A Unidos de Padre Miguel está abrindo inscrições para novos componentes que desejam fazer parte das suas alas de comunidade. A oportunidade é ideal para aqueles que querem participar do desfile do Boi Vermelho pela primeira vez. As inscrições serão realizadas no sábado, dia 14 de outubro, das 10h às 17h, na quadra da escola, localizada na Rua Mesquita, 8, em Padre Miguel. Para participar, os interessados devem apresentar os seguintes documentos: 1 foto 3×4 recente, cópias do RG e comprovante de residência. Além da documentação, é necessário efetuar o pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 50. Com a quitação da taxa, os inscritos receberão uma camisa exclusiva da Unidos de Padre Miguel e a carteirinha da escola.
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
Alas Coreografadas
A Unidos de Padre Miguel também está com vagas para quem desejar participar de suas alas coreografadas. As inscrições para novos componentes e o recadastramento já estão em andamento e ocorrem todas as sextas-feiras na quadra da escola, das 20h às 23h. É importante lembrar que tanto para novos inscritos quanto para o recadastramento, são necessários documentos específicos e taxas associadas. Para mais informações e esclarecer dúvidas, entre em contato pelo telefone: 21 96598-6947.
Documentos necessários para novos componentes:
– Xerox da identidade
– Xerox do comprovante de residência
– 2 fotos 3×4
– Preenchimento da ficha 2024
– Taxa de R$50,00
Recadastramento:
– Conferência de documentos
– Preenchimento da ficha 2024
– Taxa de R$ 40,00
Em 2024, a Unidos de Padre Miguel levará para a avenida o enredo “O Redentor do Sertão”, de autoria dos carnavalescos Edson Pereira e Lucas Milato. Vice-campeã em 2023, a vermelha e branca da Vila Vintém será a quinta agremiação a desfilar no sábado de carnaval, pela Série Ouro, do Rio de Janeiro, em busca do tão sonhado título e o acesso ao Grupo Especial.
A quadra do Tuiuti recebe nesta sexta-feira, 13, as escolas de samba Viradouro e Mangueira. As duas agremiações vão se apresentar durante mais uma edição do “Encontro no Paraíso”. O evento começa a partir das 22h, com entrada a R$ 30.
Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO
Estarão presentes todos os principais segmentos de cada uma das escolas, como casais de mestre-sala e porta-bandeira, bateria, baianas, passistas, Velha Guarda, entre outros.
O Tuiuti será a quinta escola a desfilar na segunda-feira de carnaval com enredo “Glória ao Almirante Negro!”, uma homenagem a João Cândido, marinheiro brasileiro que atuou na liderança da Revolta da Chibata. O desenvolvimento do tema é do carnavalesco Jack Vasconcelos.
Serviço:
Encontro no Paraíso com Salgueiro e Portela
Sexta-feira, 15 de setembro, a partir das 22h
Quadra do Tuiuti: Campo de São Cristóvão, 33, São Cristóvão
Ingresso: R$ 30
Classificação etária: 18 anos
A Imperatriz Leopoldinense realizou nessa quinta-feira, data em que é celebrado o dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, mais uma edição de sua tradicional feijoada. O evento, que contou com as participações das coirmãs Paraíso do Tuiuti e Mocidade Independente de Padre Miguel, teve como grande atração a semifinal do concurso que elegerá o hino oficial da agremiação para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente na festa e acompanhou essa penúltima fase da competição promovida pela Rainha de Ramos. Ao todo, quatro obras se apresentaram, sendo que cada uma teve 15 minutos para fazer sua performance no palco. No fim, a parceria de Guilherme Macedo acabou sendo cortada e as demais foram classificadas para a final da disputa gresilense marcada para o próximo dia 16.
Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz
No ano que vem, a Imperatriz Leopoldinense apresentará o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira. O tema tem como base um pequeno folheto que foi escrito há mais de 100 anos por Leandro Gomes de Barros, autor paraibano de cordéis que inspiraram o dramaturgo Ariano Suassuna a escrever o “Auto da Compadecida”. A proposta dá continuidade ao interesse da agremiação em se debruçar sobre o Brasil e sobre obras populares que souberam dar contorno à imaginação de caráter fantástico como uma extraordinária vocação do povo brasileiro. A Rainha de Ramos será a sexta escola a desfilar no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, encerrando o primeiro dia do Grupo Especial do Rio, em busca do bicampeonato.
Parceria de Zé Katimba: O samba assinado por Zé Katimba, Dudu Nobre, Zé Inácio, Mirandinha Sambista, Luizinho Das Camisas e Tuninho Professor, com as participações especiais de André Diniz e Eduardo Medrado, foi o segundo a se apresentar na semifinal da disputa promovida pela Imperatriz Leopoldinense. O intérprete Tinga, voz oficial da Unidos de Vila Isabel, foi o responsável por defender a obra. O cantor conduziu com a excelência que lhe é característica e contribuiu para o crescimento do samba, sendo peça fundamental para o bom rendimento dele na quadra. Assim como nas etapas anteriores, o refrão principal, com os versos “O que eu tenho foi a cigana quem deu/O que é meu é dela, o que é dela é meu”, se sobressaiu e foi a parte mais entoada. Além dele, o início da primeira estrofe, especialmente o trecho “No olhar da Imperatriz tem o verde da esmeralda/ Quero ver-te Imperatriz no olhar da Esmeralda”, também chamou a atenção, tanto pelo desenho melódico, quanto pelo trocadilho da letra. A torcida da parceria compareceu em número reduzido e sem adornos, mas não fez feio. O grupo demonstrou estar com samba na ponta da língua e manteve a empolgação do começo ao fim. Houve a presença de ciganas, com suas roupas típicas e passos tradicionais, junto dos demais torcedores. Ainda ao longo da apresentação, foi possível observar alguns integrantes de segmentos, como baianas e membros da velha-guarda, cantarolando e dançando. Porém, no geral, a recepção do público com a obra foi apenas tímida.
