abrirem para essa realidade”.
Fechando a noite no Anhembi, Gaviões da Fiel deve contar com a força da sua torcida, e claro, a união das religiões, que é a ideia proposta da escola neste carnaval.
Fundação: 1969
Melhor resultado: 4 títulos do Grupo Especial
Títulos: Primeira Divisão (1995, 1999, 2002 e 2003), Segunda Divisão (1991, 2005, 2007) e Bloco Especial (1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1982, 1983, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988)
Último ano: 8ª colocado no Grupo Especial
Em publicação nas redes sociais a Mocidade Independente de Padre Miguel anunciou a renovação com o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo e Bruna, para o desfile de 2024. Veja abaixo o post.
Atenção, Independentes.
O casal iluminado estará comigo em 2024.
A Mocidade Independente de Padre Miguel vem anunciar a renovação de Bruna Santos e Diogo Jesus como primeiro casal da Escola para o carnaval do ano que vem.
A Liga RJ anunciou o corpo de jurados para o carnaval de 2023 da Série Ouro. 36 julgadores estarão divididos em 9 quesitos pela Marques de Sapucaí. Com notas decimais, a menor será descartada ao final de cada quesito. Os desfiles da Série Ouro acontece nesta sexta-feira e sábado, na Marquês de Sapucaí. 15 escolas disputam uma vaga para Grupo Especial em 2024. Duas agremiação descerão para a Série Prata.
Foto: Fernando Maia/Divulgação Riotur
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Marlene Costa Caetano
Simone de Lima
Eliseu de Miranda Corrêa
Plínio Flores
COMISSÃO DE FRENTE
Flávio Freire Xavier
Fernando Gomes
Bruna Oliveira
Simone Marques
ENREDO
Clécia dos Reis
Camila Correa
Talita Veloso
Leandro Lima
FANTASIA
Luciano Moreira
Anderson Nascimento
Adrian Nunes
Antônio Pereira
Com a boa sincronia entre bateria e canto, o Evoé pegou na comunidade da Vila Isabel e promete um grande Carnaval. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o mestre de bateria da agremiação, Macaco Branco, contou sobre o trabalho realizado ao longo do ano, a expectativa para este Carnaval e falou da bossa de festa junina, que conquistou o público.
Foto: Raphael Lacerda/site CARNAVALESOC
O clima mais forte desde o último título da Vila. Para o mestre de bateria, a escola, neste ano, vem diferente para a Marquês de Sapucaí e prometendo o maior desfile de sua história. Ele também ressaltou que nos últimos anos a Azul e Branco vem realizando grandes desfiles.
“É sim. Esse ano está com uma essência e uma energia muito boa. Eu estou falando e estou todo ‘arrepiado’. Está com uma energia diferente. A Vila Isabel tem feito grandes carnavais nos últimos anos, voltando nas campeãs e quase chegando ao título. Tenho certeza que neste ano a Vila Isabel fará o maior Carnaval da escola de todos os tempos”, declarou Macaco Branco.
Segundo o mestre, o trabalho rítmico da escola não passou por muitas mudanças do ano passado para cá. O trabalho da bateria foi focado nos arranjos e nos detalhes do enredo, o que, para ele, ajuda a levantar a Vila Isabel na Avenida e nas arquibancadas da Passarela do Samba.
“Na verdade não mudou muita coisa. A cada ano a gente faz um trabalho de arranjo focado em cima da temática, melodia e divisões do samba. O trabalho rítmico da Vila Isabel – o toque tradicional – vai continuar do mesmo jeito. É um trabalho que é anual e não vai mudar nada. Mas os arranjos são todos em cima do samba. Às vezes é uma bossa mais elaborada ‘ali’, uma coisa mais ousada para a gente fazer a Vila Isabel desfilar bem, ajudar o canto e fazer a arquibancada se sentir dentro do desfile”, explicou o mestre de bateria.
Uma das principais “paradinhas”, a bossa de festa junina é um dos marcos do Evoé. Macaco Branco detalhou como funciona a bossa e o papel dela na canção.
“Na parte do samba em que fala da festa junina. Quando vem a parte ‘Pulei fogueira, anarriê no arraiá brinquei, Na despedida também festejei’, a gente brinca com a festa junina de fazer o ritmo galope, que é um ritmo que toca as músicas juninas. Foi muito legal e fomos muito felizes com essa ideia. Essa bossa começa com a festa junina, brinca com as divisões do samba e entrega para o ‘Rei Momo convidou’”, explicou.
O Evoé caiu no gosto da comunidade, que abraçou o samba-enredo e promete chegar junto com a Vila Isabel na Marquês de Sapucaí. O mestre Macaco Branco afirmou que já esperava que a canção caísse no gosto do público.
