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O milagre está vindo! Parceria de Claudio Russo vence disputa de samba da Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2024

Por Diogo Sampaio e Raphael Lacerda. Fotos: Allan Duffes

A Unidos de Padre Miguel abriu as portas de sua quadra, na noite da última sexta-feira, para realizar a grande final da disputa de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Quatro parcerias chegaram nessa última etapa da competição e cada uma teve oito passadas para se apresentar, sendo as duas primeiras sem bateria. A vencedora foi anunciada já na manhã deste sábado e a obra escolhida como hino oficial da vermelha e branca da Vila Vintém foi a de autoria de Claudio Russo, Thiago Vaz, W.Corrêa, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax. Ela irá embalar o enredo “O Redentor do Sertão”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos Edson Pereira e Lucas Milato. No ano que vem, o Boi Vermelho será a quinta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, em busca do título da Série Ouro e do tão sonhado acesso ao Grupo Especial. * VEJA FOTOS DA FINAL

“Essa vitória representa muito para mim e para minha parceria. Somos um grupo que ama a UPM. Perdemos, quando tínhamos que perder, e hoje voltamos a ganhar. Tenho certeza que a gente tem o melhor refrão do Carnaval, graças a Deus. É um refrão fala com povo. O samba como um todo é muito bom, mas este trecho é fora de série. Já ganhei outros sambas aqui. Ganhei no ano de Ossain, de Ariano Suassuna, do Eldorado, mas essa vitória aqui, hoje, é emocionante, é especial”, comemorou o compositor Claudio Russo.

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Fotos de Allan Duffes/CARNAVALESCO

“É a realização de um sonho, ainda não consigo acreditar. Amo essa escola, minha vida é essa escola. Estou aqui há dez anos e finalmente chegou a minha hora. Nunca tinha ganhado, essa é primeira vitória e meu coração está disparado. Todos da parceria se esforçaram muito, se dedicaram para fazer esse samba e dar ele de presente para escola. Agora é comemorar, curtir cada momento dessa vitória e defender esse pavilhão até a minha morte. No samba, a gente diz que chegou o redentor da Zona Oeste. Ou seja, chegou a nossa hora. O redentor veio para dar essa bênção e levar a gente para o Grupo Especial, que é o que merecemos. Estamos batalhando muito e merecimento temos de sobra. Então, ajudar a minha escola de coração a alcançar esse sonho é algo que não consigo nem expressar. A única coisa que posso dizer é que estou feliz para caramba”, completou o compositor Thiago Vaz.

Orlando Ambrósio – eufórico após o resultado – enfatizou que a parceria foi feita por crias da casa. “É uma vitória da comunidade da Vila Vintém. A gente estava há seis finais sem ganhar e nós não desistimos. E a minha parceria é da Vila Vintém. É daqui! Eu acreditei nos meus parceiros e nós ganhamos. Hoje é um dia de muita felicidade e alegria. Ganhamos!”, afirmou o compositor.

Questionado pelo CARNAVALESCO, Ambrósio revelou qual parte mais gosta no samba e foi categórico: A Unidos de Padre Miguel vai para o Grupo Especial em 2024. “‘Na quarta-feira // que os anjos digam amém’. A Unidos vai subir para o lugar que realmente é dela: o Grupo Especial”.

Show na final

Além das obras finalistas, o evento contou ainda com o anúncio da passista Andressa Regina Silva Marinho, a Dedê Marinho, que representou a escola no concurso da Rainha do Carnaval de 2024, como a mais nova musa da agremiação. Teve também um mega show da Unidos de Padre Miguel, onde os segmentos como a velha guarda, a ala de passistas, as baianas e o departamento feminino fizeram as suas apresentações na quadra, embalados pela bateria “Guerreiros”, comandada por mestre Dinho, e pelo carro de som liderado por Bruno Ribas. Durante esse espetáculo, sambas históricos do Boi Vermelho foram relembrados, entre eles “O reencontro entre o céu e a terra no Reino de Alá Àfin Oyó” (2013), “Decifra-me ou te devoro: Enigmas – chaves da vida” (2014) e “Ossain – O poder da cura” (2017). Este último provocou um momento de catarse, em que o canto forte dos presentes na quadra conseguiu se sobressair e ficar mais alto, em muitos momentos, que o volume das caixas de som.

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Essa força da Unidos de Padre Miguel, junto de outros predicados, fazem com que muitos sambistas sonhem com o dia em que verão a agremiação na elite da folia carioca. Ao longo da última década, a vermelha e branca bateu na trave por diversas vezes. Ao todo, foram cinco vice-campeonatos na atual Série Ouro em oito carnavais. Para finalmente alcançar o tão sonhado título, o Boi Vermelho quer deixar as falhas do passado para trás e focar em trabalhar para que tudo aconteça conforme o planejado, como destacou o diretor de Carnaval Cícero Costa em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO.

“Quanto aos erros eventualmente cometidos nos anos anteriores, a questão é como eles foram vistos. Acho que a vista é maior para esses erros, mas tudo bem. Passou e estamos trabalhando para não errar. E o torcedor da UPM, o público em geral, pode esperar em 2024 aquilo de melhor que a gente sabe fazer de melhor, que é um grande espetáculo, com muita humildade e pé no chão. Aqui nós temos muita dedicação e paixão. Trabalhamos incansavelmente o ano inteiro, procuramos estruturar barracão, deixar a quadra sempre em um alto nível… Todo ano fazemos isso, trabalhamos para colocar na Avenida um excelente Carnaval”, frisou o diretor.

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Cícero Costa também falou da experiência de dividir o comando da direção de Carnaval com a sua própria filha, Lara Mara. No bate-papo, ele fez uma avaliação do desempenho dela na função e não poupou elogios.

“Está sendo o máximo trabalhar com a Lara. Ela já vinha falando que queria ser diretora de Carnaval. Agora, ela já está adulta, maior de idade e para mim está sendo legal, porque estou dividindo tarefas e tendo a oportunidade de estar mais perto dela. Por conta do Carnaval, muitas vezes a gente acaba abrindo mão de passar mais tempo com a família, com os amigos… Então, está sendo super maneiro. E a menina está sendo nota dez, falo direto para ela: ‘É isso aí mesmo’. A gente já se conhece no olhar. Claro, tem hora que a gente precisa puxar o freio, senão sabe como é que é, né. Mas até agora ela está indo direitinho, tirando nota dez”, afirmou Cícero.

