A Superliga Carnavalesca do Brasil informa que, em Assembleia Geral realizada nesta segunda-feira, com a presença dos presidentes das agremiações filiadas, foram definidas importantes diretrizes para o planejamento do Carnaval nos próximos quatro anos. As escolas da Série Prata vão desfilar no Domingo e Segunda-feira de carnaval em 2026. Os desfiles da Série Bronze vão acontecer na Sexta-feira e Sábado após a data do carnaval oficial. O Grupo de Avaliação será na Terça-feira de carnaval.
Foi também decidido que, para o Carnaval de 2026, não haverá filiação de novas escolas para o Grupo de Avaliação. O referido grupo será composto exclusivamente pelas agremiações rebaixadas da Série Bronze no Carnaval de 2025.
Com o objetivo de fortalecer e valorizar os desfiles realizados na Intendente Magalhães, atendendo também às demandas da opinião pública quanto à qualidade do espetáculo, ficou deliberado que haverá uma reestruturação gradual da Série Prata, conforme segue: Carnaval 2027: a Série Prata contará com 24 agremiações; Carnaval 2028: a Série Prata será composta por 20 agremiações; e Carnaval 2029: a Série Prata terá 16 agremiações.
Segundo a Superliga, essa redução progressiva visa oferecer melhores condições estruturais às agremiações e elevar o nível artístico e técnico dos desfiles.
Durante a leitura da sinopse do enredo da Unidos de Padre Miguel para o Carnaval de 2026, o diretor da escola, Cícero Costa, falou sobre a escolha da nova homenagem, os desafios que a agremiação enfrentará com a saída da Cidade do Samba e o momento de transição na presidência, com sua filha Lara Costa assumindo o comando da vermelho e branco da Zona Oeste do Rio.
A escola, que em 2025 homenageou Iyá Nassô e agora se prepara para retratar a história de Clara Camarão, guerreira indígena pouco conhecida, aposta novamente na força de narrativas femininas. “Esse enredo já veio com a ideia de ser mais uma homenagem a uma mulher”, contou Cícero. “Quando me apresentaram as propostas de enredo, eu já falei com a Lara: ‘É esse, tem que ser esse, entendeu?’, porque já gostamos de fazer isso. Estamos saindo da Iyá Nassô e agora vamos homenagear a Clara Camarão, pois acho que nada melhor do que contar uma história que poucos conhecem, por não estar nos livros”.
A leitura da sinopse também marcou um momento de despedida simbólica do Boi Vermelho da Cidade do Samba, onde esteve desde sua estreia no Grupo Especial. “Está programado para sairmos no dia 7 de junho”, informou o diretor, que admitiu um misto de frustração e resiliência com a mudança. “Para mim, é um pouco frustrante, mas faz parte. Vamos sair de lá com a cabeça erguida e a certeza de que entregamos o nosso melhor, e continuaremos trabalhando para voltar e nunca mais sair de lá”.
A volta ao antigo barracão, mais modesto, exige adaptações. “Muda tudo”, destacou ele. “Quando cheguei à Cidade do Samba e vi toda aquela estrutura física, tive que aumentar o número de chassis e as estruturas de largura, enquanto no Grupo de Acesso é tudo menor. A gente vai ter que se adaptar novamente ao nosso antigo barracão, que é, de fato, nosso”.
Com a presidência da escola agora sob o comando de sua filha, Lara Costa, Cícero vê o momento como simbólico e pertinente à proposta do novo enredo. “Se pararmos para analisar bem, estamos saindo de uma homenagem a uma mulher para outra, enquanto uma mulher assume a escola. O projeto está bem legal e alinhado, o pessoal vai gostar”.
Como pai e figura experiente no mundo do carnaval, ele compartilhou conselhos com a nova presidente. “Eu converso muito com ela para que tenha calma, muita sabedoria e ouça mais do que fale. Com o tempo, a gente vai aprendendo. Eu sei que ela é uma menina e que, quando se trata da Unidos, passa um filme na cabeça dela, e as frustrações chegam mais fortes, mas fazem parte. Eu acredito também que o melhor da Unidos ainda está por vir.”