Parceria de Me Leva: A obra de autoria de Me Leva, Gabriel Coelho, Luiz Brinquinho, Miguel da Imperatriz, Antonio Crescente e Renne Barbosa, com as participações especiais de Daniel Paixão e Lucas Macedo, foi a terceira a se apresentar no palco gresilense durante a realização da semifinal da competição feita pela Rainha de Ramos. O trio de cantores composto por Igor Sorriso, Igor Vianna e Marquinhos Art’Samba teve a responsabilidade de conduzir o samba na quadra e se saiu bem na missão. Entrosados e extremamente confortáveis com a obra, os intérpretes deram um show. Igor Sorriso chegou a arriscar ir para o meio da galera e cantou toda a primeira passada no meio da torcida. A subida para o refrão principal, especialmente os versos “Ciganinha puerê, puerê, puerá/ Nessa noite linda eu quero te ver girar/ Ciganinha puerê, puerê, puerá/ No raiar do dia eu quero te ver girar”, foi o ponto alto da obra, assim como já havia sido nas fases anteriores do concurso. O refrão principal, com os versos “Tá escrito nas estrelas, Imperatriz/ A sorte é sua, o povo é quem diz/ O que é meu é da cigana, o que é dela não é meu/ Quando chega fevereiro meu caminho é todo seu”, também se destacou e teve ótimo rendimento. Em relação a torcida, o grupo veio ornamentado com bandeiras nas cores da escola. Antes mesmo da apresentação começar, os torcedores já entoavam o samba a plenos pulmões. Eles pularam e dançaram sem parar, além de fazer algumas coreografias. No meio dessa galera, houve a presença de ciganos, que performaram com direito a roupas típicas e danças tradicionais do povo. Vale mencionar que a obra teve excelente receptividade na quadra, sendo possível observar diversos membros de segmentos, como velha guarda e harmonia, por exemplo, cantando no decorrer da apresentação, assim como pessoas do público em geral.
Parceria de Jeferson Lima: Encerrando as apresentações, o quatro samba da noite de semifinal na Imperatriz Leopoldinense foi o composto por Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Jorge Goulart, Sílvio Mesquita, Carlinhos Niterói e Bello, com a participação especial de Gigi da Estiva. A dupla de intérpretes formada por Nêgo e Nino do Milênio, vozes oficiais da União da Ilha do Governador e da União de Maricá, respectivamente, teve a responsabilidade de defender a obra, que deu um verdadeiro sacode na quadra. Mantendo a tendência das etapas anteriores da competição, os dois cantores demonstraram bastante entrosamento e guiaram o samba com maestria, sabendo explorar as variações melódicas sem deixar que ele ficasse arrastado ou fosse acelerado e perdesse as características. O refrão principal, com os versos “Vai clarear… olha o povo cantando na rua/ A Imperatriz desfila com a sorte virada pra lua”, foi mais uma vez o ponto alto, sendo berrado por torcedores e boa parte do público. Também se sobressaiu o refrão do meio, com os versos “Vou sonhar pra buscar ventura/ E quebrar a banca se eu decifrar/ Qual é o bicho?Ninguém me segura/ Vou cair no samba, pode apostar!/ Sei que amar é aventura/ Uma corda bamba pra se equilibrar/ Se balançar, ninguém me segura/ Vou cair no samba e me acabar…”, que foi bastante entoado. Falando da torcida, o grupo, o mais numeroso da noite, veio com bandeiras e bexigas coloridas como adereços de mão. Eles vibraram, pularam e mantiveram um canto extremamente aguerrido ao longo de toda a apresentação. Esse desempenho ajudou com que a obra conseguisse contagiar a quadra e que diversos segmentos fossem no embalo. Tanto que foi possível observar baianas, velha-guarda e harmonias cantando com vontade o samba. Assim como nas demais parcerias, houve a performance de ciganas no meio da galera. O diferencial ficou com a utilização de efeitos pirotécnicos, neste caso a chamada chuva de prata no palco.
A atriz Viviane Araujo ostenta, atualmente, o recorde de ser a rainha de bateria do Grupo Especial do Carnaval carioca que está há mais tempo no cargo. Em 2024, a beldade fará o seu décimo sexto desfile consecutivo à frente dos ritmistas da “Furiosa”, do Acadêmicos do Salgueiro. Ao longo desse período no posto, a artista esteve presente em momentos históricos da agremiação como o título de 2009, com o enredo “Tambor”, além dos vice-campeonatos de 2008, 2012, 2014 e 2015. No entanto, Viviane não esconde o desejo de participar de uma nova vitória salgueirense, que representaria a tão sonhada décima estrela da vermelha e branca da Tijuca, e com isso fazer ainda mais história na Academia do Samba.