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O diretor de Carnaval da vermelha e branca ainda comentou sobre os próximos passos após a escolha do hino oficial para o ano que vem. De acordo com Cícero Costa, os ensaios de quadra devem ter início ainda em setembro. Já os treinos de rua da escola tem estimativa de começo apenas para o mês de fevereiro.

“A gente vai parar para gravar depois da escolha e devemos começar em quinze ou vinte dias os ensaios de quadra. Provavelmente, em novembro, a gente já está indo para rua. Nossa estimativa é que isso seja na segunda semana de novembro, logo depois dos feriados”, relatou.

Entrosamento cantor, bateria e harmonia

Indo para o segundo ano consecutivo no comando do carro de som do Boi Vermelho, o intérprete Bruno Ribas já está se sentindo completamente em casa na vermelha e branca. Em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, ele falou sobre o entrosamento com a bateria e a harmonia, além de ressaltar como a escolha do hino oficial no início de setembro facilita o trabalho.

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“O entrosamento está melhor que o esperado. Aqui já tenho um relacionamento muito antigo, de família, com a escola. Então, fica tudo mais fácil, né? Fica mais tranquilo para gente trabalhar. Logo no primeiro ano, já deu uma liga muito grande entre o carro de som, a bateria e a harmonia. E quanto a escolha do samba no começo de setembro é bem melhor, porque a gente tem mais tempo para trabalhar o chão, para trabalhar a própria música, construir coisas com a bateria, com os componentes. Isso sem contar que o trabalho tem que ser pra já, afinal a gente pensa lá na frente em alcançar o campeonato. Portanto, não podemos perder tempo”, declarou Bruno Ribas.

Desejo de chegar ao Especial

O carnavalesco Edson Pereira possui um longo histórico com a Unidos de Padre Miguel. Para se ter uma ideia, o artista estreou na função justamente na vermelha e branca, no Carnaval de 2006, com o enredo “Da lágrimas do tupã, nasce o fruto divino: o guaraná”. Na ocasião, o debute dessa relação rendeu o campeonato do Grupo C, o equivalente a atual Série Bronze. Desde então, entre idas e vindas, Edson está em sua terceira passagem pela escola e não esconde o desejo de fazer o que for preciso para vê-la chegar no Grupo Especial.

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“É muito lindo chegar em uma final como essa, ver a casa cheia e saber que as pessoas aprenderam a amar a Unidos de Padre Miguel, assim como eu a amo. Ver a escola galgando espaço no mundo do samba e sendo aguardada, para mim, é muito relevante. Trata-se, também, da minha origem, que é a Unidos de Padre Miguel. Então, desde já, garanto que conforme o nosso enredo pede, em 2024, não faltará fé, amor, devoção e emoção na Avenida. Podem esperar a Unidos de Padre Miguel com cara de Unidos de Padre Miguel. Vamos fazer um Carnaval grandioso, que representa a comunidade e não vai decepcionar. Padrão UPM”, assegurou Edson Pereira em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO.

Atualmente, o artista faz dupla jornada. Além dos trabalhos na Unidos de Padre Miguel, Edson Pereira está à frente do projeto do desfile do Acadêmicos do Salgueiro para 2024. Para conseguir conciliar os trabalhos, no caso do Boi Vermelho, Edson conta com o jovem carnavalesco Lucas Milato dividindo a função com ele. No bate-papo com a reportagem, ele comentou sobre esta parceria, que se encontra em seu primeiro ano.

“Acredito que é uma relação de cumplicidade, não só minha com ele, mas com o Carnaval da Unidos de Padre Miguel, que sempre colocamos em primeiro lugar. O Lucas é um grande talento, uma pessoa que está provando isso, que também está galgando o espaço dele. Acho muito importante o Carnaval se oxigenar cada vez mais e o Lucas vem para mostrar isso”, pontuou Edson.

Bateria pretende manter padrão

Mestre Dinho, que está no comando da bateria da Unidos de Padre Miguel há mais de dez anos, afirmou que o trabalho dos ritmistas em 2024 será manter o feito do último carnaval, quando garantiram os 40 pontos para o Boi Vermelho. Para ele, a escolha do samba em setembro contribui para o avanço do trabalho que será desenvolvido e, inclusive, já estuda as famosas “paradinhas”.

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“Foi bem positivo. 40, né? (Risos). Com 40, não tem nada para melhorar, tem que manter. É mais difícil manter a nota do que tentar gabaritar. Agora nós vamos trabalhar para manter aquilo que já foi feito em 2023. A escolha do samba ajuda muito. É uma coisa diferente, porque há muito tempo que a gente não tinha isso – um mês para fazer ensaios e preparar bossas. É um ano atípico e muito legal”, disse o mestre de bateria da UPM.

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Assumindo a direção de carnaval ao lado do pai Cícero Costa, a jovem Lara Mara, 18 anos, contou que está empolgada com o novo desafio e detalhou como funciona o trabalho entre pai e filha.

“Representa muita coisa e é muito gratificante. Estou muito feliz pela festa de hoje. É uma forma de superação pessoal e de provar para a minha comunidade o meu amor por eles. Realizar esse trabalho ao lado do meu pai é muito gratificante. Acredito que não há muitas diferenças no nosso trabalho – a gente divide as tarefas. Eu tenho muito do meu pai. As pessoas acham que sou mais calma, mas não, eu que sou mais arretada (risos)”, comentou a diretora de carnaval da UPM.

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Questionada sobre o que os sambistas podem esperar da parte plástica da agremiação da Vila Vintém, Lara, confiante, destacou o uso da tecnologia somada à riqueza que compõe o enredo sobre o Nordeste.

“A gente já vem fazendo desfiles muito bonitos e em 2024 não vai ser diferente. Tenho certeza que a Unidos vai surpreender muito. Acho que vão ficar encantados com as novidades que vamos trazer na parte plástica – com tecnologia e na simplicidade de ser um enredo do Nordeste, mas também com muita riqueza que nós iremos trazer. Eu acho que não falta mais nada. Nós estamos prontos e a nossa comunidade merece muito. Estou muito confiante que 2024 será o ano da Unidos”, ressaltou.

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Trunfo é obra completa do enredo

Formado em Arquitetura e Urbanismo e no mundo do carnaval desde 2010, o jovem carnavalesco Lucas Milato, de 27 anos, divide o posto com o experiente Edson Pereira. Para ele, chegar ao comando do carnaval da Vila Vintém é uma realização profissional e pessoal. O jovem também comentou sobre o trabalho em dupla.