Apesar do rebaixamento, a agremiação da Vila Vintém colheu frutos inesperados com o samba-enredo do último carnaval, “Egbé Iyá Nassô”, que segue sendo exaltado em eventos por todo o Rio. “Eu até comentei com o Bruno Ribas (intérprete), e falei: ‘Caramba, o samba explodiu para além do carnaval, olha que loucura’. Eu sabia que era um sambasso, muito bom, ele é maravilhoso, mas parece que as coisas aconteceram ainda mais depois do nosso rebaixamento”.
Sobre o que esperar da UPM no Carnaval 2026, Cícero Costa foi enfático: “Manter o padrão de alto nível já é um perfil nosso, que eu sei que o mundo do samba espera da gente, e não vai ser um rebaixamento que vai mudar isso. Já viramos a chave, mas, infelizmente, as coisas ainda estão recentes. Para nós, internamente, já passou. As frustrações se vão com o tempo. Já estamos trabalhando no carnaval de 2026. Vamos levantar a cabeça e prosseguir. Só queremos trabalhar. Deixa a gente trabalhar”.
Branco começou sua história no Carnaval de 2006 na Escola Mirim Filhos da Águia. Em 2008 tornou-se ritmista da bateria da Portela, atuou como ritmista e diretor de bateria em diversas agremiações. Passou como mestre no Embalo do Engenho Novo, Em cima da Hora, Vila Santa Tereza, Unidos da Ponte e no último carnaval esteve no comando da bateria da Botafogo Samba Clube.
“Só tenho de agradecer ao Presidente Wallace Palhares e toda sua diretoria pela confiança em meu trabalho. Chego na Niterói com sede de vitória e vamos buscar esses 40 pontos. Junto a bateria queremos conquistar altos voos com a agremiação nesta estreia no Grupo Especial. O trabalho já começou”, revela Branco.
A expectativa tomava conta do universo do carnaval paulistano neste sábado (31 de maio): a Dom Bosco, atualmente no Grupo de Acesso I da cidade, revelou o enredo com o qual desfilará em 2026 durante uma feijoada realizada especificamente para esse fim. Intitulado “Mariama, Mãe de todas as Raças, de todas as cores, Mãe de todos os cantos da terra” e desenvolvido pelo carnavalesco Fábio Gouveia, a agremiação contará uma história comum a todas as mães – sobretudo às de grandes personagens religiosos.
Se Mariama é uma figura que tocará o coração de muitos graças ao enredo da Dom Bosco, a ideia para conta-la na avenida veio graças a outro nome bastante marcante na vida da agremiação: Rosalvino Morán Vinãyo, padre que preside a agremiação e a Obra Social. Por coincidência, a temática já era estudada por Fábio em outros projetos: “Por conta do coletivo de cultura popular que eu participo, o Kizomba Pra Preto, nós estudamos todos os temas negros do Brasil para colocar nos nossos trabalhos. Mariama já era algo que eu vinha estudando há algum tempo porque nós vamos entrar com uma montagem que retrata exatamente isso. Quando eu retornei para a Dom Bosco e conversei com o padre Rosalvino, na sala dele eu sei que tem a imagem de Maria. No dia dessa conversa, eu vi essa imagem e ele falou que a escola é cuidada por Maria e que Maria é quem tudo fez”, revelou o carnavalesco.
O próprio profissional, a partir de tal sensação, seguiu com a ideia: “Eu sou muito de sentir as coisas para entender o caminho a seguir. Foi o que aconteceu. Para quem não conhece, Mariama é um título que se dá a todas as Marias. No Brasil, Dom Hélder Câmara construiu, em 1981, uma missa para celebrar Mariama e aproximar o povo negro da igreja. A pastoral afro precisava aproximar todos os povos negros, todos os povos da terra, da igreja. Ele transforma, com a sua poesia, esse manifesto da igreja num novo quilombo, uma nova Palmares. É a partir disso que a gente começa a contar o nosso enredo. Mariama vai ser a guia, quem vai nos guiar para essa missa. Nós vamos celebrar essa missa dos quilombos, que mais tarde se tornou musical e foi composto por Milton Nascimento. Nós temos uma carga emocional histórica muito grande dentro desse enredo. O enredo tem que ser popular, forte e com chão negro para a gente poder ir bem”, detalhou, contando um pouco de algumas referências que também o inspiraram.
