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Torcida Jovem lança samba com africanidade no retorno ao Acesso I de São Paulo

Por Fábio Martins e Will Ferreira

De volta ao Grupo de Acesso I em 2024, a Torcida Jovem que conquistou o Acesso II neste ano, seguirá na linha afro, depois de homenagear Iemanjá, é a vez de cantar: “Raíz Afro Mãe, Meu Brasil Bantu”. A Torcida Jovem do Santos é oriunda da torcida organizada do Santos Futebol Clube, e surgiu como bloco carnavalesco em 1979. Desde então, vem trilhando seu caminho, chegou ao Grupo de Acesso I em 2011, até então a única vez, mas repetirá a dose em 2024.

TorcidaJovem et AlaMusical

O diretor de carnaval, Evandro, que também faz parte da comissão de carnaval junto com Bambu, China, Deko, Evandro, Jefferson Silvano e Raposa, contou sobre o trabalho da agremiação que retorna ao Acesso I: “Em 2024 vai vir com muitas surpresas, é um enredo muito bem estudado, elaborado, vamos contar do começo ao fim na avenida, não vamos ter problema com a leitura. Falar dos povos bantos no Brasil é um tema muito difícil e complexo. Mas como falei, a gente estudou, pesquisou, temos historiadores na Torcida Jovem, de verdade, e estamos fazendo carnaval como fizemos em 2023 de Iemanjá. Na passagem que tivemos no Acesso I, no ano de 2011, estávamos lá, fizemos um carnaval que a gente achou que seria grande, e não fizemos do começo ao fim. Esse ano não, o ano de 2024, estamos com os pés no chão, barracão a todo vapor desde junho. Fantasias quase prontas, vamos dizer assim, estão bem adiantadas. E a Jovem vem para brigar pelo título, temos respeito por todas as coirmãs do Acesso I, temos simpatia por todas, como diria Cosmo Damião, mas vamos brigar pelo título. Não vamos chegar para ser mais uma escola chegando no Acesso I, e de repente brigando para voltar. Vamos para cima, e se Deus quiser, em 2025 estaremos no Especial de São Paulo”.

TorcidaJovem et DiretorCarnavalEvandro

Em relação ao samba-enredo escolhido, o diretor de carnaval, Evandro relatou: “Fizemos uma eliminatória fechada, chegaram dez sambas aqui. A gente foi ouvindo conforme foi chegando, e no decorrer sentamos, reunimos diretoria, vieram sambas maravilhosos. Todos ali tinham chance de estar disputando, mas infelizmente só um ganha. Escolhemos o melhor que tínhamos no momento, pelos mínimos detalhes, mas chegamos em um samba-enredo muito bom, muito bem elaborado e estudado também, pelo Turko e companhia, os Minuettos, tem mais gente, o Clayton, agora não vou lembrar. Mas são pessoas capacitadas, os mesmos que venceram Iemanjá, conseguiram consagrar bicampeão com o samba da Jovem 2024”.

Os compositores não estiveram presente no evento, mas um deles, Fábio Souza respondeu nosso contato e disse sobre o samba vencedor: “Foi um samba feito pensando no novo regulamento, dando continuidade ao samba do ano passado em termos de letra mas com uma melodia para frente e valente…com um coração verdadeiro de um Santista apaixonado. Força Torcida Jovem, vamos subir com a força de um guerreiro do mar!!!”

O presidente Jefferson Silvano, conhecido como Jeh, também faz parte da comissão de carnaval que comanda a parte artística da escola, e relatou sobre o processo de escolha do samba pensando no sucesso de 2023: “Uma noite muito especial, muito gratificante ver a casa cheia e ver a comunidade toda empenhada neste samba de 2024. Na verdade aqui, a construção deste samba foi mais ou menos baseado até na africanidade, ancestralidade, a gente vem seguindo a mesma linha do carnaval de 2023. Que foi uma linha que deu certo, vem dando certo, conseguiu ser campeão do Acesso II, e acreditamos que nesta linhagem vamos fazer um bom carnaval para 2024”.

TorcidaJovem et DiretorEvandroPresidenteJeh

A ideia da agremiação é repetir o sucesso de Iemanjá que explodiu no Anhembi, e acabaram sendo campeões do Acesso II. Até por conta disso, seguiram uma linha na escolha do samba, tendo bicampeões na disputa, a parceria do Turko segue com o troféu na escola santista que fica localizada na Zona Leste de São Paulo.

Mestre de bateria presente no desenvolvimento do samba

O mestre de bateria da Firmeza Total, Marcelo Caverna, ressaltou sua presença no desenvolvimento do samba-enredo: “É o samba que é mais que uma emoção. Eu participo do samba desde a criação do enredo, que foi uma sugestão minha, tal qual o enredo sobre Iemanjá, exaltando a cultura afro-brasileira, exaltando a matriz que forma a maioria da cultura e sociedade brasileira. E nada mais justo que nós, sambistas, homenagearmos a nossa maior raiz, os bantos. Se pensarmos em tudo que é afro-brasileiro, eles foram os primeiros a chegar e ficaram apenas dois séculos só eles por aqui – para depois chegarem africanos de outras regiões. Se, hoje, temos manifestações populares como samba, capoeira, maracatu, jongo, congada e samba de umbigada, devemos isso aos bantos. Eles trouxeram essa raiz para que essa miscigenação tornasse possível a cultura mais plural do mundo, que é a brasileira. É um enredo muito plural e estamos muito felizes de ter esse samba belíssimo. É um sonho que estamos realizando”.

TorcidaJovem et Mestre

Confiante no processo do que está sendo desenvolvido para 2024, Caverna ressaltou: “Gravamos o samba com as bossas já pensando na avenida. Temos todo um trabalho a realizar nesses meses para deixar a bateria 100%, para executar tudo isso com excelência para ganhar a nota quarenta, mas já deixamos influências banto, como o jongo, o maracatu, o congo, o kabula – que dá origem ao samba no Brasil, nos terreiros do candomblé. Temos tudo isso no samba com as bossas, a pegada é Firmeza Total!”

Com o carnaval batendo na porta, já no início de fevereiro, ou seja, daqui cerca de três meses, o mestre de bateria falou sobre o trabalho que tem sido feito: “Fazemos ensaios de bateria às terças e aos sábados. Agora, vamos intensificar, fazendo terças, quintas e sábados. Sabemos que o carnaval no próximo ano é mais cedo, a Jovem tem um ensaio técnico praticamente na primeira semana de janeiro. Temos que chegar em dezembro com o trabalho quase cem por cento, com o trabalho quase pronto, e irmos para o ensaio técnico para lapidar o diamante. Temos as bossas definidas e planos A, B e C caso precise de adequação se for necessário, buscando a excelência e a facilidade (ou não) para o ritmista. Pensamos o ritmo pensando na música e na potência que o enredo nos dá, a opção de dialogar com diversas outras culturas e contar isso dentro do samba. O carnaval tem essa potência, de ter o samba como nossa matriz e identidade, mas, acima de tudo, como todas as escolas de samba, que vêm dialogando com tantas outras culturas e ritmos, tem também um trabalho educacional magnífico. Isso sem falar no entretenimento e na festividade, claro. Uma escola é isso: um nome para trocar o saber, encaminhar, divulgar e trocar o saber. Temos essa missão, de sustentar o nome escola de samba, conduzindo a cultura e a arte com todo o amor e carinho. Essa missão nós estamos fazendo dentro da bateria, dialogando nesse universo de diversos ritmos”.

As mudanças para o carnaval de 2024

De volta ao Grupo de Acesso I, a agremiação teve mudanças no quadro de casal, o primeiro casal agora é Nathalia Bete e Kawe Lacorte, e o intérprete Vaguinho assumiu vaga do Adeilton.

TorcidaJovem et InterpreteVaguinho

O presidente Jeh comentou sobre as trocas feitas nos quesitos: “As mudanças dos setores, na verdade o time é praticamente o mesmo, fizemos mudanças, o nosso primeiro casal mudou, temos um casal aí, maravilhoso, estamos muito agradecidos ao nosso antigo casal, Daniela e o Alex, porém estamos contentes com Kawe e Nathalia, são bem especiais e abraçaram o projeto da escola, estão firme e forte conosco. Hoje a segunda porta-bandeira também é nova, o novo intérprete, o Vaguinho, basicamente foram essas mudanças que fizemos dentro da escola”.

Complementando sobre o tema, o diretor de carnaval da agremiação relatou: “A gente vem em um processo de reformulação desde 2020, reformulando setores sim, a nossa primeira e segunda porta-bandeira optaram pela saída, juntamente optamos por trazer um primeiro casal pronto para 2024, o Kawe e a Nathalia todo mundo já conhece, tem uma passagem linda pelo mundo do samba, sempre nota 40 e não vai ser diferente conosco. E essa segunda porta-bandeira Victoria que chegou para somar com o André por conta da saída da Camila. Mas a gente não mexeu em muita coisa, não vamos mexer, time que está ganhando não se mexe, ele se melhora. E vamos com fé, com barracão, fantasias a milhão, ensaios começando semana que vem, dia 14”.

