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Após testes, Grande Rio entregará prótese para passista que teve braço amputado: ‘Me sinto uma criança com um presente novo’

A trancista Alessandra dos Santos, 36 anos, passista da Acadêmicos do Grande Rio que perdeu o braço após uma cirurgia para retirada de miomas no útero, receberá em definitivo a prótese doada pela agremiação de Caxias. Em dezembro, durante o Natal e seu aniversário, ela utilizou o equipamento para fases de testes de comando. Agora, segundo Alessandra, a escola de samba entregará a prótese antes do carnaval.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

O caso ocorreu em fevereiro de 2023 e Alessandra só recebeu alta dois meses depois. Em maio, durante entrevista exclusiva ao site CARNAVALESCO, o presidente de honra da Grande Rio, Helinho de Oliveira, informou que a agremiação compraria uma prótese para a passista. No decorrer do ano, Alessandra passou por diversas consultas e etapas para a construção do equipamento. Para a passista, a prótese representa um recomeço e terá um grande impacto na autoestima.

“Eu estou igual a uma criança com um presente novo. É muito gratificante todo esse carinho das pessoas comigo. A prótese foi doada de coração pelos meus presidentes. Sou muito grata. Não devolve meu braço, mas esteticamente é muito bom. Eu, como mulher, tenho essa questão da vaidade e também sou passista. Ela vai dar apoio e um suporte básico. Hoje, dependo da ajuda da minha mãe para comer e me vestir. Agora me olho no espelho com outros olhos e estou conseguindo organizar a cabeça um pouco melhor. Foi um presente de aniversário e de Natal (risos)”, comenta a passista.

O equipamento foi produzido pelo Centro de Próteses e Órteses (CPO) e tem previsão de entrega até o final de janeiro. De acordo com Alessandra, a prótese ainda permite a realização de movimentos e algumas práticas do cotidiano, mesmo que limitadas. O equipamento conta com tecnologia avançada e abre e fecha as mãos conforme contrações musculares.

Apesar de poder desfilar e sambar com a prótese, Alessandra decidiu que entrará na Marquês de Sapucaí sem o aparelho. Aliás, sambar representa para a passista um recomeço e a volta por cima. Foi no carnaval – na Grande Rio – que ela encontrou forças para seguir em frente e não desistir.

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“A Grande Rio me fez voltar a vida social de novo. Eu estava em cima de uma cama e achei que tudo tinha acabado. Quando a minha mãe mostrou o vídeo da bateria tocando, não aguentei. A minha escola me abraçou e quando eu voltei, a comunidade inteira me abraçou e me deu carinho e força. A Grande Rio, para mim, representa a vida, a força e a união. Ela é uma família”, afirma.

Componente assídua da Tricolor de Caxias há 20 anos, Alessandra não pôde desfilar em 2023 por conta do acidente. Agora, ansiosa e com o samba no pé em dia, a passista conta as horas para a chegada do desfile oficial e está confiante com o bom desempenho da agremiação.

“Até brinco que vou alugar uma casinha em frente ao Sambódromo para não ter erro: quando soltarem os fogos, já atravesso a rua para não ficar pra trás (risos). Eu estou muito feliz de ver a comunidade cantando, ensaiando e com as pessoas otimistas pela vitória. Tenho fé que o bicampeonato virá. A ala de passistas vai vir linda, nosso figurinista arrasou. A Grande Rio, como sempre, faz de tudo pela sua comunidade. A escola estará linda e iremos brigar pelo título”, diz a componente.

Relembre o caso

Alessandra deu entrada no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no dia 3 de fevereiro de 2023 após sentir fortes dores e ter sangramento pela genital. Constatada uma hemorragia interna, ela foi operada no mesmo dia. No dia seguinte, a passista passou por outra cirurgia, para a retirada do útero. Dois dias depois, a mulher foi transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia (Iecac), em Botafogo, com o braço já em necrose e teve o membro amputado.

Quase um ano depois, Alessandra luta por justiça. Sem conseguir trabalhar e dependendo de ajuda dos pais, ela afirma que nunca foi procurada pela equipe do hospital ou pelo estado. O caso está na justiça.

“Eu era trancista e estou desempregada. Estou sobrevivendo com a ajuda dos meus pais. Antes, quem ajudava em casa era eu. Hoje, infelizmente, estou impossibilitada de trabalhar. Até hoje não recebi o contato de ninguém – nem do médico que me operou e nem da equipe do Hospital da Mulher. Ninguém me deu assistência de nada”, conta Alessandra.

