Portela lança vídeo com fantasias para o Carnaval 2024
A Portela publicou em suas redes sociais, na noite desta sexta-feira, um vídeo que revela algumas fantasias para o Carnaval 2024. No próximo carnaval, a Azul e Branca de Oswaldo Cruz e Madureira será a segunda escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda noite de apresentações do Grupo Especial. A agremiação irá em busca do seu vigésimo terceiro título de campeã na elite da folia carioca com o enredo “Um Defeito de Cor”, desenvolvido pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga.
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O novo passo na história da Portela é dar vida à mãe negra do Brasil. Um novo tempo de inicia. pic.twitter.com/Va8NU6m65m
— G.R.E.S. PORTELA (@PortelaNoAr) September 29, 2023
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Império Serrano divulga mais uma fantasia para o próximo desfile
O Império Serrano revelou mais uma fantasia para o Carnaval 2024, quando irá buscar o título da Série Ouro com o enredo “Ilú-ọba Ọ̀yọ́: a gira dos ancestrais”. Criada pelo carnavalesco Alex de Souza, a indumentária tem o nome de “Yemọjá, cultuada pelos Egbás e a dona de todas as cabeças”.

A fantasia representar a deusa cultuada pelos Egbás, grupo que habitava a região sudoeste da atual Nigéria, nas proximidades do rio Yemọjá. Por conta de disputas com os daomeanos, este povo migrou para Abeokutá, Oeste de Ilú-ọba Ọ̀yọ́, passando a adorá-la às margens do rio Ògún.
Adornada de conchas, contas e pérolas e com o predomínio das cores azul turquesa, branco e nacarado, a fantasia forma a 15ª ala do desfile do Império Serrano para o Carnaval 2024.
O Reizinho de Madureira vai fechar os desfiles da Série Ouro em busca do retorno ao Grupo Especial. O Império será a oitava escola a cruzar a Marquês de Sapucaí no sábado, dia 10 de fevereiro.
Inocentes de Belford Roxo: samba para o Carnaval 2024
Compositores: Claudio Russo, Thiago Brito, Zé Luiz, Chico Alves, André Félix e Altamiro
Intérprete: Thiago Brito
DEBRET DEBRUÇADO NA JANELA
VIU A PRETA DE BENGUELA
ENSAIANDO O PREGÃO
E VEIO PELO MAR TRAZENDO TINTA
PRA JOÃO GRITAR DA QUINTA
VAI CUMPRIR SUA MISSÃO
NOS TRAÇOS O TRABALHADOR DE GANHO ÔÔÔ
E A NEGRA MINA QUITUTEIRA
NA ESQUINA DA OFERTA E DO BARGANHO
BAILAVA O PINCEL QUE DEU BANDEIRA
MERCADOR EVOLUIU,
FOI AO CAIS DO GUAJARÁ
NUM MODELO DE BRASIL
PRA VENDER E PRA COMPRAR
PÔS BARRACA, FEZ A FEIRA,
O PATRÃO PIROU DE VEZ
DA PAVUNA A MADUREIRA
PAGUE DOIS E LEVE TRÊS
OI MOÇA LEVA SEM CAROÇO A BELA UVA
PAPO RETO NÃO FAZ CURVA
JÁ GRITAVA O CAMELÔ
COM SETE ERVAS FAZ UM BOM DEFUMADOR
EM APENAS QUATRO DIAS
TRAZ DE VOLTA O SEU AMOR
AMBULANTE TUDO TEM
NO TREM QUE SAI DA CENTRAL
NO VAI E VEM DA URUGUAIANA
TEM PIRATA E ORIGINAL
EU FUI PRO INFORMAL
POR FALTA DE OPORTUNIDADE
A MARGEM DA SOCIEDADE
MAS SE DEIXAR EU ME VENDER
NA LUTA DESIGUAL
MOSTRO MINHA QUALIDADE
PALESTRO NA UNIVERSIDADE
VIRO DONO DE TV
VOCÊ NÃO VAI COMPRAR A MINHA ALEGRIA!
