Na noite deste último sábado, o Uirapuru da Mooca realizou o seu ensaio técnico visando o Carnaval 2024. Foi um treino que começou tudo certo, mas depois que a escola passou pelo recuo, caiu aquele típico temporal paulistano. Porém, em análise, foi algo regular. Dá para destacar positivamente somente o casal de mestre-sala e porta-bandeira, que teve um desempenho correto e se mostrou totalmente entrosado. Principalmente a porta-bandeira, que segurou o pavilhão com o forte vento que fazia. Os demais quesitos, tiveram desempenho médio ou com falhas.
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O Uirapuru terá somente este ensaio e o enredo é “Da Estrela Guia Que Brilha No Céu, Vem Aí, A Mocidade Independente de Padre Miguel”, com realização do carnavalesco, Antônio Carlos Ghiraldini.
Comissão de frente
A ala fazia movimentos dentro do samba-enredo, que remete aos principais momentos da verde e branco da Vila Vintém. Os componentes estavam vestidos de roupas curtas, sendo vestidos ou somente saias nas cores tipo rosê. Entretanto, em alguns momentos do samba ficava um tanto confuso, pois não havia coreografia em alguns versos. Os componentes simplesmente caminhavam ou paravam.
O ponto alto da coreografia é o refrão do meio, onde os integrantes fazem o movimento de batendo o tambor. A estrofe cita o mestre André e a bateria “Não Existe Mais Quente”, da Mocidade.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Foi o destaque do ensaio do Uirapuru. O casal Anderson Guedes e Pâmela Yuri, performou de maneira satisfatória. Os movimentos sincronizados e a coreografia dentro do samba, mostraram que estão totalmente ensaiados. A porta-bandeira não tirou o sorriso do rosto e realmente teve um grande desempenho.
No momento já fazia uma grande ventania, mas Pâmela teve uma grande força para segurar o pavilhão e não deixar a bandeira enrolar. Foi um ensaio ‘redondo’, que pode ser destacado entre os demais quesitos.
Harmonia
Já o canto da escola é um destaque negativo. Nitidamente a maioria dos componentes ensaiaram sem saber cantar o samba. Até tentavam, mas saía um verso ou outro. Essa situação só foi melhorar nas últimas alas da escola. Curiosamente a ala das baianas era a que mais cantava no primeiro setor do treino. Curiosamente, a ala das baianas sabia melhor a trilha-sonora do que as próprias alas comerciais. O quesito harmonia é um ponto para a agremiação ficar de olho.
Evolução
Se o canto não funcionou, pelo menos os componentes tentaram fazer valer o ensaio na base da empolgação com a dança. As primeiras alas tinham coreografias especiais e foi funcional. Aliás, a escola aparentemente vai apostar bastante neste tipo de estratégia, pois até fechou o treino com uma ala coreografada.
Dentro dessa evolução, a maioria das alas carregavam bexigas nas cores das alas, o que dava um contraste maior dentro da pista.
Samba-enredo
É um dos sambas mais bem requisitados do Grupo de Acesso II. O enredo é uma homenagem à Mocidade Independente de Padre Miguel e conta tudo sobre a escola. A fundação no futebol, principais enredos, invenção de paradinhas e cita mestre André, por exemplo. Além de ter uma melodia alegre.
O intérprete André Ricardo teve uma performance satisfatória junto aos demais apoios. O cantor é experiente e também faz parte do time musical do Tatuapé.
Outros destaques
A bateria ‘Moocadência’, regida por Murilo Borges, soltou bossas estratégicas. Optou por fazer um ensaio marcando o samba-enredo.
Como foi citado anteriormente, a ala das baianas teve uma performance no canto que sobressaiu as demais alas do primeiro setor. As mães do samba estavam vestidas com branco na frente e detalhes em azul e amarelo, que são as cores da agremiação.
O Amizade Zona Leste entrou na pista no fim da tarde de sábado, e com um clima de Rosas de Ouro na pista, afinal, o enredo é “Eduardo Basílio — Um Mar de Rosas de Ouro. Do Quilombo da Brasilândia para o Mundo”. A agremiação só volta ao Sambódromo do Anhembi no dia do desfile, quarta escola a desfilar no dia 3 de fevereiro. O ponto de destaque para a agremiação foi o canto nas paradonas realizadas pela bateria Batucada do Amizade.
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Mestre-sala e porta-bandeira
Casal Maria Cristina e João tem a intensidade do mestre sala e a tranquilidade e elegância da Maria, conseguiram conectar os giros, com sorriso no rosto, cantando o samba. É um casal montado para esse ano de 2024, e passou com tranquilidade pela pista. É curioso ver que João tem se adaptado bastante com a nova porta-bandeira, mudou um pouco de estilo sem perder sua intensidade, mas adequou. Neste primeiro ensaio técnico, fizeram os atos necessários, os giros horário e anti-horário, bem verdade que um ritmo mais cadenciado, porém conectados e sincronizados. Destaco também a energia de ambos na pista, e como já citado, o canto.
Samba-enredo
É um samba-enredo muito fácil e bem gostoso de ser escutado, tem momentos de explosão, “Quem brilha no céu, a estrela mais linda, Eduardo Basílio, o samba é você. E a zona leste em azul e rosa, aplausos para te agradecer”, ou o outro refrão que é “se você não conhece, venha conhecer “. Venha colher rosas, ver o sol nascer”, ambos momentos tiveram bom desempenho da comunidade. A ala musical de Audato Jr e Eliezer PQP corresponderam muito bem, conduziram o samba do início ao fim com leveza, a melodia funcionou bem no Anhembi, e deu para sentir o público gostando do que estava escutando enquanto o Amizade passava.
Harmonia
São dois pontos a serem frisados, a agremiação da Zona Leste cantou. Mas a explosão só veio nos refrões, e geralmente conduzida pela Batucada do Amizade que parou para sentir o canto, de fato correspondeu. Mas diria que é preciso ter uma maior regularidade neste canto durante o desfile. A ala mais alegre era a última, uma energia muito grande, mesmo que com passos marcados, afinal era ala coreografada. Escola sempre aplaudindo no ‘aplausos para te agradecer’ e respondia em outros momentos que o samba pedia. De fato, é uma escola que vem bem compacta e com alguns passos marcados. Não contém tantos integrantes, mas tinha alas com camisas da Rosas de Ouro, ou seja, muita gente da agremiação comandada por Angelina estará na pista no dia 3 de fevereiro.
Evolução
É uma escola muito compacta, e como citado acima, não veio com tantos integrantes, portanto facilita e muito o trabalho da evolução. É uma escola que desfila com muita organização, evita deixar qualquer espaço e conseguiu completar assim. Ao mesmo tempo, não é tão leve, pois cumpre o ritmo exigido pela agremiação, e tem muitos passos marcados. Bem verdade que foram trabalhados, mas era legal os componentes terem um pouco mais de leveza na ala, curtirem mais o carnaval. Mas olhando o quesito e julgando ele, repito, foram muito bem, passou pelo Anhembi com 49m58s, quando fechou o portão sem risco algum.
Comissão de frente
A comissão de frente, comandada por Márcio Akira, estava dividida, uma parte vestida de rosa, mais precisamente cinco componentes, e a outra parte de azul. A turma rosa saia do elemento sambava e aplaudia no trecho ‘aplauso para agradecer’, em passos de malandro à frente do elemento. Em um momento viam os de azul e dançavam juntos em dupla. Porém neste ano, uma das duplas de azul não teve companheiro. As cores e a dança estavam representando o passado e o futuro. A apresentação de fato era longa, tinha momentos da turma de azul, outro da de rosa, e por fim juntas, mas teve essa questão de uma das duplas na hora da mistura do azul e rosa, ficar sem companheiro, não pareceu proposital, pois ficou solto neste momento da coreografia.
Outros destaques
A bateria comandada por Vinícius Nagy ousou nas paradonas até para testar o canto da agremiação. Foram algumas registradas, a primeira com 17 minutos, a comunidade cantou bastante, na parte do Eduardo Basílio, em 21 minutos pararam novamente. Depois com 29 minutos novamente no recuo. Outra paradona aos 37 para os 38, a escola cantou bastante. Por fim, aos 42 minutos, a bateria correspondeu no canto, a escola já estava no penúltimo setor. A bateria não veio com tantos ritmistas, pelas contas foram dez fileiras.
A presidente Angelina, da Rosas de Ouro, estava presente na frente da escola, sempre muito carinhosa e interativa, veio logo à frente da faixa em homenagem ao Eduardo Basílio.
A corte do Amizade é grande, e muito simpática, a rainha Katharina Monteiro, a madrinha Vanessa Oliveira, a princesa Nathalia Ferreira, ainda tem o destaque Gabriel e uma princesinha, criança que esbanja alegria. Vale destacar também a ala de inclusão social da escola, que contém cadeirantes desfilando junto com acompanhante.
A Torcida Jovem realizou seu segundo ensaio técnico programado no último sábado em preparação para seu desfile no carnaval de 2024. O samba-enredo foi o grande destaque do treinamento, que se encerrou aos 53 minutos. A TJ será a segunda agremiação a se apresentar no dia 11 de fevereiro pelo Grupo de Acesso 1 de São Paulo com o enredo “Raiz Afro Mãe, Meu Brasil Bantu”, assinado pela comissão de carnaval composta por Bambu, China, Deko, Evandro, Jefferson Silvano e Raposa.