Falando nos estreantes…

O casal Nathalia Bete e Kawe vinham de algum tempo defendendo o pavilhão da Unidos do Peruche, mas chegaram na Torcida Jovem para o ciclo do carnaval de 2024.

TorcidaJovem et PrimeiroCasal 2

No primeiro samba-enredo que defenderão o pavilhão da Torcida Jovem, o casal aprovou, o mestre-sala Kawe disse: “Amamos o samba! Já tínhamos ouvido o samba um pouco antes, já criamos uma coreografia em cima dele e acho que é um dos sambas mais fortes do carnaval de São Paulo para 2024. Ele também é muito fácil de aprender”, e a porta-bandeira: “É um samba muito forte, que tem a cara da Torcida Jovem. Ele segue a linha do samba de Yemanjá, que também é um samba muito bom. Temos grandes expectativas, já que é um samba gostoso de ouvir, de tocar e de sambar. Tem tudo para dar certo!”.

O mestre-sala, Kawe, falou sobre o trabalho em cima do samba: “Estamos nos preparando já há três meses, a coreografia de pista já está montada. Agora, com o samba novo, estamos montando a coreografia em cima dele. Hoje já tivemos uma prévia, mas vai melhorar ainda mais para, no dia do desfile, estar tudo perfeito”.

TorcidaJovem et PrimeiroCasal

A porta-bandeira Nathalia Bete, completou frisando sobre a mudança no regulamento: “A ideia, com o novo regulamento, é adaptar os movimentos que já temos para se encaixar dentro do que o novo julgamento pede e que o critério exige. Já estamos trabalhando baseado nisso. Basicamente, isso já está pronto, estamos no processo de lapidar e limpar tudo isso. Agora, entramos com o trabalho de pista, baseado no samba e em bossas”, e logo complementou: “Na verdade, não está muito difícil cumprir as obrigatoriedades do novo regulamento. Todo mundo pensou, no novo regulamento, em beneficiar a dança de quem realmente dança. Ele está mais adequado ao nosso linguajar e à linguagem corporal, então só precisamos nos adequar ao que precisamos fazer dentro da pista, dentro dos parâmetros, já que outras coisas também mudaram. Mas, para a nossa dança, a mudança foi muito benéfica”.

Finalizando sobre o regulamento, Kawe reforçou: “Também é importante destacar que a base fundamental do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira não foi mudado. Então, para nós, a mudança não foi muito difícil, foi boa”.

Homenagem ao fundador Cosmo Damião

O lendário fundador da escola, Cosmo Damião, faleceu no dia 10/09, após sofrer um AVC. O presidente de honra era muito presente na torcida organizada, e também no samba, inclusive ganhou como embaixador do samba recentemente. Na despedida dentro da quadra da escola, agremiações marcaram presença, inclusive oriundas de outras organizadas como Gaviões da Fiel, tamanha importância e representatividade.

TorcidaJovem et Quadra 2

O atual presidente, Jeh, bem emocionado, nos contou um pouco sobre o amigo: “Poxa, o Cosmo… Não temos nem palavras para falar dele, pelo fato de a gente ser uma escola de samba e torcida organizada, o Cosmo foi o maior torcedor organizado de todos os tempos. Ele era muito admirado e respeitado até pelas coirmãs, e ele na parte do carnaval, ele era o embaixador do samba, então para a gente é muito honroso, ver essa história, legado, que o Cosmo deixou para a gente. Não tem muito o que dizer, o legado que ele deixou. Enfim, aprendemos muito com ele, e ele vai ficar para sempre em nossos corações”.

Muito emotivo, Evandro com lágrimas nos olhos também deixou o recado falando em seu legado: “Falar do Cosmo é complicado, rever ele ali naquela tela, a gente sente a energia dele, era tão boa que a gente sente. O seu Cosmo Damião foi o fundador da torcida e da escola, e vai estar sempre presente aqui. Se for ficar falando dele aqui vou ficar até amanhã igual ele, que ele falava pelos cotovelos, mas é uma lenda que vai estar sempre vida aqui no samba, na nossa entidade Torcida Jovem, é o fundador, querido por todos. Cosmo Damião é sensacional, paizão, é o número um de todos. E me desculpa, o mundo do samba, vou até fazer uma crítica, faltou mais homenagens ao Cosmo Damião em vida, isso faltou, o cara que tem 45 anos de Torcida Jovem, de escola de samba, e 50 anos no mundo do samba, merecia um pouco mais de homenagem. Mas o pouco que fizeram, foi feito de coração, e agora quem quiser fazer homenagem, fará após vida e vamos que vamos, Cosmo Damião é meu pai, meu irmão e minha referência. Como diria ele ‘Carnaval tem dia e hora’”.

TorcidaJovem et Rainha

No telão de fundo do palco, mostrou fotos históricas de Cosmo Damião com a torcida organizada e também no carnaval. Sempre citado pelos diretores em uma homenagem.

A atual campeã do Grupo de Acesso II, será a segunda escola a desfilar na segunda divisão do carnaval paulistano. Será no domingo, dia 11 de fevereiro, e com o tema: “Raiz Afro Mãe, Meu Brasil Bantu”.

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Apostando na leveza do enredo, nas cores e estampas, União da Ilha apresenta as fantasias para o Carnaval 2024

A União da Ilha do Governador apresentou, na noite do último sábado, os protótipos das fantasias para o Carnaval 2024, onde vai apresentar o enredo “Doum e Amora: crianças para transformar o mundo!” A proposta mostrada foi de uma escola com muitas cores, com grande uso de estampas, para representar um enredo infantil. De materiais leves e alternativos, carnavalesco e direção apostam na total reprodução do projeto na avenida.

Se, atualmente, as escolas mostram apenas as fantasias das alas comercias, a Ilha “voltou às antigas” e apresentou todo o projeto para a sua comunidade, em que público presente reagiu bem a cada ala que desfilava na passarela montada na quadra. Para o presidente Ney Filardi, o evento é a volta de uma tradição que ele pretende realizar nos próximos anos. Na mesma linha, o carnavalesco Cahê Rodrigues falou que fazer a festa dos protótipos é um carinho na comunidade.

“Eu fui aquele folião que não perdia uma festa de protótipos. É um evento motivador, já que os componentes ficam felizes. No carnaval passado, foi muito complicado em termos de fantasias, a comunidade precisou vir para a quadra ajudar e houve muita correria. Esse ano, a gente faz este evento para, em primeiro lugar, presentear a comunidade com esta festa que eles gostam tanto. Depois, que vendo a alegria das pessoas eu também acabo me emocionando e saio feliz”, disse o carnavalesco.

As fantasias apresentadas oscilam em volume, mas apresentam materiais leves. Nos primeiros setores, uma escola mais clara, na proposta de apresentar o céu de Orum. Em seguida, quando o enredo começa a apresentar Amora, os setores vão ganhando cada vez mais cores e estampas, sem a presença de plumas, penas e com acabamento em ráfia de sopro, finalizando as cores de cada composição. Cahê contou ao CARNAVALESCO que Amora ganha mais cores porque ela é uma criança moradora de comunidade que apresenta o seu universo para Doum.

O grande destaque da noite foi a apresentação da ala das crianças, que representará a Ciranda dos Orixás no final do desfile. O carnavalesco revelou que essa é uma das surpresas que promete emocionar os insulanos e o público do Sambódromo.

“A mensagem do enredo já é emocionante. É claro que a gente está aguardando algumas surpresas para o desfile. Nós temos a ala das crianças como Ciranda de Orixás. Apostar em crianças representando uma religião perseguida em um país onde se tem um preconceito religioso forte, com racismo, já é a prova de que é através da criança que a gente cura qualquer ignorância. A criança tem esse poder com a sua inocência, com o olhar e cada gesto. Doum e Amora são exatamente isso e a função deles nesse carnaval é educar”, contou Cahê Rodrigues.

Presidente garantiu a reprodução do projeto

Uma das questões que sempre pairam sobre as escolas de samba quando o assunto são fantasias é a relação expectativa e realidade dos protótipos. Se o projeto do carnavalesco será integralmente levado ao desfile ou se sofrerá alterações para baratear o custo até o carnaval. Na União da Ilha, a situação está controlada, segundo o presidente Ney Filardi, que já pegou a calculadora e fez as contas do quanto a escola estará comprometida a pagar. Mas, ele alerta que esse compromisso depende da subvenção que a escola receberá. A verba virá da prefeitura do Rio e da TV Bandeirantes.

“Antes da confecção dos protótipos, eu já fiz uma ficha técnica com elas, precificando cada uma. Então, nós vamos conseguir fazer. Eu só espero que a subvenção chegue mais cedo que no ano passado, que chegou muito em cima do carnaval. Até agora, não tem previsão da Prefeitura. Da TV Bandeirantes, pelo que fiquei sabendo na LigaRJ, esse mês sairá uma das parcelas. Ano passado foram R$ 120 mil, em duas parcelas, esse ano serão 4 parcelas, mas ainda não sei o valor”, explicou o presidente.

O carnavalesco da tricolor insulana garantiu que todo o projeto está dentro da realidade financeira da escola: “Para esse ano, nossos protótipos são muito mais criativos e com uso de materiais alternativos, em relação ao último carnaval. Por isso, eu não acredito que tenhamos problemas com a reprodução. Foi tudo pensado dentro das condições da escola”.