“A UPM é a realização de quase todo sambista, seja profissionalmente ou como folião. É uma escola que já não tem mais a estrutura do grupo de acesso. É um prazer desenvolver o carnaval da Unidos – além de ser um prazer profissional é também uma grande honra enquanto pessoa e sambista. Isso faz até o trabalho fluir de uma forma mais gostosa e especial. O Edson é um cara que tem uma bagagem gigantesca e é uma fera do carnaval. Está sendo um grande aprendizado e bem bacana. Não existe uma divisão, a gente sempre está trocando tudo”, disse o carnavalesco.

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Para Milato, o grande trunfo para a Unidos de Padre Miguel é a obra completa do enredo. Confiante, ele afirmou que este será o maior carnaval do Boi Vermelho.

“Eu tento ser sempre humilde nas respostas, mas posso lhe afirmar que a Unidos está fazendo o maior Carnaval da sua história – e isso em todos os âmbitos. A escola está se esforçando para tirar 100% do que estamos projetando. Se Deus quiser, vamos fazer um grande Carnaval. Acho que esse é o nosso grande trunfo: o nosso conjunto não só estético. Ter um bom samba, um enredo bem defendido, uma harmonia coesa e uma direção de carnaval extremamente coerente. O conjunto da obra é o nosso grande trunfo”, enfatizou Lucas Milato.

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Um carnaval que aposta no talento dos jovens para realizar o tão sonhado desejo de subir para o Grupo Especial. O carnavalesco comentou sobre a chegada de Lara Mara, de 18 anos, na direção de carnaval da agremiação.

“Acredito que neste ano a Unidos está apostando, de fato, em profissionais jovens. No meu caso mesmo, que sou um carnavalesco novo – tenho 27 anos. Ter a diretora mais jovem – Lara tem 18 anos – é muito forte, porque é representativo para que outras mulheres se inspirem nessa figura tão poderosa e forte que a Lara emana. É uma grande aposta da UPM nessa confiança na força jovem. Ela é sensacional, está fazendo um trabalho incrível e é uma parceria diária – seja no ateliê, barracão ou no que for preciso. Está sendo muito bom”, destacou o carnavalesco.

Casal ainda celebra ótimo desfile em 2023

Há dez anos na agremiação da Vila Vintém, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira gabaritaram o quesito no último carnaval. Ao CARNAVALESCO, a dupla avaliou o desfile de 2023 e comentou os preparativos para o próximo ano.

“Foi um saldo muito positivo. Tudo que foi proposto pela nossa escola nós conseguimos realizar. É claro que sempre vão haver algumas situações que precisam ser melhoradas. Nós estamos estudando muito esse desfile para que, em 2024, possamos ter essa taça na nossa comunidade”, disse o mestre-sala.

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“Foi maravilhoso, porque conseguimos o nosso objetivo de trazer a nota máxima para a escola, graças a Deus e com muita garra e muito ensaio. Neste ano queremos novamente trazer a nota máxima, então temos que correr atrás e fazer por onde”, completou a porta-bandeira.

O casal também falou sobre os benefícios de ter o samba escolhido um pouco antes do habitual. “Facilita muito, porque a escola dá um passo à frente. Nós conseguimos implementar ou corrigir, porque temos tempo hábil pra isso – diferente, acredito eu, se fosse escolhido um pouco mais próximo do desfile”, destacou Vinícius.

“Facilita muito, porque daí já vamos pensando em uma coreografia e como vamos desenvolvê-la na Avenida. É muito importante e positivo para a gente”, explicou Jéssica.

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“Ela é a minha rainha”. O mestre-sala enfatizou as principais virtudes na dança de Jéssica Ferreira.

“A minha porta-bandeira tem uma dança muito peculiar. Ela tem uma característica muito forte, é muito guerreira. Eu fico até brincando com ela dizendo que as fantasias devem ser pesadas, senão ela sai voando na Avenida (risos). É um prazer dançar com a Jéssica. Eu ganhei um presente, porque ela me ensinou muito. Hoje, o mestre-sala que sou, devo a ela”, destacou o mestre-sala da UPM.

Já a porta-bandeira contou que a conexão entre os dois foi à primeira vista.
“O Vinícius é um mestre-sala elegante, ágil e com várias qualidades na dança. Quando começamos a dançar, formamos um par perfeito – a dança encaixou e combinou. O Vinicius se tornou o meu irmão e meu companheiro de luta”.

Análise das apresentações na final

Parceria de Jefinho Rodrigues: O primeiro samba a se apresentar na final da Unidos de Padre Miguel foi o de autoria de Jefinho Rodrigues, Paulo César Feital, Jonas Marques, Denilson do Rosário, Carlinhos da Chácara, Gutto Neves, Luciano Chuca e Rafael Bernini. O intérprete Wander Pires, voz oficial da Unidos do Viradouro, foi o responsável por defender a obra e soube explorar bem as variações melódicas dela. Os torcedores vieram ornamentados com bandeiras nas cores da escola, além de bexigas vermelhas. Animados, eles vibraram e pularam o tempo todo. Todavia, o canto somente ficava mais forte durante os refrões. Aliás, o refrão principal, com os versos “Padim Ciço milagreiro, abençoa o boi vermelho!/Eu acredito, ergo minhas mãos pro céu!/Chegou a hora comunidade/Com muito orgulho Unidos de Padre Miguel!”, foi o trecho de maior rendimento da obra na quadra. Mesmo assim, fora a torcida, se observou pouca adesão dos presentes no local. A maioria apenas assistiu a apresentação, sem cantar ou dançar.

Parceria de Cláudio Russo: Dando sequência a final, o segundo samba a se apresentar foi o composto por Claudio Russo, Thiago Vaz, W.Corrêa, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax. Com um time de cantores liderados por Igor Sorriso e Tem Tem Jr., a obra teve um desempenho avassalador na quadra. O destaque ficou com o refrão principal. Os versos “Meu Boi Vermelho, o milagreiro vem/Traz o milagre pra Vila Vintém/De toda maneira na quarta feira/Que os anjos digam amém” eram berrados pela torcida. Além deles, se observou boa recepção do restante da quadra, sendo possível notar alguns segmentos, como a harmonia, cantando o samba ao longo da apresentação. Falando em torcida, ornamentados com bandeiras e balões nas cores da agremiação, além de bastões de luzes coloridas, eles deram um show à parte. Fizeram coreografias, pularam e cantaram o samba incessantemente. Antes mesmo da apresentação começar, os torcedores já entoavam a obra. Houve ainda chuva de papel picado e serpentina, assim como a performance de um Padre Cícero no meio da galera.

