Uma apresentação muito boa da bateria “Sinfonia Imperial” do Império da Tijuca, comandada por mestre Jordan, no que tem tudo pra ser seu trabalho mais consistente. Vale ressaltar o valioso número de mulheres na bateria, algo a ser louvado e enaltecido.
Uma afinação de surdos bastante privilegiada foi percebida. Tanto o grave da primeira, quanto a resposta aguda da segunda estiveram em bom nível, garantindo que o trabalho eficaz dos marcadores fosse notado. Surdos de terceira auxiliaram no balanço do ritmo da escola do morro da Formiga.
Tudo isso complementado por médios acima da média. Uma ala de repiques de alta técnica musical tocou de forma integrada a um naipe de caixas de guerra de volume excepcional. É possível dizer, inclusive, que os médios deram uma consistência diferenciada a bateria do Império da Tijuca.
Na parte da frente do ritmo, uma ala de chocalhos de alto nível técnico tocou entrelaçada a um bom naipe de tamborins, que executou sua convenção rítmica, que era baseada na melodia do samba imperiano. O naipe de cuícas acrescentou nítido valor sonoro à cabeça da bateria do Império Tijuca.
Uma bateria que se aproveitou muito bem de nuances rítmicas para elevar sua sonoridade. Viradas de surdos com pausas, tapas ritmados se aproveitando da síncope, assim como uma subida mais elaborada feita de maneira continua demostraram uma versatilidade rítmica considerável, digna de elogios.
A bossa do refrão principal mesclou tapas em contratempo entre surdos e demais instrumentos, só sendo concluída no início da primeira, acrescentando molho a musicalidade da escola verde e branca da Tijuca.
A paradinha do refrão do meio se aproveitou da pressão dos surdos e contou ainda com o swing envolvente das terceiras, sendo finalizada somente no início da segunda do samba.
A bossa de maior brilho era a da segunda do samba. Uma grande elaboração musical, que em certo momento fazia ritmo que remetia ao frevo, com um toque exímio efetuado de forma precisa pelo naipe de caixas. Mesmo sendo complexa, sua execução ocorreu de forma limpa, precisa e segura por toda pista de desfile, ajudando a evidenciar um trabalho muito bom da bateria “Sinfonia Imperial”. É possível dizer que a bateria do Império da Tijuca foi o destaque positivo da primeira noite de ensaios técnicos.
A bateria “Sensação” do Arranco do Engenho de Dentro fez um ensaio técnico correto, comandada por mestre Gilmar. Um ensaio que deixa margem para potencial crescimento musical. E certamente tem tudo para ser alcançado até o dia do desfile principal.
Uma afinação de surdos relativamente pesada foi notada, o que é característica musical de longa data na bateria do Arranco. Os marcadores de primeira e segunda tocaram com bastante firmeza, às vezes excessiva. O balanço envolvente dos surdos de terceira foi percebido. Uma boa ala de repiques auxiliou no preenchimento da sonoridade dos médios, assim como caixas corretas.
As peças leves foram o destaque musical positivo da bateria “Sensação”. Uma ala de chocalhos simplesmente sublime tocou interligada a um naipe de tamborins com bom volume. Um naipe de agogôs de qualidade auxiliou no preenchimento musical da cabeça da bateria, inclusive em bossas. Uma ala de cuícas sólida complementou a sonoridade com bom toque.
A bossa do final da segunda do samba apresentou certo grau de complexidade, além de um elevado nível de execução. Envolve, inclusive, um solo de tamborins, sem contar uma retomada arriscada pautada por uma só pancada de marcação. A atenção precisa estar focada em manter o mesmo andamento durante toda a convenção, sem contar uma volta ao ritmo precisa e segura. É possível dizer que a execução foi melhorando gradativamente pela pista, conforme o ensaio ocorria.