“Nossas fantasias são dignas”, disse o presidente

Com a disputa da Série Ouro cada vez mais acirrada entre as escolas mais ricas, a aposta da União da Ilha para brigar pelo acesso ao Grupo Especial é em um enredo que emocione o público e quesitos plásticos que garantam notas. Para o sonhado 10 em fantasias, Cahê afirmou que desenhou todas as fantasias, mas que não está sozinho e conta com um time de profissionais qualificados responsáveis por vestir a escola.

O presidente Ney afirmou que confia no projeto e espera que a comunidade abrace o projeto da escola: “Eu espero que as pessoas tenham gostado do que foi apresentado. Com toda humildade, as fantasias estão dignas e dentro da nossa realidade que é desfilar na Série Ouro. O objetivo de todos nós é alcançar o acesso ao Grupo Especial. Mas, não espere aqui uma fantasia banhada a ouro, cravejada de diamantes. Nossas fantasias são dignas e dentro do que podemos financeiramente”, concluiu o presidente.

Pedrinho da Flor mantém padrão alto de apresentação no Salgueiro; Parceria de Xande de Pilares mostra crescimento em última eliminatória

O Salgueiro definiu as três obras que vão disputar o posto de hino oficial da escola para o carnaval 2023 na grande final que acontece no próximo dia 11 de outubro. A parceria de Pedrinho da Flor foi o grande destaque mais uma vez, mas viu a obra de Xande de Pilares e Cia crescer de rendimento nos últimos momentos. Ian Ruas e parceiros completou a finalíssima. As obras de Moisés Santiago e Fred Camacho deixaram a competição. Nesta semifinal, cada parceria teve direito a 20 minutos, sendo a primeira sem bateria e aos 10 minutos de exibição, uma passada apenas com a torcida sem os cantores. O site CARNAVALESCO mais uma vez acompanhou tudo através da série “Eliminatórias”. A análise das obras nesta última eliminatória você acompanha ao longo do texto.

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Foto: Divulgação/Salgueiro

Em 2024, o Salgueiro será a terceira escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na primeira noite do Grupo Especial. A Academia do Samba levará para Avenida o enredo “Hutukara”, que pretende fazer um alerta em defesa da Amazônia e em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O desfile terá a assinatura do carnavalesco Edson Pereira.

Parceria de Ian Ruas: Primeiro samba da noite foi produzido pelos compositores Ian Ruas, José Carlos, Caio Miranda, Sonia Ruas Raxlen, David Carvalho e Gabriel Rangel. Nêgo, da União da Ilha, Nino do Milênio, da União de Maricá, e o novo intérprete da São Clemente, Vitor Cunha, foram os responsáveis por liderar o time no palco. A parceria uniu um time de vozes entrosado e combinou muito bem o timbre de vozes. Vitor Cunha foi o grande destaque pela potência vocal que empregou na apresentação. A parceria surpreendeu e não demonstrou problemas em abrir a noite, esquentando o clima na quadra e jogando a responsabilidade para quem viria depois. O andamento utilizado pela Furiosa permitiu uma apresentação mais cadenciada, agradável, e com destaque de explosão para o refrão principal “”Ya Nomaimi! Ya temi Xoa…”. Dadas as características de outros sambas da noite, foi o refrão de baixo que mais pegou nesta eliminatória. O samba aposta já no refrão principal em uma melodia mais pra cima, menos densa que outras composições da noite, com o “Ya Nomaimi! Ya temi Xoa…” e o refrão do meio “Aê Aê, carrega a caça”, a partir do arranjo de notas tem um caráter mais valente, mais vivo. Outro ponto de destaque na melodia está no final da segunda do samba pelas nuances harmônicas no sexteto que começa com “O céu é o destino de uma chuva acinzentada” e vai até “Brasil original”. Já na cabeça, em uma melodia mais reta, os três primeiros versos “A noite é mágica/Reluzem espíritos na floresta/Chamado de Omama se manifesta” dão progressão ao samba e fazem a obra “andar”, ajudando a ter energia na apresentação. A torcida trouxe bandeirões em vermelho e branco e foi muito bem no canto, principalmente, na passagem da obra sem os cantores. Os integrantes também pularam o tempo todo e trouxeram uma enorme faixa com o trecho final do refrão principal. Já no restante da quadra, o envolvimento foi mais tímido, com algumas poucas pessoas cantando e até respondendo na palma da mão quando provocado pelo time do palco. No geral, uma surpresa positiva da noite que terá mais uma chance para mostrar suas qualidades.

Parceria de Xande de Pilares: Quarto obra da noite é uma composição de Xande de Pilares, Cláudio Russo, Betinho de Pilares, Jassa, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Marcelo Werneck e W Corrêa. O intérprete Igor Vianna, da Unidos de Bangu, e Igor Sorriso, da Mocidade Alegre conduziram a música no palco, apoiados por Roninho, Leonardo Bessa e Tinguinha. Grande apresentação no palco, muita energia, potência, e qualidade musical, tudo muito bem ensaiado também. Destaque para as terças e vocalizações de Igor Sorriso, principalmente nas respostas de “Curumim Auê”, e a potência vocal de Igor Vianna. Mas, os apoios também estiveram à vontade no palco e contribuíram para uma exibição animada. O samba teve um andamento mais pra frente, porém bem adaptado a Furiosa, bom de ouvir e com bastante energia. A composição possui uma melodia mais densa, representando toda a seriedade que o enredo apresenta. Mas, há beleza em diversos pontos como na segunda do samba no trecho “Êê curumim auê/ Livre pra viver por minha alma e meu nome/ Êê curumim auê/Meu povo originário não pode morrer de fome”. Esta parte também era aquela cantada pela torcida com maior entusiasmo. Os refrãos “Sou eu, Yanomami Waitheri…” e “Foi a beira da estrada sem remorso,sem perdão…”, também seguem essa linha, mais densa, melodiosa, mas ainda assim, valente. A torcida trouxe bolas nas cores do Salgueiro, também no verde das matas, e apresentou também o “curumim” , representado por uma criança vestida de indígena em cima de um pequeno tripé enfeitado como as matas. O canto dos componentes foi um pouco mais tímido do que de outras torcidas da noite, mas os integrantes demonstraram bastante animação. Já na quadra, a apresentação da parceria recebeu um bom envolvimento do público que não fazia parte da torcida. Apresentação que demonstrou muito crescimento da obra, inflamado pela exibição no palco.

Parceria de Pedrinho da Flor: A última parceria a se apresentar na noite foi composta pelos compositores Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via 13 e Ralfe Ribeiro. O intérprete Tinga, da Vila Isabel, e Pitti apoiado por Charles Silva e Lissandra Oliveira foram os responsáveis por conduzir o samba. Sem tantas vozes dessa vez e em comparação com outros grupos, aquelas que subiram no palco nesta eliminatória foram suficientes e eficientes. Tinga mais uma vez empregou toda a sua potência vocal e a sua presença de palco para colocar o samba lá em cima e os apoios mostraram a mesma energia do intérprete. O samba encaixou muito bem com aquilo que a Furiosa gosta de fazer, ritmistas à vontade na obra. A música relacionou muito bem uma melodia forte, densa, com um andamento para cima, dando o tom de protesto que o enredo também tem. Ao mesmo tempo, a melodia é bastante original que varia em tons mais melodiosos e valentes respeitando o contexto que a letra apresenta. Um dos trechos de maior destaque está logo no início da segunda do samba a partir de “Você diz lembrar do povo Yanomami em dezenove de abril”, que foi cantando a plenos pulmões até por pessoas fora da torcida. Outra parte de grande potencial melódico está nos dois “bis” do meio da obra, no “falar de amor enquanto a mata chora é luta sem Flecha, da boca pra fora!” e “Yoasi” que se julga: “família de bem/ ouça agora a verdade que não lhe convém”, diferente, mas bonito. A torcida trouxe bandeiras vermelhas, algumas com o formato da bandeira do Brasil, mantendo a tonalidade rubra, e como adereço, os componentes levavam bastões iluminados em cores diferentes. Os integrantes cantaram bastante, tanto na passada sem os cantores como no restante da apresentação. A quadra teve um bom envolvimento com a obra, com alguns segmentos bastante animados. Apresentação para colocar a obra em uma posição de destaque na final pela regularidade de exibições em nível alto no concurso.

‘Arreda homem que aí vem mulher!’ Parceria de Lequinho vence disputa de samba na Mangueira para o Carnaval 2024

Por Luan Costa, Gabriel Gomes, Diogo Sampaio e fotos de Nelson Malfacini

A Estação Primeira de Mangueira anunciou na noite deste sábado o samba que irá embalar a escola em 2024, a obra assinada pelos compositores Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim venceu e terá a honra de contar a vida e obra de Alcione, umas das maiores vozes brasileiras e mangueirense histórica. A parceria é bicampeã e não escondeu a emoção com a vitória. A final contou o tradicional show da agremiação e mesmo com a chuva torrencial que caiu, a quadra mais uma vez esteve lotada. A comunidade presenciou um espetáculo por parte dos segmentos, além de uma disputa de samba equilibrada e emocionante, decidida por detalhes.