Caminho distinto…
Ao contrário do que acontece em outras coirmãs, o enredo sobre Mariama chegou antes ao presidente do que à diretoria de carnaval. Quem conta a história é Carlos Shakila, diretor de carnaval da instituição: “O carnavalesco que falou com o presidente, eu fiquei sabendo quando o enredo já estava fechado. Está tudo certo em relação a isso. O presidente toda a nossa equipe e falou que tinham essa ideia de enredo. Nós olhamos para o nosso presidente, o padre Rosalvino, e ele disse que tinha adorado a ideia. Então a gente só foi embora. Se ele adorou, vamos embora”, relativizou.
… aprovação imediata
O próprio Shakila fez elogios rasgados à temática escolhida: “Esse enredo é lindo! Esse enredo de Mariama retrata a nossa religiosidade e também retrata aquilo que nós mais sonhamos dentro da nossa casa: ter uma mãe que nos abraça, que nos acolhe. Eu fico muito contente com esse enredo, fico muito feliz. Espero que a nossa comunidade não só compre a ideia, mas vibre, cante e seja muito feliz com esse enredo que vai fazer sucesso, não tenho dúvida”, comemorou.
Quem também gostou do que viu foi Aramis Francisco Biaggi, padre que atua como vice-presidente da escola de samba e diretor tesoureiro da Obra Social: “Sem dúvida, é um enredo muito feliz para uma escola de samba que nasceu de uma obra social. Nós percebemos que temos esse carnavalesco de outras religiões e há um respeito muito grande da obra para a cidade de Aparecida, que conta muito sobre a mãe de Jesus. Jesus, para os cristãos, tem um significado muito grande. Sejam católicos, evangélicos ou protestantes, quem acredita em Jesus como Filho de Deus, tem essa devoção especial. Nós temos essa parte cultural: vamos conhecer a devoção à Maria, os milagres que foram acontecidos em Aparecida, pessoas que voltaram à religião católica e tornaram-se católicos por intercessão de Maria. Isso traz uma cultura popular de Mariama. Para quem é católico, a fundamentação da fé católica na avenida é a alegria do povo, é isso que a gente espera aqui. Como Dom Hélder Câmara falava: ‘Pulem, dancem, sejam felizes. É a felicidade do povo que enche o coração de Deus’”, disse, revelando um pouco das referências culturais que serão utilizadas.
Acerto na mosca
A primeira reação de todos os ouvidos pela reportagem ao saber do enredo foi de satisfação. Padre Aramis sintetizou: “Sem dúvida, é um enredo muito feliz para uma escola de samba que nasceu de uma obra social. Nós percebemos que temos esse carnavalesco de outras religiões e há um respeito muito grande da obra para a cidade de Aparecida, que conta muito sobre a mãe de Jesus. Jesus, para os cristãos, tem um significado muito grande. Sejam católicos, evangélicos ou protestantes, quem acredita em Jesus como Filho de Deus, tem essa devoção especial. Nós temos essa parte cultural: vamos conhecer a devoção à Maria, os milagres que foram acontecidos em Aparecida, pessoas que voltaram à religião católica e tornaram-se católicos por intercessão de Maria. Isso traz uma cultura popular de Mariama. Para quem é católico, a fundamentação da fé católica na avenida é a alegria do povo, é isso que a gente espera aqui. Como Dom Hélder Câmara falava: ‘Pulem, dancem, sejam felizes. É a felicidade do povo que enche o coração de Deus’”, comentou.
Da parte de quem propõe o enredo, e não avalia ou sente de maneira receptora, a sensação positiva foi semelhante: “A primeira reação do pessoal assim que eu falei do enredo foi a chancela para mostrar que eu estava no caminho certo. O ano passado eu fiz um enredo lúdico porque eu precisava buscar algo diferente do que eu vinha fazendo nos últimos anos. A escola não me proibiu em momento algum de fazer qualquer tipo de enredo que eu quisesse, mas eu preferi ir pelo lúdico. E hoje, quando eu entendo que eu apresento para o padre Rosalvino um enredo e ele aclama o enredo, é sinônimo de que eu estou no caminho certo. É sentir. Realmente o enredo atravessou o coração da direção, alcançou o coração da obra – e, principalmente, das lideranças que se formaram para conduzir esse projeto. Hoje, a escola formou uma grande comissão para conduzir o carnaval dela, e isso me deixa muito confortável para tudo. Nessa coisa de entender Mariama dentro da escola, entendo que eu também estou pisando num chão que eu sei fazer muito bem: falar do meu povo, da minha gente, da minha luta. Da luta de todos os negros e de todos os povos indígenas. Um enredo que fala dos povos da terra desse Brasil”, destacou Fábio, aproveitando para relembrar o enredo de 2024 da Dom Bosco – primeiro feito por ele na agremiação.
