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Com presença de Eli Corrêa no ensaio técnico, Águia de Ouro canta forte

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

Na noite desta quinta-feira, houve um ensaio técnico geral solo no Anhembi. O Águia de Ouro colocou a sua comunidade da Pompeia para treinar visando o desfile de 2024. Dentro disso, se viu uma comunidade bem forte em seu canto. Fez valer o estereótipo de ser uma das escolas que mais coloca a voz para fora. Outro ponto importante foi a bateria de mestre Juca, que ao longo do ensaio, soltou várias bossas, o que não era corriqueiro da “Batucada da Pompeia”. O ensaio marcou a presença da porta-bandeira Monalisa Bueno, que fez a sua estreia junto a comunidadeia, após a saída de Lyssandra Grooters.

O presidente Sidnei Carrioulo falou sobre o ensaio. “Fizemos um ensaio razoável, a escola tem um potencial muito maior do que isso, mas não vou dizer para você que eu não fiquei satisfeito não. Gostei do astral, gostei da energia que foi mais importante. Lógico, sempre tem muita coisa para corrigir, muita coisa pra gente resolver, mas temos mais um ensaio técnico”, avaliou.

De acordo com o presidente, a energia da escola foi importante. “A energia da escola foi boa, quando a escola está com a energia boa, tudo fica melhor, fica mais fácil. Foi bom, isso para mim me deixou muito satisfeito”, comentou.

Comissão de frente

A ala, que é coreógrafa por Ruy Oliveira, não apresentou tantos elementos consideráveis para uma análise profunda. O grupo evoluiu de um lado para o outro e saudou o público a todo instante, sendo de forma sincronizada. O diferente é que havia dois integrantes (um homem e uma mulher) logo atrás, onde ficava acenando para as arquibancadas e beijando a camisa. Suponha-se que represente o futebol no rádio.

Vale ressaltar que o coreógrafo Ruy Oliveira retornou recentemente, pois Marcelo Gomes, que estava comandando a ala, teve o seu desligamento da agremiação.

AguiaDeOuro et Comissao

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal João Camargo e Monalisa Bueno fez uma dança segura. Foi a estreia da porta-bandeira com o pavilhão da Pompeia. Nitidamente a dupla ainda está se entendendo, visto que a dançarina foi apresentada nesta última terça-feira, véspera do ensaio, em decorrência da saída de Lyssandra Grooters. O casal se mostrou sorridente e realizou os giros horário e anti-horário, sem dar prioridade à coreografia dentro do samba.

“A gente teve poucos dias de ensaio, como vocês já sabem, mas tudo foi dentro do que a gente ensaiou. Vai ter muitos consertos, a gente vai se conectar e se entrosar muito mais. Agora é ensaiar muito para conseguir um resultado positivo”, disse a porta-bandeira.

AguiaDeOuro et PrimeiroCasal

“Foi o nosso quarto ensaio junto, mas posso dizer que foi muito positivo. Obviamente, como qualquer outro casal, a gente tem ajustes a serem feitos, mas nós estamos satisfeitos com a entrega como casal. É muito importante a gente falar sobre entrega, energia, conexão, não soltar a mão do outro e entender o processo que está acontecendo com a gente. A pista é um pisto de emoções. Independente de prazo, estamos nos entregando um para o outro. É isso que faz a magia do casal acontecer”, concluiu o mestre-sala.

Harmonia

Foi o ponto alto da escola no ensaio. Os componentes da Pompeia fizeram valer o título de ser uma das melhores escolas de harmonia de São Paulo. O canto é um quesito que a agremiação sempre pode contar com a sua comunidade. As alas demonstraram um alto volume com uma constância do início ao fim. Vale destacar o “Oiiii Gente”. Tal parte tem uma entonação que se estende, mas tudo foi feito corretamente. Era um receio.

AguiaDeOuro et Interpretes

Porém, houve uma falha considerável devido à falta de carro de som. Quando a bateria estava no recuo, soltou uma bossa. As últimas três alas que estavam entrando em frente ao setor A, se embolaram de uma maneira em que tiveram que parar o canto para ver onde estavam. É uma parte em que a escola deve se atentar para fazer as devidas correções.

Evolução

O Águia prioriza por um andamento compactado e enfileirado. Com exceção das alas coreografadas, tudo é feito bastante em linha reta desde que entra na pista. E isso também ocorreu no último ensaio. As fileiras foram feitas corretamente, sem espaços entre elas, mas é bastante ‘militarizado’. Não é um erro, mas vale ressaltar o estilo de evolução que a escola gosta de impor.

AguiaDeOuro et 10

Samba-enredo

O carro de som, liderado pelos intérpretes Douglinhas Aguiar e Serginho do Porto, teve um grande rendimento neste ensaio. É uma grande sintonia que a dupla tem. Fazem poucos cacos e não atropelam uns aos outros. Isso ajuda bastante o samba, pois é uma obra com melodia acelerada o tempo todo. Por consequência, ajuda a comunidade, que consegue entender melhor o que é cantado.

As partes mais cantadas pelos componentes foram o refrão de cabeça, que é uma explosão na letra, principalmente no “Oiii gente” e os últimos versos do samba – “Águia de Ouro: A sua estação/Ligada no seu coração/Esse amor não se acabou/E no futuro assim será”.

AguiaDeOuro et 8

“Eu gostei bastante, como foi o primeiro aqui na passarela do samba, no Anhembi, eu acho que ainda tem coisas que a gente precisa realmente dar uma melhorada. Mas no geral, a escola se comportou muito bem. Hoje não era dia de desfile. No próximo ensaio a gente já vai fazendo um clima mesmo de como se estivesse valendo. Hoje é ajustar alguma coisinha, mas me agradou demais, nossa escola cantou, bateria veio bem e nosso carro de som veio bem também. Eu não tive a oportunidade de prestar muita atenção em outros setores que vem na nossa frente. Comissão de frente, mestre-sala e porta-bandeira, mas acredito que tenham vindo bem também”, disse o intérprete Douglinhas Aguiar.

AguiaDeOuro et Baiana

O seu companheiro, Serginho do Porto, completou dizendo que foi ótimo e está ansioso pelo segundo, pois vai ser com o som inteiro da avenida. “Para um primeiro ensaio nosso aqui no Anhembi, foi maravilhoso, porque a gente já vem fazendo isso dentro da quadra e no ensaio de rua também. A pegada foi muito boa, a gente precisava ter essa conexão aqui dentro para sentir a pressão do samba, para sentir esse termo todo e foi ótimo. E no dia 27 vai ser melhor ainda porque a escola já vem mais da vontade, é mais cedo e o som todo da avenida já vai estar. Vai ser uma coisa bem gostosa, e assim, eu estou muito feliz. O Águia tem uma comunidade muito forte, que canta muito, e isso é importante para qualquer escola de samba”, finalizou.

Outros destaques

A bateria “Batucada da Pompeia”, regida por mestre Juca, soltou mais bossas do que o normal. Fizeram até um ‘algo a mais’, quando todos agacharam em frente ao setor monumental em um breque. Também fizeram isso uma vez no recuo.

AguiaDeOuro et MestreJuca

Juca avaliou o ensaio. “Foi um bom ensaio. As bossas estão sincronizadas com o samba. Lógico que tem algumas coisas que a gente deve corrigir até o dia 27 ainda, mas no dia do desfile, se Deus quiser, conseguir a nota”, disse.