A cantora Alcione, que completa 50 anos de carreira, será a grande homenageada do enredo “A Voz Negra do Amanhã”, criado e desenvolvido pelos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão. A dupla escolheu como base para a narrativa os caminhos percorridos pela cantora na construção de seu amanhã. Em 2024 a verde e rosa será a quarta escola a pisar na avenida no segundo dia de desfiles do Grupo Especial.

“O sentimento é o mesmo do primeiro, há vintes anos que estou aqui e é a mesma coisa. A gente luta, a gente joga um jogo limpo aqui dentro, é uma batalha de disputa de samba que a gente tá acostumado. A gente é o Boca Juniors em ‘La Bomboneira’, a gente sabe como fazer um samba pra escola, para agradar a escola e a gente tá feliz demais. Já estava feliz com a obra e agora mais ainda, por ter vivido coisas difíceis no caminho e hoje estou aqui para comemorar mais um dos sambas da minha parceria. ‘Meu palácio tem rainha e não é uma qualquer’, a nossa rainha Alcione é a rainha da nação, a maior de todas, uma pessoa que uniu a Mangueira de ontem, de hoje e de amanhã”, afirmou o compositor Júnior Fionda, que coleciona 11 vitórias na Mangueira.

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“Com toda certeza esse é o samba mais importante dos últimos tempos porque trata de um pilar da nossa escola, trata de uma grande mulher e a maior cantora desse país, coração explodindo de felicidade. É gratidão, gratidão total pela Alcione, por essa escola maravilhosa, pela nossa comunidade, pelos nossos segmentos. Muito obrigado por estarem confiando em nós mais uma vez. Vamos para mais um grande Carnaval, acho que o final do samba, o pré-refrão e o refrão principal é o que faz o samba explodir, é o momento que a nossa comunidade vai botar pra quebrar naquela avenida, tenho certeza”, disse Lequinho.

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“Vencer uma disputa de samba na Mangueira, como sempre, é uma honra enorme. É minha escola de coração. Sou mangueirense, estou aqui há 24 anos. Meu primeiro samba concorrendo foi no ano de 2000. Me sinto assim quase que embolição com mais essa vitória. Já é a quinta vez que ganho aqui, mas cada uma gera uma emoção única. Ter um samba meu, entoado na Avenida, pela minha escola, homenageado uma figura como a Alcione, é realmente algo indescritível”, garantiu o compositor Gabriel Machado.

Pelo segundo ano consecutivo, a Verde e Rosa terá os carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão como responsáveis pelo desenvolvimento do desfile. Ele explicaram a responsabilidade de produzirem o enredo sobre Alcione.

“Nossa, passou aquele primeiro ano de pressão e agora é um ano de alegria. Eu sempre falo, estar desenvolvendo esse enredo é um presente, é um presente pra gente como artista, a gente tá sendo carnavalesco da Mangueira nesse momento em que a gente tá falando dela que eu sou fã, minha ídola, além de ser essa rainha aqui pra Mangueira e uma história linda pra contar muito além das suas músicas, história dela com a mangueira, a identidade dela com a mangueira é uma coisa incrível”, disse a carnavalesca.

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“A primeira mensagem é mais uma vez destacar a importância das lideranças femininas dentro da Mangueira. Alcione é uma liderança feminina importante. Alcione deixa um legado e atua até hoje a partir da tantas outras coisas que ela proporcionou a escola, seja como cantora e seja como atuante aqui no Morro de Mangueira, então eu acho que essa é a primeira questão. A segunda questão é mostrar a representatividade da Alcione para além desse sucesso todos que ela traz. Ela é de fato um hino de tantos namoros, o hino de tantas desilusões, o hino de tantas alegrias, representante de um estado que é o Maranhão, todo regionalismo, toda a identidade da cultura maranhense. Tem muita coisa que está atrelada a essa história de vida dela, que a partir dessa trajetória a gente consegue apresentar”, contou o carnavalesco.

No carnaval de 2024, a Estação Primeira de Mangueira terá novidade em sua direção de carnaval, que será capitaneada por Júnior Cabeça. Em sua estreia na Verde e Rosa, Júnior encara a oportunidade como a realização de um sonho.

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“É a realização de um sonho. Para a gente que trabalha no Carnaval há muitos anos, chegar na maior escola de samba do planeta, sendo contratado como profissional, é a valorização de tudo aquilo que você fez desde pequeno, de tudo aquilo que você sonhou, de tudo aquilo que você pediu a Deus e está se realizando a cada dia. Hoje é mais um passo grande, eu poder tá participando da final de samba da Mangueira, com três grandes sambas como diretor de Carnaval”, disse Júnior

Com o samba definido para o carnaval de 2024, a Verde e Rosa se prepara para sua temporada de ensaios de quadra e rua. O diretor de carnaval da escola adianta que planejamento da preparação já está pronto.

“O planejamento já tá feito, inclusive já tá feito até o último ensaio, tá tudo organizado, porém a presidente pediu pra que a gente segurasse as informações que durante a semana, vai sair nas redes sociais o nosso cronograma de ensaio, tanto de quadra quanto de rua, tudo direitinho”, revelou Júnior Cabeça.

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Na homenagem da Mangueira a Alcione, a Verde e Rosa levará para a avenida de 3800 a 4000 desfilantes. A preparação da escola, segundo Júnior Cabeça, está a todo vapor no barracão.

“Temos 70% da escola de comunidade, poucas alas comerciais e a gente deve vir por volta de 2800, 3000 componentes. A escola vem grande, mas vem compacta, organizada. Nós estamos muito felizes com tudo que vem acontecendo, tanto no nosso barracão quanto na quadra, a organização do projeto que os carnavalescos estão fazendo com muito carinho com muita atenção e a Mangueira está preparada, cada dia se preparando mais ainda”, destacou Júnior.

Um dos maiores destaques do desfile da Mangueira no carnaval de 2023, a dupla de intérpretes da escola, Marquinho Art Samba e Dowglas Diniz, segue para o próximo carnaval da Verde e Rosa. No desfile de 2024, a dupla aposta na manutenção do trabalho para repetir o sucesso.

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“Trabalhar bastante pra repetir o ano passado. Qualquer um dos três sambas tinha condições de ser um hino da Estação Primeira de Mangueira para o Carnaval de 2024. Agora, é só trabalhar e botar em prática tudo aquilo que a gente sabe fazer, que é o trabalho e a consequência disso vai ser vista no resultado”, disse Dowglas.

No carnaval de 2024, Marquinho Art Samba e Dowglas Diniz terá a missão de cantar um samba-enredo em homenagem a uma das grandes vozes nacionais, a cantora Alcione. A dupla, em entrevista ao site CARNAVALESCO, ressaltou a emoção de homenagear a artista.

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“É a nossa diva, é a diva do Brasil, não é a diva da Mangueira, é a diva do Brasil. O sentimento é muito profundo mesmo, legal demais”, comentou Marquinhos.

Pra mim, é uma emoção muito grande porque eu vim da Mangueira do Amanhã e quem fundou foi a Alcione. É poder retribuir tudo aquilo que ela fez, tudo aquilo que ela fez por mim, posso estar retribuindo agora cantando o samba-enredo sobre a vida dela, exaltando a nossa diva maior, que é a nossa Marrom”, revelou Dowglas Diniz.

Crias da Verde e Rosa, os Mestres Taranta Neto e Rodrigo Explosão são outros a permanecerem na escola para o carnaval de 2024. Bem avaliados pelo público e pelo júri no último carnaval, a dupla acredita na manutenção do trabalho, com ajustes pontuais.

“Foi o melhor possível, a gente conseguiu alcançar as nota, o mais importante pra gente. Conseguimos ajudar a escola com essas notas e agora é trabalhar alguns pontos de andamento rítmico, dar mais uma atenção ao shekere, que só conseguimos botar em novembro do ano passado”, avaliou Taranta Neto.

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Um dos segredos da bateria da Mangueira no carnaval de 2023 foi o confortável andamento, em consonância com o samba-enredo. Para o carnaval de 2024, o Mestre Rodrigo Explosão, que revela já ter errado em andamento em sua outra passagem como comandante da “Tem que Respeitar meu Tamborim”, afirma que irá praticar um andamento confortável para todos os instrumentos.

“Eu já errei em andamento, não erro mais com isso. Tem que ter um andamento confortável pra todos os instrumentos aparecerem e o samba também conseguir evoluir. Nós vai trabalhar isso depois da escolha de hoje. Vamos tentar turbinar o andamento pra ver o ideal pra bateria”, afirmou Rodrigo Explosão.

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O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Verde e Rosa, Matheus e Cintya, vai desfilar pelo segundo ano junto. Ao CARNAVALESCO, ela falou da estreia no Grupo Especial em 2023. “Olha, foi lindo, foi mágico essa minha entrada na Mangueira, essa minha estadia na Mangueira, sei que eu tô muito feliz, quero compartilhar que foi um aprendizado. Eu aprendi, continuo aprendendo, eles me mostraram que eu não sei tudo, o vigor não pode sair porque faz parte da minha dança. Mas vem aí um novo casal”, disse a porta-bandeira.

