Não são apenas as seis primeiras colocadas que prometem emocionar o público neste sábado, no Desfile das Campeãs. Antes das apresentações, quatro ícones da música nacional se reúnem para uma apresentação especial no Apoteose ao Samba, uma grande abertura em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Iza, Ivete Sangalo, Zezé Motta e Leci Brandão cantam em um momento especial, que contará com a presença de passistas e componentes de diversas escolas de samba.
Sucesso em 2024, o Apoteose ao Samba retorna neste ano ainda maior. Dessa vez, a performance inicia no tradicional Setor 1, em direção à dispersão, cruzando a Marquês de Sapucaí.
Logo após o show de abertura, que começa às 21h35, as seis primeiras colocadas retornam ao Sambódromo para celebrar os resultados no Desfile das Campeãs: Mangueira, Portela, Viradouro, Imperatriz Leopoldinense, Grande Rio e Beija-Flor.
A direção da Viradouro, através de uma publicação nas redes sociais, anunciou a saída de Erika Januza do posto de rainha de bateria. Ela chegou no Carnaval de 2022. Veja abaixo o comunicado da escola.
“Quando convidamos, em 2021, Erika Januza para ocupar o posto de rainha de bateria da Viradouro, não imaginávamos que teríamos uma parceria tão bem-sucedida.
Na função de reinar à frente dos ritmistas de mestre Ciça, a atriz deu show de dedicação nessas quatro temporadas, sendo extremamente participativa quando não estava envolvida em seus projetos artísticos, e muito carinhosa com nossos percussionistas, algo que valorizamos muito e sempre soubemos aplaudir e reverenciar.
Desde que optamos por convidar uma famosa para exercer o honroso papel em nossa escola, não estabelecemos um prazo para esse reinado chegar ao fim. Mas entendemos que um espaço tão cobiçado deveria ser alternado, com alguma frequência, a fim de contemplar outras mulheres que, assim como Erika, são apaixonadas por samba e sonhavam um dia ser rainha de bateria.
Ao fim do Carnaval 2024, Erika foi informada de que sua despedida aconteceria no ano seguinte, para que pudesse se preparar para encerrar esse ciclo da melhor forma possível, sem surpresas e com todo respeito e admiração, e aproveitar cada momento especial dessa nossa linda história e parceria. E assim ela fez.
Erika entregou tudo: carisma, samba no pé, beleza e simpatia.
E serão esses os mesmos pilares e atributos que irão definir a nova ocupante do posto, ainda a ser definida.
A Viradouro tem hoje um dos times de musas e passistas mais elogiados da festa e sempre que estas vagas são preenchidas os pré-requisitos listados acima são nossa prioridade. E assim será com a nova rainha de bateria.
Erika, em nome de toda a comunidade da Unidos do Viradouro, obrigado por tudo. Você foi uma rainha diferenciada. A honra foi toda nossa por ter você nessa apaixonante jornada.
Muito sucesso na sua carreira e a Viradouro estará sempre de portas abertas pra receber você e sua família em nossos ensaios. E será um prazer ter você abrilhantando nossos desfiles em outras posições, mas sem jamais perder a majestade, como dizem os amantes do Carnaval.
Mais uma vez, muito obrigado.
Marcelo Calil
Presidente de honra”
Erika Januza também se pronunciou sobre a saída. “Vou sentir muita saudade. Fui muito feliz aqui. Estou triste, mas é um ciclo que se encerra, quero agradecer a Viradouro, a Furacão…”, disse.
A Independente da Praça da Bandeira foi a décima e última agremiação a passar pela Avenida pela Série Prata do carnaval. Não é possível mensurar se cansaço, desânimo e baixa energia eram naturais pelo horário ou se, de fato, a escola teve dificuldade para mexer com o público.
O desfile começou atrasado, com cerca de quatro minutos e 30 segundos, devido a um problema técnico no carro de som. O mais incrível ou inacreditável é que a escola conseguiu terminar o percurso apenas com um minuto e 37 segundos de tempo estourado, totalizando 41 minutos e 37 segundos. O enredo Sinfonia Poética: Daqueles que Não Se Deixaram Calar parece que sofreu efeito rebote para a agremiação, que estava, na maior parte do tempo com desfilantes desanimados.