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Os alvinegros optaram por abrir mão do primeiro treinamento geral ao qual teriam direito para praticar quesitos específicos e precisou encarar uma desafiadora chuva, que caiu com força pouco antes da escola entrar na Avenida e não parou até o fechamento dos portões.
Comissão de frente
A comissão de frente da Torcida Jovem fez uma apresentação de um único ato dentro de uma passagem do samba. Havia uma divisão em dois grupos, sendo um mais à frente formado por cinco mulheres e outro logo atrás formado por quatro atores e quatro atrizes.
O não-uso de um elemento alegórico e de fantasias dificultaram identificar o significado da coreografia. Os dançarinos, porém, demonstraram boa sintonia entre si, não cometendo nenhuma falha visível dentro do que era possível compreender.
Mestre-sala e Porta-bandeira
A equipe do site CARNAVALESCO errou ao fazer a análise da atuação do casal de mestre-sala e poeta-bandeira Kawê Lacorte e Nathália Bete, da escola de samba Torcida Jovem, em crônica publicada sobre o ensaio técnico da agremiação realizado no dia 20 de janeiro no Sambódromo do Anhembi.
O texto informa erroneamente que Kawê e Nathália mudaram os planos em relação ao ensaio e que não executaram elementos básicos previstos pelo regulamento dos desfiles das escolas de samba, citando especificamente os giros horário e anti-horário. Assim como consta em registro em vídeo publicado pelo próprio site CARNAVALESCO, a prática não apenas dos movimentos citados como de todos os elementos obrigatórios exigidos pela dança foram sim executados, caracterizando assim uma falha grave de análise cometida pela equipe.
O site CARNAVALESCO vem a público pedir desculpas aos artistas Kawê Lacorte e Nathália Bete e à escola Torcida Jovem pela informação publicada de maneira equivocada.
Harmonia
Um desempenho preocupante do canto da comunidade, o qual a Torcida Jovem precisará analisar o quanto a chuva pode ter impactado. Dona de um dos melhores sambas do carnaval paulistano em 2024, a escola parece estar com problemas para fazer com que esse trunfo se converta em um coral ao longo da Avenida. Nenhuma ala teve um canto de grande destaque, com algumas vindo com um grande número de pessoas em total silêncio, como foi o caso da ala identificada como “Cosme e Damião”.
Evolução
A evolução foi outro quesito problemático para a Torcida Jovem. Os casais de mestre-sala e porta-bandeira por vezes abriam espaços amplos, deixando clarões ao longo da pista, além da ala que vem logo atrás do carro abre-alas ter demonstrado um leve efeito “sanfona”, abrindo e fechando um espaço notável mesmo com destaques à frente. O recuo da bateria também não foi bem executado, com a ala que vinha em seguida demorando demais para preencher o espaço aberto pelos ritmistas.
Samba-enredo
O samba da Torcida Jovem é um primor de riqueza poética e vigor dignos de enredos marcantes que já passaram pelo carnaval brasileiro sobre a cultura bantu. Voltando a comandar uma ala musical, o intérprete Vaguinho demonstrou que o tempo fora só causou saudades aos sambistas, tendo um desempenho comparável aos grandes momentos de sua carreira. A chave para a TJ superar os problemas dos outros quesitos pode estar em se inspirarem na rica obra que a escola possui.
Outros destaques
A bateria “Firmeza Total” comandada por mestre Caverna contribuiu ainda mais para a beleza do samba da Torcida Jovem. Com bossas bem aplicadas ao longo de toda a obra, em especial nos refrões, os ritmistas fizeram do ensaio técnico uma digna apresentação de uma orquestra, mostrando que o segmento musical da escola está preparado para dar conta da missão que a TJ possui no carnaval de 2024.
No segundo ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi, a Sociedade Rosas de Ouro passou por uma chuva intensa na concentração e quando entrou na pista permaneceu. No outro ensaio, já tinha sofrido, mas com o forte sol que gerou mal-estar em componentes. Mas a escola superou o tempo, e melhorou quesitos como evolução e canto. A Roseira volta para a pista em terceiro ensaio técnico na quinta-feira, dia 25 de janeiro, feriado de São Paulo. O desfile acontecerá na sexta-feira, 9 fevereiro, e será a última agremiação na pista com o enredo “Ibira 70 – A Rosas de Ouro é São Paulo no Carnaval 2024”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Menezes.
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Mestre-sala e Porta-bandeira
Mesmo com a pista molhada, o casal Isabel Casagrande e Uilian Cesário passaram muito bem pelo Anhembi. O principal deles é a sincronia, e seguido do sorriso, ou seja, mesmo com o tempo sendo um adicional que atrapalha na dança. Conseguiram superar mais esse desafio, outro ensaio foi o sol intenso, e desta vez a chuva com direito a vento. Mas claro que foram com ressalvas devido a pista molhada do Anhembi, como o mestre-sala, Uilian relatou para o site CARNAVALESCO.
“A ideia era puxar e continuar trazendo dança, mesmo com o impacto da chuva. A pista estava muito molhada, precisei segurar bastante. Dentro do que nos organizamos, dentro do que planejamos, foi um ótimo ensaio”, e a porta-bandeira Isabel complementou: “Não foi fácil. Passar no Sol também não foi fácil, mas, na chuva, o problema é escorregar. Tomamos cuidado, em alguns momentos quase escorregamos, mas, no final, deu tudo certo. Conseguimos fazer toda a coreografia, dançamos numa boa… foi bom”.
Em relação ao desafio que o casal passou nos dois ensaios técnicos, Isabel relatou sobre estarem preparados: “Sim! No dia, tudo pode acontecer. É melhor que muito calor ou chuva aconteça antes – aí, pelo menos, já temos alguma noção. Para fazer a coreografia e passos, no calor falta respiração e podemos passar mal… na chuva, tudo muda – o chão molhado sobretudo. Já temos alguma noção agora para, no dia, já estarmos preparados”.
O mestre-sala Uilian que chegou na Roseira recentemente comentou sobre os desafios nos dois ensaios técnicos: “Temos enfrentado muito impacto no meio ambiente de forma geral. Chuva, muito Sol… mas, hoje, fiquei muito mais tranquilo. Mesmo com o impacto da chuva e com o chão mais escorregadio, consegui descer muito mais seguro justamente porque estávamos muito mais familiarizados com esse clima”.
Evolução
O cronômetro marcou que o ensaio técnico teve 1h03m39, mediante a chuva que passou pela pista do Anhembi, e também a ousadia da bateria, o que é muito bem-vindo para o carnaval, fluiu muito bem. A agremiação teve problemas na evolução no primeiro ensaio, mas devido ao calor intenso e pessoas passando mal nas alas, foi forçada a fazer ajustes já na pista. Desta vez, mesmo com chuva, a agremiação veio compacta, acertou o que era necessário, e passou tranquilo. A visão do diretor de carnaval, Evandro do Rosas, foi justamente essa em relação ao trabalho.
“Conseguimos evoluir da semana passada para essa, enfrentando aí, sol, chuva, e hoje a escola veio mais compacta, mais coesa, com canto mais forte. Então o trabalho que estamos fazendo lá na quadra está começando a dar resultado que a gente esperava”.
Harmonia
A agremiação aprendeu a cantar o samba, e tem levado assim, com certa leveza, uma ala que demonstra isso é a ‘Roseira Real’, leva com alegria e canto na ponta da língua. Claro que a chuva prejudicou, mas neste caso faz parte do jogo, afinal pode chover durante o desfile e é preciso ter o canto forte. A Rosas tem pontos a trabalhar ainda, mas deu para sentir uma escola que está com o samba cantado. Tem alguns passos marcados, mas que funcionam, como no trecho do samba ‘nasce com as flores’, e a galera sobe as bexigas que usam ou o artefato usado em cada ala. Também tem a parte de ‘erguer a mão para os céus’. A escola também teve um espaço para tripé, e uma galera com roupa de basquete, com bola de basquete, teremos o jogo na pista do Anhembi?
Ressaltando o canto da agremiação como o ponto alto do ensaio, o diretor de carnaval da Roseira, Evandro disse: “Durante a semana fizemos reuniões, e temos um ensaio específico antes do ensaio de sexta com as alas, então conseguimos melhorar a qualidade do nosso desfile”.
Comissão de frente
A comissão de frente da Roseira é bem interativa e com momentos que geram muita curiosidade. Vemos diversos atos, em momentos aparentam estar em brincadeiras. Um dos pontos marcantes é quando uma das componentes pula do elemento alegórico no colo dos outros componentes, e mesmo em meio à chuva, foi para o salto, que claro, funcionou, para delírio do público na Monumental, depois saia dançando e cumprimentando todos. Em sequência um casal saudava o público e junto três crianças. É uma apresentação cheia de momentos, interações, referências para o Ibira, acredito que uma delas seja em relação aos esportes. Sabemos que a comissão de frente no ensaio técnico esconde muito o jogo, então, aguardamos, mas é fato que um período dança na parte de cima, saúdam público, sentam no elemento.