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O mestre-sala também comentou o desfile de 2023 e a estreia com Cintya. “Viemos de branco hoje, tipo o Réveillon. É ano novo pra gente. Estamos ensaiando desde março, não tivemos férias, trabalhando em cima do que tem que ser trabalhado com uma nova estratégia, uma nova coreógrafa. Celeste veio abraçar, veio pra família, se unir a nós para o bem maior que é a Estação Primeira de Mangueira, pela a excelência que essa escola merece. Tô muito feliz, hoje é um dia muito especial, é como a gente fala, a gente sambista tem essas fases, tem esses ciclos, têm essas passagens e hoje é um dia disso, passagem de um encerramento de um ciclo que foi maravilhoso, de um novo amor. Da recepção para Cíntia, ela veio para essa casa, ela enche a gente de vento, de benção, de orixá girando ali, iluminando e apaixonando a gente. Sou eternamente apaixonado pela Estação Primeira de Mangueira, amo essa casa e tô pronto para 2024”, disse Matheus.

Para o carnaval de 2024, em busca de reforçar sua equipe, a Estação Primeira de Mangueira apostou na dupla de coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias, que fez sucesso no Tuiuti em 2023. A dupla revela um sentimento de surpresa com a repercussão do trabalho no último carnaval.

“Foi uma grande surpresa, uma surpresa muito boa, embora a gente tenha trabalhado muito e foi uma recompensa do que a gente trabalhou, do que a gente lutou, mas veio pra coroar tudo isso e foi só felicidade”, disse Karina Dias.

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Passado o sucesso do carnaval de 2023, Karina e Lucas encaram o desafio de comandar a abertura do desfile da Verde e Rosa. Empolgado, Lucas Maciel fala sobre a recepção da comunidade mangueirense.

“A gente tá muito feliz, a nossa recepção foi mais do que incrível, a comunidade abraçou a gente de uma forma linda, toda vez que a gente vem aqui na quadra, nos sentimos abraçado pelo pessoal da escola, pela comunidade. A gente já tá trabalhando muito pra conquistar esses 40 pontos”, revelou Lucas Maciel.

Análise das apresentações na final

Parceria de Moacyr Luz: A primeira parceria da noite foi composta por Moacyr Luz, Pedro Terra, Gustavo Louzada, Karinah, Compadre Xico e Valtinho Botafogo. O intérprete responsável por conduzir o samba foi Gilsinho, o cantor estava em uma noite inspirada e ao lado de vozes femininas fez com que a apresentação fosse muito forte, a introdução do samba foi feito pela cantora Karinah, e entre os apoios teve a participação de Diego Nicolau. O samba composto pela parceria é curto e rápido, permitindo assim que o ritmo se mantenha sempre intenso, a letra possui momentos de muito inspiração e energia, retratando bem o que a grande homenageada do enredo, Alcione, representa.. O refrão de principal “Erê, Erê, Erê, não deixa o samba morrer”, possibilita a bateria um ritmo diferenciado. Por ser curto e fazer menção a uma música de Alcione, o refrão é de fácil aprendizado. A apresentação contou com algumas performances na torcida, como integrantes com pernas de pau, coreografias, muito papel picado e balões. A adesão do samba por parte da comunidade e segmentos foi considerável.

Parceria de Lequinho: o samba composto por Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim foi o segundo a se apresentar na final, a parceria mostrou que estava disposta a brigar pelo bicampeonato. No comando do carro de som uma equipe de peso liderada pelo intérprete Tinga, como apoio foi possível observar a presença de Bico Doce, além de Cacá Nascimento, sendo ela a responsável por fazer a introdução da obra. É nítido como esse samba possui características que o fazem ser a cara da verde e rosa, aguerrido, forte, com refrões fortes e que em todo momento exalta a comunidade e a própria escola, talvez, por esses fatores foi possível perceber uma adesão forte por parte de segmentos e comunidade. Foi uma apresentação explosiva, durante os 30 minutos o ritmo, andamento e canto se mantiveram em alto nível. A torcida foi um show a parte, somado ao canto forte e a garra de cada um, a parceria levou balões, papel picado e fumaça, os efeitos não deixaram nenhum componente ficar parado, até mesmo os presentes nos camarotes. Vale destacar as seguintes partes como as mais cantadas: “Mangueira! De Neuma e de Zica/Dos versos de Hélio que honraram meu nome”, além do refrão que fiz “Meu palácio tem rainha e não é uma qualquer”.

Parceria de Thiago Meiners: o último samba a se apresentar na final foi composto por Thiago Meiners, Beto Savanna, Indio da Mangueira, Michel Pedroza, Wilson Mineiro e Julio Alves, a voz principal responsável por comandar a obra foi a de Pitty Menezes, como apoio teve também a presença de Wic Tavares. Seguindo a linha das outras apresentações, tivemos uma voz feminina puxando a capela o refrão principal do samba, logo depois Pitty comandou e levou os torcedores à loucura. Os 30 minutos de apresentação foram extremamente fortes, em nenhum momento o samba sofreu queda de rendimento, a condução por parte dos cantores, somada a bateria e a empolgação do público fizeram com que a obra se destacasse de forma orgânica, muitos integrantes da escola se jogaram e cantaram a plenos pulmões. Alguns versos remetem a músicas de Alcione e foram ainda mais cantados, são eles: “Um canto maroto, estranha loucura/Meu ébano, a cura pro vício do amor”, o mesmo foi visto no refrão principal com o verso “Não deixo o samba morrer defendo minha bandeira”. A parceria fechou a apresentação mantendo o alto nível na disputa da verde rosa.

Fotos: final de samba da Mangueira para o Carnaval 2024

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Fotos: final de samba da Portela para o Carnaval 2024

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História na Águia! Parceria de Wanderley Monteiro vence disputa de samba na Portela para o Carnaval 2024

Por Diogo Sampaio, Luan Costa, Augusto Werneck e fotos de Allan Duffes

Saravá Keindhe! A Portela abriu as portas de sua quadra, na noite dessa sexta-feira, para realizar a grande final do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Três parcerias chegaram na etapa decisiva da competição e cada uma teve 30 minutos para se apresentar, sendo as duas primeiras passadas sem bateria. A vencedora foi anunciada já na manhã deste sábado e a obra escolhida como hino oficial da Majestade do Samba foi a de autoria de Wanderley Monteiro, Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Jefferson Oliveira, Hélio Porto, Bira e André do Posto 7. Ela irá embalar o enredo “Um Defeito de Cor”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos formada por André Rodrigues e Antônio Gonzaga.

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Baseado no romance “Um Defeito de Cor”, da escritora Ana Maria Gonçalves, a proposta é trazer uma outra perspectiva da história, refazendo os caminhos imaginados da história da mãe preta, Luisa Mahim. No ano que vem, a azul e branca de Oswaldo Cruz e Madureira será a segunda escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação irá em busca do seu vigésimo terceiro título de campeã da folia carioca. Com a conquista na disputa de samba-enredo da Portela para o Carnaval 2024 o compositor Wanderley Monteiro chegou ao topo dos compositores mais vencedores da Águia. Agora, são oito vitórias. Ele ultrapassou Noca e David Corrêa, que venceram sete vezes na escola de Oswaldo Cruz e Madureira.

“Essa é uma vitória maiúscula, porque a disputa na Portela tem sido muito difícil. A qualidade dos sambas concorrentes e toda a engrenagem que passou a envolver o concurso de samba-enredo são alguns dos fatores que tornam essa vitória muito grande. É uma satisfação enorme para mim e para os meus parceiros, a quem quero agradecer pela confiança e pelo carinho. Está todo mundo muito feliz por tudo que vem acontecendo com a gente. E essa vitória ainda tem um sabor especial por ser a minha oitava aqui na Portela. Com isso, estou tendo a felicidade de ultrapassar dois mestres, que são o Noca e o David Corrêa, que tem sete sambas cada um. Mas isso, pra mim, não é o mais importante. O que realmente vale é a vitória com os parceiros e acima de tudo essa multidão de portelenses abraçarem o samba. Não adianta fazer um que a torcida, que o componente da Portela não abrace. O mais importante é fazer um samba que o portelense goste, que bata no peito e fale: ‘esse é o samba para Avenida’. Isso é que me dá mais alegria”, comentou o compositor Wanderley Monteiro.

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“A Portela é a nossa casa. A gente já perdeu muitas finais. A gente nasceu compositor na Portela. A Portela é a extensão da minha casa, da minha família. Aqui é o auge do compositor. A gente está na maior campeã do Carnaval. É a maior escola de samba do mundo. A gente vai ter um samba na Avenida cantado pela maior escola de samba do mundo. Eu gosto do samba todo. Mas a parte final, o refrão principal, me emociona muito”, disse o compositor Rafael Gigante.

“É difícil nesse momento mensurar o tamanho da minha felicidade, não cabe em Madureira e não cabe no mundo, é uma emoção sem tamanho vencer aqui. A parte que eu mais gosto é o refrão principal, que a Portela seja abençoada na avenida e que traga mais um campeonato pra gente”, disse o compositor André do Posto 7.