Por mais simples que seja, uma convenção teve um impacto grandioso. O arranjo musical do início da segunda do samba demonstrou funcionalidade, além de impulsionar componentes, auxiliando na dança, graças as pancadas dos surdos intercaladas com tapas dos médios e das peças leves, gerando um bom swing. Tudo pautado pelas nuances do melodioso samba da escola do bairro do Engenho de Dentro. Demonstrou ser um grande acerto, produzindo uma sonoridade destacada no treino que serviu de preparação da bateria do Arranco para o próximo carnaval.
Uma ótima apresentação da bateria da União do Parque Acari, comandada pela dupla de mestres Erik Castro e Daniel Silva. Uma exibição segura, repleta de virtudes sonoras, num ritmo pautado pelo equilíbrio entre os naipes.
Uma bateria com afinação de surdos com boa definição entre timbres foi notada. O ressoar mais grave da primeira, com o agudo de bom impacto da segunda deram base de sustentação para o trabalho envolvente dos surdos de terceira. Vale ressaltar a maceta maior em diâmetro do surdo de primeira, também utilizada na bateria do Tuiuti e que teve origem no Vai Vai. Causou um impacto positivo que realçou o timbre grave da afinação, ainda mais com a segurança dos marcadores.
Tudo isso complementado por médios consistentes, contando com repiques coesos e caixas de guerra com ótimo volume. É possível dizer, inclusive, que o toque ressonante das caixas proporcionou uma plataforma de sustentação musical bem interessante e sólida para a bateria da Parque Acari.
Na parte de frente do ritmo, uma ala de tamborins com bom volume executou um desenho rítmico simples, mas baseado na melodia do samba. O naipe de chocalhos fez um trabalho correto, adicionando valor a sonoridade. Assim como uma ala de cuícas de virtude musical completou a cabeça da bateria adicionando boa técnica.
A bossa da cabeça do samba se aproveitou do balanço dos surdos para efetuar o arranjo musical, incluindo terceiras usando duas macetas. Possui grau de complexidade relativamente elevado, assim como a potente paradinha do refrão principal. Essa se aproveitou ainda mais da pressão proporcionada pelas marcações. Só precisa de bastante atenção e concentração na entrada da convenção, onde uma ousada e desafiadora subida envolvendo os timbales é executada.
Já a paradinha de maior destaque foi a do refrão do meio, por ser tão dançante e integrada ao samba-enredo da União do Parque Acari. Com muito swing, certamente ajudou a impulsionar os componentes da agremiação numa apresentação consistente e de qualidade da bateria da União do Parque Acari dos mestres Erik e Daniel.
O MetrôRio tem uma novidade para os clientes que vão participar ou assistir os ensaios técnicos das escolas de samba do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí. A partir deste fim de semana, a concessionária vai estender o horário de operação nas estações Central do Brasil/Centro e Praça Onze aos domingos de ensaios técnicos das escolas de samba no Sambódromo até meia-noite. O esquema será adotado nos dias 07, 14, 21 e 28 de janeiro e 04 de fevereiro.
Foto: Divulgação/Metrô Rio
O objetivo da concessionária é oferecer mais comodidade e facilidade aos clientes no deslocamento para um dos principais eventos do calendário de pré-carnaval do Rio de Janeiro.
As demais estações do sistema metroviário fecharão normalmente, às 23h, como de praxe aos domingos, e depois desse horário, só funcionarão para desembarque.
Já nas apresentações das escolas da Série Ouro, que acontecem aos sábados, o horário de funcionamento de rotina será mantido, das 5h à meia-noite, exceto no dia 20 de janeiro. No Feriado de São Sebastião, a operação será até as 23h, como de praxe aos feriados.
O Metrô na Superfície (MNS) vai operar das 5h às 23h30 no sábado; e das 7h às 22h30 no domingo, como de praxe, aos fins de semana.
Programação dos ensaios
Sábados: as escolas da Série Ouro iniciam as apresentações às 19h, com previsão de término às 23h30. MetrôRio funciona normalmente até meia-noite.