De acordo com o mestre, o movimento é pensado para fazer o recuo de bateria. “A bateria do Águia de Ouro sempre foi uma bateria que soltou bastante bossas, só que recentemente a gente estava vindo com o regulamento debaixo do braço. Estava dando certo. Mas esse ano a gente preferiu ousar um pouquinho mais. A entrada da bateria antigamente não era julgada, mas agora está sendo. O que a gente está fazendo ali na hora é passar todos os instrumentos leves para trás. Logicamente é uma brincadeira que o público vai gostar.

AguiaDeOuro et RainhaVanessa

A rainha de bateria, Vanessa Alves se mostrou bastante emocionada durante todo o ensaio

A escola teve a presença de Eli Corrêa, radialista que é a cara do enredo. Ele discursou e soltou o seu bordão “Oi gente”.

Como foi dito, harmonia foi o destaque, mas vale destacar três alas que realmente era perceptível um forte canto. São elas: ‘Ala Methanol’ e ‘Ala Amigos do Ouro’.

AguiaDeOuro et EliCorreaPresidenteSidnei

Outro fato que vale uma observação é a ‘Ala Águia Maria’, que é composta somente por mulheres.

Barracões Acesso 1 SP: Colorado do Brás traz a força do mandacaru para falar do povo nordestino

O povo nordestino é forte como as raízes do mandacaru, planta típica do sertão que é capaz de sobreviver às difíceis provações que o semiárido proporciona. Histórias, costumes e a fé das pessoas dessa região estarão presentes no Sambódromo do Anhembi em 2024 através do desfile da Colorado do Brás, que apresentará o enredo “Os Encantos da Raiz do Mandacaru”. O carnavalesco Anselmo Brito recebeu o site CARNAVALESCO para falar a respeito do projeto da escola como parte da Série “Barracões”.

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Fotos: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO

Raiz forte de mandacaru

Anselmo Brito explica que o enredo da Colorado do Brás faz uma analogia entre o mandacaru e os nordestinos para falar da formação histórica e cultural do Nordeste.

“A Colorado do Brás convida todo mundo para uma viagem muito bem arretada e divertida, como tem que ser quando se fala de Nordeste. É mostrar um povo que a gente tem um carinho imenso. Um povo muito aguerrido, construtor e cheio de histórias. Vamos começar a falar de história, prosear um pouco. Nós escolhemos como tema de enredo uma das raízes mais importantes do Nordeste, que é o próprio mandacaru. Uma raiz muito típica do Nordeste, marcante pela sua força, por se dar em lugares não tão esperados e levando sua beleza para aquele lugar. Nós vamos fazer uma analogia dessa raiz com o povo nordestino, porque o povo nordestino é isso. Ele é resistência, ele é força, ele tem histórias e gosta de história”, declarou.

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O mandacaru no desfile se fará presente através dos contos de cordel, com a comissão de frente tendo o papel de apresentar o personagem que conduzirá a narrativa do enredo inspirado na força que a planta representa.

“Dentro desse enredo a gente estará vendo o povo nordestino através do mandacaru, mas a gente vai ter a presença do mandacaru no meio dessa história. Nós vamos ter na comissão de frente, aonde vamos trazer o cordel. O cordel retrata bastante isso, e nós vamos criar a história de um repentista. O repentista vai estar aos pés do mandacaru para fazer essa analogia”, contou Anselmo.

Folclore, fé e festividades: A Colorado em setores

A Colorado do Brás fará um desfile dividido em três setores, e o primeiro deles abordará o folclore nordestino. O principal destaque será uma história do período colonial inventada para espantar invasores de outros países interessados nas terras nordestinas.

“Nós vamos dar início ao nosso desfile onde a ambição aportou o mar. Quando os colonizadores avançam ao mar a encontro das Índias, e o destino fez com que eles se perdessem. O nordestino não fala que acredita no acaso, mas que era para ser assim. As caravelas chegam em território brasileiro, e quando chegam muitas delas encontram um mar muito hostil, revolto. Muitos desses navios não estavam preparados para essas condições e muitos deles naufragaram. Só que o português, ao chegar em terras nordestinas, se encantou com tudo aquilo que viu, e ali ele recebeu uma notícia. ’Olha, os holandeses também estão vindo para cá’, e como uma maneira de não ter novos invasores e não dar de mão, até porque na época os holandeses tinham uma estrutura naval muito maior do que os portugueses, eles criaram uma historinha que funcionou bastante. Eles começaram a espalhar que muitos navios lusitanos acabaram naufragando em mares brasileiros, especificamente do Nordeste aonde monstros, serpentes, engoliam esses navios e levavam para as profundezas do mar. Isso assustou os holandeses, que foram para outro caminho. Então você vê que uma história contada pelo povo nordestino, mas que faz parte do povo lusitano. É isso que nós vamos mostrar, que esse povo é rico em cultura, é rico em folclore. Nós vamos mostrar a importância da cultura nordestina”, explicou Anselmo.

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O segundo setor passará a abordar a fé do povo nordestino, com destaque especial para o tradicional ritual da Lavagem do Bonfim, que ocorre todo mês de janeiro em Salvador, na Bahia.

“Em um outro momento nós vamos mostrar a importância da fé. Não tem povo que tem mais fé do que o povo nordestino. Ele chama por Mãinha, ele chama por Oxalá, ele chama por Buda, ele chama por tudo. É um povo que acredita em todas as crenças. É um momento em que na nossa segunda alegoria nós vamos mostrar isso. Nós vamos mostrar a lavagem do Bonfim, que é um ato de fé realizado em Salvador diante da Baía de Todos os Santos, onde baianas fazem a lavagem daquela escadaria todo mês de janeiro para pedir paz, purificar o corpo, trazer coisas boas, lavar tudo de ruim. Nessa mesma alegoria nós vamos contemplar a questão católica, que é muito forte. Toda casa nordestina tem que ter seja Padim Cícero ou Nossa Senhora, mas tem que ter. Tem que ter alguma coisa religiosa, e nós vamos trazer a figura de Nossa Senhora retratada no Auto da Compadecida e caracterizada de forma bem nordestina. O manto dela vai ser de chita para estar como se ela estivesse levando no seu próprio manto todo o povo nordestino, protegendo todos eles”, detalhou o carnavalesco.

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A cultura do Nordeste ilustrada através das tradicionais festas populares será a encarregada de encerrar o desfile da Colorado do Brás, e Anselmo Brito garante que a alegria do povo nordestino será elemento de grande destaque nesse setor.

“Vamos terminar o nosso desfile no terceiro setor com muita alegria, como são as noites de São João. O céu enfeitado de balões, de bandeirinhas e a quadrilha das festas de São João. Também retrataremos a arte de Mestre Vitalino com os seus bonecos de barro, as bandas de pife, que se fazem muito presente no Nordeste todo. Nós vamos apresentar dessa forma a alegria, a dança e a cultura do povo nordestino, de um povo bem arretado. No último carro o mandacaru sendo presente, só que ele já não vai estar mais no chão rachado. Ele vai estar num espaço cultural, enraizado na cultura. É como se brotasse do chão numa noite de São João para dizer que essa é a raiz, esse é o fundamento disso, de uma raiz, e que ela está presente em todo momento”, afirmou.

Cordel e humor do nordestino encantam Anselmo Brito

Ao longo do processo de pesquisas para a construção do enredo, Anselmo Brito se deparou com incontáveis elementos da rica cultura nordestina, e uma das mais populares formas de expressão regional conquistou o carnavalesco.

“Foram muitos, mas eu me encantei com o cordel. Eu acho que o cordel é a maneira mais divertida e mais didática para você conhecer o Nordeste e o próprio nordestino. Eu me apeguei em obras de muitos artistas, através do próprio elemento, e mais do que isso. Da pesquisa de um dos personagens mais importantes do Nordeste, que é Ariano Suassuna. As obras dele são incríveis, e ele retrata muito bem isso”, revelou.