Parceria de Ribeirinho: A obra assinada por Ribeirinho, Samir Trindade, Renan Diniz, Carlinho do Mercadinho, Dilson Marimba e Silvio Romay, com as participações especiais de Thiago Mainers e Domingos Os, foi a terceira a se apresentar na grande final. A dupla de intérpretes formada por Pitty de Menezes e Igor Vianna, da Imperatriz Leopoldinense e Unidos de Bangu respectivamente, soube conduzir de maneira segura o samba. Com bandeiras vermelhas e brancas, os torcedores mostraram bastante empolgação. Houve chuva de papel picado e coreografias não faltaram. Ao longo da apresentação, os momentos de maior canto ocorreram durante os refrões. Além deles, o trecho de subida para o refrão principal, especialmente o verso “Acredita Padre Miguel”, também foi bastante entoado. Em relação ao restante da quadra, a recepção ao samba foi tímida, com poucas pessoas cantando a obra.

Parceria de Chacal do Sax: A quarta e última obra a se apresentar na grande decisão da disputa promovida pelo Boi Vermelho foi a composta por Chacal do Sax, Sidney Myngal, Robertinho, Alexandre Rivero, Clay Ridolfi, Gabriel Simões, Rafael Faustino e Felipe Mussili. A parceria, com a sua torcida, fez um espetáculo na quadra. Houve chuva de balões, confetes e serpentinas. No meio da galera, vieram ainda dois robôs, com efeitos de luz e que soltavam fumaça, além de uma banda com instrumentos de sopro. Os torcedores tinham bastões com bolas brancas, vermelhas e douradas como adereços de mão, assim como bastões infláveis e bandeiras nas cores da agremiação. O intérprete Tinga, da Unidos de Vila Isabel, foi quem conduziu o samba, contando com apoio luxuoso do também intérprete Pixulé, voz oficial da Paraíso do Tuiuti. Junto dos cantores, veio um sanfoneiro, que deu uma pitada do ritmo típico da música nordestina para a apresentação. O refrão principal, com os versos “Meu padim ciço, eis aqui o teu altar!/A gente enverga, mas é ‘rúim’ de se quebrar…/Chegou a hora do milagre da Vintém!/Pra quem tem fé, a vitória demora, mas vem!”, foi entoado a plenos pulmões pela torcida e por diversas pessoas presentes na quadra. Foi possível observar até mesmo segmentos, como harmonia e bateria, cantando a obra.

Galeria de fotos: final de samba da Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2024

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Leitores do site CARNAVALESCO apontam parceria de Claudio Russo favorita na Unidos da Padre Miguel

A Unidos de Padre Miguel escolhe nesta sexta-feira, a partir das 22h, na Vila Vintém, o samba-enredo para o Carnaval 2024. Das 12 obras que participaram do concurso são quatro que estão na decisão. A bateria “Guerreiros da Unidos”, de Mestre Dinho entra em cena ao lado de Bruno Ribas para comandar o elenco show da UPM, na despedida do hino Baião de Mouros. Conhecidos por sua excelência e paixão pelo samba, os segmentos da UPM, coreografados por George Louzada e Elaine Nascimento, estão preparando um espetáculo à parte.

Em votação no site CARNAVALESCO os leitores indicaram a parceria de Claudio Russo, Thiago Vaz, W.Corrêa, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax favorita para vencer. Ela recebeu 47,3%.

A parceria de Jefinho Rodrigues, Paulo César Feital, Jonas Marques, Denilson do Rosário, Carlinhos da chácara, Gutto Neves, Luciano Chuca e Rafael Bernini ficou com 20,2%. A parceria de Chacal do Sax, Sidney Myngal, Robertinho, Alexandre Rivero, Clay Ridolfi, Gabriel Simões, Rafael Faustino e Felipe Mussili com 18,4%. A parceria de Ribeirinho, Samir Trindade, Renan Diniz, Carlinho do Mercadinho, Dilson Marimba e Silvio Romay terminaram com 14,1%.

No carnaval de 2024, a Vermelha e Branca da Vila Vintém será a quinta agremiação a desfilar no sábado de carnaval, pela Série Ouro, do Rio de Janeiro, com o enredo “O Redentor do Sertão”, em busca do tão sonhado título e o acesso ao Grupo Especial.

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Foto: Diego Mendes/Divulgação

Organização e conforto! Unidos de Padre Miguel reforma barracão para melhorar estrutura de trabalho

Equilíbrio total na Tijuca! Parcerias de Totonho e Júlio Alves fazem melhores apresentações da última eliminatória

A Unidos da Tijuca fez na noite da última quinta-feira, em sua quadra, mais uma etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2024. O site CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação. Clicando aqui você vê como foi a semana passada.

Parceria de Márcio André: A primeira parceria da noite foi composta pelos compositores Márcio André, Igor Federal, Daniel Katar, Bello, Diogo Nogueira e Igor Leal. O palco foi bem conduzido pelo intérprete da União da Ilha, Nêgo. A torcida marcou grande presença com balões e bandeiras. Eles cantaram o samba, principalmente, o refrão de cabeça, antes mesmo da apresentação começar e após o término continuaram a cantar o refrão principal. A primeira parte do samba com a sua melodia diferenciada foi um dos grandes momentos da apresentação, pois a cada passada do samba era possível notar os desenhos melódicos que essa primeira parte possuía. A segunda parte caia um pouco a apresentação, não contagiando a galera. O refrão principal foi o grande destaque se levarmos em consideração a parte do samba mais cantada pela torcida. Não foi possível notar os segmentos cantando o samba.

Parceria de Leandro Gaúcho: Segunda parceria da noite foi composta por Leandro Gaúcho, Gustavinho Oliveira, Marcus Lopes, Josemar Manfredini, Aldir Senna e Alexandre Cabeça. A torcida levou bandeiras do Brasil e Portugal e balões. Quando acabou a apresentação a torcida continuou cantando o refrão de cabeça. No início foi possível notar que o som não estava com uma qualidade bacana. Emerson Dias tentou levantar a galera com a sua habitual alegria junto com os cantores de apoio de qualidade e obteve êxito no refrão principal. O diretor de carnaval, Marquinho Marino, e o diretor de Harmonia, Fernando Costa, se desdobraram para resolver o problema do som. O refrão principal foi o grande destaque da apresentação, que foi berrado pela torcida. O refrão do meio era difícil para cantar e a torcida não manteve o mesma regularidade. A melodia na segunda parte do samba, em especial a parte “Em trovas, sonetos”, mais uma vez, foi um dos destaques da apresentação. Algumas integrantes da velha-guarda cantavam o samba com bastante entusiasmo. Infelizmente, o som prejudicou a parceria, pois o samba tem qualidade para produzir mais.