Como foi o evento?
Enquanto todos se deliciavam com a feijoada preparada pelas baianas da Dom Bosco, uma série de apresentações aconteceram. A primeira delas foi a roda de samba da Velha Guarda da agremiação; depois, uma roda de samba da ala dos compositores animou os presentes.
Convidados externos também se fizeram presentes. O primeiro deles foi a Congada de Santa Efigênia, que veio antes do início do show da escola em si. O Grupo Abayomi e o coletivo Kizomba Pra Preto também fizeram apresentações antes da revelação do enredo, com um vídeo introdutório. Para encerrar a festividade, o Rosas de Ouro, grande campeão do Grupo Especial em 2025, se fez presente – com grande elenco, contando com a presença da presidente Angelina Basílio, do intérprete oficial Carlos Jr. e de mestre Rafa, comandante da Bateria com Identidade.
Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO
Próximos passos
Os próximos quarenta dias serão intensos na Dom Bosco. Carlos Shakila detalha o calendário da agremiação: “Nós temos uma festa junina no dia 14 de junho, aqui mesmo no Circo Social. Depois nós temos, no primeiro sábado de julho, o lançamento do nosso samba-enredo. Vamos fazer uma megafesta aqui de novo. Com samba maravilhoso, samba forte. Se Deus quiser vai dar tudo certo”, comentou.
Ele próprio detalhou como será feito o processo de escolha do samba-enredo: “Nós vamos fazer uma eliminatória com base no CD. O compositor vai mostrar o que ele tem de melhor. Sem muito alarde. Depois nós, a comunidade, vamos cantar os sambas. Nós gostamos disso. Escolhemos ali alguns sambas e deixamos para a nossa comunidade vibrar e cantar. Cabendo dentro do enredo, sendo técnico, sendo inteligente, sendo lindo e motivante (tem que ser contagiante e motivante), é o que vai para a pista. O que vale é o coração da galera. Estando dentro da proposta do carnavalesco, para nós, está tudo certo”, comentou.
A reportagem também perguntou para Fábio Gouveia se já é possível imaginar a Dom Bosco visualmente na avenida. De acordo com o carnavalesco, o projeto já está em andamento: “Quando a gente fechou o enredo e bateu o martelo, eu automaticamente já comecei a desenhar. Eu contava com outras pessoas me ajudando, eu me fechei na minha casa por 20 dias e eu fiz todos os meus projetos, todos os meus desenhos. Eu resolvi que esse ano vai ser a minha mão para tudo. Eu comecei a criar e foi muito natural, foi muito pleno. O projeto já foi entregue para a escola, nós já estamos construindo o projeto dando uma vertente para ele, para um caminho bem bonito. Estamos engajados nisso”, finalizou.
A Nenê de Vila Matilde apresentou oficialmente, no último sábado, o enredo com o qual disputará o Carnaval 2026. Em um evento na quadra da escola, com direito a feijoada, roda de samba e a estreia do novo intérprete Tiganá, a agremiação lançou “Encruzas – Nenê de corpo e alma no coração de São Paulo”, tema assinado pelo carnavalesco Danilo Dantas.
Logo do enredo da Nenê de Vila Matilde para o Carnaval 2026
O ponto de partida do enredo será a mais célebre esquina do país: o cruzamento entre as avenidas Ipiranga e São João, eternizado na canção “Sampa”, de Caetano Veloso. A proposta da escola é usar o simbolismo das encruzilhadas para celebrar a relação histórica da Nenê com a cidade de São Paulo.
“O enredo é muito São Paulo e muito Nenê de Vila Matilde. Vai ser um grande presente que a escola oferecerá ao carnaval paulistano, ao abordar essa relação da Nenê com a cidade, falando dessa encruza que é a Ipiranga com a São João — a mais famosa do Brasil”, afirmou o carnavalesco Danilo Dantas.
Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO
Estreia de Tiganá no microfone principal
Antes da apresentação do enredo, a noite foi marcada pela estreia de Tiganá como novo intérprete oficial. O cantor substitui Agnaldo Amaral, que esteve à frente do carro de som da Nenê por onze carnavais. Em sua primeira apresentação, Tiganá cantou sambas históricos da escola, acompanhado de ex-intérpretes como Santaninha, Rubens Gordinho, Afonsinho e Baby.
“É uma honra dar continuidade a esse legado. A Nenê tem uma história linda, e estou aqui para somar”, declarou o novo intérprete durante o evento.
Enredo une religiosidade e identidade paulistana
O vídeo de lançamento do enredo exibiu imagens simbólicas das ruas de São Paulo e contou com a trilha da música “Sampa”. De acordo com Dantas, a canção será parte essencial da narrativa.
“Não tem como falar de Ipiranga e São João sem falar de ‘Sampa’. Ela está presente no enredo. O pessoal do Bar Brahma e do Camarote Brahma está oferecendo todo o respaldo cultural e artístico para que a Nenê possa se apresentar com grandeza. Vai ser lindo”, afirmou.
Carnavalesco Danilo Dantas
O carnavalesco detalhou ainda como será a divisão temática do desfile: “O primeiro setor abre os caminhos, pedindo licença às entidades que regem a rua e a noite paulistana. Depois, mostramos a relação da Nenê com o tricampeonato de 1968, 1969 e 1970, conquistado na Avenida São João. A partir daí, celebramos o centro da cidade, até desembocar no Anhembi, que será um grande camarote popular”, explicou Dantas.
Parceria reforça ligação com o enredo
Localizado na própria esquina da Ipiranga com a São João, o Bar Brahma será parceiro da escola na concepção do enredo. O espaço é conhecido por ser reduto boêmio e ponto de encontro de artistas como Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini.
“O Bar Brahma está na esquina mais emblemática da cidade. Nessa encruza, nos alinhamos para trabalhar em conjunto. Eles já participam do carnaval há muito tempo, mas nunca estiveram tão envolvidos. Agora, queremos que estejam conosco também na gestão do desfile”, destacou o presidente Mantega.
Presidente Mantega
Diretoria aposta no enredo para buscar o título
A diretora de carnaval Bruna Moreira também comemorou o lançamento e revelou que o desejo do presidente foi determinante para a escolha do tema.
“É um enredo que o presidente quis muito. Vamos fazer um resgate da Nenê com a Avenida São João. A nossa escola e a São João se cruzam. A agremiação foi tricampeã lá em 1968, 1969 e 1970. Começamos falando de Exu, senhor das ruas, e passeamos pelas conquistas até os dias atuais”, detalhou Bruna.
Diretora de carnaval Bruna Moreira
O presidente Mantega finalizou o evento reforçando as expectativas da escola para o próximo desfile:
“Queremos dar ênfase às encruzas. Aprovamos a mais famosa de São Paulo, Ipiranga com São João, já cantada em prosa e verso. A ideia é falar do povo da rua. Estamos confiantes em fazer um carnaval competitivo e buscar o retorno ao Grupo Especial”, declarou.
“Rainha e cria do nosso chão! 👑
Mais do que uma rainha, Bianca é um símbolo da força da mulher sambista, demonstrando que o samba vai muito além de um ritmo ou uma dança, é se fazer presente e representar socialmente por cada passo que se dá.
Desde que assumiu o posto, Bianca vem representando e evoluindo sua performance à frente da Tabajara do Samba, cativando a todos com sua energia e paixão ao pavilhão.
Irreverente, única e imponente, Bianca Monteiro segue sendo um ícone da nossa história e inspirando gerações.
Seguimos juntos, rumo a mais um carnaval, com a certeza de que teremos uma verdadeira Rainha brilhando e sendo o orgulho de todo portelense!”
A Portela anunciou na noite deste sábado a contratação de mestre Vitinho para o comando da bateria. Ele estava no Império Serrano e tinha sido anunciado pela Niterói, mas agora ficará somente na Majestade do Samba. Veja abaixo o comunicado da escola.
“De volta ao ninho!
Cria da casa, ele retorna com a missão de manter o ritmo e a força da Tabajara do Samba.
Vitor Cezar, mais conhecido no mundo do samba como Mestre Vitinho, é o nosso novo Mestre de Bateria!