EU NÃO DOU COLHER DE CHÁ,
NESSA MERCADORIA
MISTUREI CINCO SEMENTES, AGUARDENTE E COLORAU.
A RECEITA DA INOCENTES PRA GANHAR O CARNAVAL
Imperatriz homenageia Max Lopes em mais uma etapa da disputa de samba-enredo
Autor do histórico enredo “Liberdade, Liberdade! Abra as asas sobre nós”, de 1989, o campeão e saudoso carnavalesco Max Lopes será homenageado pela Imperatriz Leopoldinense na noite desta sexta-feira. O antológico samba e outras composições que foram trilha sonora da trajetória do “Mago das Cores” na Rainha de Ramos serão cantados nesta noite na quadra da agremiação. No evento, também serão definidos os concorrentes que avançarão para a semifinal da disputa de samba-enredo para o Carnaval 2024.
“A Imperatriz já vinha homenageando nomes importantes de sua história. Infelizmente não deu tempo de contarmos com o Max aqui, em nossa quadra, para agradecer mais uma vez por toda sua dedicação à Imperatriz e ao Carnaval. É, sem dúvidas, um nome para a eternidade dos desfiles das escolas de samba”, diz a presidente da Imperatriz, Cátia Drumond.
Max morreu no último domingo, em Maricá, Região Metropolitana do Rio, aos 85 anos, vítima de um câncer de próstata. Em mais de 40 anos de carreira, o artista somou três passagens pela Imperatriz, (1977-1978), (1989-1990) e (2010-2011-2012), e um título, em 1989.
Recentemente, os reverenciados pela Imperatriz foram os compositores Zé Katimba, Tuninho Professor e Guga, o intérprete Preto Joia e a baluarte Dona Izoneth. Todos estiveram na quadra e foram ovacionados pelo público. Dominguinhos do Estácio, que faleceu em 2021, foi representado por familiares na última sexta-feira.
Disputa de samba-enredo chega à fase final
Das cinco obras a se apresentarem hoje, quatro seguirão para a semifinal, que será realizada no dia 12 de outubro, com feijoada e participação das co-irmãs Mocidade Independente de Padre Miguel e Paraíso do Tuiuti. Antes, porém, as quatro parcerias semifinalistas farão uma apresentação sem eliminatória, no dia 6 de outubro. A grande final será no próximo dia 16, feriado do comércio. Todas as etapas da disputa estão sendo transmitidas ao vivo através do canal da Imperatriz no Youtube: @TVImperatrizLeopoldinense.
A entrada do evento desta noite será gratuita até 21h45. Após este horário, os ingressos custarão R$ 20. A ordem de apresentação (confira abaixo) foi sorteada na noite da última terça-feira, com a presença de representantes das parcerias. Cada uma das composições será apresentada com uma passada sem bateria e outras quatro com apoio da “Swing da Leopoldina”, comandada por mestre Lolo.
Veja a ordem de apresentação desta sexta:
1º) Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Jorge Goulart, Sílvio Mesquita, Carlinhos Niterói e Bello;
2º) Jorge Arthur, Cláudio Russo, Fadico, Dudu Miller, Marquinhos Bombeiro e Maestro;
3º) Zé Katimba, Dudu Nobre, Zé Inácio, Mirandinha Sambista, Luizinho Das Camisas e Tuninho Professor;
4º) Me leva, Gabriel Coelho, Luiz Brinquinho, Miguel da Imperatriz, Antonio Crescente e Renne Barbosa;
5º) Guilherme Macedo, Raul DiCaprio, Manfredini, Alexandre Cabeça, Alfredo Jr., Bernini;
Em 2024, a “Rainha de Ramos” será a sexta e última escola a desfilar no domingo de Carnaval. A agremiação busca o bicampeonato com o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, do carnavalesco Leandro Vieira.