“Estar como rainha de bateria há tanto tempo representa para mim todo uma vida, sabe? Uma vida de uma dedicação, de um amor intenso e incrível que eu tenho com essa entidade que é o samba, que é o Carnaval. E o fato de ser aqui no Salgueiro é algo extraordinário, porque é a escola que me acolheu, que me recebeu, onde realmente eu fiz a minha história, deixei a minha marca. O Salgueiro é a minha casa, é a minha família. Aqui, eu tenho amigos, tenho amores incríveis. Os mestres são meus irmãos, a gente se fala direito, estamos sempre juntos. Mas não só eles, tenho essa relação próxima com várias outras pessoas da escola. A gente realmente é uma família, que está aqui para somar um com outro. Todos têm o mesmo objetivo, que é fazer o melhor pelo Salgueiro”, refletiu Viviane.
Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO
Recentemente, a beldade foi homenageada pelos seus mais de 15 anos como rainha de bateria do Salgueiro. Na ocasião, a atriz recebeu do presidente da escola, André Vaz, um certificado de honra ao mérito. Além disso, o carnavalesco da agremiação, Edson Pereira, entregou nas mãos da majestade salgueirense o desenho do figurino que ela usará na Avenida no ano que vem. Na conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, Viviane Araujo relatou o que sentiu ao ver a fantasia, além de relatar um pouco sobre como será os preparativos para o desfile de 2024 a partir de agora.
“É uma fantasia linda. O Edson, realmente, é um carnavalesco que tem umas ideias incríveis e acho que vai ser um figurino que as pessoas vão gostar muito. Só isso que eu posso dizer. Quanto à coreografia, a gente ainda vai pensar em alguma coisa. Estávamos esperando ter o nosso samba para a gente poder ensaiar as boças, as paradinhas, tudo legal. Então, só a partir disso que devo criar alguma coisa”, contou a rainha.
No ano que vem, o Salgueiro será a terceira escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação levará para Avenida o enredo “Hutukara”, que pretende fazer um alerta em defesa da Amazônia e em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O desfile terá a assinatura do carnavalesco Edson Pereira, que fará seu segundo trabalho consecutivo na Academia do Samba.
O pensador e líder Yanomami, Davi Kopenawa, esteve presente na grande final da disputa de samba do Acadêmicos do Salgueiro e falou um pouco sobre a expectativa para ver a história do seu povo retratada no Carnaval carioca. Para o xamã, o desfile da vermelha e branca da Tijuca será uma oportunidade para as pessoas conhecerem, de fato, um pouco mais sobre eles e compreender a importância de se preservar os territórios indígenas.
“É muito bom que vocês me perguntem sobre os Yanomamis. Agradeço muito a vocês por ouvir a nossa fala, a dos indígenas. Demorou muito, mas chegou a hora. É muito forte para mim, estou emocionado. Aqui no Rio de Janeiro, um lugar de muita gente, tem muitas pessoas ruins, mas vocês são corajosos por estarem nessa luta importante. Vocês continuam usando a força dos meus pais, antepassados, então, estou junto com vocês e muito contente. Vocês não conhecem o meu povo, mas agora estão conhecendo. Sou a liderança Yanomami que representa 30 mil do território de Roraima e do Amazonas”, enfatizou Kopenawa.
O xamã ainda comentou como está sendo a relação dos Yanomamis com a direção e os demais segmentos do Salgueiro. De acordo com Davi Kopenawa, a escola soube compreender a cultura deles e está empenhada em ajudar a luta dos nativos.
“A nossa cultura é diferente. A cultura do Salgueiro também é diferente. Mas é muito bonito que juntando asf duas representa uma luta só. Na cultura Yanomami não existe o Carnaval, mas existe uma festa em que a gente junta 500 até 2000 indígenas para fazer o que estão fazendo aqui, mas diferente. Aqui é tipo jogo, quem vai ganhar, quem vai perder, quem vai ficar triste. O nosso não tem jogo, a nossa é sobre alegria, muita alegria. Lembrando que a nossa cultura Yanomami nasceu no Brasil, não veio viajando. Temos que agradecer ao criador, que chama Omama , pois nós somos filhos dele, então fazemos o nosso agradecimento a riqueza da terra, a nossa língua, pois a gente fala a nossa própria língua Yanomami”, destacou o líder indígena.
Por Lucas Santos, Diogo Sampaio, Raphael Lacerda e fotos de Nelson Malfacini
O Acadêmicos do Salgueiro anunciou já ao raiar do dia de Nossa Senhora Aparecida a composição que vai embalar o desfile da agremiação no carnaval 2024. O samba escolhido foi composto por Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via 13 e Ralfe Ribeiro. Principais nomes da parceria, Marcelo Motta assinará seu nono samba na Academia e Pedrinho da Flor, o terceiro. A música será o tema de “Hutukara”, uma importante mensagem de alerta em defesa da Amazônia e em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O desfile está sendo produzido pelo carnavalesco Edson Pereira. Em 2024, o Salgueiro será a terceira escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na primeira noite do Grupo Especial.