Unidos de Bangu programa mais dois ensaios antes do desfile oficial

A Unidos de Bangu está na reta final de preparação para o Carnaval 2024. Com o barracão em seus últimos detalhes, a escola vai focar nos quesitos de chão nos dias que antecedem o desfile em homenagem a São Jorge. O primeiro pavilhão da Zona Oeste vai realizar mais dois ensaios: nesta quarta-feira e na segunda-feira, no Largo de Bangu, com concentração a partir das 20h.

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Segundo o diretor de carnaval Marcelo do Rap, a escola está motivada para realizar um grande desfile na busca do título da Série Ouro e o acesso ao Grupo Especial. O dirigente fez questão de convocar toda a comunidade banguense para que apoie a agremiação nesta fase final:

“Estamos com um barracão grandioso, todas as fantasias estão prontas e serão entregues até domingo. Fizemos um trabalho que vai nos credenciar pelas primeiras colocações, mas para isso precisamos da força da nossa comunidade para rasgarmos o chão da Sapucaí no dia do desfile oficial. Teremos mais dois ensaios justamente para aprimorarmos ainda mais o canto e a evolução, fazendo bonito e mostrando a força da Unidos de Bangu. A comunidade é peça-chave neste trabalho e chegaremos ao nosso objetivo juntos”, afirmou Marcelo do Rap.

Os ensaios saem do Largo de Bangu, em frente a Paróquia São Sebastião e Santa Cecília, e seguem até a Rua Júlio Cesar, local da dispersão. A Unidos de Bangu será a sétima a se apresentar no sábado, 10 de fevereiro, pela Série Ouro, com o enredo “Jorge da Capadócia”, do carnavalesco Robson Goulart.

RioSolidario e parceiros promovem Folia Solidária: oficinas carnavalescas para mulheres residentes no entorno do Sambódromo

Com a proposta de capacitar 100 mulheres em adereços e cenografia, o RioSolidario e parceiros, como a Secretaria de Estado da Mulher, Lojas Caçula e a Universidade Estácio de Sá, lançam o projeto “Folia Solidária: oficinas carnavalescas para mulheres”. As oficinas são gratuitas e voltadas para residentes no entorno do Sambódromo, de baixa renda, com idade entre 16 e 70 anos e mulheres em situação de violência doméstica.

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Foto: Divulgação

O objetivo do projeto é contribuir para a formação de uma nova geração de trabalhadoras do Carnaval, aptas a serem contratadas por escolas de samba, blocos, outros produtores deste segmento ou para empreenderem. A turma de adereço teve início no dia 24 de janeiro e segue até esta terça-feira. Já as inscrições para a capacitação em cenografia, com aulas nos dias 31 de janeiro, 01, 02, 05 e 06 de fevereiro, das 14h às 17h, estão abertas e podem ser realizadas por meio do link: https://forms.gle/gojGsDq695vAFwA17

As aulas são realizadas na unidade Estácio Presidente Vargas – localizada na Avenida Presidente Vargas, n º 642. Ao final do curso, as participantes vão receber certificado e desconto nas lojas Caçula para realizarem a compra de insumos para empreender. As alunas irão interagir de forma dinâmica e objetiva, buscando o desenvolvimento da criatividade de cada uma de acordo com suas habilidades. Uma peça individual será confeccionada desde a montagem inicial até o acabamento final.

Para a presidente de honra do RioSolidario, Analine Castro, ao proporcionar habilidades práticas que abrem portas para mulheres ingressarem no mercado de trabalho, a Organização demonstra novamente o seu compromisso com a transformação social.

“A formação de uma nova geração de trabalhadoras do Carnaval não apenas fortalece o setor, mas também desafia estereótipos de gênero e promove a inclusão. Apoiar as mulheres na geração de renda contribui para o desenvolvimento econômico e social de comunidades inteiras. Ao capacitá-las estamos impulsionando suas vidas e enriquecendo a diversidade e a criatividade na folia”, ressaltou Analine.

Aprendizado com quem tem experiência

As aulas serão ministradas por Will Costa, diretor artístico de Carnaval que atualmente exerce o cargo na Unidos de Padre Miguel. No currículo, já trabalhou nas escolas Mocidade, Império Serrano, Grande Rio e Portela, no Rio de Janeiro. Já em São Paulo, atuou na Vila Maria.