“Voei, mas voltei para o meu ninho. Quem ama a Portela nunca deixa de amar!”, declara Mestre Vitinho.
A poesia visual assinada pelo carnavalesco Jorge Freitas em 2025 pode até ter obtido um resultado abaixo do esperado, mas representou na Avenida o desfecho de um ciclo marcado pelo carinho e emoção em cada elemento do desfile da Dragões da Real. O artista esteve na festa de definição da ordem dos desfiles do carnaval de São Paulo, realizada em 17 de fevereiro na Fábrica do Samba, para dar o primeiro passo formal da comunidade da Vila Anastácio rumo ao desenvolvimento da apresentação de 2026. A Dragões será novamente a terceira escola a desfilar na sexta-feira pelo Grupo Especial, no dia 13 de fevereiro do próximo ano.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, Jorge valorizou o projeto desenvolvido, exaltou seu legado e convidou os sambistas a comparecerem ao lançamento do enredo da Dragões da Real para 2026, que ocorrerá também na Fábrica do Samba.
“Eu não posso ser demagogo. Todo mundo vai embutir o resultado, mas eu afirmava que o resultado não era tudo, porque o que valia mais era o projeto que eu estava apresentando. O resultado que nos foi dado, é claro que algumas notas sabemos que não merecíamos, mas nós não questionamos nada. É partir para um novo projeto e é mais um carnaval. Eu estava vendo, fazendo um estudo de diversos carnavais, e este é o meu segundo fora do desfile das campeãs. Acho que estamos aí em busca de um projeto que consolide uma vitória para essa agremiação que faz um trabalho tão árduo durante todo o ano, que é a Dragões da Real, mas acima de tudo é apresentar um belo projeto. Nós temos certeza de que, dia 7 (de junho), vocês vão ver mais um grande trabalho da Dragões. É o nosso lançamento de enredo, onde eu convido vocês e toda a imprensa para prestigiar o carnaval da Dragões, que abrilhanta todo ano o carnaval de São Paulo”, disse o carnavalesco.
Arte ignorada
O debate após a apuração do carnaval de 2025 foi acalorado entre os sambistas de São Paulo, e Jorge Freitas foi um dos que se destacou ao pedir mudanças. O artista preferiu não comentar as notas que a Dragões recebeu, mas ressaltou a necessidade de valorizar a virtude da arte na hora de julgar os desfiles.
“Eu não questiono nota de ninguém. Acho que o carnaval tem que avaliar, na verdade, a virtude que cada agremiação apresenta. São muitas coisas boas que deixam de ser julgadas, e as pessoas estão só penalizando o erro. A arte não é isso. A arte não é você penalizar, é você ver a virtude que aquele projeto apresenta” pontuou.
Confiança no trabalho
Jorge Freitas é o carnavalesco mais vitorioso do carnaval de São Paulo, com um legado marcado pela grandiosidade, pelo requinte e pela participação ativa nos mínimos detalhes do processo de construção dos desfiles. O título ainda não chegou com a Dragões da Real, mas a confiança no artista permanece, em sua visão, fruto dessa dedicação.
“Acho que é o próprio trabalho. Eu sou uma pessoa que trabalha muito, me envolvo em todos os segmentos da escola. As colocações não são expressivas, mas todas as agremiações pelas quais passei tiveram bons resultados. Na Dragões, tivemos três bons projetos, três grandes carnavais que, se fossem campeões, hoje o discurso das pessoas seria diferente”, concluiu.
Onze vezes campeã do Grupo Especial e terceira maior vencedora do carnaval de São Paulo, a Nenê de Vila Matilde tem novo intérprete. Para o ciclo dos desfiles de 2026, a agremiação contratou Alessandro Jorge Theófilo de Souza, conhecido no mundo do samba como Tiganá. Com carreira longeva no universo das escolas de samba, o intérprete teve como primeiro evento longe da Zona Leste a serviço da Águia a definição da ordem dos desfiles para o próximo ano.