Samba-enredo
A Rosas de Ouro aprendeu como trabalhar o samba-enredo junto com a comunidade, a ala musical comandada por Carlos Junior tem méritos no trabalho desenvolvido. Ainda que em certos trechos do samba, ainda tenha que adaptar os cacos pelo nível de exigência. É um samba que necessita de cuidados e toda ala de canto está trabalhando nele, o resultado em relação a harmonia já é notório, pois tem funcionado junto a comunidade. Dentro da ala musical precisa de ajustes em momentos como no trecho: “Rosas, pra comemorar, cantar pra você”. O intérprete Carlos Júnior conversou com o site CARNAVALESCO após ensaio técnico e fez sua avaliação.
“Tivemos dois ensaios em que tivemos conflito com a natureza, no primeiro ensaio pegamos um sol ardido e no segundo pegamos chuva, mas a alegria do povo continua a mesma. Eu acho que a Rosas de Ouro vai ter um trabalho de superação muito grande. Eu não posso dizer tecnicamente porque eu não vejo todas as alas, se as alas tão cantando ou não. Hoje eu me reservei mais em ver o meu carro de som, então fiquei ali de análise do meu carro de som, mas eu acredito que pela alegria do Osmar, que é o nosso líder maior, aconteceu alguma coisa de bom hoje e se tem alguma coisa pra arrumar, deve ser detalhes. É lógico, na disputa tem escolas que já estão prontas, mas treino é treino e jogo é jogo, então a gente tem mais um treino dia 25 e tem mais outro dia 28 lá na rua. Eu acredito que nesses dois treinos a gente vai arrumar o que falta. O Rosas é uma escola formada, é uma escola que tem um nome e sabe do que ela necessita. Ontem a gente fez um grande ensaio dentro da quadra, então eu acredito que a gente já sabe o que tem que fazer e aonde tem que chegar. Agora, a gente não sabe como é que tá os adversários. Às vezes a gente olha para dentro da garrafa, mas não olha para o rótulo do lado de fora. É o que eu falo para o pessoal que eu conheço porque eu estou chegando agora na escola e falo para o meu pessoal que eu tenho mais intimidade. Não adianta a gente olhar para dentro da garrafa. Precisamos olhar para o rótulo e fazer um rotulozinho melhor que o dos caras, e aí vamos para as cabeças”.
Outros destaques
A bateria comandada por mestre Rafa, famosa “Bateria com Identidade”, sempre ousada e abusando das bossas, está em sintonia fina com o samba-enredo, sustentando bastante e trazendo a comunidade para o canto nos momentos certos. Na hora do recuo, aquela tradicional brincadeira de entrar por lá e voltar à pista, sem deixar espaço, mas claro, tem seus riscos, passou sem problemas e o público gosta de ver. Outro momento foi já saindo da pista, com 1h01 marcando no relógio, a bateria soltou bossas e levantou a galera que estava na parte final do Anhembi. Destaco também o desenho de chocalhos que sempre apronta, é muito interativo, faz coreografias, vem com look diferente, e tem uma importância no andamento do samba.
A presidente Angelina a frente da escola com um vestido colorido homenageando o abre-alas que será a floresta encantada no Ibirapuera, no outro ensaio veio de pipoqueira. Muita alegria, é sempre uma personagem à parte, e vale destacar sua educação, carinho, com todo o público presente, mandando coração, dando tchauzinho, a galera vai a loucura.
Destaco também as destaques de chão da Roseira, Thaís Bianca, Nathany Piemonte, Alessandra Vania, a recém mamãe Fernanda Catanoce, são personalidades, simpatia e samba no pé de todas elas. A rainha Ana Beatriz Godoi veio no look da árvore de natal do Ibira. A temática obviamente está muito presente na agremiação.
A Independente Tricolor realizou seu segundo ensaio técnico no último sábado no Sambódromo do Anhembi em preparação para o carnaval de 2024. O forte canto da comunidade foi o principal destaque de um treinamento de alto nível. Os tricolores serão a quarta escola desfilar na sexta-feira dia 9 de fevereiro pelo Grupo Especial de São Paulo com o enredo “Agojie, a Lâmina da Liberdade!”, assinado pelo carnavalesco Amauri Santos.
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O ensaio dos tricolores foi marcado por um conjunto praticamente irretocável, embalado por um dos melhores sambas da temporada. A quantidade de acertos em todos os segmentos faz com que as expectativas em torno do desfile da Independente se elevem ainda mais, levando em consideração o já bom desempenho no treino geral da semana anterior.
Comissão de frente
A comissão de frente realizou uma apresentação em dois atos separados por passagens do samba e é composta por dois grupos de mesmo tamanho, um masculino e outro feminino, com uma atriz como protagonista.
No primeiro ato, os dois grupos atuam juntos enquanto a personagem principal fica dentro de um pequeno elemento alegórico que ainda não estava adereçado. A dança dessa parte inicial é em um ritmo forte. Na etapa final, os homens retiram partes da cenografia que lembram escudos, a protagonista enfim se liberta e passa a liderar uma dança com as outras mulheres. Uma atuação impactante embalada pelo animado samba que promete chamar a atenção do público logo no início da apresentação da Independente no dia do desfile oficial.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Elegância e confiança foram as marcas da apresentação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Independente, formado por Jeff Antony e Graci Araújo. A confiança que a dupla tem um no outro fica clara na execução de giros belos e cravados com vigor e ousadia, sempre respeitando os elementos exigidos da dança. O desempenho impecável do quesito é motivo para animar os tricolores quanto ao dia do desfile oficial. A pista molhada pela chuva, que costuma ser um desafio ingrato para os casais, foi um desafio superado por Jeff e Graci. A dupla falou sobre como foi encarar a intempérie.
“Nós viemos preparados! Nós faríamos o ensaio com fantasia, mas por conta da chuva viemos com o plano B. Para ter essa segurança, estamos com sapatos antiderrapantes. Vimos os casais que passaram e estávamos em prantos por eles. Sabemos que não é fácil, e entramos na Avenida inseguros quando é assim. No decorrer do ensaio sentimos a pista, fomos nos equilibrando, sentimos segurança no sapato e o recado foi dado. Saímos muito felizes, com sensação de dever cumprido”, disse Jeff.
“No começo fizemos mais giros de contratempo, até para entender até onde poderíamos seguir com passos que tem uma condução mais avançada. Eu consegui sentir bastante confiança, só quero ver depois a tinta no cimento, sentir confiança para descer bem. Pegamos apenas garoa, nada de chuva torrencial, então hoje, conseguimos passar conforme o planejado”, afirmou Graci.
A dupla também fez uma relfexão acerca do desempenho geral, apontando os êxitos obtidos ao longo do ensaio.
“Estávamos ansiosos por esse ensaio para saber onde seria delimitado o recuo para a gente, e calhou muito de ser próximo do terceiro jurado. Nesses últimos ensaios, estamos nos preparando para cair em um campo de visão. Conseguimos fluir com a dança em um campo de visão no recuo, e depois emendar em um quarto jurado e saindo inteiro”, disse Graci.
“A gente também fala de sair feliz porque não é fácil desfilar com a pista muito molhada, a gente entra com insegurança. No decorrer da pista, fomos criando essa segurança e pensamos que não era a chuva nem nenhuma adversidade iria destruir o trabalho que está sendo com garra, amor e valentia. Nossa comunidade é guerreira, nós somos e nós merecemos esse momento. Estamos muito, muito felizes”, concluiu Jeff.
Harmonia
A Independente Tricolor chegará para o carnaval de 2024 tendo a própria comunidade como uma forte aliada para suas pretensões. O canto vigoroso foi notável em todos os setores da escola, destacado especialmente pela espontaneidade dos animados desfilantes. O samba é fácil de ser compreendido, fazendo da harmonia dos tricolores um coral bonito de se apreciar. A diretora de carnaval Luciana Moreira fez uma análise geral do desempenho da escola no ensaio.
“Achei que a escola se entregou. Chegamos aqui embaixo de uma mega chuva, não sabíamos como ia ser. Não sabíamos se as pessoas viriam ou não, mas a escola chegou, os pontos principais para melhorar do ensaio anterior para esse a gente conseguiu suprir. É isso, fizemos o trabalho. Para nós foi válido mesmo com chuva”, declarou.
Luciana avaliou os pontos de progresso em relação ao ensaio técnico da semana anterior.
“O que melhorou e como trabalharam na semana. Domingo não tivemos ensaio, pós-ensaio técnico, fizemos reunião na semana, na quarta fizemos reunião de estratégia e planejamento, algumas coisas para poder melhorar e graças a Deus fluiu”, apontou.
A diretora celebrou a participação dos componentes como o ponto alto do ensaio da Independente Tricolor.
“Ponto alto é sempre nossa energia e o nosso samba, os componentes gostam muito, a gente incorpora a energia do enredo e vai dar certo”, completou.
Evolução
O cortejo da Independente Tricolor no geral teve uma boa atuação. As alas tiveram boa separação umas das outras e não houveram aberturas de espaçamento ou efeito sanfona ao longo de toda observação. O único momento em que cabe uma ressalva foi na hora do recuo da bateria. A pequena ala à frente dos ritmistas da “Ritmo Forte” foi um tanto “espremida” na hora da manobra, com direito a alguns esbarrões entre os componentes das duas alas, em uma movimentação perigosa que não pode ocorrer no dia do desfile. A possível causa dessa falha pode estar no pequeno espaço aberto para a execução do recuo, já que o agrupamento diante da bateria ainda estava em cerca da metade da distância percorrida diante da área dos boxes, dificultando desnecessariamente a manobra.
