O Estado do Rio de Janeiro fortaleceu a percepção de segurança para turistas brasileiros e internacionais após a bem-sucedida organização e a atuação das forças de segurança no Carnaval 2025. Um estudo do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) revela que após a edição da folia deste ano, 65,9% dos visitantes brasileiros e 70,6% dos estrangeiros expressaram satisfação ou muita satisfação com a segurança pública no Rio.
Antes da viagem, 32,3% dos brasileiros e 23,3% dos estrangeiros consideravam o Rio pouco seguro. Os dados representam um salto significativo não só para o setor turístico, mas também para a economia e a atração de investimentos em todo o território fluminense.
“Esses dados refletem a nossa percepção e planejamento estratégico para a segurança pública. O Rio de Janeiro tem a vocação de recepcionar nossos visitantes da melhor maneira e esses números demonstram o quanto tem valido a pena receber atrações internacionais, como os shows da cantora Madonna e da Lady Gaga. Esses eventos vão além da movimentação de pessoas em nossas cidades, pois demonstram ao mundo um Rio de Janeiro ainda mais preparado para as demandas globais, o que atrai investimentos e as melhores oportunidades para o Rio”, afirmou o governador Cláudio Castro.
Maior permanência gera maior retorno financeiro
Os dados do Instituto também mostram que o Rio de Janeiro experimenta um notável aumento no fluxo turístico nestes períodos, impulsionando um grande impacto econômico em todo o Rio. Somente durante a festa do Carnaval foram gerados R$ 8,8 bilhões para a economia do estado.
Além disso, de acordo com o levantamento, a média de permanência dos turistas brasileiros durante o Carnaval foi de nove dias, com destaque para 11 dias entre os estrangeiros. A estadia em hotéis continua sendo a principal escolha de hospedagem (45,4%), mas o aluguel por plataformas digitais cresceu, chegou a 34,9% por conta do custo-benefício, dizem 53% dos entrevistados.
O Instituto também aponta que o impacto direto do turismo com hospedagem, alimentação, transporte e lazer atingiu R$ 3,4 bilhões, um aumento real de 36% em relação a 2024. Com os efeitos indiretos, a movimentação total somou R$ 8,8 bilhões, um aumento de 39,7%.
A pesquisa, realizada com 1.037 turistas entre 28 de fevereiro e 4 de março, mostrou que 49,6% dos visitantes eram brasileiros, principalmente de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Os estrangeiros representaram 50,4%, com destaque para Argentina, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França.
Quanto ao interesse por destinos do interior do Rio, 28,4% manifestaram a intenção de conhecer as cidades de Arraial do Cabo (41,2%) e Búzios (36,7%), os destinos mais citados.
O carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense e União de Maricá, Leandro Vieira, conversou na última quinta-feira, com o jornalista Muka. O bate-papo, disponibilizado no canal do Youtube do comunicador, se debruçou sobre o processo criativo, falou de novos e velhos talentos do carnaval e mudanças e tendências recentes do maior espetáculo da Terra. Leandro iniciou sua participação comentando sobre o atual estágio de desenvolvimento dos enredos para as escolas em que trabalha.
“Não dá para dar spoiler do que não existe ainda. Não existe. Se eu der spoiler, é mentira. Na verdade, a gente tem várias ideias, mas às vezes uma que tive há três anos já envelheceu, não é oportuna. Os terrenos por onde eu estou pisando também me alimentam de novas referências. No momento, eu estou lendo e aprofundando propostas que eu guardo há uns 2 anos”, disse Leandro.
Nesse sentido, segundo o artista, há de se pensar não só em argumentos abstratos, mas em conteúdos imagéticos com potencial de serem representados na avenida. Foi justamente essa abordagem simples e popular que fez de seus desfiles tão celebrados.
“A amarração é muito simples. Falar da Betânia é (falar da) Betânia do Candomblé e da música. Quando eu fiz a religiosidade popular, eram santos de altares e santos de casa. Mesmo história para ninar gente grande, que talvez seja aparentemente mais complexo, é a história que a história não conta. Se você for parar para pensar, você resume em poucas palavras. Eu gosto dessa ideia do ordinário, na melhor conotação da palavra. A simplicidade tem esse poder de comunicação, de construção de beleza”, explicou o carnavalesco.