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Carnavalescos projetam uma nova Portela

Os carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues estão desenvolvendo o desfile portelense para 2024. Inicialmente, eles contaram o que é possível esperar da apresentação no ano que vem.

“Pode esperar uma Portela competitiva, uma Portela consciente da grandeza que ela tem e uma Portela feliz, sobretudo feliz”, pontuou Antonio.

“Um escola competitiva. Acho que eu vejo uma escola leve, comprometida, competitiva, que acredita. Os melhores fatores que fazem uma escola de samba se credenciar, acho que está para além do visual aqui. Acho que está dentro da formação mesmo daquilo que a gente pode construir com eles. Nós carnavalescos, enfim, segmentos e a própria comunidade. Acho que isso é a coisa mais legal que tem aqui hoje”, citou Rodrigues.

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Gonzaga disse qual mensagem eles querem passar com o enredo. “A gente quer reconectar a Portela com suas raízes negras, suas raízes profundas. O enredo da Portela é uma celebração à mulher preta brasileira. A gente usa a figura da Luisa Mahin, personagem do livro Um Defeito de cor, Ana Maria Gonçalves, pra todas essas mulheres pretas que construíram o Brasil que a gente acredita e a Portela não deixa de ser essa grande anciã preta, essa mãe pro nosso Carnaval, pro nosso samba, pra nossa história”, disse o carnavalesco.

André Rodrigues completou: “Principalmente e afeto. De carinho, de cuidado, é óbvio que tem um recorte racial dentro desse enredo, senão não teria um defeito de cor, mas eu acho que tem essa mensagem principal de cuidado, de carinho, de afeto que eu acho que é o que todo mundo no fundo tava precisando um pouco, principalmente a Portela. As pessoas da Portela em si precisando um pouco desse carinho, desse afeto, dessa união. Acho que tudo casou perfeitamente pra gente chegar na noite de hoje e depois no desfile assim, vai ser muito legal”, disse André.

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Por fim, a dupla disse o que o portelense pode esperar da parte plástica. “Pode esperar uma Portela com algumas propostas diferentes, respeitando suas tradições, a Portela vai vir bem vestida, vai vir com alegorias grandiosas, mas vai vir com cara de Portela também. Não necessariamente o que a gente está acostumado a ver, mas uma Portela que vai se identificar com o que vai ser proposto”, frisou Antonio.

“É uma plástica feita com muita certeza daquilo que a gente quer. A gente tá com o pé muito firme naquilo que a gente escolheu, daquilo que a gente quer apresentar e daquilo que a gente acredita que é o melhor do nosso trabalho pra Portela. Acho que com isso a gente já tá meio caminho andado. Apesar de ser uma escola extremamente tradicional, do tamanho da Portela, a gente chega muito jovem, mas com muita certeza daquilo que a gente tem para propor e pra entregar pra Portela”, afirmou André.

Novidade na apuração dos votos na final

A Portela ainda contou com uma novidade no processo de escolha do hino oficial para o ano que vem. Pela primeira vez na história, a imprensa pode acompanhar a apuração do resultado. Foram 30 votos ao todo, dados por segmentos e baluartes da Majestade do Samba. Além disso, os jornalistas também puderam participar da votação e a vontade da maioria foi contabilizada como um voto. Por fim, o placar terminou com 24 votos para a parceria de Wanderley Monteiro, seis para a de Samir Trindade e nenhum para a de Jorge do Batuke. Em entrevista concedida a reportagem do site CARNAVALESCO, o presidente da agremiação, Fábio Pavão, explicou os motivos que levaram a direção a adotar esse novo modelo para decisão da disputa.

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“Nossa intenção foi dar o máximo de transparência e lisura possível ao processo. Nós sempre respeitamos a vontade da escola, dos seus segmentos, daqueles que fazem e que vão brigar por notas. Prova disso é que a gente sempre faz a nossa apuração. Somente nos dois últimos anos teve o programa da Globo que a gente não pode fazer. Dessa vez a gente quis colocar todo mundo na sala, com a presença da imprensa, abrindo envelope por envelope. E vamos além, pois iremos divulgar o que cada um votou. O portelense merece essa transparência. É um modelo que acredito que veio pra ficar, porque a gente não tem nada a perder. Quem faz o trabalho com lisura, com transparência, não precisa ter medo, é só apresentar o resultado”, afirmou o dirigente.

O vice-presidente da azul e branca, Junior Escafura, destacou a boa safra de sambas da escola, segundo ele grandes sambas passaram pelo concurso, com grandes obras ficando pelo caminho, ele aproveitou para parabenizar as parcerias finalistas e disse que o portelense está feliz com os rumos para o próximo carnaval, fruto de um enredo bem desenvolvido pelos carnavalescos recém contratados.

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“Estamos todos muitos felizes, o portelense está feliz, os três sambas são maravilhosos, tivemos uma safra muito boa, grandes sambas passaram por aqui, infelizmente nem todos podem vir pra final, mas temos a consciência de que os melhores chegaram, qualquer um que ganhar a Portela estará bem servida. Todos eles já preencheram o que esperamos, não pode faltar é contar o enredo da forma correta, e uma melodia que o portelense goste, que emocione. O fator primordial para que a safra fosse tão boa foi o enredo, muito desenvolvido, inspirado na obra de Ana Maria Gonçalves, “Um defeito de cor”, o André e o Antônio forem muito bem, desde o desenvolvimento até a sinopse”, disse Escafura.

O alto nível da safra portelense para o Carnaval de 2024 foi elogiado pelo intérprete Gilsinho em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO. O cantor avaliou como justo o resultado do samba campeão e destacou que os preparativos para a gravação oficial irão começar já na próxima semana.

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“Foi uma disputa realmente acirrada. A safra foi muito boa, repleta de grandes sambas, alguns deles ficaram no caminho, mas chegaram três obras incríveis nessa final. Acho que o resultado foi justo, ganhou o melhor samba de fato, e espero que ele nos faça muito felizes na Avenida. Agora é ensaiar e fazer com que esse samba cresça cada vez mais. Quanto a gravação, a gente vai fazer o arranjo aqui a partir de segunda-feira e vamos trabalhar em cima disso”, relatou o intérprete.

O mestre Nilo Sérgio também conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO e foi mais um que rasgou elogios para a qualidade das obras finalistas. O comandante da “Tabajara do Samba” destacou que, a partir do momento da escolha, o trabalho de preparação para o desfile começa a ser imediatamente mais intenso, com a ampliação do número de ensaios por exemplo.

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“Os três sambas são maravilhosos e chegaram merecidamente na final. O primeiro passo após esse resultado é falar com os diretores. Já tenho algumas coisas em mente. Passei algumas delas para eles e depois irei repassar para a bateria. Afinal, teremos a gravação em breve e precisamos nos preparar. Algumas coisas que forem feitas até lá podem ficar para o desfile, enquanto outras não. Só quando a gente começa a trabalhar é que consegue ver realmente o que o samba pede e o que pode melhorar. Ao todo, os nossos ensaios serão toda segunda, quarta e sexta, além de domingo quando começar na rua. A ideia é aproveitar esses treinos para fazer os melhores ajustes e chegar na hora do ensaio técnico, além do desfile, já com tudo certo”, garantiu o comandante dos ritmistas da azul e branca de Oswaldo Cruz e Madureira.

O desfile de 2024 da Portela será o primeiro da parceria entre Marlon Lamar e Squel Jorgea. Desde o Carnaval de 2018 na Majestade do Samba, o mestre-sala terá o desafio de dançar com uma nova parceira após seis carnavais atuando ao lado de Lucinha Nobre. Já a porta-bandeira, recém-chegada a escola, terá a missão de conduzir o primeiro pavilhão depois de um ano afastada do posto. Mesmo com todos esses obstáculos a serem superados, os dois garantem estar confiantes para a estreia desse novo casal na Marquês de Sapucaí. Em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, a dupla assegurou que irá intensificar a rotina de ensaios já nos próximos dias e que pretende começar a trabalhar em cima do samba escolhido o quanto antes.

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“O resultado dessa final reflete a comunidade como um todo. É uma votação aberta, onde todos os segmentos participam, colocam o seu voto, com o seu ponto de vista sobre. Eu acho que é um momento feliz da Portela. Energeticamente é perceptível isso. Tendo esse ponto em vista, o samba campeão foi a escolha certa para essa fase. Não tenho dúvidas que vai ser um desfile arrebatador nos moldes da Portela. E quanto à preparação, ela muda com a escolha do samba. Agora, o nosso foco passa a ser de fato na criação coreográfica baseada nele. Posso garantir que estou muito feliz, muito esperançoso, pois a Squel e eu conversamos muito. A gente leva esse Carnaval de 2024 como o das nossas vidas. Eu pela nova parceria e ela por estar retornando ao posto de porta-bandeira após um ano. Então, temos vários pontos importantes e vamos levar isso para coreografia. Queremos que os jurados sintam isso. A gente espera conseguir transmitir pra eles toda a nossa satisfação e honraria de defender esse pavilhão da Portela”, pontuou Marlon Lamar.