Excelente iniciativa! Pré-estreia de documentário da Liga-SP conta com personalidades do carnaval e conteúdo de alto nível

A Liga-SP realizou na noite da última segunda-feira, no Itaú Cinemas, a pré-estreia de seu documentário, “Os Bastidores do Carnaval de São Paulo”, com direção de Jairo Roizen e Guma Sena. Foram convidados personalidades de escolas de samba e imprensa especializada do carnaval, que compareceram para prestigiar o filme. O documentário conta tudo o que está por trás do trabalho realizado pela Liga-SP. Foi todo montado pela empresa de áudio e vídeo, Sala 22, captando imagens do Carnaval 2023. Dali foi mostrado os vídeos de infraestrutura, projetos, funcionários, sonorização e entre outras coisas que a entidade faz acontecer para tudo ocorrer corretamente no dia do espetáculo. Além disso, mostraram como são alguns problemas na concentração, a cronometragem e a locução de voz para o Anhembi. O lançamento para o público geral acontece nesta terça, no canal da Liga, no YouTube.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Sidnei Carrioulo, presidente da Liga, dá depoimentos e conta sua história dentro da entidade. Fala sobre as ideias que teve para melhorar algumas questões, principalmente a questão do som do Anhembi, como o ponto cego.

Jairo Roizen, gerente de comunicação da Liga-SP e diretor do longa-metragem, resume tudo o que o documentário irá contar. “A ideia era nós termos um documentário para mostrar algumas situações. Mostraremos muita coisa, mas é muito pouco perto do que acontece no sambódromo. Coisas que as pessoas nem imaginam esse documentário mostrará. Primeiro, vamos mostrar para o nosso público, que já nos conhece, como funciona o som da avenida, o carro de som e o que está envolvido nos bastidores. Mas também queremos levar o documentário para plataformas de streaming para que as pessoas entendam que o carnaval não são apenas cinco dias de folia que tem um monte de gente que se fantasia. O carnaval gera empregos, é tocado por pessoas responsáveis e sérias. Em São Paulo, são 33 grandes empresas, com orçamentos maiores que muitas multinacionais – e todo esse trabalho é gerido com muita seriedade, dedicação e, principalmente, muito amor. É esse sentimento que move as escolas de samba e o carnaval de São Paulo”, explicou.

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O presidente da entidade, Sidnei Carrioulo, conversou com o CARNAVALESCO e falou da importância que é ter um material como esse que a Liga-SP proporcionou. “Foi uma coisa legal. Tem várias vertentes e maneiras de ver isso. Uma de esclarecimento, porque as pessoas acham que acontecem em um passe de mágico. É importante ver a geração de emprego… E a outra é a ótica do sambista. Tudo aquilo que antecede o espetáculo que eles assistem na avenida. Esse filme vai esclarecer muitas coisas, dúvidas e acredito muito que as pessoas depois de ver o filme, vão ter uma outra ótica de tudo aquilo que eles veem pronto. A gente fica muito feliz. Esse é o primeiro de muitos que a gente quer fazer. Queremos muito mostrar os bastidores internos das escolas. Desde a escolha dos sambas, ensaios, transporte de alegoria. A gente vai dar continuidade e fazer alguma coisa nesse sentido”, disse.

Direção do documentário

Diretor do projeto, Guma Sena conta sua ótica do filme. “Nesse documentário, estamos mostrando uma parte do carnaval que as pessoas não conhecem, que são os bastidores – justamente o título do documentário. Nele, a gente retrata como é o dia a dia da Liga-SP, como funciona e, em uma narrativa do Jairo, ele fala que as pessoas acham que a Liga-SP é um monstro ou algo intocável – e não é isso. A Liga-SP nada mais é do que a junção de todos os presidentes de todas as escolas de samba. Tudo isso é decidido em comum acordo – e, a partir disso, nasce a instituição. No documentário, retratamos um pouco da Concentração, a correria que é (e as pessoas não tem noção do que é isso), a parte operacional, a logística para montar o Anhembi (já que a empresa entrega a estrutura e quem faz isso é a Liga-SP, e administrar tudo isso durante o carnaval é um trabalho muito grande. É isso que o filme retrata”, declarou.