Domingos: as apresentações do Grupo Especial começam por volta das 20h, com término previsto para 23h30. Extensão de horário até meia-noite nas estações Central do Brasil/Centro e Praça Onze. Demais estações somente desembarque após as 23h.
A CET-Rio informa que, a partir deste final de semana, diversas vias no entorno do Sambódromo serão interditadas, a partir das 16h, para viabilizar os ensaios técnicos das escolas de samba para o Carnaval 2024. As interdições estão previstas para ocorrer nos dias 6, 7, 13, 14, 20, 21, 27 e 28 de janeiro, além de 3 e 4 de fevereiro. Ou seja, em todos os sábados e domingos até o Carnaval.
Entorno do Sambódromo terá diversas vias interditadas para os ensaios técnicos – Foto: Arquivo/Prefeitura do Rio
Seop e GM montam operação especial para os ensaios técnicos no Sambódromo
As condições do trânsito serão monitoradas quanto a eventuais impactos e os tempos semafóricos serão ajustados para melhorar a fluidez nas rotas alternativas e nos principais corredores de tráfego da região. Agentes de trânsito da Guarda Municipal e da CET-Rio também orientarão os motoristas nos dias de eventos.
Principais interdições
A partir das 16h:
– Avenida Presidente Vargas, pista lateral, sentido Candelária, entre a agulha localizada após a Rua Carmo Neto (altura dos Correios) e a Rua de Santana;
– Rua Benedito Hipólito, entre a Rua Carmo Neto e a alça de descida da Avenida Trinta e Um de Março;
– Rua Afonso Cavalcanti, entre a Rua Amoroso Lima e a Rua Carmo Neto;
– Rua Haroldo de Andrade, entre a Avenida Presidente Vargas e a Rua Benedito Hipólito;
– Rua Comandante Maurity, entre a Rua Benedito Hipólito e a Rua Júlio do Carmo;
– Rua Presidente Barroso, entre a Rua Júlio do Carmo e a Rua São Martinho;
– Rua Júlio do Carmo, entre a Rua Carmo Neto e a Rua Marquês de Sapucaí;
A partir das 18h:
– Avenida Salvador de Sá, entre a Rua Frei Caneca (via junto ao BPChoque) e a Travessa 11 de Maio;
– Alça de descida da Avenida Trinta e Um de Março para a Avenida Salvador de Sá e o respectivo retorno;
– Via de ligação da Rua Frei Caneca, paralela à Praça da Apoteose, para a Avenida Salvador de Sá.
O encerramento do evento está previsto para ocorrer à 0h e a liberação das vias, entre 1h e 2h.
Desvios
– Os veículos provenientes da Avenida Presidente Vargas em direção ao Túnel Santa Bárbara deverão adotar o seguinte percurso: Rua Carmo Neto, Rua Heitor Carrilho e Rua Frei Caneca até o acesso ao Viaduto 31 de Março;
– Os veículos provenientes do Centro e da Lapa com destino à Tijuca e Avenida Brasil serão desviados pela Rua Frei Caneca em direção ao Viaduto 31 de Março, onde deverão usar a alça de acesso à Avenida Presidente Vargas. Aos motoristas que estiverem nessa rota, recomenda-se seguir pela Praça da República ou pela Rua de Santana, a fim de que possam acessar a Avenida Presidente Vargas antes do trecho impactado pelo evento.
Inversão de mão de direção
Os veículos procedentes da Rua Afonso Cavalcanti serão desviados para a Rua Amoroso Lima, a qual terá a mão de direção invertida no trecho entre a Rua Afonso Cavalcanti e a Av. Presidente Vargas, a partir das 16h nos dias de evento.