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Além da cultura, uma característica do povo nordestino que encantou Anselmo é o humor. A forma alegre de levar a vida e falar de si próprio se fará presente ao longo do desfile da Colorado do Brás.

“O sorriso, a alegria do povo nordestino e o humor, que acho muito engraçado. O povo nordestino é muito divertido, ele conta até as suas mazelas de uma forma divertida, tanto é que o nosso Abre-alas é uma paródia de um momento trágico, que são os navios chegando para colonizar as nossas terras com um único objetivo, da ambição. A ambição aporta em terras nordestinas, e mesmo assim esse povo conta isso de uma forma engraçada e divertida. Eles criaram até lendas. Lendas contadas pelo seu próprio povo. Isso é uma tradição nordestina que a gente vê refletida aqui em São Paulo no Centro de Tradições Nordestinas. A gente tem um pedacinho de Nordeste ali”, concluiu.

Ficha técnica
Enredo: “Os encantos da raiz do mandacaru”
1.600 componentes
13 alas
3 alegorias

Série Barracões SP: Barroca conta o próprio Jubileu de Ouro na ótica de Pé Rachado

O número cinquenta tem um ar quase que cabalístico. Por ser “fechado”, simples, a metade de uma centena… as explicações são inúmeras para que tal numeral tenha tanta força. Por consequência, completar um aniversário de meio século de vida é motivo de muitos festejos. Para uma escola de samba não é diferente. E, em 2024, quem fará uma grande festa de aniversário para si própria é o Barroca Zona Sul. Fundada no dia 07 de agosto de 1974, a verde e rosa apresentará o enredo “Nós nascemos e crescemos no meio de gente bamba. Por isso, que somos a Faculdade do Samba. 50 anos de Barroca Zona Sul” no segundo horário da sexta-feira de carnaval – 09 de fevereiro. Para contar mais sobre tudo que estará no desfile, o CARNAVALESCO conversou com exclusividade com Pedro Alexandre, popularmente conhecido como Magoo.

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Uma nova ótica

Para entender o enredo, é necessário ter um mínimo conhecimento sobre a fundação da agremiação – e, também, do carnaval de São Paulo. Tudo porque o desfile será desenvolvido através da ótica de Sebastião Eduardo do Amaral, popularmente conhecido como Pé Rachado. Ele, ex-presidente do Vai-Vai e com passagens por escolas de samba do quilate de Nenê de Vila Matilde e Camisa Verde e Branco, queria fundar a própria agremiação por conselho de um dos maiores sambistas da história: Angenor de Oliveira, o Cartola. As cores não são à toa: a escola-madrinha do Barroca é a Estação Primeira de Mangueira – a instituição pela qual o carioca torcia.

A morte de Pé Rachado, por sinal, é um momento de passagem na história contada na avenida. “O enredo comemora os 50 anos de Barroca Zona Sul. Nós vamos contar de uma forma um pouco diferente: tudo vai ser contado pela ótica do fundador da escola: Sebastião Eduardo do Amaral, o Pé Rachado. Todo o enredo, toda a história da desses 50 anos de Barroca Zona Sul e até antes: como que foi o processo de fundação da escola, com a participação da Mangueira e do Cartola. Tudo vai ser contado pelo fundador. Ele faleceu em 1990, então ele não chegou a ver a Barroca no Sambódromo. Daí por diante, já começa aquela coisa lúdica: ele contando diretamente do céu, como seria a visão dele ele enxergando todos os bons momentos do Barroca, aquele período no qual a escola passou por uns problemas, ficou alguns caindo e até essa fase da retomada, nos dias de hoje. Vai ter umas coisas que pega pela emoção. O pessoal que é mais antigo da escola, a gente passa o resumo do enredo pra eles, como vamos fazer… vai ser um enredo marcado pela emoção. Quem gosta do Barroca Zona Sul vai se identificar com pelo menos algum trecho desse desse desfile”, afirmou Magoo.

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Como o pontapé inicial, por lógica, é a própria fundação do Barroca, nada mais natural que o enredo vá se desenrolando de maneira cronológica. E, conforme isso acontece, o desfile relembra todos os momentos da instituição. “A gente dividiu o desfile para não ficar uma coisa maçante e nós dividimos por períodos. Tem um período que é o dos tempos da Tiradentes, os carnavais marcantes nessa avenida. Tem um trabalho de pesquisa: como que o pessoal se vestia naquela época, as fantasias, o estilo… depois, tem os primeiros desfiles no Anhembi: como que foi, as referências. Depois, tem essa fase da retomada da escola. A gente dividiu dessa forma para contar a história por meio de fantasias e alegorias. É para mergulhar mesmo, para ter uma identificação daquelas pessoas. Pra falar que lembra desse desfile, de algum detalhe… a gente tomou um cuidado para trazer todos esses elementos certinho e o pessoal se identificar”, comentou Magoo.

Setorização natural

Não há muito segredo quanto à setorização barroquense em 2024. Cada setor representa, basicamente, uma “fase” da escola. E os primeiros remetem não apenas à fundação da escola – como, também, a uma era que traz saudade em muitos foliões paulistanos. “Tem a primeira fase, que foi a fundação do Barroca. A gente já começa com as primeiras alas contando a fundação do Barroca Zona Sul. Vem abre-alas, baianas e comissão contando esse evento. Daí já entra a parte de avenida Tiradentes, os desfiles lá, depois os primeiros desfiles no Sambódromo… tem elementos que a gente vai distribuir em esculturas e nas próprias alegorias que vão remeter a esses períodos. No final, tem aquela surpresa da retomada do Barroca: tem uns elementos que a gente está levando que, quem já viu, curtiu pra caramba. Tomara que tenha esse efeito Legal na avenida, principalmente da parte da retomada como um momento de choque”, relembrou Magoo.

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Aqui, é importante destacar: quando o carnavalesco fala em “retomada da escola”, ele não está brincando. A agremiação chegou a desfilar na União das Escolas de Samba de São Paulo (UESP), instituição que reúne as escolas do samba abaixo da terceiro divisão paulistana. E isso também será relembrado. “Não foram 50 anos de alegria. Nenhuma escola tem só vitórias, só períodos bons. Todas as escolas de samba têm o seu período ruim e o Barroca tem um período muito complicado, que ela foi caindo de grupo e foi pra rua. Desfilou no Butantã, perdeu quadra… o Barroca passou por um período muito conturbado. Aí, um grupo de pessoas começou o passo a passo, ano após ano, subindo e melhorando. Em termos de estrutura, a agremiação conseguiu a sua quadra, onde está até hoje. Isso é um orgulho pro pessoal: ver a escola chegar no fundo do poço e depois só subir e chegar no Especial, já há três anos estabelecida no Grupo Especial. Até os mais novos de Barroca têm muito orgulho da escola que ficou tão pra baixo e teve forças para renascer e voltar a ficar entre as grandes do carnaval de São Paulo”, exaltou o carnavalesco.