Como primeiras palavras na Nenê, Tiganá revelou de maneira sintetizada como chegou a oportunidade de assumir um dos microfones mais paulistanos do carnaval paulistano: “Receber o convite de uma das escolas mais tradicionais do carnaval de São Paulo, graças a Deus, me deixou muito feliz. O Mantega me fez o convite e aceitei de prontidão. O povo da Zona Leste e todo o lado Leste pode ter certeza que empenho, dedicação e vontade não vão voltar em momento algum: na pista, nos ensaios… podem ter certeza que eu vou fazer o meu nome”, destacou, revelando o convite de Rinaldo José Andrade, presidente da agremiação.
Tradição da Zona Leste
Conhecida pela força de suas comunidades no Sambódromo, a Zona Leste de São Paulo também tem fama de recepcionar muito bem quem está chegando a uma escola de samba da região. De acordo com Tiganá, tal máxima novamente se fez presente quando quem estava chegando era ele: “Fui maravilhosamente bem recebido pelo pessoal da Vila Matilde! Desde o vídeo que a gente postou na internet foram só elogios e felicitações, aquele vídeo foi um dos mais visualizados e um dos mais compartilhados nas redes sociais até aqui. Meu primeiro ensaio foi na semana passada, semana que vem eu vou ter outro ensaio e, sempre que eu vou lá, eu sou bem recebido e bem tratado. A comunidade da Zona Leste é excelente”, comentou.
Sobre o vídeo em questão, de fato, os números mostram a grandiosidade e a receptividade do intérprete: já são mais de 84 mil visualizações apenas no Instagram, com mais de cinco mil likes.
Gratidão a outra azul e branca
Com carreira longeva no mundo do samba, Tiganá, antes de chegar à Nenê de Vila Matilde, defendia outra escola em São Paulo – que, curiosamente, tem as mesmas cores da Águia w também é da Zona Leste. Trata-se da Imperatriz da Paulicéia, da Vila Esperança – com quadras que ficam próximas, com menos de cinco quilômetros de distância entre as quadras das duas instituições.
Além de destacar o fato de voltar ao Grupo de Acesso I (a Imperatriz da Paulicéia desfila um pelotão abaixo, no Grupo de Acesso II), o intérprete não deixou de agradecer à antiga agremiação: “Essa subida, graças a Deus, representa um degrauzinho a mais, é claro. Mas quero destacar que eu também sou muito grato à Imperatriz da Paulicéia, muito grato à presidenta Mara por ter me dado a oportunidade. Eu estava fora do carnaval de São Paulo há um ano e a Imperatriz da Paulicéia me deu essa oportunidade de voltar para os desfiles daqui. Sou muito grato à Paulicéia por eu estar hoje na Nenê de Vila Matilde”, comentou, citando nominalmente Maralice Lazarini, mandatária da instituição da Vila Esperança.
Além de cantar em São Paulo, Tiganá defende, desde 2023, o microfone da Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.
O intérprete teve outras duas passagens por outra matriarca do carnaval paulistano: Tiganá foi a principal voz do Camisa Verde e Branco entre 2015 e 2016 e entre 2019 e 2022.
A Unidos da Tijuca promove na próxima segunda-feira,às 19h, a Festa de Lançamento do enredo e do projeto para o Carnaval 2026. O evento marca oficialmente o início da temporada da agremiação, rumo ao próximo desfile. A festa acontece na quadra de ensaios situada na Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo com entrada franca.
Para marcar um novo capítulo da história da agremiação, a Unidos da Tijuca apresentará sua proposta de revitalização em busca do retorno aos tempos de sucesso. Além da apresentação do enredo que encerrará os desfiles da segunda-feira de carnaval do Grupo Especial, o público conhecerá diversas ações destinadas à comunidade tijucana. O evento marcará, ainda, a apresentação oficial da equipe de trabalho do próximo carnaval e a estreia do intérprete Marquinho Art Samba como a nova voz do Carro de Som do Pavão.
A atração musical da segunda-feira será especial: Grupo Moça Prosa recebe o público e convidados e Os Puxadores do Samba encerram a festa. Nos intervalos, DJ Bracinho tocará os melhores hits aquecendo a quadra para o grande momento da noite. A festa será exibida a partir das 20h no canal da Unidos da Tijuca no Youtube – https://www.youtube.com/@GRESUTijuca
Serviço:
Evento: Festa de Lançamento do Enredo e do Projeto do Carnaval 2026 – Unidos da Tijuca
Data: 02 de junho de 2025
Horário: 19h
Local: Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo – Quadra da Unidos da Tijuca
Entrada Franca