Samba-enredo
O samba é aclamado como um dos melhores do Grupo Especial, e foi um dos principais responsáveis pelo ambiente acolhedor gerado pelo ensaio da Independente Tricolor. Versos fáceis de se cantar, que contam o enredo com didática e trazem a temática afro proposta pela escola de maneira alegre. O desempenho da obra ao longo de todo treinamento foi irretocável nas vozes da ala musical liderada por Chitão Martins, que garante que a chuva não atrapalhou o trabalho da comunidade.
“Nem um pouco! Nem cansada e nem desanimada. A chuva veio para lavar a alma, dar aquela refrescada naquele calor que pegamos na semana passada. A alegria contagiou tanto que até a chuva foi embora! Isso que é importante. A escola passou feliz, alegre, cantando, se divertindo. Bem melhor que na semana passada. Agora, a tendência é acertar os mínimos detalhes, se é que tem para acertar, para no desfile sair com o melhor resultado possível: o título”, afirmou.
O intérprete fez uma autocrítica em relação ao trabalho realidade e celebrou o progresso obtido desde o ensaio técnico anterior.
“A autocrítica desse ensaio técnico é a melhor possível. Semana passada ainda tinha o lance de não estarmos com o som da Avenida. O som sempre chega atrasado lá atrás, mas eu já tinha ficado feliz pela força do pessoal que vinha atrás do carro de som. Todos deram um feedback legal para a gente. Hoje consegui ver os erros que eu tive, passei com menos cacos, e olha que eu já tinha feito menos na semana passada, e hoje fiz ainda menos. Fiz mais na chegada do refrão, na virada do samba e cantei mais, que é o que vão querer da gente. A escola passou bem, o samba ajuda por ser para frente, é alegre, contagia quem está do lado. Agora, é só esperar o desfile e torcer para ser campeão do carnaval”, concluiu.
Outros destaques
A bateria “Ritmo Forte” liderada pelo mestre Cassiano Andrade demonstrou estar à vontade com o samba da escola. O comandante dos ritmistas da Independente Tricolor fez uma análise geral do desempenho do quesito no ensaio.
“A gente conseguiu corrigir, né? A gente fez três ensaios aqui, esse foi o terceiro. A gente fez um sábado passado e um na terça-feira. No sábado passado, a gente errou numa parada e na terça-feira a gente acertou naquilo que a gente errou no sábado. Aí erramos numa coisinha na terça, e hoje a gente já consertou. Pra mim, hoje, eu digo que a gente está preparado para fazer o desfile e entregar um bom resultado para a escola. Eu acho que a análise é essa. Quando você chega no último ensaio técnico, você tem que esperar no mínimo o 100% da sua rapaziada. Às vezes, uma coisa ou outra que você já pode meio que se precaver para o dia do desfile, que a gente tem alguns ensaios de quadra ainda que a gente pode acertar uma coisa ou outra que a gente vai vendo em vídeo e tudo mais”, declarou.
Questionado quanto a como ter um bom samba influencia nos trabalhos da bateria, o mestre fez questão de exaltar a obra que a Independente Tricolor possui para o carnaval de 2024.
“Quando o samba ajuda, cara, o mestre de bateria não precisa fazer muita coisa não. O samba ajuda, a bateria toca com vontade, você não precisa ficar o tempo inteiro com a mão para o alto quando o samba ajuda. É por aí mesmo, o samba ajuda, as bossas empolgam os intimistas. Cada bossa que você faz, cada virada, cada nuance que tem no meio do ritmo, isso empolga o intimista e faz com que a bateria não caia, faz com que o ânimo se permaneça do início ao fim. A bateria vem do início ao fim dando risada e isso para mim já vale bastante”, afirmou Cassiano.
O bom ambiente na bateria da Independente foi celebrado por mestre Cassiano ao falar do que mais gostou no ensaio.
“O ânimo, a felicidade. Para um mestre de bateria eu acho que só de ver a rapaziada tocando com vontade já vale tudo, já vale todo o esforço e o trabalho”, concluiu.
Desfilar sob chuva é sempre um temor para boa parte das escolas de samba. No último sábado, algumas agremiações tiveram que fazer ensaios técnicos em uma situação ainda mais desafiadora: com uma queda d’água bastante forte vinda do céu. Mesmo com boas chances de ter problemas em basicamente todos os quesitos, o Barroca Zona Sul se superou e teve uma bela exibição no Anhembi para defender o enredo “Nós nascemos e crescemos no meio de gente bamba. Por isso que nós somos a Faculdade do Samba. 50 anos de Barroca Zona Sul”, idealizado pelo carnavalesco Pedro Alexandre (o “Magoo”), que será o segundo a ser exibido na sexta-feira de carnaval – 09 de fevereiro. A verde e rosa terá mais um ensaio técnico, no dia 28 de janeiro, para confirmar a ótima fase da Harmonia – destaque da agremiação na apresentação deste final de semana.
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Harmonia
Antes de entrar na passarela, o Barroca já tomava uma forte chuva na Concentração. O ensaio técnico começou para valer e nada de parar de cair água do céu – e assim foi até o final da apresentação. Nada, entretanto, que fizesse com que o canto da agremiação sofresse alguma modificação e/ou passasse por algum desafio. Do começo ao fim, os componentes cantaram o samba-enredo com força e não demonstraram cansaço algum ao exaltar o Jubileu de Ouro da verde e rosa. O canto, por sinal, crescia ainda mais quando a Tudo Nosso, bateria da agremiação, realizava alguma convenção.
Na visão de Angélica Barbosa, diretora de carnaval da verde e rosa, episódios anteriores fizeram com que a agremiação já estivesse acostumada a situações climáticas adversas: “Depois da chuva que enfrentamos no carnaval 2023, a chuva que pegamos hoje foi uma garoa. A escola é forte e guerreira, já vem preparada para chuvas. Todas as vezes que chove, entretanto, não nego que fica um ar de apreensão. Hoje foi tranquilo, no momento mais forte da chuva outras escolas estavam próximas de entrar na passarela. Na nossa Concentração, já estava ‘apenas’ garoando. Para todos, foi uma garoa – e isso só ajudou”, pontuou.
Samba-enredo
Se a Harmonia correspondeu, também é importante destacar a composição entoada por todos no ensaio técnico. Elogiado desde o primeiro instante, a obra caiu no gosto do universo carnavalesco paulistano – e, como não poderia deixar de ser, de todos os componentes do Barroca. O orgulho em cantar os cinquenta anos de história da instituição parecem motivar cada desfilante, tornando cada passagem da verde e rosa uma ótima experiência.
A sensação foi semelhante a de Pixulé, intérprete da escola: “A chuva é um fator positivo! Parece que dá mais garra para a escola. É uma macumba diferente quando ela aparece”, comemorou.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Cada vez mais elogiados por quem acompanha o carnaval paulistano e, em específico, quesito tão técnico, Marquinhos Costa e Lenita Magrini tiveram mais uma noite de grande desempenho no Anhembi. Mesmo com a chuva e a passarela escorregadia, ele demonstrava muito samba no pé; ela, giros bastante rápidos; e, ambos, uma simpatia inabalável – com sorrisos escancarados e movimentos mais arriscados do que muitos outros casais até mesmo em pista seca. Vestidos inteiros de verde, a reportagem notou um leve escorregão da porta-bandeira no Setor C, mas rapidamente corrigido e sem deixar qualquer tipo de sequela – pelo contrário: parece que o episódio só deu ainda mais ânimo para ambos evoluírem de maneira muito desenvolta.
Após um desafio de tal monta, ambos se sentiram muito mais preparados para qualquer condição climática adversa. Lenita deu uma declaração forte: “A gente terminou a pista corrigindo o nosso primeiro ensaio. Hoje, acho que foi o melhor dos ensaios que a gente fez. Mesmo com a chuva, com alguns deslizes aqui e ali (porque a pista, querendo ou não, é mais lisa que o normal e eu não consigo desfilar sem salto, então às vezes acontece algo), foi redondo. Saímos pensando que dá para descer a passarela mais duas vezes”, enfatizou. Marquinhos optou por fazer uma comparação com um famoso piloto brasileiro: “Estou me sentindo igual ao Rubinho Barrichello. Lembra que falavam que ele era bom na chuva? Peguei chuva com Império, Vila Maria, Barroca, Rosas… na Concentração, a Roseli [Barbosa, coordenadora de casais do Barroca] lembrou que tivemos um acidente em 2020, enquanto balizávamos. Ela pediu para eu não dançar, mas a gente tem o sapato antiderrapante e eu senti que ele estava me dando segurança. Liguei o modo pneu de chuva e fui embora. Conseguimos descer na mesma frequência que pretendemos vir na pista, a apresentação nos quatro módulos foram perfeitas… foi para tirar o peso e saber que estamos prontos para o desfile”, relembrou.