Parceria de Sereno: A terceira parceria foi composta pelos compositores Sereno, Danny da Vila, Jb Oliveira, Camila Lúcio, Deiny e Mano Kleber. Diferente das primeiras torcidas, essa cantava muito o samba todo, e quando chegava no refrão de cabeça explodia. Após o término da apresentação, a torcida continuou cantando o refrão principal. Wander Pires com a sua bela voz conduziu o palco, mas o som atrapalhou também a parceria. A melodia é belíssima, além disso, é uma obra com pegada de avenida. O refrão de cabeça foi muito bem cantado pela galera e outro ponto forte da apresentação foi a cabeça do samba com “Orfeu da Conceição, dedilha o fado em sua lira” a levada é sensacional, e não é só na cabeça, mas a primeira do samba em sua totalidade. A construção melódica na segunda parte também é ótima. Creio que para as próximas apresentações, a parceria pode levar um pouco de mais potência para o palco para ajudar o excelente Wander Pires e os cantores de apoio Wandinho e Danielli Roxo Trindade.

Parceria de Gilmar L Silva: A quarta parceria da noite foi composta por Gilmar L Silva, Mauro Gaguinho de Araruama, Marquinho Bombeiro, Sérgio Pires, Fernando Gogó de Ouro e Pires de Praia Seca. A torcida trouxe balões e bandeiras, assim como as outras que se apresentaram. Serginho do Porto mandou bem demais na condução do palco junto com os seus cantores de apoio. O rendimento do samba foi regular, com grande destaque para o início do refrão de cabeça e para a cabeça do samba. Melodicamente entrega mais na primeira parte do que na segunda parte. Ao longo dos 20 minutos, o samba foi caindo um pouco. Não teve adesão dos segmentos na quadra.

Parceria de Totonho: A quinta parceria foi composta pelos compositores Totonho, Fadico, Marcelo Adnet, Dudu, Gabriel Machado, Rodrigo Alves e com as participações especiais de Cláudio Mattos e Cadu Cardoso. A torcida deu um show a todo momento. Antes mesmo de começar a apresentação, eles cantavam muito principalmente o refrão de cabeça. Eram bandeiras para tudo quanto é lado. O intérprete da Mocidade Alegre, Igor sorriso, conduziu muito bem o palco e contou com a ajuda de luxo de Igor Vianna, intérprete da Unidos de Bangu. A apresentação foi muito forte e contou com alguns trunfos, como por exemplo a virada melódica na segunda parte do samba “Portugal”. A chamada para o refrão de cabeça é sem dúvida outro trunfo da parceria que começa com “Oh Santa! Oh Santa! Fátima vos peço em oração”. Os dois refrãos foram destaques também, principalmente, o primeiro que foi berrado pela torcida e por muita gente que estava assistindo.

Parceria de Júlio Alves: A penúltima parceria foi composta por Júlio Alves, Cláudio Russo, Jorge Arthur Silas Augusto, Chico Alves e D’Sousa. A torcida foi pequena, pois grande parte teve um imprevisto e não conseguiu chegar. Tinga foi excelente no palco, junto com o seu time de apoio e não deixaram cair o samba em nenhum momento. A apresentação foi forte e tiveram alguns pontos de destaques. O primeiro grande ponto é a força que tem o segundo refrão da parceria, um dos melhores de toda a disputa. Tinha uma galera cantando esse refrão, inclusive, alguns integrantes da bateria “Pura Cadência”. O refrão de cima também passou bem assim como na semana passada. As variações melódicas na segunda parte do samba também chamaram atenção. Foi possível notar alguns integrantes da bateria animados com a passagem do samba. Foi uma apresentação muito boa.

Parceria de Eduardo Medrado: A última parceria foi composta pelos compositores Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues, Adolpho Konder, Sandro Nery, André Braga e Luiz Pavarotti. A torcida veio numerosa com bastante bandeiras, mostrando ânimo do início ao fim, e mesmo após o fim da apresentação continuou cantando o refrão principal. Tem-tem Júnior e Chitão Martins defenderam bem samba, junto com os cantores de apoio. Diferente da semana passada, a apresentação foi muito boa do início ao fim. A melodia diferente dessa vez encaixou mais principalmente na primeira parte do samba. O refrão de cabeça sem dúvidas foi o grande destaque mais uma vez levantando a galera. Apesar da melodia não ser de fácil assimilação, principalmente, a segunda parte do samba, foi notável a melhoria de rendimento.

Desistiu! Sérgio Cabral não é mais enredo da União Cruzmaltina para o Carnaval 2024

Na manhã desta sexta-feira, através das redes sociais, a União Cruzmaltina informou que o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, não será mais o enredo para o Carnaval 2024. A escola alegou que optou pela troca para que a história de construção do estádio de São Januário seja o tema do desfile do ano que vem.

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Foto: Reprodução de internet

O estádio está interditado e a torcida vascaína vem recebendo apoio de diversos setores contrários a decisão de interdição por parte do Poder Judiciário. Veja abaixo o posicionamento da União Cruzmaltina.

“Informamos que em função dos últimos acontecimentos que vem atingindo profundamente o Club de Regatas Vasco da Gama e toda nossa torcida substituiremos o emblemático enredo onde contaríamos a trajetória de vida do sempre Governador Sérgio Cabral Filho (@sergiocabral_filho ), pela história de construção do estádio de São Januário”.

O ex-governador do Rio também se pronunciou sobre a decisão da escola de samba de trocar o enredo para o desfile do ano que vem.

“A @uniaocruzmaltinaoficial me escolheu para enredo do Carnaval 2024. Me senti muito comovido. Entretanto, o Vasco enfrenta desafios dentro e fora de campo. E o momento é de exaltação à história do clube, a mais bonita do futebol brasileiro. Assim, agradeço muito ao presidente, @brandaorodriigo, e a todos os componentes da escola. Mas, abro mão para que a história do Vasco seja aclamada na avenida”.