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“Foi uma safra linda, uma disputa muito bonita e chegou na final os três melhores sambas. Então, isso nos deixou muito confortáveis, tranquilos, para tomarmos a decisão. Qualquer um que vencesse, eu ficaria muito feliz. Todos eles poderiam ir pra Avenida e defenderiam bem o nosso enredo. Agora, com o samba escolhido, segunda-feira já temos ensaio. Vamos começar a trabalhar em cima desse samba com foco total na preparação para o desfile. Aí é ensaio de canto da Portela, samba na sexta-feira, ensaios particulares… É a fase em que a gente deixa de ter vida e começa a usar muito aquela frase famosa: ‘Não posso, tenho ensaio'”, respondeu a porta-bandeira, de forma bem humorada.

Análise das apresentações das parcerias na final

Parceria de Samir Trindade: A parceria composta por Samir Trindade, Valtinho Botafogo, Junior Falcão, Brian Ramos, Fabrício Sena, Deiny Leite e Paulo Lopita 77 foi a primeira a se apresentar nesta final. No comando do carro de som dois intérpretes consagrados, Marquinho Art’Samba e Bruno Ribas, que apesar de alguns desencontros no início foram peças fundamentais para a apresentação arrebatadora da obra. Antes mesmo do início da apresentação já era possível notar que algo muito forte iria acontecer, a quadra inteira se mobilizou para apoiar a obra que caiu nas graças do portelense ao longo da competição. Toda apresentação foi emocionante, vários segmentos da escola se emocionaram, logo no início o samba foi sustentado apenas com o canto popular, a sensação era de que uma só voz conduziu a obra. De forma espontânea foi possível perceber muitos segmentos cantando junto, baianas, harmonias, direção de carnaval são exemplos. Além de todo vigor, a parceria levou para a quadra elementos que engrandeceram a apresentação, um elemento cênico representou a águia, símbolo da escola, e um outro representou uma santa, além disso foram usados papéis picados e adereços de mão. Foram 30 minutos de uma apresentação arrebatadora, várias partes podem ser destacadas, mas vale o registro do refrão principal.

Parceira de Wanderley Monteiro: a segunda parceira da noite foi composta por Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Wanderley Monteiro, Jefferson Oliveira, Hélio Porto, Bira e André do Posto 7. Coube a Wander Pires conduzir a obra, sempre impecável, o cantor foi o grande responsável para que a apresentação fosse espetacular. O samba mostrou sua força e contagiou boa parte da quadra, em vários pontos era possível ver bandeirinhas tremulando. Apesar de não ter muitos momentos de explosão, o samba conseguiu se manter estável do início ao fim, apenas com uma pequena queda de rendimento nos momentos finais. Vários segmentos embarcaram junto com a parceria e o resultado foi mais uma apresentação extremamente acolhida pela comunidade.

Parceria de Jorge do Batuke: a última parceria da final foi composta por Jorge do Batuke, Claudinho Oliveira, Zé Márcio Carvalho, Leko 7, Romeu D Malandro, Silas Augusto e Araguaci. Já era manhã quando a apresentação começou, coube aos intérpretes Zé Paulo Sierra e Tem Tem Jr conduzirem a obra, com muito vigor e animação, eles deram conta do recado embalaram uma torcida animada. A parte final do samba é extremamente forte, o verso “Se prometeram nos matar, prometemos não morrer”resume a mensagem do enredo e serviu como combustível para que a apresentação fosse aguerrida. O refrão principal foi destaque durante a apresentação, que contou com apoio tímido de segmentos da escola. A parceria contou com bandeirinhas e muito papel picado para causar um efeito visual interessante. Mesmo com o cansaço de boa parte das pessoas presentes na quadra, o samba apresentou pouca variação durante a apresentação e encerrou a disputa mantendo o alto nível.

Parceria de Ricardo Góes vence disputa de samba na São Clemente para homenagear Zé Katimba

Raphael Lacerda, Matheus Vinícius e fotos de Nelson Malfacini

‘Vem, como é bom voltar… Guarabira em festa quer te abraçar’. Com três sambas na grande final, a São Clemente definiu seu hino oficial para o carnaval de 2024. A obra composta pelos compositores Ricardo Góes, Naldo, Serginho Machado, Sérgio Gil, Fadico, Orlando Ambrosio, Matias de Oliveira e Fernando Lima, superou os sambas de Marcelo Adnet e Cia e Robert Farrow e Cia. Com o samba definido, a agremiação de Botafogo agora se prepara para levar o enredo “Que grande destino reservaram para você, que vai homenagear a vida e a obra do compositor Zé Katimba, que não pode estar presente na grande final. Em 2024 a São Clemente será a sexta escola a desfilar na Marquês de Sapucaí no sábado de carnaval.

Ricardo Góes, que encabeça a composição escolhida para 2024, aposta que esse vai ser o melhor samba da Série Ouro e acredita na beleza melodia e na força do refrão:

“Esse samba vai ser um dos maiores sambas do Grupo de Acesso. É um samba com melodia gostosa, tem um refrão forte. É um samba realmente bonito. Graças a Deus, acertamos agora. Esse samba tem muitas partes bonitas, mas eu gosto muito da cabeça, do Nordeste: ‘Nordeste faz a festa e vem provar/O doce mel da sua melodia'”.

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“É muito importante para mim. Apesar da idade, sou um compositor novo. É um enorme prazer estar na parceria de Fernando de Lima, um dos maiores campeões de samba-enredo, além de Ricardo Góes, Naldo. É uma satisfação muito grande. E eu emplaquei, porque a minha parceria ganhou também no Império da Tijuca. Graças a Deus este ano está maravilhoso. Agradeço a direção da escola, ao Renatinho. Estou doido para chegar na Avenida e ver esse samba maravilhoso homenageando um ícone do carnaval, que é o Zé Katimba. A entrada para a primeira parte, com a melodia. São dois refrões fortíssimos, mas eu gosto muito de melodia aberta, porque eu fui parceiro do Hélio Turco”, disse o compositor Sérgio Gil, que apesar de já ter ganhado seis sambas, venceu o primeiro pela São Clemente.

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“Ter o samba na Sapucaí é a maior glória do compositor. Quando você faz o samba, já se espelha no que a galera vai cantar, já pensa na arquibancada cantando. Agradeço a toda a parceria, porque sem ela – que se uniu para fazer o samba – nada disso seria possível. O samba em si é todo bonito. A gente poetiza bastante e deixa os três refrões brincarem no samba. Na realidade ele todo é bonito”, comentou Fernando de Lima, vencedor de 94 sambas-enredo no carnaval e sete somente na São Clemente.

“É uma emoção muito grande. É como se fosse um filho, porque a gente viu nascer e agora ele está ganhando liberdade para voar. É muito gostoso e será uma emoção muito grande ver o nosso samba entoado na Marquês de Sapucaí. O refrão final é uma coisa muito emocionante”, contou Naldo, vencedor de 13 sambas pela São Clemente.

Matias de Oliveira ressaltou o trabalho coletivo em construir uma obra à altura da arte de Zé Katimba. Além disso, agradeceu à escola e ao homenageado por essa oportunidade.

“Muito obrigado, Zé Katimba! Muito obrigado pelo presente de poder compartilhar um pouquinho da nossa poesia com você. A São Clemente vem representando a pura melodia, a pura poesia. Falar de Zé Katimba é muito difícil, uma vez que, por mais que nos esforcemos, jamais vamos chegar ao nível maior do poeta que é o Zé. Mas nós, com muito trabalho e persistência, uma parceria com muito empenho conjunto, tentamos muito assemelhar a poesia do Zé. Estamos muito felizes e confiantes que nossa São Clemente volta para o lugar que jamais deveria ter saído, que é o Grupo Especial. Eu tive minha vida profissional baseada no bairro de Ramos, consequentemente a minha parte favorita é a que fala de Ramos”.

Presidente fala da saída de Leozinho Nunes

O presidente da preta e amarela da Zona Sul, Renato Gomes, revelou como a São Clemente chegou nessa homenagem. Renatinho também comentou sobre a troca de intérpretes – a saída de Leozinho Nunes e a entrada da dupla Vitor Cunha e Leandro dos Santos – e a troca de mestres de bateria, em que o mestre Caliquinho passou o bastão para o mestre Marfim.

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“O André Diniz, da Vila Isabel, que pediu para eu fazer esse enredo. Ele achou que é um enredo rico, bacana. O mais interessante é, quando ele veio fazer a palestra aqui com a gente, ele falou de uma história de amor e nos deixou apasmado. Muito bacana. As escolas sofrem muito com a falta de verba. Tem umas 4 ou 5 escolas que respiram ainda um pouquinho. Não receber antecipado é muito complicado. A demora é muito chata. Nós já estamos fazendo protótipos, o barracão já vai começar segunda-feira e nós já estamos devendo entre R$ 100 mil e R$ 200 mil, porque eu já tenho comprado tudo. Não tem como parar. Não posso parar. O Vitor [Cunha] e o Leandro [dos Santos] já foram cantores da São Clemente. Quando eu vi que eles não eram os primeiros em lugar nenhum, eu convidei eles. Sobre o Leozinho [Nunes], ele é um bom menino, mas tem coisas que não cruzam mais. Ele é uma pessoa importante, ele canta bem, mas eu acho que ele ainda acha que é do Especial, e aqui na Série Ouro é outra realidade. É isso. Não teve briga, foi essa questão de ser outra realidade. Já o Caliquinho pediu para sair mesmo, porque ele está com dois filhos. Foi bem cordial, tanto que ele está aqui. É meu amigo. Era um garotinho quando começou na São Clemente. Ele gosta muito da escola e está ajudando o Santa Marta que é a escola do coração dele. O mestre Marfim também é do Santa Marta. Os dois foram criados juntos. Foi só uma passagem, não houve problema nenhum”.