Proibição de estacionamento
Nos dias de evento, o estacionamento de veículos será proibido, das 14h às 2h dos dias subsequentes, nas seguintes vias:
– Rua Amoroso Lima, entre Rua Afonso Cavalcante e a Avenida Presidente Vargas;
– Rua Carmo Neto, entre a Rua Heitor Carrilho e a Avenida Marquês de Sapucaí;
– Rua Frei Caneca, entre a Rua Heitor Carrilho e o Túnel Martim de Sá;
– Avenida Presidente Vargas;
– Rua Benedito Hipólito;
– Rua Afonso Cavalcanti;
– Rua Júlio do Carmo, entre a Rua Carmo Neto e a Rua Marquês de Sapucaí;
– Rua Presidente Barroso, entre a Rua Júlio do Carmo e a Rua São Martinho;
– Rua Haroldo de Andrade;
– Rua Comandante Maurity.
Recomendações importantes
– Usar preferencialmente transporte público;
– Respeitar os locais de proibição de estacionamento, atentando para a sinalização;
– Para sua segurança, os pedestres só devem fazer a travessia das vias nos locais sinalizados, observando sempre as orientações dos agentes de trânsito;
– É muito importante que sejam respeitadas as ordens dos agentes de trânsito e também toda a sinalização implantada na área.
O samba paulistano amanheceu mais triste nesta sexta-feira. Na data, morreu Geraldo Sampaio Neto, conhecido por todos no carnaval como Borjão, dos grandes baluartes do Barroca Zona Sul, escola do Grupo Especial do carnaval da cidade. Borjão foi presidente do Barroca Zona Sul em quatro oportunidades:
Foto; Divulgação/Barroca
– 1990 a 1995
– 1997 a 2003
– 2005 a 2007
– 2010 a 2014
Durante os mandatos do baluarte, a escola esteve seis vezes na principal divisão do carnaval de São Paulo – sendo que, em toda a história da agremiação, já contando o ano de 2024, são vinte e quatro aparições no Grupo Especial.
O enredo desse ano, por sinal, leva o nome de um bordão que ficou muito conhecido em todo o carnaval paulistano e que repetidamente era falado por Borjão: “Nós nascemos e crescemos no meio de gente bamba. Por isso que nós somos a Faculdade do Samba. 50 anos de Barroca Zona Sul”. A verde e rosa do Jabaquara, comandada atualmente por Ewerton Cebolinha (filho do baluarte), será a segunda escola a desfilar na sexta-feira de carnaval (09 de fevereiro).
Mãe África, berço da humanidade. De onde surgiram os tambores que deram luz ao samba, os quais os herdeiros brasileiros fizeram escola. É de se imaginar que todas as escolas de samba, em algum momento de suas histórias, levem para a Avenida um enredo de temática afro alguma vez. Trata-se de momento muitas vezes aguardado pelas comunidades de jovens agremiações e que a Dragões da Real decidiu que chegou a hora de acontecer. A escola da Vila Anastácio deu uma amostra dos preparativos que vem realizando no minidesfile realizado na Festa de Lançamento dos sambas do carnaval de 2024, ocorrido na Fábrica do Samba em dezembro.
Cultura africana aplicada em projetos ao longo do ano
Coube ao consagrado carnavalesco Jorge Freitas assinar o enredo que torna o antigo sonho dessa comunidade de gente feliz realidade. Em entrevista para o site CARNAVALESCO, o artista falou sobre os preparativos da Dragões para esse desfile tão especial que vai além do que será visto no Sambódromo do Anhembi.
Foto: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO
“Era um anseio da escola fazer um enredo afro. Só que nós não estamos fazendo apenas um enredo, nós estamos fazendo um trabalho muito forte em cima da cultura afro. Durante todo o ano nós estamos fazendo diversas ações, estamos fazendo exposições, estamos levando pessoas que são realmente gabaritadas a fazer uma mesa para conversar sobre o continente africano e sobre tudo que se passa no mundo em cima do continente africano. Eu acho que não é apenas o desfile. O desfile vai ser uma conclusão do nosso trabalho”, declarou o carnavalesco.