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Surgimento do enredo

Em diversas entrevistas, Ewerton Rodrigo Ramos Sampaio, o Cebolinha, presidente do Barroca desde 2014, destacou que, desde quando ele assumiu a escola, todo o esforço era para que o desfile do Jubileu de Ouro fosse o melhor possível. Pois bem: chegou a apresentação dos 50 anos. E, para desenvolver o enredo, o carnavalesco pediu um encontro com pessoas históricas da agremiação. E foi nessa ocasião que o fio condutor do desfile surgiu. “Na primeira reunião que eu tive com o presidente, o Cebolinha pediu para que eu falasse no que eu gostaria de ajuda. Eu respondi que a única coisa que eu quero é uma reunião com as pessoas mais antigas da escola. Não uma reunião, um bate-papo. Entrar lá e conversar. Eu começava a perguntar da história do Barroca e eu, até então, tinha alguma coisa na minha mente, uma linha de pensamento, eu já tinha feito uma pesquisa e tal, mas a partir dessa conversa eu comecei a perceber o que o barroquense acha importante, o que que ele acha legal, o que que ele se orgulha, os momentos marcantes da história da agremiação. Foi aí que eu mudei bastante coisa que eu tinha na minha cabeça. Foi aí que eu via o respeito que eles tinham pelo Pé Rachado. Eles falavam coisas como “Ah, se o ‘Pé’ tivesse vivo nessa época”… e, nisso, eu imaginei ele próprio contando a história da instituição. Foi daí que surgiu a ideia. Esse bate-papo foi importantíssimo para o desenvolvimento desse enredo”, destacou Magoo.

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Exaltação aos baluartes

Gravada no final de 2023, a entrevista foi realizada dias antes da morte de Gerado Sampaio Neto, o Borjão, dos grandes nomes da história barroquense. No dia 05 de janeiro, a verde e rosa perdeu um dos grandes nomes da própria história. E, na ocasião, ele foi muito citado como uma das pessoas que mais colaboraram para manter o Barroca ativo – e, também, pela transformação da agremiação. “Além de pessoas como o Cebolinha, Borjão e Fernando Negão, tem o João Neguinho, vice-presidente, uma pessoa importantíssima. Tem as pessoas-chave de cada departamento, os cabeças. Normal um ou sair por coisa de família, por exemplo… mas esse grupo, na sua maioria, permanece – e esse grupo, que permanece unido, é o pessoal que toma as decisões do Barroca, Zona Sul. É um pessoal que sofreu na pele os momentos ruins, mas eles batalharam. O presidente Cebolinha tem uma participação gigantesca nisso, o Borjão também – o nome do Borjão e o respeito que a comunidade tem por ele e tem outros personagens, a própria Velha Guarda da escola, baianas… tem vários segmentos da escola e a gente vai fazer uma homenagem especial para eles”, pontuou o carnavalesco.

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Muito comentado, o momento da “retomada” começou em 2014, quando Cebolinha (filho de Borjão) assumiu a presidência do próprio pai. E, na visão do carnavalesco, eles são a síntese do que é a agremiação. O profissional que estava na agremiação desde 2020 e que foi substituído por Magoo também foi citado com muito respeito e admiração. “O próprio Presidente Cebolinha e o Borjão eu tinha mais contato e conhecia de fora. Quem tá no mundo do carnaval acaba sabendo um pouquinho de cada escola. Eu acompanhei mais ou menos essa essa luta. Uma coisa que eu tinha em mente é que o Barroca é uma escola que o pessoal arregaça as mangas, vai para cima… e eu vi que esse grupo existe mesmo. Você olha e tem um pessoal fanático, que respira Barroca Zona Sul e isso é muito legal. É muito legal você conviver com essas pessoas. O Rodrigo Meiners é meu amigo, ele faz parte dessa retomada e ele foi um dos grandes responsáveis por isso. Ele fez carnavais muito bons aqui no Barroca Zona Sul, ele já deixou o nome dele na história da escola. Ele foi o carnavalesco que se destacou e ele deixou muita coisa boa no barracão do Barroca Zona Sul. Chegando aqui, eu só tive a certeza daquilo que eu deduzia, e com o tempo eu comecei a perceber que eu virei mais um desses. Um operário que respira a escola. É impressionante isso, vai contagiando, contagiando, contagiando…. foi bem legal mesmo chegar aqui e fazer parte desse desse time, fazer parte do Barroca Zona Sul nesse período”, destacou.

Na prática

Pensando no desfile em si, Magoo detalha os números envolvendo a apresentação barroquense. “São quatro alegorias, mas só o o abre-alas são três bases acopladas. A gente vem em uma média de 2.000 2.100 componentes, mais ou menos, divididos em dezoito alas. Não viremos com tripés, mas tem umas umas surpresinhas nos carros, uns efeitozinhos que a gente vai fazer que vai ser vai ser bem legal”, explicou.

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Perguntado sobre como é a rotina enquanto carnavalesco, Magoo destaca que está se entregando de corpo e alma para produzir o desfile – sobretudo no barracão. “Eu gosto bastante de colocar a mão na massa, eu não fico muito só acompanhando. Gosto de forrar, fazer a escultura… sou bastante presente no barracão; na parte de fantasias, muito dessas alas foram feitas aqui na Fábrica do Samba, tem um time muito bom comigo que me ajuda visitando ateliê e etc – às vezes eu mesmo vou pro ateliê e visito. Sobre o meu dia a dia: eu chego muito cedo (por volta das 08h) aqui no barracão e vou no final da noite embora. No final de semana também estou aqui. Na quadra eu não tenho uma frequência muito grande, é muita responsabilidade aqui no barracão. Em 90% do tempo eu estou para o lado da Zona Oeste, aqui é onde – fico mais aqui do que na minha casa, na minha casa eu só vou para tomar banho, comer e dormir. O resto é vivendo o Barroca Zona Sul – e a tendência até o carnaval é ir aumentando”, afirmou o carnavalesco.

Recados

Em tom confessional, Magoo destacou o quanto o envolvimento que teve com os barroquenses foi importante não apenas para a produção do desfile, mas para ele como pessoa. “Contar essa história de 50 anos… é uma responsabilidade muito grande, porque eu não vivi esses 50 anos. Eu não estava no Barroca em nenhum desses momentos dos 50 anos. É por isso que a minha estratégia foi conversar com quem viveu Barroca, focar no sentimento de cada um, o que é importante. Não para mim, um leigo que, de fora, poderia perfeitamente fazer uma pesquisa, montava um texto em cima disso, mas ia ser uma coisa fria. Falar do Barroca sem falar de emoção, não é falar de Barroca. Eu tive que viver e sair, conviver com essas pessoas. No meio de uma conversa, tirar uma coisinha aqui, outra acolá, compor tudo e escrever esse enredo. Até agora, está todo mundo gostando, todos estão curtindo muito. Está dando super certo e tomara que na avenida seja a celebração desse projeto. Que a gente conte da melhor forma possível e termine o desfile com todo mundo se sentindo homenageado”, confidenciou.

Por fim, instigado a deixar um recado para todos que acompanham carnaval, Magoo destacou que o nível do Grupo Especial será altíssimo e que o Barroca, em especial, merece destaque. “A gente conversa bastante com o pessoal de outras escolas e eu tenho a convicção que vai ser um espetáculo muito bom. Vai, se não for o melhor, vai ser um dos melhores carnavais que São Paulo já teve. O nível está muito alto. É o profissionalismo: você não vê mais aquela coisa que tinha alguns anos de alguma escola estar bem abaixo. Todo mundo tem seus trunfos. Quem desfila pode ter certeza que vai participar de um grande espetáculo, independentemente da escola que você esteja. Para quem não desfila, que vai acompanhar pega o seu ingresso, assista ou desfile: vai valer a pena. O carnaval de São Paulo vai estar muito legal em 2024. E, para o pessoal do Barroca Zona Sul… é uma coisa que já virou jargão: você conversa com todo carnavalesco do Rio e de São Paulo e eles falam que vamos fazer o melhor carnaval da nossa história. Balela, né? Isso aí todo mundo fala. Mas tenha certeza que nós estamos fazendo um carnaval para o barroquense se orgulhar. O barroquense, quando falar qual desfile foi marcante para eles, ele vai identificar esse desfile em 2024. A gente quer fazer um desfile de celebração mesmo, que eles sintam o orgulho de ser Barroca Zona Sul”, finalizou.