Tendo completado, em 2025, 10 anos assinando apresentações na Sapucaí, o artista falou que nunca foi obrigado a conceber um desfile que não lhe agradasse.
“Até tentaram imposições e tal, mas eu sempre fui muito franco com relação à necessidade da liberdade para trabalhar, que não me interessava o trabalho amarrado, que não me que não me interessava o trabalho orientado”, revelou.
Ainda assim, o egresso da Escola de Belas Artes da UFRJ não se considera contrário a enredos patrocinados, desde que não sejam absurdamente comerciais e propagandísticos.
“Há enredos patrocinados que te abrem possibilidades de pesquisa fantásticas. O último carnaval do Bora e Haddad foi patrocinado e não tem nada de ruim. Pelo contrário, foi maravilhoso, possibilitou investimento financeiro de uma escola incrível. Eu fiz o Lampião e ele podia ser patrocinado. Algum estado do Nordeste, Alagoas, Pernambuco, a prefeitura de Piranhas, podia ter patrocinado. Não rolou. O patrocínio não é inimigo da construção artística”, defendeu Leandro.
O criador comentou também sobre o atual estado do carnaval carioca, tanto em termos de novos talentos como quanto à visão que a sociedade tem do espetáculo.
“Do aspecto criativo, o carnaval vai bem demais e mostra muito fôlego, quanto a safra dos artistas – e não estou falando dos carnavalescos, não. Me refiro aos mestres de bateria, mestre-sala, porta-bandeira, dos intérpretes, da qualidade musical dos carros de som, das escolas de samba, bailarinos… Não há carência de artistas, não há entressafra”, pontuou.
Leandro exaltou ainda o surgimento, mesmo que tímido, de carnavalescos negros e mulheres e expressou que novos talentos, como João Vítor Araújo, mestre Vitinho e Pitty de Menezes convivem com estrelas consagradas como Renato Lage, mestre Ciça e Ito Melodia.
“Artisticamente, aponta potência, aponta continuidade. Você olha para esses nomes e todos são apaixonados, todos aprenderam a gostar de desfiles de samba e, apesar de cada um fazer a seu modo, seguem adiante com uma tradição bonita. Outras manifestações carnavalescas, como as grandes sociedades, acabaram. A gente olha para elas e consegue determinar início, meio e fim. A escola de samba não”, expôs.
Já em relação à valorização social da festa, Leandro sustentou que a população entende mal a festa e, para que se atinja o devido reconhecimento, é necessário um esforço coletivo e de longo prazo dos grandes veículos de divulgação das artes.
O carnavalesco criticou o discurso utilitarista de que a destinação de verbas públicas para o evento é um investimento que gera retorno financeiro, sobretudo através do turismo e da coleta de impostos. Para ele, a legitimidade do carnaval não está no aspecto monetário, mas no valor artístico e cultural.
“A gente sabe o quanto boa parte da sociedade brasileira tem aversão ao que é popular. Porque o que é popular tradicionalmente é periférico e a gente sabe a aversão que as pessoas têm à periferia. Nós sabemos o quanto a sociedade brasileira tem aversão, restrição a pessoas retintas. A culpa é dessa sociedade doente com traços equivocados que entende mal cultura, sabe pouco do país e é difícil lutar contra isso, embora acho que a gente deva insistir na luta de ainda apresentar ao Brasil, o Brasil que vale a pena, o Brasil da beleza, o Brasil das artes. O Brasil que o Brasil não conhece”, argumentou Leandro.
Caminhando para o término da conversa, Leandro, a pedido de Muka, analisou as recentes mudanças do carnaval carioca. Os três dias de desfile, em contraste ao esquema anterior, de duas noites, desagradou o talento, que considerou o término pouco depois das 3 da manhã demasiado cedo.