Serviço: Eliminatórias de Samba da Imperatriz
Data: 29.09 (hoje)
Local: Rua Professor Lacé, 235, Ramos – Quadra de Ensaios LPD
Horário: a partir das 19h
Entrada: franca até 21h45. Após: R$ 20
Beija-Flor: parceria de Kirraizinho faz sua melhor apresentação; samba de Léo do Piso segue forte no páreo
A Beija-Flor de Nilópolis promoveu em sua quadra, na noite dessa quinta-feira e madrugada de sexta, a semifinal da disputa para escolher o hino oficial da agremiação no Carnaval do ano que vem. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou mais essa fase da competição. Ao todo, cinco obras passaram pelo palco e cada uma delas teve direito a doze passadas. Após as apresentações, os sambas de Júnior Trindade e Sidney de Pilares foram os cortados. Com isso, apenas três parcerias seguem no páreo e vão se enfrentar na grande final do concurso realizado pela Deusa da Passarela na próxima quinta-feira, dia 5 de outubro.

Em 2024, a Beija-Flor terá como enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, assinado pelo carnavalesco João Vitor Araújo. Na ocasião, a Deusa da Passarela será a segunda agremiação a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. Esta será a primeira vez que a azul e branca desfilará nesta posição.
Parceria de Junior PQD: O primeiro samba a se apresentar na semifinal da disputa promovida pela Beija-Flor de Nilópolis foi o composto por Junior PQD, Rodrigo Tinta, Márcio França, Nando Souza, Robinho Donozo e JC Saraiva, com as participações especiais de Thiago Sodório, André Araújo e Cleissinho Teixeira. O cantor Ronaldo Junior, integrante do carro de som da Beija-Flor, foi quem teve a missão de defender a obra na quadra. Apesar dos esforços dele e do restante do time de apoio, o samba teve um desempenho apenas regular, sofrendo com uma queda de rendimento mais acentuada, especialmente nas duas últimas passadas. Como ponto positivo, o refrão principal, com os versos “Nilópolis em festa, hoje é Carnaval/ Bate no peito é Beija Flor na Avenida/ Você vai viajar, então vai delirar/ Na Maceió de Rás Gonguila”, novamente se destacou, sendo o trecho entoado com mais força ao longo da apresentação. O refrão do meio, com os versos “Liberdade ao descer beira mar/Cavaleiro, folia no ar/Zé pereira e as cinzas vem na quarta feira/Devaneio real ilusão, sangue monarca nas veias/Herdeiro folião na grande Maceió festeira”, também se sobressaiu no canto. Quanto à torcida, o grupo promoveu um verdadeiro espetáculo na quadra. Ornamentados com bandeiras, bandeirões e bexigas, os torcedores pularam, vibraram e fizeram coreografias. Eles recriaram uma praia, com direito a surfista, água de coco e vendedor ambulante, além de terem encenado uma jangada navegando no mar. Houve ainda a utilização de efeito de fumaça e da chamada chuva de prata no palco.
Parceria de Kirraizinho: A obra de autoria de Kirraizinho, Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e Dr. Rogério, com as participações especiais de Chacal do Sax, Ramon Quintanilha e Naldinho, foi a segunda a se apresentar no palco durante a semifinal da competição realizada pela Deusa da Passarela. O samba seguiu a tendência de crescimento das últimas eliminatórias e teve sua melhor performance na competição até agora. O intérprete Emerson Dias, voz oficial do Acadêmicos do Salgueiro, foi quem conduziu a obra e mais uma vez brilhou no palco. O cantor dançou, pulou e agitou a torcida, sendo fundamental para o alto desempenho. O refrão principal, com os versos “Aqui é Beija-Flor doa a quem doer/Do gênio sonhador a gana de vencer/Tá no meu peito, tá no meu grito/Escola de respeito que coroa Benedito”, foi novamente o ponto alto, sendo berrando pelos torcedores. O trecho de subida para ele, com os versos “Vai meu Beija-flor, a soberania popular que trás no batuque de Rás/Um coco, um pouco de samba de roda/E o povo anuncia: é ela!/Delira…/Tem Pajuçara no mar da Mirandela”, também se destacou e foi entoado com bastante força. Aliás, a torcida da parceria foi uma das que mais cantaram nessa semifinal. Assim como nas fases anteriores da disputa, o grupo veio ornamentado com estandartes, bandeirões da escola e bandeiras com o número da parceria, assim como bexigas e bastões de luzes coloridas. Outro recurso reutilizado foi a presença de uma banda, com direito a instrumentos de sopro, no meio da galera, além de um bumba meu boi decorado com luzes de led.