Ficha técnica
Componentes: 2000
Alas: 18
Alegorias: 04

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Conclusão

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Com a força de Tinga e samba na ponta da língua da comunidade, Vila Isabel realiza seu segundo ensaio de rua no ano

O boêmio bairro de Vila Isabel tem recebido um espetáculo a céu aberto durante as quartas-feiras. Com Tinga levantando o público presente e a força do canto da comunidade, a Vila Isabel fez mais um grande ensaio de rua na última noite. Agora, a Azul e Branca se prepara para mostrar a força de seu chão no ensaio técnico da Marquês de Sapucaí, no dia 3 de fevereiro.

Com a reedição de ‘Gbalá’ e sob o comando do carnavalesco Paulo Barros, a escola do bairro de Noel será a terceira escola a desfilar na segunda-feira de carnaval. No ensaio desta quarta, a comissão de frente e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, ensaiaram separadamente e não marcaram presença. Para o diretor de carnaval da escola, Moisés Carvalho, a comunidade foi o destaque da noite.

“Mais uma vez, nossa comunidade deu um show. Todos os segmentos mostraram a força de ‘Gbalá’ e levantaram o público com uma energia incrível. Acredito que estamos no caminho certo para um ótimo carnaval”, afirmou Moisés.

Destaque da noite junto a comunidade, Tinga encerrou o ensaio praticamente ovacionado pelos torcedores e o público presente. Durante toda a apresentação, o intérprete interagiu com os componentes e buscou levantar ainda mais o canto e a alegria do chão da Vila. Segundo ele, a escola está feliz com o enredo e o samba de Martinho da Vila, o que contagia ainda mais o torcedor. Para o ensaio técnico na Passarela do Samba, a expectativa é de um grande desfile.

“É importante demais a Vila Isabel trazer esse tema e este grande samba do Martinho. Vamos continuar ensaiando para que no grande dia possamos ir atrás do nosso sonho mais uma vez. Está maravilhoso. As crianças e toda a comunidade está feliz. Isso é importante e, com certeza, vai emocionar a todos na Marquês de Sapucaí. Vamos fazer um grande desfile. Agora é força total para o ensaio técnico, porque a comunidade vai ‘descer’ em peso para cantar e vibrar com a gente. Vamos fazer bonito na Sapucaí, assim como fizemos no ano passado – só esperamos que não caia aquela água toda (risos)”, comentou o intérprete.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Harmonia

O canto da comunidade também foi um dos destaques desta noite. A força do samba somada ao fenômeno Tinga engrandece a harmonia da escola. A evolução é perceptível a cada ensaio e destaca que os componentes estão felizes com o carnaval que a agremiação levará para a Passarela do Samba. Desde crianças até idosos, todos se unem em uma só voz para levantar o ‘Gbala’ pela avenida. O canto dos mais velhos, em especial aqueles que acompanharam o desfile de 1993, é ainda mais forte. A escola do bairro de Noel tem tudo para levantar a Sapucaí no ensaio técnico e, aos poucos, caminha em busca da nota dez do quesito.

Um dos membros da comissão de harmonia da Vila Isabel, Diego Mendes acredita em uma evolução gradativa no canto dos componentes. Ele destacou o trabalho realizado pelo segmento e a importância de Tinga para o sucesso do samba na Avenida.

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“O canto da escola está chegando no nível que acreditamos ser o necessário para alcançar a nota dez. Com certeza, no dia do desfile chegaremos com ela em 100%. É um trabalho de formiguinha, que até o dia do desfile, com certeza, estaremos lá para alcançar a nota máxima. O canto da escola vem surpreendendo bastante, mesmo com esse calor todo a escola não deixou o canto cair. E falar do Tinga é ‘chover no molhado’. Ele faria o ‘Atirei o pau no gato’ virar samba e todo mundo cantaria. Estamos falando de um mestre do canto e uma das referências do carnaval. Com ele, temos a certeza que o canto não caíra em nenhum momento”, comentou Diego.

Evolução

O ensaio começou por volta das 22h e teve cerca de uma hora de duração. Apesar da Boulevard 28 de Setembro não ser uma via muito larga, a escola conseguiu evoluir bem e brincar carnaval. Alegre, a comunidade cantava, sambava e pulava. Algumas alas também utilizaram adereços de mão. A espontaneidade do componente durante o desfile é algo que chama a atenção.

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Diego também falou sobre o preparo da escola para o carnaval. Segundo ele, a agremiação agora busca acertar detalhes técnicos para o ensaio na Marquês de Sapucaí e o grande dia do desfile.

“A escola já está praticamente toda definida, com entrega de fantasias e as camisas do ensaio técnico já chegam na próxima semana. Toda escola já está pronta, armada para trazer – além de um bom ensaio técnico – um espetáculo para quem vai assistir”, contou o membro da comissão de harmonia da escola.

Samba-enredo

Um samba curto e leve. Uma obra que já faz parte do cotidiano do torcedor da Vila Isabel há muitos carnavais e atravessa gerações. Com esses temperos especiais o grande samba de Martinho da Vila ganha ainda mais força, e praticamente descreve o que será apresentado pela Vila Isabel na Sapucaí. Para fechar com chave de ouro, a Swingueira de Noel, comandada pelo mestre Macaco Branco, e o carro de som, comandado por Tinga, levantam ainda mais a canção. Assim como nos outros ensaios, o refrão tem sido o ápice do canto.

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Para o mestre de bateria, comandar a Swingueira na reedição de ‘Gbala’ é um privilégio. “Costumo dizer que é uma missão divina, na qual Deus deu a honra de poder representar o ‘Gbala’ na Avenida. Em 1993 eu era muito criança, e hoje estou tendo o privilégio de desfilar com esse samba maravilhoso. Você para para compreender a letra e entende tudo que o enredo da Vila quer falar. É um prazer imenso e um trabalho de comunidade”.

Outros destaques

Mais uma vez, a “Swingueira de Noel” deu um show na avenida – estranho seria se isso não acontecesse. Enquanto o tão sonhado dia não chega, os ritmistas ainda terão uma série de treinos: além dos ensaios de rua e de quadra, carro de som e bateria vão treinar no setor 11 da Sapucaí na próxima segunda-feira. Depois, o ensaio técnico do dia 3 de fevereiro será o esquenta final para o desfile da Swingueira de Noel, que contará com 278 ritmistas na Avenida.

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Com os arranjos prontos desde maio do ano passado, Macaco Branco explicou que o samba reeditado facilita o trabalho desenvolvido pela bateria. Para ele, a Swingueira está pronta para buscar o gabarito do quesito na Quarta-Feira de Cinzas. O mestre também revelou que não gosta de guardar surpresas para o dia do desfile. O trabalho apresentado até aqui está, de fato, muito próximo do que será levado para o Sambódromo.

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“Se o desfile fosse hoje, daria para representar bem a nossa escola. A cada ensaio a gente se diverte. Eu não gosto desse negócio de esconder. Quanto mais esconde, menos treina. A questão é fazer o que vai levar para a Avenida mesmo. No futebol tem muito isso – treino fechado e sem imprensa. Temos que praticar bastante, até porque são 300 músicos amadores, uma galera que pega no instrumento uma vez por semana. A gente tem que formar e ensinar para que o ritmo fique cada vez mais ‘azeitado’”, explicou o mestre de bateria.