Salve as Iabás! Parceria de Eduardo Katata vence a disputa de samba-enredo do Império da Tijuca para o Carnaval 2024

Salve as Iabás, ora ie ie ô! O Império da Tijuca já possui o seu hino oficial para o Carnaval de 2024. A parceria de Eduardo Katata, JC Couto, Henrique Badá, Ferreti, Zé da Ponte, Sérgio Gil, Gilsinho Oliveira, Gabriel Machado e Gabriel Cascardo se sagrou campeã da disputa de samba-enredo e a obra composta por eles irá embalar o enredo “Sou Lia de Itamaracá cirandando a vida na beira do mar”, assinado pelo carnavalesco Júnior Pernambucano. Trata-se de uma homenagem para Maria Madalena Correia do Nascimento, mais conhecida como Lia de Itamaracá, dançarina, compositora e cantora de ciranda brasileira. * OUÇA AQUI O SAMBA CAMPEÃO

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Parceria campeã. Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Ao todo, quatro parcerias chegaram na decisão e cada uma teve 25 minutos para apresentar suas respectivas obras no palco. O evento, realizado na quadra da coirmã Unidos da Tijuca, começou ainda na noite de quarta-feira, sendo que o anúncio do samba vencedor aconteceu já no fim da madrugada de quinta, com o dia já clareando. E além da escolha do hino oficial, a festa contou também com a final do concurso “Musa Imperial”. Cinco garotas da comunidade do Morro da Formiga estavam nesta fase decisiva da competição. A vencedora foi Aliny Nascimento que, como prêmio, faturou a fantasia e o posto entre as beldades que desfilam em locais de destaque. Ela ganhou ainda um spa com três massagens e um look completo de moda fitness. Em 2024, o Império da Tijuca será a segunda escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí na sexta-feira de Carnaval, dia 09 de fevereiro, pela Série Ouro.

“É uma emoção ímpar. Espero esse título tem muito tempo. Fui campeão a última vez no ano 2000. Ganhou o melhor para escola. Estou muito emocionado. Pode esperar muita emoção na Avenida. Minha parte preferida no samba é ‘Vim me apresentar/sou filha das águas mulher guerreira/a inspuração vem do mar/com as onda na branca areia”, disse o compositor Eduardo Katata.

“É uma satisfação muito gratificante. Foi feito um estudo para entender o que de fato a escola precisava. Entender a cultura da Lia de Itamaracá, as cirandas e trazer o que ela tem para o país. Fazer isso em uma obra de samba-enredo é inesquecível. É minha primeira vitória na vida em concurso de samba. Sou calouro. Destaco o nosso refrão do meio. É a hora que brincamos com a escola, levantamos e falamos da rainha. Deixamos palpável para comunidade e o povo do carnaval tão grande é a cultura de Lia para todo o país”, afirmou o compositor Gabriel Cascardo.

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“É imensurável vencer a disputa de samba. Persigo isso há cinco anos. É só felicidade, alegria, não merecia tanta emoção. É uma coisa do outro mundo ganhar um samba na minha escola do coração. Agradeço aos meus parceiros. Viajamos em um cometa e ganhamos. Sempre estivemos nas finais, batemos na trave e agora o gol aconteceu”, celebrou o compositor Zé da Ponte.

Presidente exalta enredo

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente Tê contou que a escola do Morro da Formiga prepara uma apresentação forte no conjunto de fantasias e alegorias. “O desfile do Império do Tijuca não vai ser diferente como nos outros anos. Vamos aperfeiçoar e melhorar o que erramos em 2023. Sabemos os quesitos que erramos, consertar e aí disputar o título. Temos um grande enredo que é a Lia de Itamaracá. É uma grande homenagem. Escolhemos um grande samba. Agora, não pode faltar a grande emoção da comunidade e cantar o samba. Posso afimar que em fantasias e alegorias vamos vir bem pra cacete”, disse o dirigente.

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Alegria e irreverência

Em trabalho solo para 2024, o carnavalesco Junior Pernambucano derramou amor e carinho pelo Império da Tijuca. O artista contou quais foram as exigências da homenageada no enredo para o desfile do ano que vem.

“É a escola que amo, gosto e tenho o carinho muito grande. A ideia do enredo, por ser Pernambucano, sempre acompanhei a Lia desde criança. Era vontade de fazer o enredo. O presidente gostou e estou muito feliz com essa realização. Pode crer que a escola virá alegre e irreverente, como a própria homenageada pediu. Ela falou para levar muito colorido para Avenida. Estou indo nesta estética”.

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Pernambucano ressaltou a questão organizacional do Império da Tijuca durante o processo de produção do desfile. “Uma das coisas que me fez voltar é a organização da escola que me deixa confortável. Aqui, não tem falta de estrutura, independente da crise e a situação financeira da Série Ouro. A escola tem um controle e administração muito boa e que me deixa tranquilo. O dinheiro é curto, mas é realizado no trabalho”.

Ao ser perguntado sobre o enredo ser o mesmo da Nenê de Vila Matilde, em São Paulo, o artista não polemizou, pelo contrário, deu valor a força e tradição das duas agremiações e a importância de Lia de Itamaracá.

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“É super interessante. Foi uma coincidência. O assessor da Lia recebeu os dois convites e aceitou as duas propostas. São carnavais diferentes. Nós aceitamos de boa. É muito gratificante para uma artista ser homenageada em duas agremiações tradicionais, para ela será maravilhoso e para gente lindo de ser ver. São dois desfiles diferentes e com estéticas diferentes. Vão contar uma história única com uma visão diferenciada”.

Ciranda na bateria

Mestre Jordan fez um balanço do desfile de 2023 e o que pode melhorar para o Carnaval de 2024. “A gente teve um desempenho muito satisfatório. Todo mundo saiu feliz da Avenida. Fiquei muito realizado. Tudo que ensaiamos conseguimos colocarm em prática e vieram todas notas 10. Agora, vamos seguir inovando, nunca vamos apresentar o feijão com arroz. O enredo sobre a Lia pede surpresas, podem esperar, ainda vamos pensar como encaixar tudo. Prefiro deixar no suspense. A Lia de Itamaracá brilha com as cirandas e posso adiantar que vamos trabalhar em cima disso. Escolher o samba no início fica muito mais fácil para trabalhar a bateria”, disse.

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Intérprete cheio de representatividade na Formiga

Desde o Carnaval 2017 no Império da Tijuca, o intérprete Daniel Silva vai para o oitavo carnaval na escola do Morro da Formiga. “Credito muito a comunidade essa relação. Sempre trocamos ideias e procuramos renovar o trabalho. Fazer sempre o melhor para escola, trabalhando com a harmonia e bateria. Chegamos ao denominador comum. Quando tem essa união tudo flui. A família Império da Tijuca é maravilhosa, a escola é de raiz, eu estou muito feliz. Defender um samba sobre a Lia é uma honra. Ela é uma figura gigante da cultura brasileira. Cantar e homenagear em vida é duplamente saboroso. A gente vai fazer um desfile aguerrido, como sempre fazemos, que é tremer o chão da Sapucaí”.