Fundada em 2000, a Dragões da Real chega a 2024 tendo metade de sua história como uma escola de Grupo Especial, retornando ao desfile das campeãs em sete oportunidades. Trata-se de uma agremiação que não apenas é consolidada na elite do carnaval paulistano, como também costuma ser vista frequentemente como uma forte candidata ao título. Questionado se o momento da primeira conquista chegou para a agremiação, Jorge Freitas prefere manter os pés no chão e valorizar o trabalho feito para este outro sonho se tornar realidade.
“Acredito que chegou a hora da Dragões da Real fazer um belo desfile. Ganhar é uma consequência, mas a gente não pode ser demagogo. Nós estamos trabalhando muito para que esse título venha no carnaval de 2024. O trabalho é intenso, árduo, como vocês puderam hoje acompanhar que a nossa comunidade está fazendo. Hoje foi mais um ensaio que nós fizemos aqui, só que na passarela da Fábrica do Samba. Acho que a escola realmente já está preparada para um grande espetáculo na Avenida”, concluiu.
Junção de sambas também é novidade para a escola
Outro elemento dessa temporada de ineditismos para a Dragões da Real foi a definição do samba-enredo, que pela primeira vez optou pela junção das duas obras que disputaram a final do concurso realizado pela escola. O diretor de harmonia, Rogério Félix, explicou a motivação por trás dessa decisão, e aproveitou para fazer um convite ao público,
“Primeiro que foi uma decisão muito madura da escola. É uma escola que por mais que seja jovem nós estudamos constantemente, sempre tentando evoluir. Dentro desse nós percebemos que tínhamos uma primeira parte de um samba muito forte e uma segunda parte de um outro samba muito inteligente. E aí não foi uma junção porque nós não tínhamos dois sambas. Nós tínhamos dois sambas muito bons para levar para a Avenida, mas nós chegamos ao ponto de conversar com os músicos da casa, os departamentos de canto, harmonia, bateria, e nós começamos a identificar o que daria para acertar em um tom aqui e um tom ali e que daria um grande samba. Acho que ficou nítido hoje com a escola cantando, fica nítida a força do samba. Eu sei que falta um pouco para as pessoas entenderem o enredo. O enredo fala de uma África, e não somente de uma parte de uma África. Ela passa por vários setores, por várias histórias que não foram contadas ou não foram contadas de uma forma tão transparente. Então eu até peço, se alguém quer conhecer um pouco uma África que não foi contada, leia nossa história, entenda ela junto ao samba e se precisar, nos procure. A escola de samba está aí para isso, para aprendermos juntos, e a gente sempre usa o enredo para tentar ensinar um pouco da nossa história”, disse o diretor.
O desempenho do canto da comunidade chamou atenção ao longo da apresentação da Dragões da Real no minidesfile. Rogério fez questão de exaltar o trabalho realizado pela equipe da escola ao falar sobre o andamento da harmonia.
“A escola sempre faz um trabalho muito forte de canto, e a gente tem um trabalho que indifere do samba. Nós sempre prezamos por uma escola que canta muito, e uma escola que canta muito não tem que esquentar com uma escolha de um samba. Dentro de um processo inteiro, nós entendemos que esse era o samba para esse ano. Para você ter uma ideia, um dos maiores carnavais que nós já fizemos, em 2017 com a Asa Branca, o jurado não entendeu o nosso samba e nós não trouxemos a nota de samba. Se tivéssemos trazido, seríamos campeões. Às vezes nem sempre é só o que parece bonito. Tem que ser o que encaixa no enredo dentro de uma nova forma de julgar samba-enredo que hoje a Liga está trabalhando. Tem todo um estudo atrás. Nós percebemos que o encaixe, eu não diria nem que isso é uma junção, o encaixe dos dois sambas foi um presente, e é só observar a escola campeã que você vai entender que isso é real”, explicou.