Lenita aproveitou para pontuar uma série de situações que aconteceram nos últimos dias: “Com certeza nos sentimos mais preparados! Quando nossa coordenadora pediu para não dançarmos, é difícil acreditar. Se na pista chover, a gente tem que estar preparado. Esses são os testes. Vento em ensaio específico, chuvas, sem luz em um ensaio específico no Anhembi – logo, sem enxergar nem mesmo as mãos… tudo é um preparo. Isso tudo é muito vantajoso, já que estamos aptos a ir na pista de todas as formas. Hoje mesmo eu passei na ambulância antes do ensaio. Chutei uma madeira, tirei um tampo do dedo, ela jogou álcool e pediu para eu não colocar nada no pé. Cá estou eu com o meu salto”, rememorou. Por fim, Marquinhos destacou o quanto o espírito importa para a dupla: “As adversidades fazem parte da nossa dança, e nisso entra o controle psicológico. Estamos com a concentração naquele momento, já que pode acontecer qualquer coisa: algo da fantasia, um vento, algo que caia na pista… aconteça o que acontecer, temos que estar sorrindo para não transparecer nada – já que a primeira coisa que o pessoal vê quando tem algo errado é a sua cara: se aconteceu algo e você mudou sua feição, vão perceber”, refletiu.
Comissão de frente
Do primeiro para o ensaio técnico, a escola não teve grandes mudanças no quesito. O que foi notado foi a retirada dos imensos sacos plásticos pretos da estrutura do grande tripé – que veio com a estrutura à mostra. Nele, diversos componentes fazer uma coreografia que dura mais que uma passada do samba-enredo para encenar, sobretudo, a fundação e fatos importantes da história barroquense. Vale destacar o momento em que Ednei Mariano, muito provavelmente interpretando Pé Rachado (o mais conhecido fundador da Faculdade do Samba), samba junto com alguns outros dançarinos – movimento que, durante a chuva, não é simples de ser executado; e foi feito com primor. A roupa utilizada também teve uma alteração: no segundo ensaio técnico, os componentes utilizavam roups verdes e rosas similares ao traje de operários.
Evolução
Coreografada de maneira completa (ou seja, todos os componentes de alas executam os mesmos movimentos), o Barroca também empolgou pelo quanto estava desenvolto ao ganhar o espaço da passarela. Se, ao longo do ensaio técnico, não foram notados grandes erros, é importante destacar duas situações envolvendo o recuo da bateria. Na entrada, após os ritmistas entrarem no box sem grandes estripulias em cerca de 115 segundos (tempo bastante aceitável), foi interessante notar que a agremiação ficou parada um tempo maior do que esse. Quando a Tudo Nosso estava saindo do box, a ala de passistas que ficou logo à frente até o final do ensaio técnico teve um momento de desatenção e ficou desalinhada, fazendo com que staffs alertassem com bastante energia sobre um potencial clarão – que não chegou a se configurar muito por conta da corte da bateria.
A própria Angélica destacou que o quesito teve alguns desafios no ensaio técnico: “Na nossa visão, mudou para melhor. Ainda temos que corrigir alguns espaçamentos entre alas por conta da Evolução. É a primeira vez que a escola tenta fazer uma coreografia única, com algumas poucas fazendo algo diferente. Estamos tentando encontrar um ponto de equilíbrio, já que todos ensaiam a mesma coreografia em intensidades diferentes. Temos mais dois ensaios específicos aqui no Anhembi, todos setorizados, e tentaremos aproveitar ao máximo esses ensaios para fazer uma espécie de escolinha com as alas, para que cheguemos todos juntos no mesmo ritmo”, explicou.
Outros destaques
Citada anteriormente, a corte da Tudo Nosso tinha duas pessoas: Juju Salimeni (rainha) e Raíssa Moreira (rainha mirim). Ainda sobre a bateria, mestre Fernando Negão, comandante dos ritmistas, destacou que o trabalho está próximo do que foi planejado: “Temos que arrumar alguns detalhinhos, mesmo sendo poucos. A escola, na minha opinião, foi melhor que no primeiro ensaio: foi mais aguerrida e mais forte, com mais canto. A única coisa que estragou foi o canto”, disse.
Sobre o ensaio debaixo de chuva, Fernando trouxe mais detalhes sobre como a água impacta no segmento: “Tudo fica mais difícil quando se desfila e se concentra com chuva, porque, se molha o couro, a afinação cai. E, se bater muito forte, estoura a pele. A nossa escola é bastante aguerrida e bastante forte, já estamos acostumados por conta de ensaios de rua e do desfile de 2023 com uma chuva tremenda, então pegamos a garra de toda a agremiação”, finalizou.
Uma simples pergunta sobre o quanto o guarda-chuva o atrapalha fez com que o intérprete da agremiação desabafasse: “O guarda-chuva me afeta e muito, mas negativamente. O pessoal do som parece que tem medo de estragar o microfone. Se estragou, cobra da escola, vai para cima do presidente. Deixa o Pixulé interagir com o povo, ir para galera, ir para o meio da minha comunidade ou para a arquibancada, algo que eu adoro fazer. Com o guarda-chuva eu fico preso ali, o cara do som não deixa – ele fica intimidando a gente”.
O Camisa Verde e Branco realizou, na noite do último sábado, o seu segundo ensaio técnico visando o Carnaval 2024. Justamente uma semana após o primeiro treino, dá para analisar que houve uma melhora considerável em todos os quesitos, principalmente no canto e empolgação dos componentes. Esse foi o ponto alto do ensaio. Uma harmonia com apresentação em desempenho linear marcou o teste. Outro ponto positivo foi a comissão de frente. Muito bem ensaiada, a ala mostrou uma apresentação teatralizada com simbolizações à entidades de matriz africanas, sendo interpretadas com excelência pelos integrantes. O Camisa Verde e Branco terá a oportunidade de fazer mais um ensaio, que será na próxima sexta-feira. A escola tem como enredo para o próximo carnaval: “Adenla – O Imperador Nas Terras do Rei”, do carnavalesco Renan Ribeiro.
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O vice-presidente e diretor de carnaval, João Victor Ferro analisou o ensaio. “Mais uma vez a escola entrou em uma pegada de superação, pois estava chovendo muito antes do ensaio, então vindo para cá estava preocupado com relação ao contingente. Chovendo, vamos relevar essa questão de não ter muita gente, chego e vejo a escola grande, é um ponto super positivo. A escola estava cantando muito mais que no último ensaio, senti a escola mais compacta, evoluindo melhor que no último ensaio, então em uma questão de análise, é lógico que vemos vídeos depois, e aí faz reunião com direção de harmonia para ver como foram os outros setores. Pois eu venho na cabeça da escola, mas uma análise bem geral, acredito que melhorou muito em relação ao último ensaio”, avaliou.
Comissão de frente
A ala, comandada por Luiz Romero, teve um grande desempenho no ensaio. A comissão se apresentou com 15 componentes, sendo dois deles, personagens principais, simbolizando as figuras de Oxóssi e Exú. Na coreografia, os outros 13 integrantes dançavam pela pista saudando o público, enquanto outro elemento entregava uma espécie de oferenda ou presente para Exú, que erguia a bacia aos céus. Isso era feito em um ato. Em outro ato da dança. Todos os componentes agachavam, como uma espécie de saudação e o personagem representando Oxóssi, entrava pelas alas e fazia movimentos típicos de orixá, como arco e flecha.
Uma comissão de frente bem teatralizada e, aparentemente, de fácil percepção. Destaque para o homem que representou Exú. Postura impecável nos movimentos que a entidade realiza. Vale ressaltar que a ala pegou a pista ainda molhada devido à grande chuva que as escolas anteriores sofreram, mas nada de grave aconteceu. Os integrantes lidaram bem com a situação.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal Alex e Jéssika teve uma apresentação satisfatória no treino. A dupla, mesmo com a pista ainda molhada, conseguiu mesclar seus giros horários e anti horários com a coreografia dentro do samba de uma maneira válida. Chama a atenção a feição de foco que o mestre-sala tem. Já a porta-bandeira, o sorriso no rosto. A sincronia dos dançarinos funcionou bem.
“A chuva na concentração e a pista molhada não nos prejudicou muito, não. Foi tranquilo. Dançamos e entregamos como sempre, com um pouco mais de cautela por conta da pista, mas entregamos o trabalho com leveza, sutileza e força – já que somos um casal de força. Foi tudo tranquilo”, disse o mestre-sala.
“Vimos a chuva e aproveitamos para trocar os calçados, para nos precavermos. Mas, em relação a escorregar, de fato, foi bem tranquilo. Executamos o que a gente planejava”, contou a porta-bandeira.
De acordo com Jéssika, a coreografia dentro do samba ainda está em andamento”A gente adaptou algumas coisas por conta do novo formato do Anhembi, ainda estamos em processo de adaptação. Também estamos fazendo algumas adaptações na coreografia, colocamos hoje em prática, mas ainda vamos ensaiar mais um pouco na próxima semana para chegar no dia do desfile redondinho”, declarou Jéssika.
A evolução está em processo, segundo Alex. “A gente está fazendo tudo com muito amor e carinho, trabalhando. A cada ensaio que fazemos, descobrimos algo a se melhorar – e, o que está bom, sempre achamos que dá para melhorar mais ainda. Estamos sempre nesse processo de evolução e adaptação”, comentou Alex.
Harmonia
Por ser um dos sambas do Carnaval 2024, o Trevo da Barra Funda está engajado com a trilha-sonora. Soma-se ao fato da volta ao Grupo Especial, ocorre uma explosão no canto da escola. Vale ressaltar que houve uma melhora considerável para o ensaio do sábado anterior.