Foram quase duas horas de show apresentando o enredo com muita musicalidade, expressão, arte e samba. Também teve espaço para o Salgueiro passear um pouco pela sua história cantando sambas icônicos como Candaces, “Pega no Ganzá”, “Gaia”, “Malandro batuqueiro”, e, claro, “Explode coração”. A “Furiosa” também deu um show, além de qualidade e explosão para os sambas, foi apoio em outras músicas utilizadas na apresentação da escola, que contou com um telão e caprichou nas fantasias e nas narrativas exibidas no palco. Depois, já na competição contou com 25 minutos para cada parceria, sendo uma delas sem o carro de som, só com a torcida e o público. A festa terminou já de manhã pela Rua Silva Teles com a bateria, os segmentos e a comunidade.
“Eu nunca vi isso, a escola realmente abraçou a gente, o nosso samba, eles compraram essa briga, semana a semana, quem veio aqui hoje viu como foi o Salgueiro cantando. E mesmo assim, a gente teve muito respeito de todos, e agente respeitou todo mundo. Mas, a quadra, todos os segmentos da escola, mostraram que era esse o desejo, cantando como um todo. Foi uma grande noite”, celebrou o compositor Pedrinho da Flor.
“Este ano, mais do que nunca, é uma responsabilidade muito grande. O Salgueiro fica como uma voz de defesa do povo indígena. Eu tenho muita honra de ter composto, junto com os meus parceiros, a trilha sonora desse protesto. O Salgueiro será campeão do carnaval, com toda certeza. A minha parte favorita é ‘Pelo povo da floresta//Pois a chance que nos resta//É um Brasil cocar’. Um Brasil em defesa do povo indígena. É o que precisamos! Isso não é um samba-enredo, é um hino e protesto que vai ganhar o mundo inteiro”, confiante, afirmou Marcelo Motta.
“Pelo enredo, o protesto e pela escola que é, esse é um sonho da minha vida. Meu pai desfilou na bateria do Salgueiro. Não concorreu aqui, mas sempre quis ganhar um samba no Salgueiro. Hoje eu estou realizando um sonho da minha família, estou muito emocionado. Eu enquanto Arlindinho, cantor e sambista, essa é uma consagração. Eu estou feliz demais, é o melhor samba do ano! A parte que mais gosto é ‘YA TEMI XOA! aê, êa!//Meu Salgueiro é a flecha//Pelo povo da floresta//Pois a chance que nos resta//É um Brasil cocar!”, comentou Arlindinho.
“É a primeira vez que assino samba no Salgueiro. Acredito que é um samba com uma qualidade muito grande. Quero agradecer aos meus parceiros pela confiança e também ao Salgueiro. Agora é fazer um grande Carnaval. O refrão do samba é uma coisa absurda, mas destacar só um trecho é até difícil”, citou Dudu.
‘Ver o Salgueiro neste novo momento é emocionante’, diz André Vaz
O presidente André Vaz assumiu a gestão do Acadêmicos do Salgueiro em dezembro de 2018, após um longo imblóglio judicial. Na época, ele e a direção recém-empossada tiveram de correr contra o tempo para terminar o Carnaval de 2019. Mesmo com o trabalho sendo concluído às pressas, a Academia do Samba conseguiu fazer um desfile de superação e alcançou um quinto lugar com o enredo “Xangô”. Desde então, outros três carnavais foram realizados, mas nenhum conquistou resultados mais expressivos. Para quebrar esse paradigma dos últimos anos e retomar o protagonismo da briga pelo título de campeã da folia carioca, o mandatário aposta na força do enredo da vermelha e branca da Tijuca para 2024, aliada ao excelente samba escolhido para embalar a apresentação.
“O momento atual é de reconstrução. Tivemos alguns erros, não só no ano passado, como nos últimos dois ou três carnavais, erros que não podem acontecer com uma escola de samba do nível do Salgueiro. Em relação ao Carnaval de 2023, sacrificaram muito nosso enredo, eu também não concordo com algumas coisas, mas temos que aprender com as notas dos jurados, com as críticas da imprensa, da comunidade do Salgueiro, de todos. A gente entendeu que a gente tinha que partir para um enredo que falasse o momento do Brasil, o que eles estão passando na Amazônia. Foi então que trouxemos o Igor Ricardo como enredista, com o intuito de fortalecer esse time, para a narrativa da sinopse ser melhor ainda, e o resultado são os sambas maravilhosos que foram compostos para esse enredo de 2024. Além disso, a gente trouxe pessoas para melhorar a nossa estrutura. Já tínhamos segmentos fortíssimos, mas trouxemos o Wilsinho, diretor de Carnaval; o Luan Telles, diretor de barracão; mudamos alguns empreiteiros também dentro do barracão para que a gente não possa cometer esses erros do passado na Marquês de Sapucaí. E ver o Salgueiro neste novo momento é emocionante. É um enredo que todo mundo abraçou, o samba é maravilhoso, acredito que se não for o melhor, com certeza vai estar melhores sambas do Carnaval. A gente está vivendo um momento muito bom de união, de alegria. Esse enredo também trouxe isso para a gente, essa alma, e a gente está vivendo isso no dia a dia da escola”, destacou André Vaz.