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Fantasia encanta o casal

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Renan Oliveira e Laís Lúcia, citou em entrevista ao CARNAVALESCO, que a fantasia para o desfile do ano que vem promete surpresa e que facilita no trabalho da dupla. Eles também fizeram um balanço do último carnaval.

“O Carnaval de 2023 foi uma superação. Experimentamos uma fantasia que foi elaborada de uma forma diferente. Tivemos uma preparação pela coreógrafa de forma maravilhosa. Agora, a gente vai trabalhar ainda mais. Ter atenção com a nossa fantasia e já começamos a treinar. Temos parceria com estúdio de dança, surpresas vão vir no próximo carnaval. Estou adorando a fantasia para 2024. É maravilhosa. O Junior Pernambucano, mais uma vez, encantou. A coreografia pode ter relação com a fantasia”, disse a porta-bandeira.

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“Estudamos todas análises. Conseguimos executar tudo o que treinamos para o desfile. Tivemos o desafio da fantasia e realmente nos superamos. A gente pretende melhorar a cada ano. Estamos treinando junto, feito dança de sala, e com estrutura, inclusive, de treino funcional. A preparação já começou e está muito forte. Tem uma semana que nós vimos a fantasia, estamos satisfeitos, não é comum. Com o samba escolhido, ainda no mês de setembro, facilita o trabalho específico. Esse tempo ajuda para fechar toda movimentação coreográfica. Depois, a gente adciona os passos e finalizações”, completou o mestre-sala.

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Planejamento especial para homenageada

Diretor de carnaval, Luan Teles contou como vai ser o processo de trabalho para o desfile do ano que vem. “A princípio vamos apresentar o samba campeão no dia 17, na feijoada, no Tijuca Tênis Clube, em outubro, pensamos em fazer os ensaios de terça na comunidade e em dezembro começarmos os ensaios de rua na Conde de Bonfim. Ter o samba escolhido no início de setembro facilita para trabalharmos a obra antes da gravação do álbum oficial do carnaval. Nossa escola é uma grande família. Nosso time é um dos melhores do carnaval”, garantiu.

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Luan Teles contou como será o esquema para o desfile da Lia. “A gente tem a tranquilidade de desfilar na sexta-feira e a Nenê no domingo. Estamos conversando. Ela vai chegar um dia antes e vai abrilhantar nosso desfile. Vamos preparar uma recepção digna e teremos diretores para dar o total apoio. Temos um planejamento surpresa e mais para frente vamos revelar”.

Como foram todas apresentações

Parceria de Bola: A obra composta por Bola, Daniel Katar, Igor Federal, Vagner Mariano, Bello, Rodrigo Bola e André Cabeça, com participação especial de Márcio André, foi a primeira a se apresentar na final da disputa promovida pelo Império da Tijuca. O intérprete Thiago Brito é quem defendeu o samba e demonstrou bastante segurança na condução. Ornamentada com bandeiras e bexigas nas cores da escola, a torcida, apesar de empolgada, teve um canto irregular. Somente durante os refrões que a obra era entoada com mais força. Esse ponto alto ocorria principalmente no refrão do meio, com os versos “É São João no calor de uma fogueira/Tem maxixe, tem fandango e reisado a noite inteira/Cavalo marinho, côco de roda e muita folia…/Chama a Lia, chama a Lia”. Quanto ao restante da quadra, a recepção ao samba foi fria. Ao longo dos 25 minutos de apresentação, a grande maioria dos presentes no local apenas assistiu, sem cantar ou sambar em qualquer momento.

Parceria Zezinho Professor: A segunda obra a se apresentar na final foi a composta por Zezinho Professor. O intérprete Tiãozinho Cruz é quem comandou o microfone principal. O samba teve como destaque o refrão principal, com os versos “Descendo a ladeira, eu vim da Formiga/Trouxe a Sinfonia Imperial/Vim de verde e branco sambar com alegria/Folias de Lia é meu Carnaval”. Por conta da parceria não trazer torcida, no momento em que a bateria parou de tocar, inicialmente, ficou um silêncio, com apenas Tiãozinho Cruz pedindo para o pessoal cantar. Porém, aos poucos, alguns dos presentes começaram a bater palmas e entoar a obra. Mesmo com este apoio, ao longo dos 25 minutos de apresentação, a reação da quadra em geral foi tímida, sendo possível observar poucas pessoas cantarolando o samba.

Parceria de Samir Trindade: Na sequência, o terceiro samba a se apresentar na final foi o de autoria de Samir Trindade, Julio Pagé, Wagner Zanco, Jota, Almeida Sambista Ney Baiano e Osmar Fernandes, com participação especial de Alfredo Maio. Responsável por conduzir a obra, o intérprete Nino do Milênio deu um show no palco, interagindo com a torcida e até mesmo arriscando alguns passos. O cantor ainda soube valorizar no canto as variações melódicas presentes no samba. Com um grande número de pessoas, a torcida foi uma atração a parte. Ornamentados com bandeiras diversas nas cores verde e branca, eles cantaram e pularam o tempo inteiro. O momento de maior explosão acontecia no refrão principal. Os versos “Esse samba quem me deu foi Lia/Que é da Formiga e de Intamaracá” eram berrados pelos torcedores, que por sua vez foram acompanhados por outras pessoas presentes na quadra. Vale mencionar que havia ainda, no meio da galera, uma banda com instrumentos de sopro, além de uma artista circense performando em pernas de pau. Também foram utilizados pela parceria fogos de artifício no palco.

Parceria de Eduardo Kataka: O samba composto por Eduardo Katata, JC Couto, Henrique Badá, Ferreti, Zé da Ponte, Sérgio Gil, Gilsinho Oliveira, Gabriel Machado e Gabriel Cascardo foi o quatro e último a se apresentar na final da disputa do primeiro Império do samba. A obra foi conduzida por um time de intérpretes encabeçado por dois nomes de peso, no caso Emerson Dias, voz oficial do Acadêmicos do Salgueiro, e Marquinhos Art’ Samba, da Estação Primeira de Mangueira. O grupo foi responsável por crescer o samba, que teve um ótimo desempenho na quadra. Com bandeiras nas cores da agremiação, a torcida mostrou bastante animação e teve seus picos de canto nos refrões, especialmente no refrão do meio, com os versos “Cirandeiro ah, cirandeiro ê/Rainha preta, a voz que tem poder/Cirandeiro ê, cirendeiro ah/Entra na roda vamos cirandar”. O restante da quadra reagiu bem ao samba, sendo possível observar até mesmo segmentos, como a harmonia, entoando a obra. Um detalhe curioso é que a parceria trouxe um artista plástico. Ele pintou um retrato de Lia do Intamaracá, a homenageada do enredo, ao longo dos 25 minutos de apresentação.