Rogério está confiante em relação ao resultado final esperado dos trabalhos da Dragões da Real para o desfile, e deu sua palavra quanto a ser o maior carnaval da história da escola.
“Eu posso te garantir que em todos os quesitos, e se não for depois me cobra, a Dragões vai entrar para brigar pelo tão sonhado título. Podem esperar um grande desfile. Não tenho dúvida que vai ser o maior da nossa história e um dos mais bonitos, mais técnicos, e mais emocionante que nós já fizemos”, garantiu.
A Riotur apresentou, na manhã desta quinta-feira o esquema operacional para o Carnaval de Rua 2024. A coletiva na Marina da Glória contou com a participação da Dream Factory, empresa responsável pela produção da folia das ruas este ano.
Foto: Alexandre Macieira/Divulgação
O público estimado de foliões nas ruas do Rio de Janeiro é de cinco milhões de pessoas. A previsão inicial é de que sejam realizados 453 desfiles (cadastros preliminares), mas este número pode mudar já que depende das autorizações de órgãos públicos e da confirmação dos próprios blocos inscritos (em 2023, o número de desfiles foi de 456). Este ano, 698 blocos se inscreveram pedindo autorização para desfilar, superando a marca de 2023, com 613 pedidos.
Entre os ajustes realizados pela Prefeitura do Rio em 2024 para a logística da festa está o aumento dos desfiles no Centro. Em 2023, foram 119, e agora serão 128. Já a região da Zona Sul terá 98, enquanto Barra da Tijuca, Recreio e Vargens terão 12.
“Nosso planejamento acontece sempre com muita antecedência. Os órgãos da Prefeitura vêm se reunindo semanalmente há quatro meses para que possamos entregar um carnaval de rua organizado e com segurança. Temos muito orgulho de fazer essa que é a maior festa do planeta, o Carnaval do Rio de Janeiro”, afirmou o presidente da Riotur, Ronnie Costa.
Número recorde de megablocos
Seguindo a logística de realização dos blocos acima de 100 mil pessoas, a organização seguirá a mesma operação para os chamados megablocos, que esse ano tem número recorde: dez. Constam na lista: Carrossel de Emoções, Chá da Alice, Bloco da Gold, Bloco da Lexa, Chora Me Liga, Cordão da Bola Preta, Fervo da Lud, Bloco da Anitta, Bloco da Favorita e Monobloco.
A novidade do ano é a volta de Preta Gil às multidões, onde receberá uma homenagem ao Bloco da Preta, durante o desfile do Bloco da Favorita.
Aplicativo Carnaval de Rua 2024
Para 2024, a Riotur também lança, em todas as plataformas digitais a partir de 12 de janeiro, o aplicativo para facilitar a vida do folião carioca e dos turistas que vierem curtir o Carnaval. A ferramenta ajuda a localizar os blocos por geolocalização. Além disso, os foliões poderão buscar informações dos blocos, desfiles e notícias relacionadas ao Carnaval de Rua 2024 no site oficial (carnavalderua.rio).
“Todos os anos temos o aplicativo oficial do carnaval de rua. E este ano teremos a novidade do site, com toda a programação dos blocos”, disse o vice-presidente da Riotur, Gustavo Mostof.
Além destes produtos, haverá ainda 450 galhardetes espalhados pela cidade, com ações de conscientização e informação sobre os desfiles em diferentes mídias digitais, além de painéis em bancas de jornais, empenas, circuito de tevês em ônibus e edifícios.
Integração com demais órgãos
A área médica contará com nove postos médicos espalhados pela cidade, com toda infraestrutura necessária para atendimento ao público, além de 250 diárias de UTIs e 1.200 diárias de maqueiros, que terá a organização dividida entre a Secretaria Municipal de Saúde e a empresa escolhida pela vencedora do Caderno de Encargos. O objetivo é não inflar o sistema público com atendimentos médicos de baixa complexidade.