“Já sim, quando eu vi esse samba na quadra tocando ‘evoé, evoé’. Evoé é uma saudação da festa do deus Baco. Isso é muito legal. A comunidade levanta os braços e canta a plenos pulmões. Eu tenho certeza que a Sapucaí e a arquibancada virão abaixo com a Vila Isabel”, enfatizou o mestre de bateria.
Macaco Branco destacou que a fantasia dos ritmistas, elaborada por Paulo Barros, é leve, compatível com o calor e facilita ao longo do desfile.
“A fantasia está demais. É uma fantasia leve, de tema junino. Está demais, Paulo Barros é fora de série. Ele mandou e eu falei ‘obrigado por esse presente’, porque é uma fantasia leve, tranquila – todo mundo sabe que o carnaval é feito no verão e a fantasia será bem leve e bem fresca. Vai dar para a Vila Isabel fazer um grande desfile”, contou.
Gabaritar um quesito não é para qualquer um. Vindo de um carnaval de notas dez, a Swingueira de Noel promete mais um excelente desfile rumo a mais um gabarito. O mestre também falou da relação da bateria com sua majestade, a rainha Sabrina Sato.
“Se Deus quiser. O ritmo está muito gostoso, as bossas bem encaixadinhas no samba, as divisões perfeitas e os naipes bem uníssonos. Tenho certeza que este ano, se Deus quiser, virão as quatro notas dez e iremos gabaritar de novo, ajudando, assim, a nossa escola. A Sabrina é fora de série. É uma pessoa que chega aqui na bateria e chama cada um pelo nome… que já está aqui na escola há mais de dez anos. A Sabrina é sangue azul, ela é Vila Isabel. Que Deus dê muita vida e saúde para que ela possa continuar reinando aqui na nossa bateria, porque carisma e samba no pé ela tem de sobra”, Enfatizou o mestre de bateria da Vila Isabel.
Em busca de mais um gabarito, a Swingueira de Noel entrará com a Vila Isabel na Marquês de Sapucaí na segunda-feira de carnaval, quando será a terceira escola a entrar na Avenida.
A fantasia é multicolorida. Alguns carregam uma bola de borracha, outros uma sombrinha com a mesma estampa da roupa. Os bate-bolas, também chamados por Clóvis, são personagens tradicionais do Carnaval e marcam presença todos os anos pelas ruas dos bairros do subúrbio carioca e de cidades da Baixada Fluminense e do interior. A representatividade é tamanha, que há dez anos foram considerados patrimônio cultural do Rio. Este ano, pela primeira vez, as turmas de bate-boleiros do Estado do Rio de Janeiro foram contempladas pelo edital “Folia RJ 2023”, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
Foto: Carlos Magno/Divulgação
“O Carnaval é uma importante manifestação de nossa identidade cultural. Nada mais justo do que os bate-bolas, que são personagens típicos da festa, fossem incluídos no edital. Eles são um verdadeiro fenômeno cultural, que se manifestam de forma alegre e irreverente para toda a população”, afirma o governador Cláudio Castro.
Ao todo, 117 turmas de bate-bolas se inscreveram para as 100 vagas abertas no edital. Entre os grupos, 77 cumpriram com as exigências estabelecidas e 40 foram desabilitados. O investimento total nos famosos foliões fantasiados é de R$ 1,925 milhões, garantindo o valor de R$ 25 mil para cada projeto aprovado.
“Pela primeira vez o Estado vai contemplar representantes de bate-bolas em todo território fluminense. Este processo é fruto do trabalho que temos realizado, de escuta e identificação das demandas da população. Além disso, a iniciativa celebra a cultura rica e plural do Rio de Janeiro”, destaca a Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.
O número de componentes de cada turma varia. Há grupos com 10 e outros com mais de 300 integrantes. São homens, mulheres e crianças mascarados com belas fantasias, que despertam a curiosidade de quem os encontra pelas ruas, provocando um misto de adoração e terror. São palhaços com rostos encapuzados, mas vestidos delicadamente com volumosos macacões de cetim, luvas, meias e penas coloridas, além de casacas com desenhos infantis feitos à mão e cheios de purpurina. Eles passam o ano inteiro costurando as próprias roupas, longe do Sambódromo e fora do sinal das transmissões oficiais de televisão.
Tanta dedicação exige tempo e muito investimento. De acordo com o bombeiro hidráulico Leandro Machado, de 36 anos, que há 23 é bate-boleiro da ‘Turma Encanto de Mesquita’, cada fantasia pode custar mais de R$ 2 mil para ser confeccionada. São gastos, em média, 20 kg de tinta, sem falar nas purpurinas e outros adereços. Para Leandro, ter sido contemplado pelo edital do Governo do Estado foi uma grande alegria.