O mandatário salgueirense ainda ressaltou que o torcedor da vermelha e branca da Tijuca irá encontrar uma escola mais organizada em 2024 na comparação com os anos anteriores. O dirigente antecipou que o trabalho no barracão da agremiação já está a pleno vapor, com reprodução das fantasias bastante adiantadas e algumas alegorias na etapa da madeira.
“Na última apuração, a gente saiu triste com o resultado, porém dispostos a trabalhar arduamente. Naquela mesma noite, a gente já decidiu algumas saídas e algumas contratações que vieram nos dias seguintes. A partir dali, o que o salgueirense pode esperar é uma organização muito mais forte da escola. Os projetos estão muito mais estruturados. A gente já está com 15 alas praticamente prontas. Ano passado, a gente começou o Carnaval nessa época, só para efeito de comparação. Já estamos com os carros alegóricos todos no ferro e alguns na madeira, as esculturas descendo para serem colocadas nos carros… O trabalho está bem adiantado. O salgueirense vai ver, além do enredo e do samba maravilhoso, uma escola muito mais ordenada, muito mais profissional, para que possa dar tranquilidade nos ensaios da comunidade, para que possa também dar tranquilidade para os segmentos trabalharem, para que a gente possa soltar essa explosão na Avenida. Vai ser um desfile que vai emocionar, não só o salgueirense, mas todo o público que estiver na Marquês de Sapucaí”, assegurou o presidente do Salgueiro.
Estética totalmente diferenciada
O desfile de 2024 será o segundo trabalho consecutivo do carnavalesco Edson Pereira na Academia do Samba. De acordo com o artista, ao decidir levar no ano que vem para Avenida o enredo “Hutukara”, a proposta é fazer um alerta em defesa da Amazônia, em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O intuito é conscientizar o máximo de pessoas acerca do tema e dar voz a esses nativos. Para desenvolver isso, Edson conta com o auxílio do enredista Igor Ricardo, contratado em fevereiro deste ano pela escola, e assegura que a parceria está rendendo ótimos frutos.
“É um enredo que estamos trabalhando desde o ano passado, antes mesmo de terminar o Carnaval de 2023. Foi uma sugestão que chegou até o Salgueiro, o presidente André Vaz acolheu e eu prontamente também achei maravilhoso. O Igor Ricardo veio somar junto com a gente. Ele é um cara que a gente tem muita afinidade, tem muita coisa em comum e a gente pensa igual, a todo momento que eu preciso de algum suporte histórico, eu vou até ele e ele me pergunta também. Então, eu acho que é uma parceria que vai se perdurar por muitos anos. Acredito que vai ser um grande Carnaval feito por muitas mãos. Toda essa comunidade, todos nós que estamos aqui dentro do Salgueiro, estamos empenhados para entregar um trabalho excepcional”, afirmou Edson Pereira.
Apesar da sétima colocação no Carnaval de 2023, a parte plástica da escola foi bem avaliada pelos jurados. Prova disso é que a agremiação alcançou os 30 pontos nos quesitos “Alegorias e Adereços” e “Fantasias”. Para o desfile do ano que vem, Edson Pereira promete o mesmo esmero do trabalho anterior, porém com uma estética totalmente diferenciada, adequada ao enredo.
“A gente precisa pensar que o Carnaval é cíclico. Logicamente, eu tenho as minhas referências quanto carnavalesco e sempre tive uma característica de ter boas notas com fantasias e alegorias. Para 2024, a gente está optando por um trabalho diferenciado, que foge do meu padrão estético, assim como fiz em outros enredos que pediam isso. Sou da opinião que cada ano é um novo desafio e para o ano que vem o desafio é trabalhar com material alternativo, respeitando a natureza, sem penas, sem nada que possa agredir os animais ou tudo aquilo que a gente está colocando em pauta. Então, é importante neste momento entender que o Carnaval do Salgueiro vai ser diferente sim, mas não vai deixar de ser tão lindo”, garantiu Edson em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO.
Ensaios de quadra começam logo e rua no fim de novembro
Depois de fazer sucesso no Império Serrano nós últimos dois carnavais, participando do Acesso da agremiação e do desfile no Grupo Especial, Wilsinho Alves agora tem o desafio de fazer o Salgueiro voltar ao desfile das campeãs, e porque não, voltar a disputa o campeonato com perspectiva de título. O diretor revelou que o trabalho na Academia lhe trouxe experiências que nunca viveu no carnaval.
“Aqui é diferente. No Salgueiro tudo toma uma proporção diferente, a final do Salgueiro é a maior final de escola de samba que existe e até por causa da safra que a gente teve esse ano , as obras, a relevância do nosso enredo, tudo este ano está maximizado, mas tudo caminhando para o saldo positivo. É muito diferente e original o mundo que o Salgueiro vive”, admitiu Wilsinho.
O diretor de carnaval também aproveitou a final para explicar mais sobre o planejamento da escola pós escolha do samba, e divulgou informações sobre o trabalho que a agremiação vem desenvolvendo no Barracão.