As alas estão entrosadas entre si, muito por conta que neste ensaio, se teve a presença de som no Anhembi inteiro. O refrão chiclete com a letra muito bem elaborada do “Deus perdoe quem não é Camisa” pegou nos componentes da Zona Oeste.
Evolução
Entre as alas houve um clima mais solto, de descontração. A maioria dos componentes nas fileiras estavam evoluindo de um lado para o outro. Não havia coreografia específica, apenas palmas ou braços para cima. Apenas nas partes de “A flecha certeira de Oxóssi” e “Okê Arô”, os desfilantes faziam o arco e flecha, do orixá Oxóssi caçador.
No momento do recuo de bateria, houve uma entrada diferente. Os ritmistas avançaram além do box e isso fez com que a escola inteira parasse por um tempo. Havia um claro sinal de mãos fechadas entre os harmonias para os componentes pararem devido ao movimento. Não se sabe se é erro, mas a “Furiosa” ingressou de forma diferente no espaço.
Samba-enredo
O intérprete Igor Vianna comanda o carro de som com maestria e influência em uma ala musical bastante entrosada. A voz do cantor potencializou um dos sambas do ano. O entrosamento com a bateria “Furiosa”. Igor faz os cacos necessários para o componente do Camisa cantar o samba. Se dedica muito para a comunidade.
Vale destacar o novo alusivo que estão cantando antes de ir para a largada do samba, além de uma música para Oxóssi.
O intérprete Igor Vianna exaltou a sua ala musical no ensaio deste sábado. “A gente está fazendo um trabalho com muito carinho para o Camisa Verde e Branco, que está se materializando aqui na avenida. Faltam uns pequenos ajustes, e vocês podem ter certeza de que o Camisa virá com o meu trabalho, tanto na parte plástica quanto na parte musical. E a gente está sendo abençoado porque nem a chuva quis vir molhar a gente”, disse.
Vianna disse que o canto melhorou do último treino para esse sábado, corroborando com a análise feita da harmonia. “O canto da escola. Do último treinamento da semana passada para hoje, o canto da escola deu um ‘up’. Foi uma evolução enorme”, opinou.
Por fim, o cantor contou que deve ajustar o condicionamento. “Eu digo da minha parte. Eu acho que a gente, não só eu, como o meu carro de som, principalmente eu, a gente tem que acertar o nosso condicionamento. É isso que eu tenho que falar. O Camisa pode chegar e a gente vai fazer o melhor”, avaliou
Outros destaques
A bateria “Furiosa” do mestre Jeyson Ferro, teve grande apresentação, com destaque para as bossas apresentadas e a famosa caixa. O diretor analisou o ensaio. “Todo ensaio é um aprendizado e tem algo para corrigir e melhorar no próximo. Como todas as baterias, a minha não é diferente. A gente tem que arrumar alguma coisa aqui e ali para que a gente possa não ter nada de errado. Sobre as bossas, nós aproveitamos o máximo aqui. É lógico que não vou soltar o que eu soltei hoje. Só vou fazer nas cabines de jurados. Mas como é um ensaio a gente testa várias vezes para ver se não perde o andamento”, explicou.
As baianas do Camisa estavam com vestimentas intercaladas. Algumas vestiam um verde brilhante e outras todas de branco. As mães do samba sorriam e também cantavam o samba.
A rainha de bateria, Sophia Ferro, sambou no pé com uma fantasia de gato preto com adereços na cabeça. A sambista evoluiu e interagia com o público, podendo ir até longe da bateria.
Algumas alas estavam com bexigas ou bexigões em verde e branco, o que dava um belo contraste, principalmente quando os componentes erguiam os braços.
Por Luiz Gustavo Thomaz, Guibsom Romão, Maria Clara, Matheus Morais e fotos de Nelson Malfacini
O Sereno de Campo Grande abriu a terceira noite de ensaios da série Ouro para o carnaval 2024 marcando seu retorno ao sambódromo da Marquês de Sapucaí após 11 anos de ausência, desde seu último desfile no Grupo de Acesso em 2013 quando acabou sendo rebaixada. E a azul e branco pisou na avenida realizando um ensaio com algumas boas credenciais, como o belo samba bem defendido pelos intérpretes Antônio Carlos e Igor Pitta, e uma comissão de frente que apresentou uma interessante coreografia, mesmo sem ser na totalidade do que será apresentado na avenida. Por sua vez, evolução e harmonia foram irregulares e precisam ser trabalhadas pela escola para um desempenho mais
constante no desfile.
A agremiação abrirá o segundo dia de desfiles da série Ouro no sábado dia 10 de fevereiro com o enredo “4 de Dezembro”.
“Depois de 10 anos, é muito gratificante ver a comunidade com tanta alegria passando aqui na avenida, e falta pouco para gente acertar os últimos ajustes. Sempre a gente tem que aprimorar alguma coisa. Hoje, o meu destaque é a bateria e o carro de som. A escola vem com 1.800 componentes”, revelou o diretor de carnaval, André Baiacu.
Comissão de Frente
A comissão comandada pelo coreógrafo Carlos Bolacha foi formada por 12 integrantes que participaram ativamente de toda a apresentação, além de uma personagem representando uma benzedeira que vinha atrás do grupo e provavelmente fará parte da coreografia no desfile oficial. O grupo tinha uma representação de orixá e outra componente como Santa Barbara. A coreografia com movimentos fortes e boa dança causaram uma impressão positiva, apesar de alguns deslizes de sincronia durante a apresentação.
“Cara, por incrível que pareça, eu gostei muito, muito mesmo. Porque o ensaio técnico, muitas vezes as pessoas falam: 1ah, eu não vou mostrar tudo1. Mas a gente vem aqui pra jogar tudo que a gente acha que tem que fazer no dia do desfile. Eu digo muito que o segredo do sucesso é o dia seguinte e a gente começa de novo a entender tudo aquilo que a gente jogou, entregou aqui no ensaio técnico para poder chegar para o grande dia e fazer aquilo que a gente quer. Surpresa a gente não pode falar. Mas vamos fazer uma coisa muito bacana, a gente vai contar a história de um momento da festa de 4 de dezembro que marcou no Brasil, isso é o que eu posso dizer mais ou menos, e aí vocês vão entender, assim que eles entrarem na avenida, vocês vão ver um personagem que vai falar muito sobre essa história, é uma surpresa”, comentou o coreógrafo.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Lohane e Yago tiveram uma apresentação correta, com boa sintonia. Combinando algumas coreografias baseadas na letra do samba com um bailar mais solto principalmente na segunda do samba. Lohane pareceu mais segura, com um sorriso permanente no rosto e um rodar esguio. Yago esteve um pouco travado em alguns movimentos, o que não chegou a compremeter o desempenho do casal.
“Você está me vendo, eu estou muito emocionada, muito, muito emocionada. Gente, eu estou chorando horrores, tá? Eu estou muito feliz. É a nossa estreia como o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira no carnaval. Não é só no Sereno, é no carnaval. É a primeira vez que eu e Yago estamos pisando aqui no solo sagrado, defendendo o primeiro pavilhão. De imediato a gente está muito feliz. Tudo que a gente ensaiou, a gente fez aqui. Faltam 20 dias para o grande dia, só a gente continuar fazendo o que a gente está trabalhando para gente poder conseguir trazer as notas, as notas 10 que o Sereno merece, que a nossa comunidade merece. Eu sou da Zona Oeste, eu sou de Campo Grande, sou de Santa Cruz, para mim, isso tem um peso muito maior porque eu estou defendendo o pavilhão da minha comunidade na minha primeira vez como primeira porta-bandeira no carnaval. O meu spoiler é, eu vou realizar o sonho da minha vida, é uma particularidade muito forte minha”, disse a porta-bandeira.
“Estou feliz para caramba, muito, muito, muito feliz, grato por tudo. Foi o que ela falou, tudo o que a gente passou no ensaio a gente veio aqui e fez. Claro, que até os 20 dias que a gente tem, vamos adaptar alguma coisa ali, uma coisa aqui, para no dia que a gente vir e dar o 10. Muito emocionado”, completou o mestre-sala.
Samba-enredo
O samba da parceria de Cláudio Russo, Jaci Campo Grande, Sergio Alan, André Baiacu, Beto BR, Laio Lopes, Fabinho Rodrigues, Marcelinho do Cavaco, Reinaldo Chevett, Aurélio Brito e Fábio Bueno confirmou suas qualidades na pista com um desempenho muito bom, puxado por um ótimo e forte refrão de cabeça. O bom desempenho da dupla Igor Pitta e Antônio Carlos na condução do samba só elevou o funcionamento do samba que foi forte durante todo o ensaio.
“Tenho certeza que o Sereno fez um grande ensaio e é uma grande prévia para o nosso desfile que vem aí no dia 10. O Sereno de Campo Grande vai surpreender muita gente. Vai fazer um carnaval grande, luxuoso, o maior carnaval do maior bairro da América Latina. A gente sempre precisa aprimorar. O canto está legal, muito bom, bateria muito boa, mas nunca não tem nada para melhorar, sempre tem para melhorar. Vamos chegar aqui melhor ainda do que no ensaio de hoje. O entrosamento do carro de som com a bateria é fantástico. Mestre Marco Vinicius, filho do Marquinhos. Eu já passei aqui em 2013, ele tem um pedigree, é o máximo. Estou muito feliz com o que aconteceu hoje aqui”, garantiu o intérprete Antônio Carlos.