“Eu nunca sentei na mesa de um botequim ou na mesa de um bar e ouvi queixa de sambista dizendo que dois dias de desfile era muito. Alguém que tenha dito ‘Não, dois dias de desfile tá muito, três dias vai ser muito melhor, vamos botar quatro escolas por dia que vai ser melhor’. Nunca ouvi isso”, alfinetou.
Para ele, há interesses que não artísticos envolvidos nessa decisão, sobretudo em relação aos camarotes que, após o espetáculo das agremiações, puderam aumentar o som e estender com liberdade suas comemorações.
“Fiquei com a sensação de que o desfile das escolas de samba atrapalhava a festa das escolas de samba, que era bom que acabasse rápido. ‘Vamos passar ali às 4 horas, vamos resolver isso aqui porque precisa desfilar para depois continuar’. Como sambista, me deu uma sensação ruim”, descreveu Leandro.
A inclusão de um quarto módulo de jurados obrigou que houvesse mais paradas no desfile, o que, para o sambista, engessou uma atividade que já é engessada pelo regulamento. Em sua visão, faltou a fluidez de um espetáculo que tem a dinâmica da procissão como fundamental. Nem mesmo a Beija-Flor, que Leandro disse ter sido o desfile mais emocionante e digno de título, com seu chão incontestável, chegou perto da catarse de anos anteriores.
O profissional se posicionou também sobre a tendência de tripés majestosos na comissão de frente. “O meu foi enorme. A comissão da Imperatriz é uma como tantas outras. Todo mundo basicamente está levando um palco onde os bailarinos se apresentam em cima. E isso dá pouquíssimos recursos: ou você esconde gente dentro e possibilita o surgimento ou você camufla equipamento para o efeito de fogo, faísca, água, vento. E todo mundo ficou refém disso. Está pior nos últimos anos que entrou o drone”, opinou.
A iluminação cênica da Sapucaí, por sua vez, é um desafio que anima um pouco mais Leandro, apesar de ele acreditar que o ponto ideal ainda não foi encontrado. Em sua perspectiva, não adianta iluminar a Sapucaí como um estádio de futebol, com luz à beça, como era feito anteriormente. Por outro lado, a Passarela do Samba não é um palco de show convencional: ao abrangerem toda a avenida em um mesmo momento, efeitos luminosos que valorizam certos segmentos e alegorias, por exemplo, podem ficar aleatórios para alas mais distantes.
Leandro elogiou o fechamento das notas ao fim de cada noite de desfile.
“Esquece a ideia de que não é comparativo. É comparativo – mas esse comparativo, para ser justo, deve levar em consideração a noite. Porque o público não é o mesmo, as condições do dia não são as mesmas. É um espetáculo a céu aberto que um dia pode chover e no outro não. Pode acontecer de todo mundo numa noite passar um monte de perrengue e na noite seguinte não chover. Na noite seguinte, ser completamente diferente. Não é mais o mesmo espetáculo. É, então, muito justo que se tenha uma impressão da primeira noite, uma impressão da segunda noite e uma impressão da terceira noite. E, no fim, na matemática, as diferenças sejam as mais justas possíveis”, explicou.
Para ele, o que explica historicamente as escolas que se apresentaram segunda terem ganho muito mais títulos do que aquelas que desfilaram no domingo foi exatamente o fechamento das notas no último dia.
“Quando as pessoas vão para casa e descansam, elas já são outras. O júri não é mais o mesmo. O júri, mesmo sendo as mesmas pessoas, tem um comportamento no domingo e outro depois que ele foi para casa dormir e descansou. Eu não acredito que alguém que assistiu um espetáculo na primeira noite tenha a lembrança no último dia daquilo que mais lhe impactou”, expressou.
A ascensão do Camisa Verde e Branco a partir de 2023 é notável. Nove vezes campeão do Grupo Especial do carnaval paulistano, a agremiação estava, no ano citado, há onze anos no Grupo de Acesso I e conseguiu o retorno como vice-campeã daquela temporada. Em 2024, veio a manutenção no pelotão de elite de São Paulo. E, em 2025, com o enredo “O Tempo Não Para! Cazuza – O Poeta Vive”, inicialmente desenvolvido pelos carnavalescos Cahê Rodrigues e Leonardo Cata Pretta e concluído por uma Comissão de Carnaval, o Trevo conquistou a quinta colocação – que deu à escola da Barra Funda o direito de voltar ao Desfile das Campeãs, algo que não acontecia com a agremiação na primeira divisão da folia desde 2002. Para falar sobre o histórico resultado, o CARNAVALESCO conversou, na Dispersão após o Desfile das Campeãs, com Erica Ferro, presidente da instituição, e com João Victor Ferro, vice-presidente e diretor de carnaval da verde e branco.