Comissão de Frente
A comissão, que pouco entoava o trecho “Eu Vim De Lá. Quero A Tal Felicidade, Esquecer Melancolia. Iêê. Viva Chico Rei”, mostrou que a melancolia, infelizmente, ainda não foi superada pela felicidade prometida. O figurino, com roupas utilizadas nos cultos de matriz africana, teria sido um mero detalhe caso não fossem os buracos na comissão, que tentaram ser ajustados durante a performance.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal composto por Welington Jr. e Carol Gurjão estava com suas respectivas fantasias bonitas, nas cores prata, com detalhes em cinza, preto e dourado. Contudo, durante o início do desfile, a dupla não mostrou vigor dança. Faltou mais vontade na exibição.
Harmonia
A ala 1, que representava Africanidade, tinha cores vibrantes que contrastavam entre si: o verde da vestimenta, com o azul do turbante e uma espécie de colar em formato de dente de algum mamute já extinto, estava exuberante. Contudo, a beleza não foi suficiente para tirar a má impressão de desmotivação dos componentes.
A segunda ala, chamada Mãe África, representada pelas baianas com vestidos rodados nas cores branco e dourado, foi o ápice da noite. Ao menos este setor demonstrou ser mais animado que os dois anteriores. As integrantes giravam com todo o seu vigor e carisma em sincronia, dentro de suas possibilidades.
A 6ª ala, nomeada como Chegada dos Congoleses, compartilhou lindamente o modo como o Reino do Congo trouxe, em massa, a sua população, sendo reconhecida no Brasil pós-colonial como povo Bantu. O azul e dourado da indumentária fazem jus aos reinos africanos apagados pela escravização do povo negro no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países, onde seu próprio semelhante era leiloado como uma mercadoria “sem valor”.
Evolução
A evolução poderia ter se saído melhor se não fosse o pequeno atraso e a possível exaustão demonstrada pela escola de modo geral. A bateria, vestida como marinheiros, estava com um bom ritmo e sincronia entre as variedades de instrumentos tocados, indo na contramão das alas iniciais. O diretor Josué Lourenço pode ter razões para se orgulhar da apresentação.
Samba
Apesar de o samba ter sido escrito de modo a relatar as mazelas e alegrias do povo negro e sua religião, a letra ficou um tanto quanto repetitiva. Os autores Téo de Meriti, Léo Trinta, Diego Nascimento, Serginho do Porto, Dimmy Martins, Dilson Marimba e Fio Cabral poderiam ter inovado no refrão. O intérprete pode ter cantado a plenos pulmões, mas toda e qualquer música, quando se torna um tanto quanto cansativa, acaba não dando destaque a quem canta com verdade cada estrofe. Nota-se o amor e carinho de Diego Nascimento pela escola e sua história.
Outros destaques
O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira entregou tudo: teve muito sorriso, energia, simpatia e carisma. A bateria, em referência aos marinheiros, e a 2ª ala das baianas, vestidas de Mãe África, foram os destaques dessa noite memorável. Vale mencionar ainda o carro alegórico A Grande Chegada ao Novo Mundo do Povo Negro, que trazia referência dos navios negreiros, ressignificando a história triste em celebração ao povo negro, que, apesar das mazelas, trouxe e contribuiu com a formação da nossa cultura. Fica a reflexão de como seria o Brasil sem miscigenação e sua pluralidade de etnias e crenças.
A direção da Unidos de Padre Miguel informou que irá entrar com recurso na Liesa contra o injusto julgamento no Carnaval 2025. Confira abaixo o posicionamento da escola.
“A Unidos de Padre Miguel informa que ingressará com um recurso junto à LIESA após o resultado final da apuração dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A escola está reunindo todos os elementos necessários para apresentar um pedido formal, baseado em uma análise criteriosa das justificativas divulgadas.