Evolução
Sereno apresentou uma evolução travada em seu início, quando as primeiras alas demoraram pra chegar na altura do segundo recuo da bateria, nem as alas coreografadas transmitiam um dinamismo à passagem da escola. Após à comissão de frente deixar a pista, o ritmo melhorou e a evolução teve um embalo melhor, sem abertura de maiores espaços.
Harmonia
A azul e branco da Zona Oeste teve um canto que cresceu ao longo do seu ensaio. A escola abriu o primeiro setor com uma ala coreografada e logo atrás veio a ala das baianas que pela média de idade de suas integrantes e pela evolução rodada não costuma ter um canto visceral. Entre o segundo e terceiro setores o canto da escola teve um crescimento significativo, e se manteve mais estável até o final do ensaio, com uma ou outra ala destoando um pouco. No geral, foi um desempenho de regular para satisfatório.
Outros destaques
A elegância e alegria da velha guarda ao voltar a pisar no chão da Marquês de Sapucaí após mais de uma década. A escola e a comunidade de Campo Grande esperam que a escola permaneça pisando no Sambódromo em 2025.
“Fui o último mestre de bateria da Série Ouro a assumir uma escola e em tão pouco tempo a gente está conseguindo fazer um trabalho legal, bacana. Não sendo modesto, o trabalho está sendo legal sim. Os ritmistas merecem esse reconhecimento, merecem esse parabéns, porque estão lá batalhando comigo lá em Campo Grande. Tem gente que sai de Curicica para ir para lá, tem parte da minha diretoria que é de Curicica, de Oswaldo Cruz, tem um diretor que mora em Botafogo, outro em Rocha Miranda e eu moro em Santa Cruz. Eu gostei muito, minha avaliação para o ensaio técnico não poderia ser melhor, não poderia ser melhor. A gente presta atenção em algumas coisas, andamento… Porque o ensaio técnico é o reconhecimento do gramado. A gente tem o primeiro contato aqui no ensaio técnico para chegar depois no desfile já tudo certinho, tudo legal. Aparando as pontas soltas como a gente costuma dizer. Posso citar dois que é uma característica minha, aliás três, que são as marcações, repique e caixa. É a minha caracteriza, eu toco de tudo um pouco, mas eu sou muito chato nessa parte. Pego muito no pé do pessoal, pessoal fica para morrer. Eu acho que o entrosamento hoje foi bacana, legal, acho que não teve problema entre carro de som e bateria, acho que funcionou muito bem. Bem entrosado”, garantiu mestre Vinícius.
Por Luiz Gustavo Thomaz, Guibsom Romão, Maria Clara, Matheus Morais e fotos de Nelson Malfacini
A Acadêmicos de Vigário Geral foi a segunda escola a ensaiar na noite deste sábado, e fez jus ao seu quarto ano consecutivo na Série Ouro mostrando a consolidação de alguns de seus quesitos, como a excepcional bateria comandada por mestre Luygui e o casal de mestre-sala e porta-bandeira Diego Jenkins e Thainá Teixeira, que vai para o terceiro ano na escola e apresentaram um ótimo entrosamento numa bela apresentação. Já a comunidade de Vigário não mostrou o canto forte de outros momentos, com poucas alas mostrando o samba na ponta da língua, até mesmo nos refrãos. A escola da Zona Norte desfila na sexta dia 09 de fevereiro, primeiro dia de apresentações, com o enredo “Maracanaú, Bem-Vindos ao Maior São João do Planeta”.
“A gente fez um bom trabalho, um bom desfile, dentro daquilo que a gente precisava fazer foi cumprido, a gente sabia que a gente ia ter dificuldades em algumas situações com relação a um pouquinho de andamento, um pouquinho de canto, até porque a gente tem uma situação que a gente precisa trabalhar um pouco mais. Mas, numa maneira geral, minha comunidade está de parabéns, os meus segmentos, comissões de frentes, casais, passistas, bateria, harmonia, todo mundo de parabéns. A gente veio aqui, entregou o nosso 150%, todo mundo saindo daqui de tanque vazio e eu estou muito feliz com o desempenho”, comentou o diretor de carnaval, Flávio Azevedo.
Comissão de Frente
O experiente coreógrafo Handerson Big apresentou uma coreografia simples para a passagem do quesito no ensaio, mas bem executada. Uma tradicional quadrilha, com passos bem ensaiados e sem maiores arroubos. Fica a expectativa para a coreografia que a escola trará no desfile oficial.
“Na minha avaliação, o ensaio de hoje me deu um posicionamento que eu preciso mexer em algumas coisas, em termos de chegada dos componentes no tempo musical, tem alguma coisinha pra acertar, movimentos que eu vi e que eu ainda tenho tempo pra mudar. Isso serviu bastante pra mim. A gente tem ensaiado quatro vezes por semana, domingo, segunda, quarta e quinta. Aí pra semana do carnaval, provavelmente, vai ser a semana toda. A surpresa é que esse ano eu vou vir com elementos cenográficos, né? Desde 2020, na Vigário Geral, eu não tinha elementos cenográficos, os meus elementos cenográficos sempre eram elementos mais criativos, que os próprios componentes manuseavam e tudo mais, como adereços. Mas esse ano eu venho com adereços em um elemento cenográfico”, explicou o coreógrafo.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Diego Jenkins e Thainá Teixeira mostram uma evolução à cada apresentação. Em seu terceiro ano como casal da Vigário Geral, eles tiveram um desempenho de muita qualidade, com uma excelente sintonia, movimentos bem coordenados e uma bonita dança, temperada com algumas coreografias sem deixar a apresentação engessada. Ambos ensaiaram com muita vibração, deixando nítido o entrosamento do casal que se credencia a realizar um ótimo desfile.
“Nós conseguimos fazer exatamente o que a gente vem ensaiando já esse tempo. Claro que, depois do ensaio técnico, a gente sempre pega o trabalho que a gente apresenta, estuda bastante e vê o que precisa melhorar e ajustar para o grande dia com fantasia e tudo mais, mas no geral a gente está satisfeito. É um trabalho feito com muito carinho, com muita dedicação, meu e do Diego, dos nossos coreógrafos, Bia e Lucas, que ajudam bastante a gente, principalmente, a mesclar essa mistura de ritmos, sem perder a tradicionalidade da nossa dança. Agora é estudar o que foi apresentado hoje. A gente só sabe o que a gente sentiu, mas eu gosto de ver. A gente é bem detalhista, então agora é estudar bastante e chegar no grande dia ainda com mais garra, mais amor e mais dedicação”, comentou a porta-bandeira.
“Terceiro ano consecutivo juntos, meu sétimo ano em Vigário, e a certeza de que eu estou no lugar certo, com a pessoa certa e no momento certo da minha vida. Esse ensaio tem algo muito especial, esse carnaval é muito especial pra mim. Eu posso dizer que nós iremos vir com algo representativo demais para Maracanaú. Algo muito nobre, muito bonito, muito rico, da forma que Vigário Geral merece”, completou o mestre-sala.
Evolução
A escola teve uma evolução com um bom ritmo durante todo o seu ensaio, sem acelerar ou travar em demasia, e com boa desenvoltura de seus componentes, mesmo com muitos não sabendo cantar o samba da agremiação. Não foram vistos buracos ou maiores
espaçamentos deixados pela escola tricolor.
Samba-enredo
Se não teve um desempenho de chamar a atenção e impulsionar um canto mais forte de seus componentes, o samba composto por Tem-Tem Jr., Silvana Aleixo, Junior Fionda, Romeu Almeida, Jefferson Oliveira, Valtinho Botafogo, Marcus Lopes, Marcelinho Santos, Rafael Ribeiro, Sérgio Augusto de Oliveira Junior e Edu Casa passou de uma forma regular, com alguns trechos mostrando mais força como o refrão central e o final da segunda parte a partir do “forrozeiro ê…”. Danilo Cezar estreando na escola mostrou a firmeza de costume.
“Foi super legal, a escola cantou, a escola veio junto, pelo menos quando estava passando por mim. E Vigário é uma conexão, é um carinho, é uma recepção maravilhosa da comunidade. O carnaval também está lindo, vai ser uma noite de carnaval de São João na Sapucaí. Eu tenho a melhor bateria da Série Ouro, com toda certeza. Mestre Luigi é um ser humano ímpar. O carro de som ao comando do Tico, um dos melhores diretores que nós temos aqui na Série Ouro. E a conexão está incrível, é isso que a gente tem e está mostrando, e eu acho que vai dar muito mais certo ainda, mas já está dando muito certo”, garantiu o cantor Danilo Cezar.
Harmonia
O quesito que apresentou os maiores senões no ensaio da Vigário. Sobretudo por ser uma escola que trouxe uma comunidade com canto forte e brincante nos anos anteriores no grupo. Talvez o samba não tenha puxado o componente para cima, mas o que se viu foi um canto fraco e inconstante na maioria das alas, apesar de evoluírem com animação no geral. Nas poucas alas que cantaram o samba com mais força, o ensaio ganhou vigor.