“Esse edital do Governo do Estado do Rio de Janeiro, pra nós, bate-boleiros, é de muita importância. Nós nunca tivemos a ajuda de nenhum órgão público. Não temos só o gasto com a fantasia, também gastamos com o aluguel de ônibus, fogos, som, pula-pula para as crianças, e até para música. Só que a maioria da galera é assalariada, então, essa ajuda está caindo do céu. É muito bom ter esse apoio do Estado porque é uma cultura que a gente ama muito. Eu amo desde criança e, pela primeira vez, em 23 anos usando essa fantasia, fazendo, produzindo, me empenhando, a gente vai ter um incentivo”, diz Leandro, que ainda construiu uma família no mundo dos bate-bolas.
“Eu poderia caçar aqui mil palavras pra tentar explicar esse amor, mas é um amor que muitas pessoas não têm nem noção do que é o bate-bola pra gente, que ama esse personagem de verdade. O mundo dos bate-bolas me deu uma família. Conheci a minha esposa no Carnaval e estamos há 15 anos juntos, com nossos três lindos filhos. Então foi nesse mundo, do Carnaval, no mundo da fantasia, que eu a conheci. O bate-bola é um sonho”, completou.
Se para o representante da ‘Turma Encanto de Mesquita’ o Carnaval rendeu uma família, para o cabeça da turma de bate-bolas ‘Luxúria de Rocha Miranda’, o produtor cultural e também bate-boleiro Rafael Crispim, o Carnaval trouxe muito mais. No barracão onde produz e confecciona as fantasias e adereços, Rafael emprega 12 pessoas, como costureiras, aderecistas, auxiliares de produção e estamparias, formando uma grande família. A maioria, jovens do bairro, que além de aprender uma profissão, ainda contribuem para o orçamento de casa. Rafael e sua turma chegam a trabalhar 16h por dia, para que no Carnaval possam levar alegria aos foliões.
“Eu comecei no bate-bola em 2013. Então, lá naquela época, comecei a fazer um bate-bola diferente, e o pessoal começou a me procurar para fazer igual. Como foi crescendo, fui precisando de mão-de-obra e fui chamando pessoas para me ajudarem. Fui ensinando, eles estão aprendendo, vou capacitando e tirando também os jovens da rua para me ajudarem, terem dignidade”, diz Crispim, que vende a roupa do ano para quem tiver interesse ou doa às crianças do bairro. Ele faz questão de frisar que fazer parte do Edital “Folia RJ 2023”salvou o Carnaval dele e de outras pessoas.
“Eu perdi muita coisa por causa da chuva. Agradeço demais ao Governo do Estado por essa ajuda que eles estão dando. Antigamente o material era barato, depois da pandemia duplicou. O metro do acetato era R$ 7, está R$ 18. A gente comprava o material por um preço e virou outro. Então, todo bate-boleiro que pegou esse edital vai conseguir colocar uma fantasia de qualidade na rua. Esse dinheiro do Governo do Estado vai me ajudar e ainda poderei contribuir com os meus componentes. Esse edital aí é uma maravilha, vocês não sabem a alegria que estou sentindo”, comemora.
Para conquistar novos adeptos ao universo dos bate-bolas, Hugo Soares Pereira, de 37 anos, criou até um podcast para propagar a cultura dos grupos. Ele conheceu esse meio ainda bem pequeno, vendo a mãe costureira fazer várias fantasias para as turmas de foliões mascarados de Realengo, na Zona Oeste da capital.
“Todo mundo conhece a minha história. Eu cresci vendo a galera saindo de bate-bola, costurando, confeccionando e, por isso, ficou essa paixão até hoje. Logo após a pandemia, comecei a perceber que os bate-bolas são muito carentes de audiovisual. Criei um podcast e convidei todas as turmas de bate-bolas pra contarem as suas histórias. A importância do podcast é divulgar ainda mais a cultura. Eu não tenho bandeira, sou bate-bola. E não só propagar a cultura, hoje quem está por trás das máscaras são trabalhadores. A ideia é mostrar isso para o mundo, para outras partes que não conhecem a cultura bate-bola. Esse edital ajuda esses trabalhadores. Para montar um bate-bola é muito caro e o edital está trazendo para eles essa ajuda a mais, esse plus, para continuar essa tradição”, declarou Hugo.
O carnaval Globeleza, a festa de todo mundo, a partir desta sexta-feira, 17 de fevereiro, volta a exibir novamente para todo o Brasil os desfiles das escolas de samba do grupo especial de São Paulo e a transmissão ganha uma nova dupla de apresentadores: Aline Midlej e Rodrigo Bocardi. Os dois estreantes fizeram um reconhecimento da área, sagrada para muitos sambistas, no Anhembi, e falaram sobre a expectativa para a festa. “Espero honrar a trajetória do carnaval de São Paulo, minha terra, com o mesmo amor que tenho sentido a cada visita nos barracões”, comentou Aline, ao lado do colega pronto para revelar uma faceta menos conhecida do público. “O que me motivou a aceitar esse convite, primeiramente, foi a questão de ter a possibilidade de extravasar esse meu lado descontraído de trabalho, que existe um pouco no ‘Bom Dia São Paulo’, no ‘Bom Dia Brasil’, mas sempre com alguma limitação que o próprio jornalismo requer. O carnaval nos abre uma possibilidade maior de interação e proximidade com o público”, acredita ele.