A agremiação reforça que seu objetivo não é prejudicar qualquer outra escola, mas garantir uma avaliação justa e transparente. Durante a revisão das justificativas, foram identificadas inconsistências graves, incluindo penalizações em quesitos específicos devido a uma falha técnica no caminhão de som – um problema alheio à responsabilidade da Unidos de Padre Miguel e que, portanto, não deveria ter resultado em perda de pontos.
Diante dessas e outras irregularidades, a escola buscará os meios adequados para contestar a decisão, sempre pautada no respeito, na isonomia e na valorização do trabalho de toda a sua comunidade.
A luta é por justiça e pelo reconhecimento do esforço de cada integrante que se dedicou para levar à Avenida um desfile digno da história da Unidos de Padre Miguel.
A Renascer de Jacarepaguá encantou a Intendente Magalhães na noite do último domingo, com um desfile arrebatador pela Série Prata. Com o enredo “AqualTUNE: a Inspiração Forjada Em Pele Preta”, a escola exaltou a força da mulher negra ao narrar a história da princesa africana Aqualtune, que liderou guerreiros na Batalha de Mbwuila e, após ser escravizada, tornou-se figura central no Quilombo dos Palmares.
Sob a direção do coreógrafo Carlos Fontenele, a comissão de frente da Renascer apresentou uma performance que simbolizava a ligação entre o divino e as raízes da humanidade. Com 11 integrantes, a apresentação contou com um tripé representando um baobá, árvore africana que simboliza vida e ancestralidade. A escultura destacou-se pelo acabamento rico em detalhes e pelos movimentos sincronizados dos componentes. A coreografia foi forte e envolvente, e os integrantes cantaram a plenos pulmões o verso marcante: “Eu nasci pra Renascer”, emocionando a arquibancada.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal formado por Luiz Felipe Russier e Juliana Lázaro encantou com uma dança que mesclou o bailado tradicional a passos coreografados em referência ao samba. A sincronia e a conexão entre os dois foram notáveis, e as fantasias eram espetaculares, combinando sofisticação e imponência.
Harmonia
A harmonia da escola foi fluída e sincronizada. O intérprete Leonardo Bessa, à frente do carro de som, conduziu o samba-enredo com maestria, contagiando a comunidade.
Evolução
A Renascer apresentou uma evolução alegre, permitindo que os componentes desfrutassem do desfile sem pressa. Houve um pequeno contratempo na terceira cabine de julgadores devido à demora do motorista do carro de som, o que causou um breve espaçamento entre as alas. Contudo, a escola concluiu seu desfile com tranquilidade, dentro do tempo.
Outros Destaques
A rainha de bateria Elaine Caetano brilhou à frente da “Guerreira” com simpatia e muito samba no pé. Seu figurino, inspirado na ancestralidade africana, destacou-se pelo requinte e riqueza de detalhes. Sua interação com os ritmistas foi um dos pontos altos da apresentação, demonstrando sintonia e carisma.
O carro alegórico foi outro destaque da noite. Muito bem feito e repleto de efeitos especiais, trouxe um impacto visual impressionante e contribuiu para a grandiosidade do desfile. As fantasias da escola também chamaram a atenção pelas cores vibrantes.
A Acadêmicos do Cubango terminou o Carnaval de 2025 com chave de ouro, destronando, inclusive, sua concorrente, o Império da Tijuca, que veio lindíssima para o último dia de desfile da Série Prata. Quando se mistura ouro e prata, o resultado pode ser surpreendente. A diferença em relação às outras agremiações começou no início da apresentação na Intendente, quando a musa, lindíssima e simpática, sambou com vontade na frente da própria comissão. Essa escolha revela que a escola busca inovar sem se prender à tradição para galgar uma posição na Série Ouro.
Fotos: S1 Comunicação/CARNAVALESCO
O integrante que representou Exu o interpretou muito bem, não somente pela fantasia atribuída ao orixá, mas também pelos trejeitos, no modo como se movimentava e no seu olhar, que assustava e, ao mesmo tempo, causava admiração.
A agremiação parece ter compreendido a premissa de que menos é mais, como citei em outra análise. A Cubango conseguiu, digamos, tirar leite de pedra; fez muito com pouco sem que isso prejudicasse seu desempenho na avenida. Além disso, conseguiu finalizar o desfile com 39 minutos, motivo para celebrar.