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De acordo com Guma, foi um aprendizado para a vida dele. “O documentário é importante para que as pessoas saibam, principalmente que já consome o carnaval e o samba – e, quem não gosta, também. É importante mostrar a estrutura como um todo. Tive a felicidade de participar de tudo isso, do dia a dia… eu, como sambista, que nasceu no carnaval, também aprendi muita coisa nesse período de gravação. Estamos sempre aprendendo, vendo alguma novidade. É o que o documentário vai retratar. É importante que todos conheçam isso, todos vão ver com um olhar um pouco diferente, além da pista e do espetáculo”, afirmou.

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A presidente da Mocidade Alegre, Solange Cruz, esteve presente. No filme, teve momentos emocionantes envolvendo a sua escola, como participação no desfile e o título do Carnaval 2023, e ela se disse emocionada, pois foi pega de surpresa. “Eu achei incrível, até porque tinha coisas que nem eu sabia. Isso é muito legal, as pessoas acham que a gente vive 24 horas por dia dentro da Liga-SP, e não é isso. Vamos para algumas reuniões, apenas. Tem muitas coisas que acontecem nos bastidores do evento e do projeto carnaval que até a gente desconhece. Tinham pessoas na sala falando que nunca viram tal pessoa ou que não sabiam que tal pessoa tinha tal função ou vice-versa. Isso foi muito legal, já que não vivemos esses bastidores diariamente. Quem vive foi quem realmente falou, colocou para fora e mostrou tudo isso. Eu, por exemplo, trouxe duas destaques minhas e elas ficaram impressionadas – e eu também, já que eu também não sabia. Isso foi muito legal, acho que vai ser bacana. Muita coisa que a gente também não sabia, ou até mesmo sabia e não sabia que era tão grandioso. Foi incrível”, comentou.

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Solange também exaltou o trabalho do diretor Guma. “O Guma faz um trabalho excelente, não só no documentário como em tudo que ele faz. Isso é muito bacana, porque ele é uma pessoa que não tem mais uma agremiação. Ele faz isso pelo carnaval, em nome do samba, que ele é um defensor. Isso é muito bacana: ver pessoas que trabalham em prol do samba e que não gere desconfiança. Vi o Pimentel falar, o Jairo, a Letícia falou super bem e colocou à frente o que ela representa nessa máquina, essa engrenagem que é o carnaval”, completou.

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Majestosa, a águia da Portela agora tem nome, fantasia e uma identidade misteriosa

A Portela agora tem um mascote para chamar de seu, idealizado pelo vice-presidente, Júnior Escafura, a mais nova componente da Portela fez sua estreia e se apresentou com a escola no ensaio técnico. O primeiro elemento que remete à Portela é a águia, símbolo mor e marca registrada da escola. Que desde sempre traz a ave em seu abre-alas, deixando todos os seus torcedores ansiosos para saber como ela irá vir no próximo carnaval.

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Fotos: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

Após diversas águias icônicas, como a águia redentora de 2015, a águia que segurava o pavilhão pelas garras em 2017 e a águia folia de 1995, a Portela apresenta a águia em forma de mascote. A ideia partiu do vice-presidente da escola, que visou atender uma demanda dos portelenses apaixonados.

“A Portela, tem uma legião de apaixonados, nada mais justo que a nossa águia, que é o nosso símbolo do carnaval, ser representado no mascote”, conta Escafura.

O mascote da Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira se junta ao time seleto de mascotes icônicos do carnaval, formado pelo Castorzinho, da Mocidade Independente, pelo Sabiá, do Salgueiro, o Reizinho, do Império Serrano, e o Tigrão da Porto da Pedra. Além de personificarem um símbolo da escola, esses mascotes são ativos nas ações e nas redes das agremiações, encantando e divertindo todas as gerações.

“É muito bacana, o carnaval precisa disso. Precisa dessa interação, as escolas cada vez fazendo mais ações juntas. Isso é ótimo, agrega muito ao carnaval”, comenta o vice-presidente da Portela e idealizador do mascote.

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O mascote da Portela não é o primeiro, mas é a primeira, pois é a primeira mascote feminina das escolas de samba. A agremiação que traz, esse ano, um enredo sobre o matriarcado e a potência feminina, sempre apresentou nas redes o projeto de uma mascote feminina, diversos nomes foram propostos, como, Portelinha, Telinha, Dedé, Dodôzinha, Pepê, Tetela, Suriquinha, Altaneira, Vilminha e Monarca, a grande maioria deles fazendo referência a mulheres importantes para a escola. No entanto, Majestosa foi o nome escolhido pelos torcedores.