O folião vai contar com 34 mil banheiros químicos posicionados por onde passarão os blocos, sendo 10% para pessoas com deficiência (PCDs).
E para ajudar na limpeza da cidade, a Comlurb vai disponibilizar uma estrutura que contempla 15 postos de abastecimento móveis credenciados; 200 contêineres com capacidade de 240 litros; seis tendas; 40 pulverizadores costais; mil litros de essência de eucalipto
Já na esfera da segurança pública, a Polícia Militar estará presente com dez torres de observação – período de 30 dias de atuação; cercamento para controle de acesso, com fornecimento de grades suficientes para operação de controle de acesso do público no circuito de megablocos, na região do Centro da cidade. Haverá também pontos com detecção de metais. Ao todo, serão 250 detectores.
A CET-Rio terá 2.500 diárias de operadores de trânsito terceirizados, com carga horária de 10 horas; 400 galhardetes; 400 cones; 300 grades, contemplando equipes para entrega e remanejamento. Ainda no apoio à operação serão disponibilizados frascos de 120ml de protetor solar; pontos de hidratação diária; sacos de gelo; caixas térmicas; adesivos de publicidade irregular; tendas e caminhões baús.
Infraestrutura por toda cidade e credenciamento de vendedores ambulantes
Responsável, desde 2010, pela infraestrutura e pela produção do Carnaval de Rua do Rio, a Dream Factory assume a instalação de banheiros químicos, torres de monitoramento, o suporte ao trânsito (agentes e painéis de sinalização), organiza a venda de bebidas (credenciamento dos vendedores autônomos), o recolhimento de lixo reciclável, a proteção dos canteiros e monumentos, e a estrutura de ambulâncias, entre outros itens, sempre de acordo com a solicitação, planejamento da Riotur e órgãos municipais.
“Temos um orgulho enorme de estarmos há tanto tempo diretamente envolvidos nessa parceria. Temos uma responsabilidade grande. A Dream Factory, como vencedora do Caderno de Encargos, tem como obrigação entregar todos os itens listados no caderno. O carnaval de rua, além de toda a sua operação, movimenta a economia da cidade e do estado, gera muito emprego e promove o turismo”, declarou o presidente da Dream Factory, Duda Magalhães.
A Dream Factory também é responsável pelo credenciamento dos vendedores ambulantes que, em 2024, teve número recorde de credenciamentos: 15 mil. Os credenciados recebem um kit especial com colete, credencial com foto, cordão, e isopor (com capacidade para 44 litros); além de um treinamento segmentado em que os sorteados passarão por palestras obrigatórias sobre noções de posturas municipais, legislação básica, forma de atuação da fiscalização e sobre as vedações e obrigações dos promotores de vendas.
Seguindo o cronograma estabelecido em conjunto com a Riotur, a Dream Factory começou a instalar na quarta-feira as cercas de proteção de jardins, monumentos e canteiros de vegetação em praças e locais que estejam no trajeto dos blocos autorizados pela Prefeitura. Ao todo, serão utilizados 20 mil metros lineares de cercas, e a expectativa é que até o dia 7 de fevereiro todos os pontos determinados estejam prontos.
Entre os canteiros protegidos estão os das orlas da Barra, Recreio, Ipanema e Leblon. Além disso, outros pontos de maior concentração de público, como a Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro, a Praça Santos Dumont, no Jardim Botânico, e o Aterro do Flamengo também receberão proteções.
Já entre os monumentos, 26 terão cercamento, dentre eles, o monumento de Tiradentes, Obelisco, Paço Imperial, Palácio Tiradentes, Chafariz Marechal Âncora, Centro Cultural da Justiça Eleitoral, Chafariz da Praça São Salvador, Monumento a Noel Rosa, Praça Barão de Drummond, entre outros.