Cronômetro na Praia de Copacabana marca contagem regressiva para o Rio Carnaval 2024

Não são apenas os sambistas que já estão contando os dias para o maior espetáculo da Terra. Um dos principais pontos turísticos do mundo, a Praia de Copacabana, na Zona Sul, entrou no clima da folia com um cronômetro gigantesco para marcar a contagem regressiva para o Rio Carnaval 2024.

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Foto: Divulgação/Rio Carnaval

A iniciativa, inédita na folia carioca, é liderada pelo diretor de Marketing da Liesa, Gabriel David: “O mundo está ansioso para a chegada do desfile das escolas de samba na Sapucaí. Então, pensamos: ‘por que não acompanhar cada minuto dessa contagem regressiva?'”, ressaltou.

O cronômetro, instalado pelo Rio Carnaval, teve o financiamento da Ambev, uma das patrocinadoras do evento, promovendo a marca Brahma, com apoio da Prefeitura do Rio e do Governo do Estado.

Os cariocas e turistas que quiserem ficar de olho na contagem e tirar fotos, já entrando no clima do Carnaval, podem ir à Avenida Atlântica, na Praia de Copacabana, na altura do posto 3, onde o monumento está instalado.

Série Barracões: Inocentes promete levar a história dos trabalhadores informais com muita alegria e colorido para a Sapucaí

A Inocentes de Belford Roxo dará vez e voz para uma parcela da população que muitas vezes é esquecida ou até relegada. A escola da Baixada Fluminense contará a história dos trabalhadores informais do Brasil, desde a sua origem nos tempos do Império. Ambulantes e camelôs serão levados para a Marquês de Sapucaí para serem homenageados como um povo de luta e suor ao ganharem a vida. Personagens importantes serão lembrados, como Silvio Santos, Anísio Abraão David, Rick Chesther, entre outros, que também foram ambulantes. A azul, vermelho e branco promete contar essa história com bastante alegria, apostando em um colorido diferenciado.

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O carnavalesco Cristiano Bara explica que o atual enredo é, na verdade, uma segunda opção da escola, após problemas com o anterior. A ideia foi levada pelo presidente da agremiação, Reginaldo Gomes, para ele. Cristiano conta que já tinha uma pesquisa feita sobre o tema desde os tempos de Beija-Flor, e que se aprofundou na história para desenvolver o carnaval da Inocentes:

“Em um primeiro momento, a gente teve um problema com o outro enredo. Tivemos que deixar de fazer ele para fazer esse próximo. O presidente me sugeriu uma ideia, ele gostaria de fazer alguma coisa sobre o começo ambulante. A gente começou as pesquisas, e como eu já tinha feito uma pesquisa bem forte sobre o Debret em um período que eu passei na Beija-Flor, quando eu fui ao Maranhão junto com uma comissão. Eu sabia que ele tinha documentado o começo ambulante no Brasil colonial. Aí foi onde a gente encontrou o caminho, um gancho para a gente começar a contar nossa história”, falou o artista.

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Na extensa pesquisa de enredo, mesmo já tendo conhecimento de algumas passagens, Cristiano se deparou com uma história que não sabia. Ele conta que Debret foi um artista tão importante da época, que realizou trabalhos estéticos para a corte, e que poderia ser chamado de carnavalesco. Além disso, ele também deu as primeiras cores para a bandeira do Brasil:

“A gente tem uma história bem curiosa. Na realidade, o Debret era o carnavalesco da época, porque ele que cuidava de todos os eventos da corte. Ele que cuidava da decoração dos eventos, da parte estética. Tem um historiador que mostra até que ele construía carros alegóricos quando fazia alguma festa. Foi ele quem desenhou a primeira bandeira do Brasil. O verde e amarelo da nossa bandeira foi o Debret que desenhou. Ele tinha consciência de que quando ele veio na viagem, quando ele corta o Atlântico e veio à costa brasileira, ele ficou encantado com tudo que ele viu, a exuberância do verde. Colocou o verde das matas e o amarelo ele justificou com o ouro, porque ele sabia de toda a riqueza. Como ele tinha um conhecimento da história do continente africano e do europeu, com a relação do português com o Brasil, ele sabia que muito ouro foi pra lá, dizendo que o país era um lugar que tinha muito minério e muita riqueza. É um fato bem curioso saber que ele pintou os mercadores, como a preta que vendia caju. E depois descobrir que ele foi quem pintou a nossa bandeira, que a gente tem tanto orgulho, é muito interessante dentro da história que a gente descobriu na pesquisa do enredo”, disse o carnavalesco.

O artista entende que o grande trunfo da Inocentes é um somatório de fatores, que passam por uma estética bonita, colorida e diferente, pelo samba-enredo de qualidade, e por um forte fator humano que faz tudo funcionar:

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“Eu acho que é primar por uma boa estética visual. A gente tem um grande samba, feito pelo Cláudio Russo, que é um mago do samba-enredo. É um enredo alegre, divertido, colorido, com a cara da escola. A escola é tricolor. A gente vem com um desfile muito colorido porque o enredo nos permite isso. Até a parte histórica no início também tem um colorido muito legal, porque tem a exuberância da fauna, da flora, no abre-alas. A gente tem uma representação do azul do Oceano Atlântico que eles cortaram para chegar ao Brasil. Temos embarcações, alguns mercados, o colorido do ver-o-peso, com todas as garrafinhas que vende. A gente tem o açaí, a baiana que vende o acarajé no mercado do modelo, os quitutes. Temos um mercado de BH que tem o queijo, o doce de leite, a cachaça. O ponto alto é a estética unida com o humano, porque qualquer espetáculo de carnaval, se a gente não tiver o humano pra fazer virar a realidade tudo aquilo que a gente sonhou, não funciona. A gente tem um humano bom e um colorido diferente pra mostrar o carnaval. É uma grande viagem para mostrar o ambulante através do tempo”, afirmou Cristiano.

Bara relata de que forma trabalha com sua dupla, o carnavalesco Marco Antônio. Ele explica que não há uma divisão exata de tarefas. Os dois participam e decidem todos os aspectos do desfile em conjunto:

“A gente na verdade divide todas as ideias e conversa o tempo todo. Não temos uma divisão concreta, do tipo ‘você cuida disso, eu cuido daquilo’. Não tem isso, a gente divide todo o trabalho, da pesquisa, do desenvolvimento, as cores, a gente vai conversando. Eu já trabalhei há um tempo com o Marco, muitos anos atrás ele era carnavalesco e eu tinha um ateliê. Fiz fantasias protótipos para ele e a gente hoje uniu essa convivência boa do passado e que estamos mantendo aqui”, comentou Bara.

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Cristiano explica de que forma trabalhou com Cláudio Russo, compositor que foi contratado para fazer o samba-enredo da escola. O carnavalesco afirma que passou todo o projeto do desfile para Russo, mas que nem seria necessário por conta de sua extrema qualidade na composição:

“A gente deu todas as diretrizes pro Cláudio. Na realidade, a gente já vinha desenhando o enredo, então a gente passou os desenhos de fantasia e de alegoria para ele ter consciência de tudo aquilo que a gente ia mostrar na parte estética, para que ele pudesse construir um grande samba. A gente tinha sinopse, o enredo todo direitinho, e fomos dando subsídios. Mas nem precisa muita coisa para Cláudio Russo fazer um grande samba. Ele é o mago do samba enredo no carnaval hoje”, disse o artista.