Outros destaques
O casal de mestre-sala e porta-bandeira formado por Josias Araújo e Sophya Canuto, portadores de Síndrome de Down, encantou mais uma vez na sua passagem pelo sambódromo. Um momento singelo, bonito, inclusivo e emocionante no ensaio da Acadêmicos de Vigário Geral.
A já citada bateria comandada por mestre Luygui manteve o alto padrão que apresenta desde o primeiro ano de série Ouro, uma bossa que levantou o refrão de cabeça, marcações e desenhos muito bem construídos e ritmistas empolgados. Promessa de mais um grande desfile do quesito que é uma bola de segurança da escola. Egili Oliveira, rainha de bateria, deu show de samba no pé e simpatia à frente da bateria.
“Hoje a gente atingiu 99% do que a gente espera. Eu sou um mestre de bateria que eu me cobro muito, eu cobro muito da minha galera. Nunca estou satisfeito com nada e os cem por cento com certeza vão vir no dia do desfile, mas hoje a gente fez um grande ensaio técnico. Agora, a gente vai sentar com a diretoria, com a direção de bateria, a gente vai conversar, a gente vai ver o que a gente acertou, o que a gente errou e a gente vai consertar para o desfile para a gente poder chegar aos 100%. Eu gosto muito das minhas viradas de surdo, que já virou característica minha, uma marca minha registrada. É o naipe que com certeza a gente vai olhar com bastante carinho”, disse o mestre.
Por Raphael Lacerda, Guibsom Romão, Maria Clara, Matheus Morais e fotos de Nelson Malfacini
A São Clemente foi a terceira escola a entrar na Marquês de Sapucaí no terceiro sábado de ensaios técnicos da Série Ouro. A agremiação de Botafogo realizou um desfile marcado pelo brilhantismo do casal de mestre-sala e porta-bandeira e a boa apresentação da comissão de frente. Apesar de estar em grande número, o canto começou forte, mas tornou-se regular ao longo da apresentação.
Neste ano, a escola da Zona Sul homenageia o grandioso compositor e sambista Zé Katimba, com o enredo “Que grande destino reservaram a você”, do carnavalesco Bruno de Oliveira. A São Clemente será a sexta escola a desfilar na Passarela do Samba no sábado de carnaval. Agora, há poucos dias do grande dia, a agremiação precisará acertar detalhes de harmonia e evolução em busca de uma grande apresentação.
“Foi um ensaio bom, um ensaio técnico, eu comento, que a gente vem pra treinar a comunidade. Carro, fantasia, é uma coisa totalmente diferente. Mas foi bom. A galera cantou, está animada, gostei. Assim, tem melhorado muito, a harmonia da escola é muito boa, gerando os nossos paradões. É isso. Estamos aí na briga. Eu sou chato. Por mim, eu gosto de aperfeiçoar tudo. Não só aqui, quando eu assisto as outras escolas também… Eu tenho meu ponto de vista, meu pensamento, minhas críticas e também eu observo a qualidade de todo mundo, entendeu? Mas, em geral, foi muito bom. Foi muito bom”, explicou Thiaguinho Almeida, vice-presidente e diretor de carnaval.
Comissão de frente
Sob o comando da coreógrafa Bruna Lopes, a comissão de frente contou com 15 bailarinos e deu um show na Avenida. Eles utilizavam paletós e chapéus nas cores da escola de samba, e apresentaram uma excelente coreografia, com bastante entrosamento, vigor, garra e expressões corporais. Ao longo da apresentação no módulo de jurados, os componentes também pontuaram versos do samba com bastante força. Na saída da cabine de julgadores, os bailarinos retiravam o paletó. Cada um usava uma blusa com uma letra do nome de Zé Katimba. Um ao lado do outro, completavam o nome do compositor.
“Maravilhoso, foi tudo perfeito, do jeito que a gente ensaiou, sem tirar nem pôr. Me emocionei. Hoje vieram todos, e pra dar um spoilerzinho, a coreografia de deslocamento basicamente é real, a do júri que muda um pouquinho”, revelou a coreógrafa.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O primeiro casal da agremiação, formado por Raphaela Caboclo e Alex Marcelino, apostou em uma lindas indumentárias brancas. A apresentação foi marcada de muita intensidade, segurança, conexão entre os dois e coreografias com referências ao samba. Destaque para as meias-voltas e torneados do mestre-sala e o bailado da porta-bandeira. Raphaela também se destacou com seus giros ousados. Foi uma das melhores apresentações da noite.
“Foi a melhor possível, dá um friozinho na barriga, a gente fica ansioso, mas é porque é um dia de testar mesmo e tirar a prova real do que a gente vem trabalhando a meses. Testar com tudo, a escola, a bateria, o andamento do samba, as pessoas e a nossa energia. Eu estou muito feliz com o que a gente conseguiu construir e é claro, a gente sempre pode melhorar, mas a minha avaliação é muito positiva. A gente nunca está satisfeito, né? Então eu vou aproveitar que os apoios vieram filmando e vamos bater apresentação por apresentação e mudar o que achar que tem que mudar, e é isso. Quero entrar e sair com os nossos 10. Sobre a fantasia, nós estamos muito felizes, tanto o Jorge Silveira ano passado fez uma fantasia maravilhosa pra gente, o Bruno então, meu Deus… aguardem, é linda”, disse a porta-bandeira.
“A gente vem trabalhando muito, assim como outros casais também. E avaliando geral, hoje foi muito bom. Mas vamos trabalhar para ser melhor, pois no desfile tem que ser melhor. Mas foi muito boa mesmo, a sintonia, a cumplicidade, esse olhar que a gente tem, a gente se entende. Mas a minha avaliação é que foi muito bom”, completou o mestre-sala.
Samba-enredo
O samba ainda pode render na Avenida. Dessa vez, o canto da comunidade não chegou a ser intenso ou muito forte e a harmonia caiu em alguns momentos. Apesar disso, os intérpretes Vitor Cunha e Leandro Santos estrearam muito bem e conseguiram segurar a obra durante todo o ensaio técnico. A dupla cantou muito bem e merece ser reconhecida pelo trabalho apresentado nesta noite.
“O ensaio foi ótimo. A escola fez o seu trabalho. Tivemos um problema no carro de som, o som estava falhando bastante, mas independente disso foi um desfile característico de São Clemente. Irreverente, o povo alegre, povo feliz, presidente contente, a bateria dando aquilo que prometeu, o carro de som também nosso aqui muito bom, a galera empenhada e agora é só esperar dia dez, São Clemente vai passar aqui igual um rolo compressor nessa Sapucaí”, citou o cantor Vitor Cunha.
“A escola toda cantou bastante, o chão da escola foi maravilhoso. Agora, Marquês de Sapucaí com a gente dia dez, vamos deixar fluir, vamos para cima deles e vamos com Deus. É isso, treino é treino, jogo é jogo. Fizemos nossa parte hoje. Sei que a gente pode melhorar, porque é nos detalhes que é coisa pontual de cada segmento, mas eu também… com todos os probleminhas que teve, principalmente, com a gente aqui no som, não é só a gente, que não é exclusivo da São Clemente, muita gente está passando e tendo problema com o som, infelizmente, e a gente precisa do som, mas tirando esses pequenos detalhes a gente está satisfeito com a nossa parte ali e com a parte da gente com a bateria também”, completou o cantor Leandro Santos.
Harmonia
O chão da São Clemente é presente. A escola entrou bem na Avenida e concluiu o ensaio com o canto regular. O nível de intensidade do desfile caiu um pouco ao longo do desfile e era possível ver alguns componentes sem cantar. Apesar disso, a regularidade foi positiva. Mesmo assim, ainda é preciso trabalhar a harmonia da escola – principalmente nas últimas alas.
Evolução
O desfile não apresentou buracos notórios e contou com alas coreografadas bem entrosadas. No geral, a evolução também foi regular. Muitos componentes – alegres – tentavam empurrar o samba e brincar carnaval, mas ainda há aqueles mais “engessados” na Avenida. No geral, foi um bom ensaio.
Outros destaques
Destaque para a estreia de mestre Bruno Marfim no comando da “Fiel Bateria”. A bateria tem um grande desempenho na Avenida e não deixou de lado o seu modo tradicional de tocar. Juntos com o carro de som, os ritmistas foram fundamentais para segurar o samba-enredo ao longo de todo o ensaio técnico.
“Foi um grande teste e foi muito importante esse teste. Porque é o único que a gente tem antes do desfile. É a única oportunidade que a gente tem de realmente estar dentro do campo de jogo. E aí, para mim foi show de bola. Acho que a gente se entrosou bem. A gente já vinha fazendo bons ensaios e aqui só foi o resultado dos bons ensaios que a gente vinha fazendo. Eu acho que todo mundo tem que estar muito atento, sabe? Nós somos uma bateria que a gente não tem apito, não dá pra dispersar. É atenção o tempo todo. Isso aí que eu vou mais cobrar para o dia do desfile. Pode esperar um peso nas marcações muito forte”, contou mestre Bruno Marfim.
Também vale destaque para a majestade, a rainha Raphaela Gomes, que completará dez anos à frente do segmento. Cria da comunidade Preta e Amarela, ela esbanjou samba no pé e carisma com seus súditos na Marquês de Sapucaí. Um verdadeiro show.