Com a responsabilidade de fazer o enredo sobre Zé Katimba, o carnavalesco Bruno de Oliveira citou que é a maior oportunidade da sua vida.

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“É uma das grandes oportunidades da minha vida, hoje, estar na São Clemente. Foi a primeira escola a me dar oportunidade de emprego na vida e no carnaval. E, hoje, depois de anos, ser a primeira escola que desfila na Sapucaí que eu vou assinar se torna algo muito importante. O meu empenho e meu trabalho aqui tem sido bem árduo. De acordo com tudo aquilo que a escola pode contribuir anos atrás, agora eu estou podendo contribuir com meu trabalho e minha arte. Com esse enredo, eu quero passar a grande importânciado Zé Katimba para a história do carnaval das escolas de samba e para a musica popular brasileira. Chegou a hora de Zé Katimba, com seus 90 anos de idade, ser representado no palco onde ele foi e é consagrado. A São Clemente está dando esse grande momento de celebrar toda essa trajetória do Zé Katimba. E homenagear ele é também estar homenageando a Imperatriz. A Imperatriz foi a escola de samba que projetou para o carnaval. Eu passei muita tempo lá sendo assistente de vários carnavalescos, aprendendo a fazer e executar figurino, como por uma escola de samba na rua. É uma grande honra. O primeiro figurino de carnaval que eu vi na minha vida foi da Rosa Magalhães e, em 2022, eu pude trabalhar com a Rosa na Imperatriz homenageando o artista que é o Arlindo Rodrigues, que é uma grande referência para mim. Somar Rosa Magalhães com Arlindo Rodrigues na Imperatriz, naquele ano, para mim, se tornou algo muito importante para minha carreira dentro do carnaval”.

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Novo comandante da “Fiel Bateria”, mestre Marfim falou sobre o trabalho que pretende desenvolver na São Clemente. “Na verdade, eu já diretor de bateria junto com o Caliquinho. Nós conversávamos muito. Já éramos diretores juntos com o mestre Gil. O Caliquinho virou mestre e eu continuei sendo diretor. E, com a saída do Caliquinho, eu passei a ser mestre. Já era da casa, então acredito que tenha sido uma ordem cronológica da coisa. Eu acabei assumindo essa responsabilidade. Para mim, é a maior honra ser mestre de bateria da minha escola. Eu me sinto realizado. O mestre Caliquinho tinha uma característica dele a qual nós trabalhávamos em cima da característica dele. E eu já coloco a bateria já com a minha cara, um pouco mais pegada, com um pouco mais de pressão. Mas como eu já fazia parte do trabalho, não tem muita coisa a ser mudada. Eu sou oriundo do repique, o instrumento que eu mais ‘puxo sardinha’ é ele”, revelou.

O primeiro casal da São Clemente Alex Marcelino e Raphaela Caboclo analisou o sucesso do quesito em 2023, mas guardou segredo para o que vem em 2024.

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“O desfile de 2023 foi um carnaval que a gente trabalhou bastante. Foi um retorno, na verdade. Conseguimos obter os resultados. E já começamos a trabalhar muito para sustentar essas notas e tentar levar a São Clemente ao campeonato. Junto com a escola toda, vamos tentar fazer o dobro que já fizemos para chegar ao título. As fantasias de 2024 são um segredo. Nem eu sei [risos]. A parceira está acima de tudo e nós conquistamos isso alguns anos atrás. Começamos a trabalhar no Império Serrano e demos segmento até chegar aqui. Parceria é parceria. Se não tiver confiança, as coisas não fluem. Existem os contratempos do casal, mas é para buscar o melhor. Nós temos bastante cumplicidade, bastante confiança para se trabalhar”, disse o mestre-sala.

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“Foi um carnaval muito importante especialmente para mim por conta do meu último desfile [2022]. Foi um carnaval de reencontro meu com Alex, com a comissão de frente. Poder exercer a minha função é uma prazer imenso e ter conseguido 100% de aproveitamento, pelo reconhecimento dos jurados foi incrível! E vamos continuar trabalhando para manter o resultado e dar a nota que a escola tanto precisa e tanto quer para retornar ao Grupo Especial. Para a fantasia de 2024, aguardem surpresas. Assim como toda dança, o casal precisa ter confiança. O Alex em todos os anos de conhecimento de dança, de amizade, ele esteve do meu lado em meus piores momentos. Ele é alguém que eu confio para exercer a minha função. Não adianta eu dançar muito bem, individualmente, se o casal não funciona e não se conecta. O Alex é parceria, um parceiro”, comentou a porta-bandeira.

A coreógrafa Bruna Lopes, estreante na São Clemente, disse que não pode revelar muito da sua comissão de frente, mas promete emocionar.

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“Foi maravilhoso receber esse convite para ser coreógrafa. A São Clemente é uma escola que eu sempre admirei, sempre tive um carinho muito grande. Receber esse convite do presidente Renato, da comunidade, foi sensacional! Só aprimora e melhora a minha carreira como artista. A comunidade me abraçou, a escola me abraçou, maravilhosamente bem e eu sou muito grata, estou muito feliz. Já está tudo pensado e, como boa cria do “Casal Segredo” – Priscila Motta e Rodrigo Negri -, tudo continua sendo segredo. Mas o que eu posso falar um pouquinho é que a gente pretende emocionar as pessoas assim como do Zé Katimba emociona nas músicas, emocionou e emocionou até hoje com suas composições e com sua arte. Eu e Bruno de Oliveira (carnavalesco) estamos em uma sintonia muito forte. Ele é muito generoso. A nossa troca está sendo muito boa. Um escuta o outro, quer só somar. E pensamos já em tudo. Na verdade, eu não posso falar muita coisa, dar muito spoiler, mas eu tenho certeza que a comissão de frente vai emocionar a Sapucaí”.

Análises das apresentações das parcerias na final

Parceria de Marcelo Adnet: O primeiro samba concorrente a se apresentar foi dos compositores Marcelo Adnet, André Carvalho, Gustavo Albuquerque, Fabiano Paiva, Luizinho do Méier, Gabriel Machado, Baby do Cavaco, Rodrigo Alves e Igor Marinho. A canção foi conduzida pelos intérpretes Pitty de Menezes, da Imperatriz Leopoldinense, Vitor Cunha, Leo Simpatia e Dodô Ananias. Apesar do som não contribuir muito nas três apresentações, o grupo de cantores conseguiu conduzir muito bem o samba-enredo. A torcida levou balões nas cores da São Clemente e bandeiras com o nome de Zé Katimba. Apesar do destaque no trecho “Meu nome é Zé Katimba!// Ponteia cavaco, pandeiro e repente// Neste palco iluminado, obrigado São Clemente!”, alguns torcedores ficaram mais tímidos no restante da canção. Aos 15 minutos, a iluminação da quadra foi apagada e a plateia fez um show de luzes com bastões coloridos. A apresentação foi encerrada sob gritos de “É campeão”.

Parceria de Ricardo Góes: De autoria dos compositores Ricardo Góes, Naldo, Serginho Machado, Sérgio Gil, Fadico, Orlando Ambrosio, Matias de Oliveira e Fernando Lima, o segundo samba a se apresentar pegou na quadra e foi o destaque da noite. A condução foi feita pelos intérpretes Emerson Dias, Igor Sorriso, Vini Machado, Leandrinho e Tiago. Quase que em um coral com a torcida, os cantores conseguiram apresentar muito bem o samba eleito. Com bandeiras da São Clemente e balões nas cores da agremiação, a torcida também ganhou destaque e deu um show. O trecho mais cantado foi o refrão “A São Clemente traz Zé Katimba// Poeta de respeito faz brilhar as minhas rimas// No sonho uma sereia vem prever// Que grande destino reservaram pra você!”.

Parceria de Robert Farrow: Terceiro e último samba da disputa, a canção feita por Robert Farrow, César Ouro, Kleber Pastor, Marcelo Martins, Will Robson, Victor Lord e Nelson Amatuzz foi conduzida pelo intérprete Tiãozinho Cruz e foi a mais morna na quadra. A torcida utilizou bandeiras nas cores da São Clemente e balões que despencaram do telhado, além de chuva de confetes. Apesar da grande animação no centro da quadra, alguns torcedores não cantavam a canção. Uma das partes mais entoadas foi “DA PARAÍBA TROUXE A GARRA E A CATIMBA// QUEM BEBER DESSA CACIMBA// DESAFIA E FAZ REPENTE// CHORA CAVACO, TOCA VIOLA DE FITA// QUE HISTÓRIA TÃO BONITA// QUE NOS CONTA A SÃO CLEMENTE”.