O carnavalesco relata as dificuldades que enfrenta ao realizar seu trabalho no barracão da escola, localizado na Via Binário, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. A precariedade da estrutura deixa tudo mais imprevisível, porém ele afirma que é possível administrar. Cristiano deixa um recado importante que tem tudo a ver com o enredo da Inocentes:

“Na realidade, eu já passei por todos os grupos. Há 13 anos eu já tinha feito a Inocentes, que era em outro barracão, que era aberto. Já passei por muitas dificuldades. Também já passei no Especial pela Beija-Flor e em São Paulo pela Vila Maria durante cinco anos. Então, a gente adquire experiência. É como se fosse um camaleão, se adaptando às cores do ambiente. É bem difícil. Já poderíamos ter uma cidade do samba da Série Ouro. Temos que lidar com as dificuldades. Se chove, molha tudo. Tenho um carro aqui, que tem uma baiana na frente toda de renda branca. A gente fica correndo para proteger. Quando para a chuva, ainda fica escorrendo água da laje. A gente vai administrando, é o que temos hoje para trabalhar. E vamos tentar entregar o melhor espetáculo possível na Sapucaí e mostrar que a gente é firme e forte, exatamente como os camelôs do nosso enredo. Eles acreditam e conseguem vencer no final. Temos vários exemplos para que a gente possa vencer as adversidades que temos no barracão”, afirmou Cristiano.

Bara cita sua longa experiência no espetáculo, mas afirma que o fator primordial para driblar as adversidades financeiras é o conjunto forte de trabalhadores que o ajudam, dando ideias boas e baratas, e também colocando a mão na massa para fazer o projeto ganhar vida:

“Esse ano farei 35 anos de carnaval. A gente acaba adquirindo experiência no caminho. Mas temos pessoas que trabalham com a gente que dão soluções muito legais também. Temos a Luana na decoração de alegorias. Temos a Maria que trabalha lá em Belford Roxo cuidando do ateliê. Temos um grupo unido para que a gente ache alternativas que tenham um visual muito bom, mas que não tenham um custo alto. É aquela velha brincadeira, de tirar da cabeça o que não se tem no bolso. A gente sabe da dificuldade, hoje as coisas estão muito caras. Mas conseguimos soluções muito legais para que a gente possa apresentar um grande espetáculo. As pessoas vão se encantar”, falou o carnavalesco.

Apesar de todas as dificuldades no processo de desenvolvimento das fantasias e alegorias, Cristiano procura não se deixar abater. O artista diz enxergar o carnaval de outra forma, dando ênfase ao sentimento verdadeiro por sua profissão:

“Eu não vejo carnaval como uma condição. Eu vejo como amor pela nossa profissão. A gente fica muito feliz com tudo que projetamos. Na verdade, a gente é vendedor de sonhos. E sonho não tem local, podemos sonhar em qualquer lugar. Ele pode se tornar uma realidade boa. Apesar de estarmos em um local ruim, a realidade que a gente apresentar na avenida será muito boa”, disse Bara.

O carnavalesco da escola explica que não tinha a intenção de trabalhar no desfile deste ano, mas acabou aceitando o pedido do amigo pessoal e presidente da Inocentes, Reginaldo Gomes. Por conta disso, ele prefere não dizer sobre o que será o seu futuro na folia carioca e deixa tudo em aberto:

“Na realidade, eu tinha uma ideia de não fazer carnaval por um ano para descansar. Eu estava morando em Arraial do Cabo. Aconteceu do Reginaldo ir lá. E eu já tinha trabalhado na Inocentes, sou amigo da família há 20 anos. Ele já tinha ido à São Paulo acompanhar um trabalho de um enredo sobre a China, que era maravilhoso. Ele me falou que a gente teria dificuldades por causa do tema. E me pediu para voltar para ajudar o Marco, fazer essa parceria, porque quanto mais gente melhor. Duas cabeças pensam melhor que uma só. Então, eu resolvi assumir essa volta para o carnaval. Se vou continuar aqui na Inocentes ou se vou alçar novos voos, vai depender de tudo que a vida promete para a gente. Não sabemos o amanhã. A gente sabe muito pouco de hoje. Não tenho uma ideia fixa do que vou fazer. Vou deixar o universo comandar tudo o que a gente precisa”, refletiu Cristiano.

Conheça o desfile da Inocentes

A Inocentes de Belford Roxo para 2024 vem com cerca de 2.200 componentes. Serão três carros alegóricos e três tripés, sendo um deles na comissão de frente e os outros dois ao longo do restante do desfile. A caçulinha da Baixada será a quarta escola a desfilar na sexta-feira de carnaval da Série Ouro. O artista Cristiano Bara explicou os setores de seu trabalho para o site CARNAVALESCO:

Setor 1: “Começamos a contar nossa história a partir do convite de D. João VI para a Missão Francesa vir para o Brasil. Debret ficou responsável de pintar o cotidiano do povo no Brasil Império e aí ele volta pra França e depois documenta isso no livro. No primeiro momento que a gente tem no Brasil de documentação do mercado ambulante, a gente chama de trabalhadores de ganho, mas na verdade eram os escravos de ganho, pois trabalhavam para os seus senhores. Tudo que era produzido nas fazendas, ele pegava e colocava para o escravo vender durante a tarde, à noite. Criava galinha, botava no cesto e vendia. E o Debret se encantou com isso, olhando da janela do ateliê dele, que era no Catumbi. Ele via isso e começou a pintar, foram as melhores pinturas dele, essas são as mais requisitadas pelas pesquisas, todo mundo é encantado com elas. Então, a gente começa a caminhada do nosso enredo, o conhecimento dele sobre o continente africano, o continente europeu, já ele foi convidado pela Coroa Portuguesa para poder vir para o Brasil. Era uma missão que tinha a ideia de trazer o neoclassicismo para o Brasil, que já vinha há muito tempo com o Barroco, com os jesuítas. Os jesuítas vão e eles chegam à missão e começam a modificar a arquitetura no Rio de Janeiro, começam a mudar as características da cidade e sair do barroco para o neoclássico”.

Setor 2: “Com isso, a gente vai mostrando a evolução do comércio. Aí chega a influência de mercador chinês, árabe, judeu, cada um com sua área. O judeu tinha uma área de venda de utensílio para a cozinha, panela de cobre, talheres, já o árabe vendia utensílio para costura, linha, agulha, alfinete, fita métrica, para poder trabalhar esse momento. O chinês trazia os tecidos, e a gente tinha o nosso o Caxeiro Viajante, que era o que viajava no lombo do burro e que transportava tudo que ele vendia, era um comércio de quinquilharias, vamos dizer assim. Com essas influências a gente criou as nossas feiras livres, que era a banquinha que eles colocavam tudo isso, que depois foi se transformando e virou os mercados que a gente tem espalhado pelo país. A gente tem Ver-o-peso, que tem mais de 400 anos, que é no Pará, a gente tem o Mercado Municipal de São Paulo, a gente tem o de Belo Horizonte, Então, a gente fala desse momento dos mercados numa alegoria. A gente mostra o mercado modelo na Bahia, tudo isso é influência desses mercadores, junto com o que a gente já tinha com os nossos escravos, com a influência africana, e foi evoluindo até a criação do mercado”.