Comissão de Frente
A comissão estava vestida com roupas simples, porém impactantes, nas cores marrom e dourado. A escola mostrou que o simples funciona muito bem. Além disso, o grupo teve grande energia para dançar, desde a concentração até a dispersão, e não perdeu em momento algum a energia e a vontade de estar à frente da escola. As palhas usadas como uma espécie de cinto valorizaram bastante a fantasia, contrastando com a maquiagem, mas sem pesar.
As coreógrafas Érika Souza e Sabrina Sant’Ana conseguiram transmitir o que pensavam para a comissão, principalmente por pensarem em colocar um ogã tocando atabaque.
Mestre-sala e porta-bandeira
Aline Flores e Wanderson Silva brilharam muito na apresentação. Eles conseguiram transmitir ao público a conexão da energia espiritual com a natureza, enquanto realizavam seus movimentos na avenida de forma poética, serena e, ao mesmo tempo, sem perder a essência da responsabilidade que o cargo exige. Aline conseguiu dançar com todo o vigor e fez com que sua fantasia ficasse ainda mais linda a cada giro.
Harmonia
A ala das baianas conseguiu se integrar com as demais de modo equilibrado, sem tirar o brilho das outras. As cores branco, verde e laranja combinaram e criaram uma experiência visual excelente. Os puxadores conseguiram expressar cada estrofe do enredo como se fosse uma verdade absoluta. Achei o modo como cantavam muito interessante, principalmente quando “reproduziam” a risada de Exu com muito respeito.
Evolução
Este segmento seguiu dentro dos conformes, sem atraso nem pressa para correr com o desfile. A escola conseguiu chegar a um ponto em que foi possível fazer um desfile que mesclou quantidade e qualidade, algo muito difícil de se ver nos dias de hoje. Os componentes cantaram com o coração graças ao intérprete e à bateria, que estavam muito enérgicos apesar do horário.
Samba
O trecho do samba: “Eu sou Cubango. Meu tambor é de guerra. Renasci da palha, Atotô, Senhor da Terra” foi emocionante e um ponto de catarse da canção, pois o orixá Obaluaê é a divindade da cura, da doença e da morte.
Muitas pessoas acreditam que ele usa palha para ficar oculto, mas poucos entendem a razão de ele utilizar essas vestes. O enredo combinou em cada detalhe com as fantasias e com o modo como os componentes da comunidade se dedicaram, dando o seu melhor naquela madrugada, embora tenha sido a penúltima na ordem dos desfiles.
Outros destaques
O primeiro tripé, chamado Àyan, O Grande Espírito do Tambor, estava lindo. A figura da entidade era tão real que qualquer indivíduo poderia afirmar que aquele rosto do personagem era, de fato, o da divindade.
A segunda ala, nomeada Raízes Ancestrais, com toda a certeza, merece destaque. As fantasias de galhos com poucas plantas imprimiram uma simbiose entre a natureza e o divino sem precedentes. Era algo místico e grandioso, mesmo sendo considerado simples. A imperfeição das mãos humanas imprimiu uma verdade na indumentária que nenhuma outra inteligência superior à nossa seria capaz de realizar.
A musa Lorena, vestindo sua fantasia verde, entregou uma performance impecável e invejável, com muita simpatia, beleza, sorriso no rosto e carisma. Por mais que essas características sejam pré-requisitos para a função designada à jovem, ela conseguiu, surpreendentemente, ir além.
Na noite desta terça-feira, a Acadêmicos da Abolição brilhou na disputa da Série Prata na Intendente Magalhães. Com o samba-enredo “Somos os Reis da Rua!”, a escola homenageou Zé Pilintra, levando para a avenida sua malandragem e espiritualidade. O enredo exaltou a figura dos bate-bolas, personagens icônicos do carnaval suburbano carioca, e celebrou a ocupação das ruas como espaço de resistência e celebração da identidade popular.