Foto: Daniela Toviansky/TV Globo
Na sexta-feira, dia 17, e no sábado, dia 18, a transmissão começa após o ‘BBB23’, e Aline e Bocardi ainda terão a companhia de Ailton Graça, Alemão do Cavaco e Celso Viáfora, que fazem os comentários sobre o desempenho de cada escola. Confira abaixo as entrevistas exclusivas da nova dupla de apresentadores do carnaval de São Paulo.
Como é sua relação com carnaval?
Aline Midlej: O carnaval compõe minhas melhores lembranças de infância, uma paixão desde quando meu pai me levava aos bailes com ele, na Bahia, e lá estava eu cheia de purpurina, vestidos com uma saia de tule bem espevitada. Tenho provas! (risos). Já adulta, além de curtir a festa, me conecto muito com a identidade cultural do carnaval, que fala sobre nós, sobre gente, nossa história é desafios. E essa grande festa está cada vez mais olhando para as realidades do país e isso é muito potente. Amplificar essa magia para o Brasil com a minha voz e coração é um presente.
Rodrigo Bocardi: Minha relação com o carnaval até então tinha sido nas transmissões como repórter, na maioria das vezes na concentração, na bateria, envolvimento de algumas reportagens no calor do desfile. Com esse compromisso de fazer a narração do carnaval de São Paulo, fui me aprofundar, ouvir as histórias das escolas, do samba, do enredo de cada uma delas. E é um aprendizado, preciso fazer um agradecimento por tanta riqueza compartilhada. Fico até emocionado e agradecido por tudo isso. Deveria ter me aprofundado mais no carnaval desde sempre. Estou fascinado com o que eu tenho ouvido agora, tanta pesquisa, tanto conhecimento, tanto estudo numa arte tão rica que é o carnaval. Estou feliz e com o compromisso de aprender cada vez mais e compartilhar isso com o público. Botei na cabeça, que meu objetivo é tentar fazer com que pessoas, que como eu que não dedicaram tanto tempo ao conhecimento do carnaval, possam fazer isso, porque é fascinante.
Já desfilou?
Aline Midlej: Nunca! Já recebi convites, mas sempre havia alguma incompatibilidade. Esse ano mesmo a Viradouro me convidou para desfilar num carro que irá homenagear personalidades pretas, mas a agenda em São Paulo inviabilizou. Uma experiência a ser concretizada!
Rodrigo Bocardi: Não desfilei, apenas assisti, mas agora estou começando a ficar com vontade. Nessas visitas que eu fiz aos barracões, comecei provar algumas fantasias, fazer umas brincadeiras ali, e fora que você vai entrando nesse clima todo e dá vontade. Eu acho que depois de fazer uma narração de uma noite inteira de várias escolas, acho que isso esse desejo só vai aumentar.
Como foram as visitas aos barracões?
Aline Midlej: Eu imaginava que seria importante para a nossa preparação, mas foi muito mais que isso. É uma imersão nos enredos, nas trajetórias das escolas, mas, também, nesse universo carregado de paixão e criatividade. É lindo ouvir os carnavalescos, o caminho das suas criações e imaginar isso se construindo na Avenida. Fui a um ensaio técnico também, o que completou a missão. Carnaval é amor e tudo tem uma razão de ser, para entender é preciso vivenciar de verdade.
Rodrigo Bocardi: As visitas foram riquíssimas. Exatamente por esse conhecimento que você vai adquirindo pelo compartilhamento de tudo aquilo que essas escolas estudaram durante o ano todo e desenvolveram. O que me chama atenção é o tanto de dedicação e de busca pelo conhecimento para poder desenvolver o enredo escolhido pela escola e a transformação em um enredo, em um grande desfile. Isso requer muita criatividade, muito conhecimento e essas pessoas vão muito a fundo. Isso vai desde ala a ala. Cada uma guarda uma história, cada detalhe, cada ponto de costura tem a ver com a história ali, a ser contada, a ser desenvolvida.
Chegou a conversar com outros apresentadores?
Aline Midlej: Eu e Maju Coutinho trocamos algumas ideias antes da minha ida para São Paulo. Foi ótimo, sempre abre horizontes. Mas acho que acaba sendo uma entrega muito pessoal e particular de cada apresentador, o que garante personalidade e frescor pra transmissão. O público só ganha. Espero honrar a trajetória do carnaval de São Paulo, minha terra, com o mesmo amor que tenho sentido a cada visita nos barracões.