Setor 3: “Após isso, a gente já começa uma viagem para os tempos modernos, indo para o grande problema das grandes cidades, que culminou no Rio de Janeiro. A Guarda Municipal tinha que botar ordem na cidade, e virou o grande bicho papão desse camelô. Com esse problema, a gente desenvolve o enredo, mostrando tudo. Tem o cara que vende no plástico, com a cordinha, porque ele quer escapar do rapa, começa e vai funcionando, mas precisa de uma ordem. E essa ordem vem com a ideia de construir o Camelódromo. A gente fala dos produtos piratas, os produtos dos sacoleiros, que compravam no Paraguai e traziam, coisas do cotidiano. Mostra também o Mercadão de Madureira no final. A gente mostra que o forte lá é a procura por produtos religiosos. Temos um carro que tem um trem que leva da Central até Belford Roxo, sede da escola. Então, a gente passa por todos esses mercados que também movimentam o mercado ambulante, o mercado das feiras livres. Também falamos do Silvio Santos, que já na época do problema com a Guarda Municipal, ele vendia na hora do almoço deles, do Rick Chesther, que ficou tão famoso e foi fazer até palestra nos Estados Unidos, do Anísio, presidente de honra da Beija-Flor, que foi camelô, vendedor de bala. Depois foi para o jogo do bicho e se tornou importante para o nosso carnaval. O crescimento do espetáculo, em grande parte, é graças a ele, junto com os demais que fizeram parte da Liga. A gente faz essa homenagem”.

Império Serrano promove o primeiro ensaio técnico carbono zero da história do Carnaval

Pioneiro na criação de uma diretoria voltada para sustentabilidade, o Império Serrano vai inovar em seu ensaio técnico, no próximo sábado. Antes de rasgar o chão Marquês de Sapucaí com a força da sua comunidade, o Reizinho de Madureira vai apresentar o certificado de compensação de carbono do evento. Esta ação inovadora é viabilizada pela Atmmos.io, uma start-up emergente no cenário de inovação social carioca, especializada em soluções de sustentabilidade.

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Com o apoio da empresa no ramo de tecnologia verde, o Império Serrano vai compensar as emissões de CO2 geradas pelo transporte dos participantes e pelo uso de energia elétrica durante a apresentação na Passarela do Samba.

Este evento reflete a vitalidade e criatividade do mercado de inovação do Rio de Janeiro, mostrando o espírito inovador do Império Serrano e da Atmmos.io. Juntos, as entidades estão redefinindo a abordagem de eventos culturais, harmonizando tradição com responsabilidade ambiental.

Segundo Diego Carbonell, diretor de sustentabilidade do Reizinho, a parceria será fundamental para essa nova visão da escola para as causas ambientais.

“Essa ação de compensação é um primeiro grande sinal de que o Império Serrano vem muito forte em suas iniciativas relacionadas à estratégia de sustentabilidade. Temos certeza que a visibilidade dessa ação impactará positivamente na conscientização, não só dos imperianos, mas de todo povo do samba”, disse.

Já para Augusto Veríssimo, CMO da Atmmos, a parceria é um reflexo da inovação e do potencial do Rio como um emergente no polo de tecnologia verde.

“Na Atmmos.io estamos orgulhosos de fazer parte desta transformação, trazendo soluções em sustentabilidade desenvolvidas aqui, no coração do Rio. Esta colaboração não é apenas um passo em direção a um futuro mais verde, mas também um exemplo de como a inovação local pode impactar positivamente a tradição e a cultura”, afirmou Augusto.

Os créditos de carbono viabilizados pela Atmmos.io beneficiam o projeto de conservação Jari Amapá na Amazônia, promovendo a proteção ambiental e o apoio às comunidades locais. Esta iniciativa não só compensa a pegada de carbono do Império, mas também lhe confere o selo ‘Compenso Carbono’, um símbolo do seu compromisso com um futuro mais sustentável e verde.”

No Carnaval 2024, o Império Serrano vai apresentar o enredo “Ilú-ọba Ọ̀yọ́: a gira dos ancestrais”, do carnavalesco Alex de Souza. A escola vai saudar os orixás, grandes reis e rainhas do Império de Oyó, seguindo a ordem do ritual do xirê.

Unidos de Padre Miguel ensaia nesta sexta na Guilherme da Silveira

Focada em seu desfile no dia 10 de fevereiro, a Unidos de Padre Miguel fará mais um ensaio de rua nesta sexta-feira, véspera de feriado de São Sebastião. Com concentração a partir das 20h, a direção convoca toda comunidade e segmentos do Boi Vermelho para mais um treino de harmonia e evolução, desta vez na Guilherme da Silveira, em Padre Miguel.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Em 2024, a Unidos de Padre Miguel levará para a avenida o enredo “O Redentor do Sertão”, de autoria dos carnavalescos Edson Pereira e Lucas Milato. Vice-campeã em 2023, a vermelha e branca da Vila Vintém será a quinta agremiação a desfilar no sábado de carnaval, pela Série Ouro, do Rio de Janeiro, em busca do tão sonhado título e o acesso ao Grupo Especial.

Mocidade fecha parceria com empresa de tecnologia para o Carnaval 2024

A Caju Benefícios, empresa de tecnologia que oferece benefícios e soluções para RHs, fechou uma parceria inédita com a Mocidade Independente de Padre Miguel para o Carnaval 2024. Esta é a primeira ação da empresa em patrocínio de eventos para além do público B2B. Com a parceria, a Caju visa expandir a presença da marca para todo o Brasil através de uma experiência e narrativa conectada ao propósito da empresa – de levar sabor à vida profissional. Assim, busca se conectar com a audiência de forma leve e fluida e romper os padrões das comunicações de marca B2B.

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Foto: Divulgação

Com o enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá!”, a escola do carnavalesco Marcus Ferreira irá contar na Sapucaí tudo sobre a fruta do cajueiro, com suas histórias, curiosidades e lendas. O samba-enredo da verde e branco, que tem entre os compositores Marcelo Adnet, é um dos mais ouvidos nos canais oficiais do carnaval carioca e crescendo nas paradas dos streamings musicais – no Spotify, por exemplo, foi número 1 no Rio de Janeiro na última semana do ano e agora está na lista das músicas mais virais do Brasil.

A Caju entende a parceria como uma oportunidade única e autêntica para celebrar o carnaval de 2024 e engajar com os “cajuzetes”, como são chamados as centenas de milhares de usuários da Caju. “Hoje, temos mais de 30 mil empresas de todos os cantos do Brasil utilizando nossos produtos, em especial o cartão de multibenefícios. A brasilidade é muito presente nas nossas comunicações e no tom de voz, e sabemos que muitos dos nossos usuários se identificam com a gente por conta disso. Nada mais justo, então, do que aproveitarmos a maior festa brasileira para nos aproximar deles. O gancho com a Mocidade, que este ano tem como tema do samba-enredo o caju, foi a oportunidade perfeita”, diz Mariana Hatsumura, CMO da Caju.

Para Bryan Clem, diretor de marketing da Mocidade, a parceria casou perfeitamente com o enredo da agremiação. “Estamos muito felizes e satisfeitos com a parceria com a Caju Benefícios. A Mocidade fala sobre o Caju e a marca tem toda identidade aliada a nossa estratégia digital. Tenho a certeza que agregaremos muito mais na campanha deste samba, que virou hit do verão”, destaca.

Ativações da parceria

Para a parceria, os mascotes da Caju e da Mocidade farão uma série de conteúdos que serão publicados nas redes sociais. “É uma maneira de conectar a tradição do Carnaval, festa centenária, com toda a identidade e brasilidade que temos na nossa empresa”, diz Hatsumura. A Caju também estará presente no ensaio técnico da Mocidade que acontece no domingo na Sapucaí.

A Mocidade Independente de Padre Miguel será a primeira a entrar na Sapucaí na segunda-feira, dia 12 de fevereiro de 2024. Saiba mais sobre o desfile de 2024 neste link.