Fotos: S1 Comunicação/CARNAVALESCO
Comissão de Frente
A comissão de frente, comandada por Layla Diamante e Patrick Carvalho, trouxe um espetáculo visual e coreográfico que arrepiou quem assistia. Representando o orixá Zé Pilintra, os componentes apresentaram uma coreografia precisa e sincronizada, vestindo fantasias deslumbrantes que capturavam a essência da entidade. Incorporaram o tema com maestria, evocando o mistério e a malandragem da figura homenageada. Além disso, durante a apresentação, os componentes também trouxeram referências do carnaval de rua e os bate-bolas.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Os irmãos Vinicius e Jack Pessanha brilharam com uma apresentação repleta de leveza e garra. O casal mostrou uma dança harmoniosa, com muita conexão entre si, o que encantou o público. Além da técnica impecável, esbanjaram carisma e trouxeram ainda mais brilho ao desfile da Abolição.
Harmonia
A comunidade da Abolição cantou com alma e entrega. O samba-enredo, interpretado por Emerson Dias e Digão, era um grito de orgulho suburbano, ecoando pela Intendente como um chamado ancestral. O refrão “Somos os Reis da Rua!” estava na boca do público e dos componentes, que desfilavam com o peito estufado e os olhos brilhando.
Evolução
A escola mostrou um desfile coeso e vibrante. As alas estavam muito animadas, contagiando o público com sua energia e animação. O desfile trouxe referências visuais marcantes aos bate-bolas, ressaltando a identidade suburbana com cores vibrantes e movimentação intensa. Os carros alegóricos estavam lindos e muito bem feitos, ricos em detalhes, utilizando tecnologia LED para destacar elementos visuais tanto nos carros quanto nas roupas das baianas, que cintilavam sob as luzes da avenida. Além disso, um dos carros contou com um lança-confete.
A bateria de Mestre Bruzaca levantou a arquibancada com seu ritmo pulsante, fazendo a plateia cantar e vibrar a cada batida, consolidando a festa da Abolição como uma das mais marcantes da noite. As alas avançavam sem atropelos, em perfeita sintonia com a bateria, que pulsava como um coração suburbano. A cadência bem marcada permitiu que os componentes dançassem e interagissem com o público.
Outros destaques
A bateria, com sua rainha Katarina Harmony, não apenas sustentou o ritmo, mas contou uma história com cada repique e tamborim.
O último carro alegórico, com intervenções artísticas de Guilherme Kid, sintetizou a alma da escola: bandeiras tremulando, cores vibrantes e a imagem dos reis da rua tomando o trono que lhes pertence por direito.
A Alegria do Vilar foi com tudo na disputa da Série Prata na madrugada desta quarta-feira, na Intendente Magalhães. Com um samba-enredo vibrante e envolvente, a escola fez jus ao nome e transbordou emoção, entrega e paixão pelo espetáculo.
Neste ano, a escola levou para a avenida o enredo “Zé Lourenço, do Caldeirão da fé à semeadura da vida”, que resgata a trajetória do beato José Lourenço e sua luta por dignidade e esperança para o povo nordestino. Através da força da fé e do trabalho coletivo, a história de Zé Lourenço se transformou em símbolo de resistência, inspirando gerações e agora sendo imortalizada no desfile da Alegria do Vilar.
Fotos: S1 Comunicação/CARNAVALESCO
Comissão de Frente
A comissão de frente foi o ponto alto da apresentação. Muito bem coreografada, com muita sincronia e um show de teatralidade, ela impressionou a todos. Além disso, trouxe efeitos especiais que tornaram a performance ainda mais grandiosa. O público, encantado com a exibição, ovacionou a comissão, demonstrando sua aprovação entusiasmada. Com uma coreografia marcada por giros precisos e expressões carregadas de teatralidade, o grupo trouxe para a avenida a essência do enredo, conduzindo o público a uma viagem pelo tema escolhido. Os figurinos, riquíssimos em detalhes e brilho, ajudaram a construir a narrativa, arrancando aplausos entusiasmados das arquibancadas. A comissão foi coreografada por Marcus Mesquita, que soube explorar a essência do enredo com movimentos bem ensaiados e teatralidade.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal de mestre-sala e porta-bandeira foi um espetáculo à parte. Com um bailado envolvente e uma sintonia impecável, o mestre-sala Walber Negreiro conduziu o porta-bandeira Anderson Morango com maestria. Destacando a leveza e a imponência, a dupla rodopiava com graça, empunhando o pavilhão com orgulho. O figurino luxuoso e a presença marcante garantiram a aprovação do público.