Parceria de Léo do Piso: O samba assinado por Léo do Piso, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Julio Assis, Manolo e Wilson Tatá foi o terceiro a se apresentar na semifinal da azul e branca de Nilópolis. O intérprete Tinga, da Unidos de Vila Isabel, foi o responsável por liderar o time de cantores da parceria, que contou ainda com outros nomes estrelados como Pitty de Menezes e Tem Tem Jr.. A obra teve um bom desempenho nessa semifinal, mas abaixo do que vinha apresentando ao longo da disputa. O refrão principal, com os versos “Meu Beija-Flor é casa de ogunhê oô/É onirê ôô, ogunhê ô/Vem coroar entre jangadas e canoas/O rei de Maceió nas Alagoas”, foi mais uma vez o ponto alto da performance. Além dele, o refrão do meio, com os versos “Leva mãe África ô ô ô/ Leva o herdeiro seu/ Do mesmo sangue de selassiê/ Da mesma cor… Do filho de Deus”, também se sobressaiu e teve um ótimo funcionamento. No entanto, mesmo com estes pontos positivos, o samba sofreu com uma queda considerável de rendimento nas três últimas passadas, que fez com que o final da apresentação fosse um tanto quanto frio. Além disso, o canto da torcida foi irregular, sendo forte somente durante os refrões. Assim como nas semanas anteriores, o uso de diversos efeitos pirotécnicos foi uma marca da parceria. Entre aqueles que foram utilizados esteve a chamada chuva de prata no palco, os disparos de fumaça e as bolinhas de sabão. A torcida também repetiu a receita das outras etapas e veio com todo o tipo de ornamentação, como fitas coloridas, balões, estandartes, placas e bandeirões. A novidade, neste sentido, ficou com a utilização de barquinhos de led que mudavam de cor, assim como um sol, também em led, com o número da parceria no centro.
Júlio Alves e Totonho se destacam com apresentações de muita energia em eliminatória da Tijuca
Pela segunda semana seguida, a Unidos da Tijuca apresentou seis sambas em sua eliminatória e a disputa mais uma vez mostrou estar bastante acirrada. Desta vez, as parcerias de Júlio Alves e Totonho se destacaram em mais uma etapa do concurso que irá definir o samba-enredo da Azul e Amarela do Borel para o Carnaval 2024. O resultado será divulgado nos próximos dias através das redes sociais da agremiação. O site CARNAVALESCO acompanhou tudo através da série “Eliminatórias”, e a análise de cada um você acompanha ao longo do texto.

Em 2024, a Unidos da Tijuca apresentará o enredo “O Conto de Fados”, assinado pelo carnavalesco Alexandre Louzada, com a intenção de fazer uma viagem a Portugal, destacando diversos aspectos da história do país como fábulas, mistérios e lendas populares. A Unidos da Tijuca será a quinta agremiação a pisar na Marquês de Sapucaí na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.