“A gente antecipou muita coisa. Nós fomos a primeira escola a anunciar o enredo, então adiantamos muita coisa do projeto. Hoje o Salgueiro está com 13 alas quase ensacadas, a gente deve ensacar nos próximos dias. Algumas outras alas já estão ensacadas. Mas tem essas 13 que vão ser nos próximos dias. Na próxima semana já começamos a confecção do restante das alas. A ideia é que em dezembro nós estejamos com todas as fantasias de ala prontas. Estamos finalizando dois carros na questão de ferragem. Cinco carros prontos na questão da madeira. O Luan (Teles, diretor de barracão) é um craque do barracão, isso a gente não tem dúvida. A gente reformulou a equipe de ateliê para justamente dar esse equilíbrio que o Salgueiro estava precisando. A gente está caminhando bem, o Salgueiro vive um momento de restruturação de alguns segmentos, de alguns momentos da escola, mas caminhando muito bem o projeto desse ano”.
Outro ponto importante revelado por Wilsinho no planejamento são os ensaios , tanto os de quadra, quanto os treinos na rua.
“A gente começa primeiro com os ensaios de quadra, a gente faz o primeiro na última quinta-feira do mês, o primeiro ensaio de quadra, e devemos ficar quatro semanas na quadra. Nosso primeiro ensaio de rua será 23 de novembro na rua. Acho que o samba vai impulsionar o canto e não só pela mensagem, o samba tem que tocar o coração das pessoas, e esse enredo é muito necessário. A gente está vivendo isso. Eu chego até a ficar envergonhado o quando a gente negligenciava, eu negligenciava algumas questões dos povos originários anteriormente. Hoje a gente se engaja muito melhor nessa questão, com ações mais efetivas na defesa dos povos originários. E quando a gente começa a ter essa troca direta com a cultura dos Yanomamis, é uma coisa muito enriquecedora para a gente”.
Emerson Dias pronto para cantar o ‘samba do ano’
O intérprete Emerson Dias avaliou a importância do carro de som e do trabalho focado para o sucesso da harmonia salgueirense em 2023. Ele afirmou que já esperava o êxito neste quesito. “Sim (esperava), porque a gente trabalha focado. Agora ainda mais, porque o carro de som está tendo um peso muito grande no quesito harmonia. Tem que prestar atenção no que os jurados falaram, nos anos anteriores e nos erros dos colegas para que a gente aprenda com isso e não cometa esses erros”, disse Emerson.
Com uma safra considerada pela crítica como uma das melhores deste carnaval, Emerson destacou o dom do Salgueiro em fazer sambas com mensagens fortes. Ele acredita que o enredo exige um tom mais sério.
“Acredito que seja um enredo que peça um outro tom de interpretação – não que eu vá deixar se fazer as minhas particularidades ou cantar do meu jeito -, mas é um samba com um cunho um pouco mais sério, denso e com uma mensagem manifesto. Esse é o foco e a forma de encontrar o meio termo e levar o tom certo. O Salgueiro tem sambas muito fortes: Xangô, Explode Coração, Gaia… são hinos muito fortes. Esses são só os recentes, sem contar o maior de todos os tempos: Chico Rei”, explicou o intérprete.
Apesar da responsabilidade de cantar o samba que pode ser um dos melhores do próximo carnaval, para o intérprete da Academia do Samba essa foi uma missão presente em todos os outros desfiles que ele fez pela agremiação. “Todo samba que nós cantamos, achamos que é o do ano, porque a gente defende como se fosse um filho. Eu estou indo para o meu décimo samba gravado. É o meu décimo samba do ano que irei cantar (risos)”, afirmou.
Carro de som segue padrão de qualidade de 2023
Pelo segundo ano consecutivo como diretor musical do Salgueiro, Alemão do Cavaco analisou o bom rendimento da harmonia no ano passado, conseguindo os 40 pontos e explicou como tem desenvolvido o trabalho junto ao carro de som do Salgueiro, comandado por Emerson Dias.
“A gente sempre tem que fazer ajustes porque é um samba novo, é um momento novo. Aquela nota de 2023 foi ótima, mas já passou. Agora a gente precisa buscar essa nota de novo, ela não existe. Quando você começa a desfilar, se você der uma vacilada, se você semitonar, se você der um caco errado, se der uma nota de um acorde que não funciona, a mixagem de um violão mais alto que o cantor, não irá vir a nota. A gente quer manter o padrão, pois o time é muito qualificado, mas a gente sempre vai fazer pente fino até o dia, para não haver dúvida nenhuma. A gente manteve o trabalho para poder colaborar com a nota da escola. O ensaio do carro de som é separado, em estúdio, tem também ensaio separado de cantores, ensaio de corda, ensaio com bateria do que a gente fez, tem bastante conversa, tem bastante ideias, e a gente acha caminhos, situações, é um trabalho minucioso até chegar no resultado final”.
Com uma safra bastante elogiada, Alemão apontou o caminho que o trabalho musical da escola deverá seguir no trato com a obra escolhida. “Um samba com uma mensagem tão forte ajuda, e pela qualidade das obras também. Fica mais fácil porque é a gente dar uma roupagem para aquilo que já vem pronto. Você não tem que inventar, você não tem que suprir necessidade de coisas que poderiam ter algum problema, não precisa de levantes, nada disso. É como se fosse um arquiteto que entra em um apartamento vazio e ele pode botar um sofá em uma sala pequena e acabar com o apartamento, ou ele pode colocar duas poltronas e um espelho e dar uma amplitude melhor. A gente faz a mesma coisa, a gente decora a música e dar o suporte pro canto e para harmonia da escola, para ficar mais rico”.