Harmonia
O carro de som e a bateria embalaram os componentes com uma cadência envolvente, garantindo que o samba-enredo fosse entoado com potência do início ao fim. O canto da comunidade era forte, demonstrando o quanto a Alegria do Vilar fez seu dever de casa. Não houve quebras ou descompassos, e a sintonia entre os setores foi exemplar, fazendo a escola cruzar a avenida com unidade e empolgação.
Evolução
A evolução foi bem conduzida, sem correrias ou buracos. Os componentes desfilaram com energia e alegria, respeitando os tempos de cada setor e explorando bem os espaços da Intendente Magalhães. As alas mostraram coreografias bem ensaiadas, sem comprometer o avanço da escola. O destaque ficou por conta da ala das baianas, que esbanjou garra e emoção com suas saias rodopiando em perfeita harmonia.
Outros destaques
As alegorias da Alegria do Vilar impressionaram pelo capricho e criatividade. Mesmo com as limitações da Série Prata, os carros alegóricos trouxeram impacto visual e se integraram bem à narrativa do enredo. A bateria, comandada pelo mestre Alex Vieira, com uma batida cadenciada e ousada, mostrou por que é chamada de “coração da escola”.
Entre os destaques da escola, a rainha de bateria Tina Bombom brilhou à frente dos ritmistas, esbanjando carisma e energia. Além dela, as musas Paty Padilha, Vânia Cortes, Adriane Pretinho, Elizabete Borges e Jarcilene Barbosa também chamaram atenção com seus figurinos exuberantes e muito samba no pé.
O Boi da Ilha levou à Intendente Magalhães, na madrugada da última terça-feira, pela Série Prata, um samba-enredo que homenageava o Quinho do Salgueiro e revisitava a vida do icônico intérprete e sua trajetória no carnaval. João Oliveira e Duda Martins, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, sofreram com o vento, tendo alguns problemas na apresentação perante os jurados. Já na evolução, a escola precisou acelerar, mas não foi suficiente para que não estourasse o tempo regulamentar.
Fotos: S1 Comunicação/CARNAVALESCO
Comissão de frente
Sob o comando dos coreógrafos Wania Magalhães e Carla Soares, a comissão de frente do Boi da Ilha apresentou uma coreografia ritmada e envolvente, que trouxe componentes vestidos de boi e sincronizando com alguns versos do samba-enredo: “Eu sou o Quinho/ sou da Ilha/ sou Salgueiro/ Orgulho/ nasci boiadeiro”. Nas fantasias predominavam o vermelho.
Mestre-sala e Porta-bandeira
João Oliveira e Duda Martins apresentaram uma dança cadenciada, com movimentos leves e muito carisma. O casal mostrou conexão com o enredo e entre si. A coreografia foi bem executada, entretanto, faltou vigor, além dos problemas enfrentados devido ao vento, que fez com que a bandeira acabasse enrolando e sendo puxada pela porta-bandeira para esticá-la novamente, em frente aos três primeiros módulos julgadores.
Fotos: S1 Comunicação/CARNAVALESCO
Harmonia e samba
Os componentes e o público presente entoaram o samba-enredo com animação e paixão. O intérprete Nino do Milênio conduziu de forma satisfatória o samba envolvente. A bateria, comandada pelo mestre Maurício Santos, passou pela Passarela Popular do Samba empolgando os foliões, com direito a paradonas, agogô presente e pura cadência.
Evolução
A escola passou com carros alegóricos grandiosos, componentes bem fantasiados, com destaque para a ala de baianas que homenageava o samba “Explode Coração” do Salgueiro. A agremiação precisou acelerar, ainda assim estourou em um minuto e onze segundos o tempo regulamentar, contudo não tirou o brilho do belo desfile apresentado.