Parceria de Eduardo Medrado: Abrindo as apresentações, a primeira obra na eliminatória tijucana foi a composta por Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues, Adolpho Konder, Sandro Nery, André Braga e Luiz Pavarotti, com as participações especiais de André Diniz e Evandro Bocão. O time de vozes da parceria foi comandado pelo intérprete Tem-Tem Júnior, do Império Serrano, que também faz parte do carro de som da escola do Borel. O time de vozes mais uma vez foi um ponto alto da parceria. Com Tem-Tem Jr mais livre, realizando a comunicação com os componentes e o público, o restante do grupo segurou o samba que pela sua qualidade de melodia permitia aos cantores boas intervenções na música. A obra é pautada por uma melodia rica e de letra com qualidade, bastante ilustrativa, com boas soluções métricas. O andamento do samba foi agradável, longe de corrido, um dos mais cadenciados da noite. Na segunda do samba, a parte do verso “Resistindo a invasores”, a animação dava um caída até o refrão principal, quando voltava a energia. O início da composição é um destaque pela qualidade dos versos, a partir de “O azul infinito encontrou o sol” até “E a melodia encontra de fato/ Num conto de fados, lendas, emoções”, que permitiram ao Tem-Tem a utilização de terças, enquanto o restante do grupo seguia reto no canto. Também nessa linha melódica, o trecho na segunda do samba, iniciado pelo verso “Foi quando o mar se abriu pras caravelas”, até “Cantando em oração assim”, é destaque e prepara bem para entrar no refrão principal. A torcida mais uma vez trouxe estandartes com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, padroeira de Portugal e principal temática do refrão principal, e desta vez, também alguns componentes seguravam bastões iluminados. Em termos de canto, o grupo esteve abaixo, algumas pessoas só balançaram as bandeiras. Em relação ao restante da quadra, houve pouco canto, e o envolvimento com a música aconteceu mais para a parte final da apresentação, após começar um pouco mais tímido. No geral, a parceria esteve abaixo das apresentações anteriores, talvez não tenha ajudado a ordem de ter que abrir a eliminatória.
Parceria de Júlio Alves: O samba de autoria de Júlio Alves, Cláudio Russo, Jorge Arthur, Silas Augusto, Chico Alves e D’Sousa foi o segundo a se apresentar em mais uma noite de eliminatória da Unidos da Tijuca. Tinga, da Vila Isabel, foi o responsável por conduzir o samba reforçado por integrantes do carro de som que acompanham o cantor, além do intérprete Charles Silva, da Estácio de Sá. Bastante solto no palco, em casa, afinal, foram cinco anos no Pavão, Tinga chegou brincando com todo mundo e no canto passou a mensagem de estar se divertindo, alegre. Mas, com muita correção, muita energia e sempre com o bom apoio do restante das vozes. A obra teve um andamento nesta apresentação um pouco mais cadenciado o que não prejudicou, ao contrário, facilitou o canto e o entendimento da música, sendo até mais convidativa a dançar, sem perder o caráter explosivo dos refrãos. Como já dito em outras eliminatórias, a obra tem um ar bastante leve na letra, característica que esteve presente em um período muito vitorioso do Pavão. Em termos de melodias,os cincos primeiros versos da cabeça a partir de “Um samba fadado”, se comportam mais retos ajudando a obra a ganhar ritmo até o “Vai buscar” quando há a primeira virada melódica, já com o ritmo da música mais bem encaixado. A torcida trouxe, mais uma vez, além das bandeiras nas cores da escola, um grupo de baianas que foram uma atração à parte pela energia e dança. Os componentes também mostraram muita animação e alegria, ainda que o canto tenha sido mais tímido. Em relação ao restante da quadra, se viu bastante envolvimento de público e de segmentos como, por exemplo, passistas. Uma apresentação bem acima que a anterior, que mantém a parceria forte na briga.