Qualidade impecável na Furiosa
No comando da bateria “Furiosa” desde 2019, os irmãos Gustavo e Guilherme destacaram o êxito da bateria no Carnaval deste ano. Eles ressaltaram a valorização dos Aprendizes do Salgueiro. “Graças a Deus a gente vem de um ano muito positivo, porque conseguimos ser agraciados com os 40 pontos. Isso é fruto de muito ensaio, muita pesquisa, união. É um trabalho desde o final de 2018 – quando assumimos. Somos crias do Salgueiro e a gente vem resgatando os valores da nossa bateria, juntando com a nossa modernidade e a galera mais nova que está chegando e dando valor aos Aprendizes do Salgueiro. Agora é seguir em frente com o trabalho, porque o próximo carnaval já está chegando”, afirmou o mestre Gustavo.
“A continuação de um trabalho que a gente vem executando desde que assumiu. É fruto de todo um trabalho não só meu e do Gustavo, mas de toda diretoria, além da direção da escola que está sempre apoiando a gente. Estamos dando seguimento no trabalho. A nossa ideia é trazer e formar mais ritmistas para a escola. A gente dá muita oportunidade para a galera do Aprendizes, que é de onde viemos e valorizamos isso”, completou o mestre Guilherme.
Apesar de ter a ala de tarol como paixão, o mestre Gustavo afirmou que cada naipe da bateria será fundamental na busca pelos 40 pontos no próximo Carnaval. Para ele, quanto mais identidade salgueirense, melhor.
“Todos os naipes são fundamentais. A gente consegue distribuir bem a responsabilidade de cada naipe e conseguir balançar legal. Mas eu, particularmente, tenho o meu xodozinho que é a ala de tarol, a maior identidade da bateria Furiosa. A gente está sempre cuidando direitinho para apresentar a nossa batucada mais Salgueiro possível para, se Deus quiser, sermos agraciados com mais um trabalho perfeito”, revelou.
Questionado se o enredo com uma forte mensagem traz a necessidade de algo diferente na bateria, Guilherme contou que a dupla está estudando a cultura Yanomami.
“A gente tem pesquisado e escutado muitas coisas sobre os Yanomami. Com certeza vamos para esse lado buscar alguma coisa da cultura deles que possa atribuir à nossa. Os três sambas que chegaram na final tem tudo a ver com o enredo e a gente pensou e estudou muito os três sambas ao longo da semana para saber qual linha iremos seguir, porque é um enredo que é muito sério, é um manifesto. Temos certeza que o Salgueiro vai vir muito forte e a bateria Furiosa também”, contou.
Já sobre o andamento, a dupla planeja manter o mesmo dos últimos três anos. É o famoso ditado: não se mexe em time que está ganhando.
“A gente ensaiou de acordo com a disputa de samba. Não tínhamos um samba preferido, mas sempre pensamos em um denominador comum para cada samba que estava na disputa para ir escutando aos poucos para que, após a escolha, a gente já conseguisse implementar o trabalho que ensaiamos”, disse Gustavo.
“Vamos tentar repetir o que fizemos nos últimos três anos. Até porque o samba é muito forte – ‘melodicamente’ também. E a bateria do Salgueiro sempre teve essa característica: muito forte e pesada e não vamos mudar essa característica. Deu certo até agora, vamos seguir”, revelou Guilherme.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Academia do Samba Sidclei Santos e Marcella Alves afirmou que apesar da ótima performance da dupla, o pensamento deve focar na escola como um todo.
“A gente sempre quer mais, né? (Risos). Ficamos muito satisfeitos com o resultado e por termos conseguido mais uma vez a nota máxima para ajudar a nossa escola. Mas é óbvio que ficamos muito tristes com o resultado final do carnaval do Salgueiro, ficamos de fora do desfile das campeãs. Aqui a gente pensa como uma família, então não adianta comemorar o nosso se o todo não está comemorando. A gente começou o trabalho do zero novamente, junto com a escola, buscando o objetivo de todos, que é a décima estrela. No nosso resultado particular ficamos muito satisfeitos, mas queremos mais: ultrapassar os nossos limites, preservando ainda mais essa tradição da dança do mestre-sala e da porta-bandeira”, afirmou a porta-bandeira.
“A Marcella falou tudo. O último carnaval foi maravilhoso em termos de casal, mas como ela falou, nós ficamos tristes com a escola tendo uma colocação ruim depois de anos vindo no Desfile das Campeãs. Mas isso serviu de aprendizado para a gente vir mais forte do que nunca. Pode ter certeza que o Salgueiro vai vir brigando pelo título”, comentou o mestre-sala.
Sonho de menino de Patrick Carvalho
Alvo do interesse de diversas agremiações ano a ano, o coreógrafo Patrick Carvalho seguirá comandando o planejamento da comissão de frente da Academia para o Carnaval 2024. No terceiro ano ajudando a produzir o show da escola, Patrick demonstrou estar realizando um grande sonho de menino na agremiação e já projetou um pouco do que pretende levar para a Sapucaí sobre o povo Yanomami.