“A escolha do nome foi por votação, o público que escolheu, e aí ficou Majestosa. Um nome que eu acho maravilhoso, a Portela é isso, a Portela gosta de ter alcunha de majestade, então está aí a nossa majestosa”, revela Escafura.

A Majestosa encantou a todos quando passou pela Sapucaí com a Portela no ensaio técnico, porém, não teve a identidade revelada. Será que a identidade da Majestosa será um mistério eterno, assim como é a próxima águia do abre-alas da Portela?

Cadenciadíssima, Camisa 12 faz ensaio técnico com muito Sol no Anhembi

Por Will Ferreira e Fábio Martins

No domingo, último dia de ensaios técnicos no ciclo carnavalesco paulistano para 2024, uma escola estreou no Anhembi. Trata-se da Camisa 12, que defenderá o enredo “Meu Black é de Rei, Minha Coroa é de Chico. Chico Rei Entre Nós”, idealizado pelo carnavalesco Gleuson Pinheiro, contando um pouco mais sobre a história e o legado do histórico personagem em solo brasileiro. Sendo a sétima escola a desfilar no Grupo de Acesso II (ou seja, no dia 03 de fevereiro), a agremiação teve uma Evolução bastante adequada para a escola.

Evolução

Nos últimos anos, a Camisa 12 não costuma trazer tantos componentes para os desfiles. O estilo mais compacto da Pantera pode dar a impressão para muitos de que o ensaio técnico seria bastante rápido, mas não foi isso que aconteceu. Utilizando muito bem todo o staff, a agremiação encerrou o evento com 54m35s – dentro do limite para o Grupo de Acesso II, que tem 55 minutos como prazo para cada apresentação. E, para chegar a tal cronometragem, a agremiação, basicamente, liberou os componentes para passarem bastante soltos pelo Anhembi. Isso era nítido na grande liberdade que todos os desfilantes possuíam na passarela, algo raro no carnaval de hoje. E eles corresponderam, se movimentando e interagindo bastante. Como toda a agremiação teve andamento bastante cadenciado, o recuo da bateria, feito com uma dinâmica simples e que durou cerca de 120 segundos, esteve dentro de tudo que foi proposto pela instituição.

Samba-enredo

A safra do Acesso II de 2024 é bastante elogiada por muitos, e a canção da Camisa 12 está inserida em tal comentário. A obra, que trata de um assunto denso de maneira bastante leve, foi muito bem executada por Tim Cardoso e Clóvis Pê, intérpretes da agremiação. E, seguindo o ensaio técnico como um todo, a obra teve uma cadência especial da Ritmo 12, bateria da escola, comandada por Mestre Lipe. Com toda a ala musical no mesmo ritmo, todo o andamento foi bastante satisfatório.

Comissão de frente

Com um personagem destacado (que, muito provavelmente, é o próprio Chico Rei), o segmento tinha uma série de integrantes que participam de uma espécie de corte do personagem central do enredo – além de algumas pessoas empurrando um trono onde, por vezes, o protagonista sentava; sendo que tal trono, por sinal, era o único elemento alegórico existente. Em determinado momento, os comandados da gabaritadíssima Yáskara Manzini abrem uma espécie de cartaz – que não tinha nada escrito no ensaio, mas que atiçou a curiosidade para saber o que virá no desfile oficial.

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Mestre-sala e Porta-bandeira

Com um dia de muito calor e Sol incomodando, chamou atenção a escolha de Luã Camargo e Estefany Righetti para ensaiar: uma roupa inteira preta, que fazia com que ambos, coreografados por Laís Moreira (de grande escola na coirmã Unidos de Vila Maria), sentissem ainda mais calor. Tal figurino, certamente, colaborou para que a exibição da dupla não tivesse qualquer tipo de ousadia, focando na segurança para cumprir todos os balizamentos obrigatórios pelo regulamento – e, em tal empreitada, eles foram muito bem. Também vale pontuar que, ao longo da passarela, Estefany trocou de calçado: ela iniciou com um salto e acabou com um antiderrapante; e que, no quarto módulo, é bem verdade, ambos, mais seguros, arriscaram um pouco mais.