Parceria de Totonho: O terceiro samba da noite de eliminatória tijucana foi o assinado por Totonho, Marcelo Adnet, Fadico, Dudu, Gabriel Machado e Rodrigo Alves. A obra foi conduzida pelos intérpretes Igor Sorriso, da Mocidade Alegre, e Pitty de Menezes, da Imperatriz Leopoldinense. Pitty e Igor incendiaram a apresentação no início, desceram do palco e deixaram a primeira passada para a torcida que sustentou, enquanto pulavam junto. A obra teve o andamento pra frente, talvez, o mais pra frente da noite, mas não chegou a ser corrido. Os refrãos continuam sendo o ponto alto de canto, em algumas vezes há uma queda após eles, também na animação. Algumas pessoas, por exemplo, dançavam mais quando chegava nos refrãos, e depois baixavam o ritmo. Isso porque os dois refrãos “A emoção cruzou o mar…” e “o sol do despertar…” são os pontos altos da obra, carregam muita energia, e a melodia e a letra são fortes, ainda que possuam muita semelhança harmônica. A melodia, inclusive, é muito característica do que a escola vinha trazendo, principalmente antes do carnaval de 2022. Na cabeça do samba destaque para os versos “Pois da sedução a foz do Tejo desaguou/E no velho mundo de mistérios desvendou”, trecho que permitiu a inserção de “terças” no canto. Destaque também para o pré-refrão que começa com os versos “Oh Santa! Oh Santa!”. A torcida foi o ponto alto, tanto na animação, quanto no canto. Teve um dos maiores contingentes da noite. Alguns passistas da escola se juntaram à torcida e estiveram à frente dos torcedores que trouxeram bandeiras nas cores da escola. O envolvimento da quadra foi positivo em relação ao público que acompanhava a apresentação. Nos segmentos foi mais tímido. E o canto ficou em geral mais com a torcida, a não ser nos refrãos. No geral, uma apresentação no nível das anteriores mantendo muito envolvimento com a quadra.
Parceria de Leandro Gaúcho: O samba composto por Leandro Gaúcho, Gustavinho Oliveira, Marcus Lopes, Josemar Manfredini, Aldir Senna e Alexandre Cabeça foi o quarto da noite. A parceria apostou em Bruno Ribas, da Unidos de Padre Miguel, para conduzir a obra, apoiado por Tinguinha, da Em Cima Da Hora, e Tuninho Junior, da Independentes de Olaria. A presença de Bruno Ribas também é um trunfo, já que o cantor emprestou sua voz em um período glorioso do Pavão, com dois títulos conquistados junto com a comunidade do Borel. O intérprete é privilegiado em ter uma voz melodiosa e bem afinada. O cantor estava inspirado e se destacou pela precisão no canto, pelas terças bem desenvolvidas e pelo entrosamento com o restante das vozes. Muita potência de voz também do intérprete Tuninho Junior. Na apresentação, o samba encontrou um andamento mais cadenciado, sem correria, o que privilegiou a excelente e original melodia, trazendo para a “Pura Cadência” uma levada bem agradável e solta. Porém, a obra acabou não explodindo na quadra e acabou sendo uma apresentação morna, principalmente depois da sequência inicial de exibição das parcerias. A música tem em alguns trechos algumas das linhas harmônicas que a Tijuca apresentou em seus carnavais vitoriosos da década de 2010. O refrão do meio é destaque, nele o tom épico presente em boa parte da composição, se converte, claramente também na melodia, em uma característica mais leve, ao falar de cultura e das celebrações com o vinho a partir do verso “A magia dos druidas nos seus bosques e caminhos”. A torcida mostrou animação, trouxe bandeiras, inclusive, as flâmulas de Brasil e Portugal, fez coreografia, mas o canto foi tímido. Na quadra também foi tímido, e entre os segmentos houve pouco envolvimento. Uma apresentação apenas mediana.