Galeria de fotos: final de samba do Império da Tijuca para o Carnaval 2024

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Parceria de Samir Trindade é apontada favorita para vencer disputa no Império da Tijuca para o Carnaval 2024

A parceria de Samir Trindade, Julio Pagé, Wagner Zanco, Osmar Fernandes, Jota, Almeida Sambista, Ney Baiano e Alfredo Maia foi apontada por 45,3% dos votos a favorita para vencer a disputa de samba do Império da Tijuca, que acontece nesta quarta-feira, na quadra da Unidos da Tijuca. O evento inicia às 21h e até 22h30 a entrada é franca.

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Em segundo ficou a parceria de Eduardo Katata, JC Couto, Henrique Badá, Ferreti da Ponte, Sérgio Gil, Gilsinho Oliveira, Gabriel Machado Charuto e Gabriel Cascardo Gavião com 25,4%. A parceria de Bola, Daniel Katar, Igor Federal, Vagner Mariano, Bello, Rodrigo Bola, André Cabeça e Marcio André recebeu 20,1& e a parceria de Zezinho Professor teve 9,2%.

A verde e branca prepara uma grande noite de festa. A abertura do evento será comandada por uma roda de samba com show do cantor Maurício Campos. Antes da disputa, a agremiação realiza a escolha da Musa da Comunidade através do concurso Musa Imperial. A vencedora desfilará em lugar de destaque no próximo desfile. Logo após, o público será brindado com um show especial do elenco do Império da Tijuca. Daniel Silva dará o tom dos sambas-enredos antológicos da escola que serão embalado spelos ritmistas da bateria Sinfonia Imperial de mestre Jordan.

As quatro parcerias finalistas disputarão, verso a verso, a preferência do público e da comissão julgadora, com o apoio de suas torcidas, logo após o show. A ordem das apresentações seguirá de acordo com sorteio a ser realizado com a presença dos integrantes de cada grupo de compositores, momentos antes da disputa. Cada obra terá 25 minutos para se apresentar, sendo a primeira passada sem bateria e as demais acompanhados da Sinfonia Imperial.

A entrada é franca até 22h30. Após, os ingressos de pista custarão R$ 20,00 na bilheteria da quadra. Mesas com 04 lugares custam R$ 80 (com os convites inclusos) e camarotes custam a partir de R$ 400,00. A quadra da Unidos da Tijuca fica localizada na Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo. Há estacionamento amplo no local. Informações e vendas antecipadas através do telefone 21 98195-6363

Serviço:
Final de Samba-Enredo e do Concurso Musa Imperial – Carnaval 2024
Dia: 06 de setembro (quarta)
Horário: A partir das 21h
Local: Quadra da Unidos da Tijuca – Avenida Francisco Bicalho n° 47 – Santo Cristo.
Valor da entrada: Franca até 22h30 e R$ 20 (após 22h30)
Mesa para 4 pessoas: R$ 80,00 e Camarotes a partir de R$ 400,00 – (vendas: 98195-6363)

‘Tá todo mundo aí?’ Douglinhas Aguiar conta sua história com a Águia de Ouro

A Águia de Ouro conta com a dupla de intérpretes que já possuem uma longa história no carnaval e que juntos comandam o carro de som da agremiação da Pompeia. Por vezes com um terceiro elemento como foi neste ano com o Chitão e no ano do título em 2020 contou com Douglinhas, Tinga e Darlan Alves. Douglinhas Aguiar é uma das vozes mais marcantes do carnaval de São Paulo, e sua presença dentro do carnaval iniciou desde muito pequeno. Para o site CARNAVALESCO contou como foi o início no carnaval e na escola do coração.

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Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

“Minha história no carnaval começou na Avenida Tiradentes ainda, tinha seis anos de idade, primeira escola que desfilei foi a Príncipe Negro, uma escola da Zona Leste, depois me mudei para a Vila Madalena, desfilei na ala das crianças da Pérola Negra. Em 1984, sai na bateria da Águia de Ouro e foi paixão à primeira vista”.

A relação do Douglinhas com a Águia de Ouro é longeva, mas viveu idas e vindas como contou: “Primeiro ano sai tocando na bateria lá atrás, depois em 89 fui cantar, convidado pelo presidente Sidnei Carrioulo, sai cantando junto com o intérprete da época que chamava Aureo Galloro, fiquei lá até 2005. Depois retornei em 2015 e essa é minha história na Águia de Ouro”.

Confiante no time montado para 2024, o consagrado intérprete paulista revelou: “Tem um time bom, robusto, esse ano demos uma reestruturada no time todo. Acredito que faremos um trabalho legal”.

E sem deixar de lado sobre as mudanças que foram impostas pela LIGA, onde o carro de som será julgado: “Gostei das mudanças, tudo que vem para beneficiar o samba, é válido. Não sabemos se vai acertar ou errar, mas precisa mudar”.

Como surgiu a parceria atual?

A parceria entre Serginho do Porto e Douglinhas é de longa data, mesmo tendo idas e vindas, sempre estiveram juntos na parceria. O intérprete carioca retornou ao Águia em fevereiro de 2022, após a saída do Tinga. Serginho contou para o site CARNAVALESCO sobre sua parceria com o Douglinhas.

“São 24 anos, cara, sabe o que é isso? É uma vida, são 24 anos de parceria, vim para o carnaval de São Paulo dia 10 de agosto de 2000, fazer o festival da Globo, juntamente com os puxadores do samba quando fui levado para o Águia de Ouro e fiz o samba exaltação ‘Bate forte o coração, que emoção’, dali em diante nós viramos uma parceria. O Douglinhas falou ‘você vem cantar comigo aqui?’, falei que só se ele for no Rio comigo. Então Douglinhas cantou no Império da Tijuca, na Estácio de Sá, Caprichosos de Pilares, então formou uma parceria muito grande, nós entendemos no olhar um do outro”.

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Em relação ao carnaval de 2024, Serginho do Porto está bem confiante com a equipe montada: “Hoje a escola se resgatou dos dois cantores, fiz 19 carnavais pela escola, o Douglinhas quase 30, está de volta o Victor autor de enredos maravilhosos, então toda a equipe de carnaval que fez a escola sempre acontecer, está todo mundo junto. É o que estamos apostando”.