“É muito louco participar disso tudo porque é o que eu sempre sonhei desde criança. Eu vim de um projeto social de carnaval nas escolinhas mirins. O sonho de qualquer criança é chegar em uma grande escola do carnaval carioca. Chegar aqui pelo meu terceiro ano é muito especial. Participar da abertura do show do Salgueiro foi muito especial. Abrir com a comissão de frente junto com o casal é um número assinado por mim. Eu criei, eu montei, para impulsionar. É só o primeiro passo, se apresentar com a comissão de frente , do que a gente vai levar para a Avenida. É o laboratório. E essa abertura foi emocionante. Tenho amigos de Manaus, para o Salgueiro sentir o que é esse enredo. Levar essa verdade Yanomami para a Avenida, será um aprendizado para todos nós. Em 2018 no Tuiuti eu levei aquela comissão, não tinha efeito especial, não tinha pirotecnia, tinha emoção. Um enredo desses é você mostrar para a Avenida que ainda existe muita emoção dentro do carnaval”.
Análise das parcerias na final
Parceria de Ian Ruas: Primeiro samba da noite foi produzido pelos compositores Ian Ruas, José Carlos, Caio Miranda, Sonia Ruas Raxlen, David Carvalho e Gabriel Rangel.A apresentação no palco foi conduzida por Nêgo, da União da Ilha, Nino do Milênio, da União a de Maricá e Vitor Cunha, da São Clemente. O samba surpreendeu positivamente nessa reta de final de disputa com uma melhoria original, bem colocada na final mais uma vez pelo trio principal de vozes da parceria que souberam dividir de forma solidária os trechos do samba. Apesar de um bom encaixe com a Furiosa dos mestres Guilherme e Gustavo, a obra caiu um pouco de desempenho a partir da metade da apresentação. A torcida trouxe bandeiras vermelhas e brancas, uma bandeira enorme com um Yanomami, e mais uma vez, colares e pulseiras iluminadas. O canto da torcida foi um pouco mais tímido que na semifinal. Já a quadra teve pouco envolvimento com a obra e cantou pouco.
Parceria de Pedrinho da Flor: A segunda parceria a se apresentar na noite foi composta pelos compositores Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via 13 e Ralfe Ribeiro.A apresentação foi um sacode. Mais do que isso, viu-se muita gente, inclusive, chorando. Várias pessoas do mundo do samba, de outras escolas, até, estavam próximo do palco na hora, pulando muito. Aliás, todo mundo pulou muito. A apresentação no palco foi muito forte, muita potência. Enquanto Tinga e Pitty entoavam o samba, Dudu Nobre e Arlindinho agitavam a multidão ao lado dos outros compositores. Foi o momento de maior envolvimento da quadra e da torcida, também foi o de maior canto. A passada sem o carro de som foi outro momento de grande força. A torcida trouxe bandeiras grandes, uma com o símbolo do Salgueiro e outra com a bandeira do Brasil em vermelho. O samba manteve o nível alto das outras apresentações, e chegou a um clímax nesta final.
Parceria de Xande de Pilares: Última obra da noite é uma composição de Xande de Pilares, Cláudio Russo, Betinho de Pilares, Jassa, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Marcelo Werneck e W Corrêa. A parceria investiu em um experiente time de vozes com Igor Sorriso e Igor Vianna comandando a equipe, tendo também Roninho e Leonardo Bessa entre as vozes. Mais uma vez, uma grande apresentação no palco, que de novo contou com a presença de Xande de Pilares. A torcida trouxe o “curumim” em cima de um pequeno tripé enfeitado como a mata. O samba se encaixou bem com a “Furiosa” e manteve um bom andamento, pra cima, mantendo um clima animado durante toda a exibição. A torcida veio junto no canto, trouxe bolas nas cores verde da natureza em alusão ao tema. Já o envolvimento da quadra foi bom, com um canto mais tímido.
O Salgueiro faz na quarta-feira, véspera de feriado, a final de samba-enredo para o Carnaval 2024. Três parcerias estão na grande decisão. A parceria de Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via13, Ralfe Ribeiro foi apontada favorita com 44,3% dos votos dos leitores do site CARNAVALESCO.
A parceria de Xande de Pilares, Claudio Russo, Betinho de Pilares, Jassa, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Marcelo Werneck e W Correa recebeu 42,8%. A parceria de Ian Ruas, José Carlos, Caio Miranda, Sonia Ruas Raxlen, David Carvalho e Gabriel Rangel levou 12,9%.
Em 2024, o Salgueiro será a terceira escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na primeira noite do Grupo Especial. A Academia do Samba levará para Avenida o enredo “Hutukara”, que pretende fazer um alerta em defesa da Amazônia e em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O desfile terá a assinatura do carnavalesco Edson Pereira.
Serviço final do Salgueiro:
Data: Quarta-feira, 11 de outubro
Horário: Início às 20h30
Ingressos: Pista a partir de R$70; Mesa por R$80,00; jirau a partir de 80,00; Camarotes esgotados!
Classificação etária: 18 anos
Informações: telefone (21) 3172-0518 ou (21) 97453-1669