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Harmonia

A cabeça da escola, é bem verdade, cantou em bom som o samba-enredo – e, aqui, vale o destaque, já que o início de uma escola apresenta menos componentes que o restante da mesma. Após a alegoria que veio representando o abre-alas (algo que engrandeceu o ensaio técnico, por sinal), entretanto, os desfilantes não conseguiram sustentar o volume. O forte Sol que fazia na Zona Norte de São Paulo é a principal explicação para quem tal situação acontecesse, deixando todos na passarela cansados – inclusive a reportagem. Vale destacar positivamente a ala à frente do último carro, que ajudou bastante no canto da comunidade

Outros destaques

A corte da Ritmo 12 teve a rainha de bateria da agremiação, Vanessa Aggio.

Mocidade Unida da Mooca realiza segundo ensaio técnico com destaques para comissão de frente e harmonia

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

Um ensaio técnico recheado de emoções foi realizado pela Mocidade Unida da Mooca neste último domingo. Isso porque a homenageada, Helena Theodoro, esteve presente e discursou para a comunidade antes do início. Foi um grande combustível para os componentes pisarem ainda com mais força no Anhembi. “Todo mundo tem uma Helena dentro de si”, dizia a escritora.

O canto da comunidade e a comissão de frente foram destaques. E também há de se destacar a total seriedade que a agremiação leva os seus ensaios técnicos. Fazem questão de levar tripés ao sambódromo para realmente demarcar os espaços de evolução.

Comissão de frente

Uma bela comissão foi apresentada no Anhembi pela MUM. Havia duas personagens principais, sendo uma delas a Helena Theodoro criança e a outra a orixá Iansã, que é mãe da homenageada na religião umbanda. O que se via na comissão, aparentemente, era uma interagindo com a outra e resumidamente a entidade passava bênçãos para Helena, que conseguia obter o seu dom de escritora. Dá para supor isso, pois logo depois da interação, a menina sobe no tripé e começa a escrever e movimentar o livro, como se tivesse jogando palavras para o público e arquibancada. Criativa apresentação da ala, que é comandada por Nilson Jaffer.

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Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Jefferson Gomes e Karina Zamparolli, executaram um ensaio agradável. A dupla já mostra estar à vontade com o pavilhão da Mocidade Unida da Mooca. Deu para notar um ensaio estratégico, com giros horários e anti-horários somente nos momentos que se pede, que são os módulos. Nas demais partes, a dupla optou por se preservar e bailar estendendo o pavilhão, tendo como prioridade colocar a intensidade nos locais de julgamento.

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Harmonia

É o ponto forte da escola e não é de hoje. A MUM tem uma comunidade engajada desde quando subiu e sempre compram todos os projetos de carnaval, que são liderados pelo presidente Rafael Falanga – O mesmo diz que “escola que canta, ganha”. E acabou virando um lema. Sendo assim, o samba foi aceito logo de cara, muito bem trabalhado nos ensaios de quadra e, posteriormente, levado ao Anhembi para concluir o objetivo. Uma melodia forte e para cima, especialmente nos refrões, facilitando o canto da comunidade.

A parte mais cantada pela comunidade é o refrão principal, com destaque para a frase: Axé Helena! Mojubá! Elegbará!”.

Evolução

A escola tem uma evolução um tanto criativa. Há muitos movimentos, giros, coreografias, corpos balançando para frente e para trás. Os componentes são instruídos a incorporarem a letra do samba. Com bexigões em vermelho e verde, nas cores da agremiação, dava um tom bacana na pista. A comunidade estava solta e compacta. Mesmo com os vários tripés, a evolução dos componentes não foi comprometida.

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Grande atuação dos intérpretes Gui Cruz, Clayton Reis e a nova cara do time musical, Bico Doce. Vale destacar que nas caixas de som, percebeu-se a voz do recém-contratado mais forte que a dos dois jovens da casa. Entretanto, o fato é que todo o carro de som conseguiu o feito de potencializar a música, o que está a altura de uma homenagem para Helena.

Outros destaques

A bateria “Chapa Quente”, do mestre Dennys Silva soltou bossas e fez o que o samba pede: andamento acelerado para um samba que tem uma melodia para frente.

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A rainha de bateria Valeska Reis teve toda uma coreografia somente para ela. Bailarinos faziam bela coreografia em volta da dançarina enquanto sambava. Uma apresentação diferente no que se diz respeito a uma rainha de bateria.

A ala das baianas foi inteiramente vestida com um belo saiote com estampas marrom e em desenhos de borboleta. Diferente vestimenta para as mães do samba. Vários tripés foram junto do ensaio, o que quer dizer que a MUM quer marcar o espaço corretamente.