Parceria de Gilmar L Silva: O quinto e penúltimo samba a se apresentar na eliminatória tijucana foi o composto por Gilmar L Silva, Mauro Gaguinho de Araruama, Marquinho Bombeiro, Sergio Pires, Fernando Gogó de Ouro e Pires de Praia Seca. A obra foi interpretada por Serginho do Porto, da Águia de Ouro, e Lissandra Oliveira. O time comandado por Serginho mostrou entrosamento e bom ensaio. Destaque para Lissandra que empregou sua voz dando um brilho diferente ao canto com a realização de terças, “oitavando”, e produzindo outras vocalizações. Já Serginho foi muito bem na missão de manter a energia e o peso necessários ao samba. A composição de Gilmar L Silva e Cia tem uma melodia bem intuitiva, e fácil de aprender. E possui uma linha harmônica um pouco mais distinta do que a escola tem trazido nos últimos anos. Mas, com pontos de destaque como o pré-refrão “Abençoe mãe senhora meu destino minha escola” e o refrão do meio “meu olhar marejou..”. O andamento esteve para frente, apostando em manter o samba sempre com a energia lá em cima. Na torcida pode-se ver alguns passistas e um destaque bonito de citar para crianças com muito samba no pé que estava à frente dos componentes. O cantor dos torcedores foi satisfatório, com picos maiores no refrão principal. Já na quadra, o envolvimento com o público, pelo horário, até que foi interessante, mesmo menor que algumas outras parcerias, mas com muita gente dançando. Já nos segmentos foi bem menor e com o canto tímido. Outra apresentação que foi apenas mediana.
Parceria de Sereno: A obra de autoria de Sereno, Dinny da Vila, JB Oliveira, Camila Lúcio, Deiny e Mano Kleber, com as participações especiais de Wagner Zanco e Almeida Sambista, foi a responsável por encerrar as apresentações. Wander Pires, da Viradouro, foi quem comandou o time de vozes da parceria. Wander é sempre muito elogiado pela sua precisão nas notas, seus cacos, sua voz melodiosa. Hoje, além disso tudo, o intérprete colocou muita energia e ajudou a manter a animação da obra, que encerrou muito bem a noite. Excelente desempenho dos cantores. Como já citado, o samba tem uma melodia bastante peculiar, mas também muito rica e com diversos pontos altos. A composição lembra alguns sambas mais antigos da escola, destaque para os dois refrãos neste quesito. Outro destaque é a cabeça do samba, a partir de “Orfeu da Conceição dedilha o fado em sua lira”, também pela beleza da letra. No ponto “Vai buscar Ofiussa contra maré”, Wander “abusava”, no bom sentido, das terças, o que realçou o trecho. O andamento do samba talvez tenha sido um dos mais satisfatórios, para frente, sem correria, bem adequado a “Pura Cadência”, conseguindo manter seu principal trunfo, a qualidade da melodia. A torcida foi uma das mais animadas, e teve um bom rendimento de canto. O envolvimento da quadra foi muito satisfatório, mesmo sendo o último samba da noite, a quadra ainda possuía um bom público. Alguns passistas se uniram à torcida sambando e mostrando alegria. Encerrou bem a noite e mostrou que está crescendo, e que compete firme com outras parcerias para ser o grande escolhido.
Vila Isabel anuncia a campeã do concurso de samba de quadra
A Unidos de Vila Isabel realizou na noite de quarta-feira a final do Concurso de Samba de Quadra, que movimentou a agremiação durante todo o mês de setembro, sempre com entrada gratuita. Após as apresentações das cinco finalistas, o júri, formado por representantes de diversos segmentos da agremiação, definiu como campeã a parceria de número 24, formada por Rafael Tinguinha, Gustavinho Oliveira, Danilo Garcia e Orlando Ambrósio. Confira a letra:

Ainda era Herdeiro bem me lembro
Conheci o amor na 28 de Setembro
Sorriso da baiana, passista faceira
Do Morro dos Macacos e do Pau da Bandeira
Te encontro outra vez na avenida
Já ouço a Swingueira a esquentar
Recorda a maestria de Amadeu
E o verso que Martinho escreveu
Sei que seu China vai abençoar
Mora a melodia estampada em seu brasão
Não sei se vou conter o pranto
Ao girar o azul e branco do seu pavilhão
Não sei se vou conter o pranto
Ao girar o azul e branco do seu pavilhão
Sou eu, sou eu, sou da Vila Isabel
Onde o samba faz escola e só forma menestrel
Sou eu, sou eu, sou da Vila Isabel
Onde o samba faz escola e só forma menestrel