Um dos segredos para que o Camisa tenha cumprido os objetivos traçados nos últimos anos, certamente, é o cuidado técnico com os detalhes. Um deles é a pasta entregue aos jurados com todos os detalhes da apresentação. Mesmo admitindo que o Trevo não tem o poderio financeiro de outras coirmãs, João Victor destaca a inteligência da agremiação ao preparar tal documento: “Eu acho que ficou muito claro para quem entende de carnaval e para quem estuda o regulamento que o Camisa sempre jogou de uma forma muito técnica. O Camisa era questionado por conta de beleza e por conta do luxo, só que o regulamento nunca pediu isso. Primeiro a gente levou essa leitura para dentro de casa e entendeu o que é que o jurado queria. E é isso que a gente entrega – e isso que a gente pode entregar. Teve até um veículo de mídia que falou que o Camisa foi muito bem nos módulos que não dependiam de grana, por sinal. E foi isso mesmo. Quando a gente voltou para o Grupo Especial, foi dessa maneira. Quando a gente se manteve no Grupo Especial, foi dessa maneira. E agora, essa ascensão para o quinto lugar, foi dessa maneira. Eu estou muito feliz, porque a gente ficou empatado com a então bicampeã do carnaval, só um décimo atrás empatado com os Acadêmicos do Tatuapé que está todo ano aí no Desfile das Campeãs. É daí para melhorar ainda mais”, refletiu.
O pensamento é endossado por Erica, que destacou não apenas a pasta em si, mas uma característica da gestão comandada por ela: “Tem que ser assim, o foco tem que ser o planejamento e na estratégia sempre. O Camisa é uma escola que, hoje, ainda tem algumas dívidas, ainda não conseguiu sanar todas as dívidas anteriores. A gente vem trabalhando dessa maneira e está dando certo”, comentou, também falando sobre a realidade orçamentária da instituição.
Barra Funda em festa
Há, ainda, uma característica importante em relação à aceitação da comunidade em relação ao modelo estratégico da instituição. Com desfiles antológicos na rica história alviverde, muitos podem pensar que o novo caminho pode incomodar alguns torcedores do Trevo. De acordo com a presidente, entretanto, todos estão na mesma sintonia: “A comunidade abraçou o projeto, a comunidade se fez presente e trabalhou bastante. Eu acho que isso foi o mais importante, a união com a comunidade. Muita gente que tinha saído voltou e a diretoria se uniu junto com a comunidade. Eu acho que isso ajudou muito”, comentou.
Já para 2026…
Ao ser questionado sobre novidades para 2026, João Victor se esquivou, mas deu um spoiler sobre o futuro da instituição: “Cada carnaval é um carnaval, cada projeto é um projeto. Eu não posso te falar sobre novidades ou sobre 2026 agora porque eu não sei o que é que vai vir pela frente. O que eu posso garantir é que a escola vai continuar jogando com o regulamento embaixo do braço. Se a regra é essa, a gente vai seguir e vamos ver o que vai dar”, cravou.
Já a presidente deixou todos na curiosidade: “Já temos algumas coisas para 2026, mas não pode adiantar nada ainda”, finalizou Erica.
Após um período de eleições, a Unidos do Peruche começou com as suas movimentações visando o Carnaval 2026. Dentro disso, Chico Ângelo, que fez a sua estreia como carnavalesco na escola em 2025, não faz mais parte da equipe que irá desenvolver o desfile do Acesso 2 em 2026. O profissional foi responsável por realizar o desfile de grande homenagem ao Seu Carlão, eterna figura do Peruche e último cardeal do samba. Em suas redes, Chico deixou uma mensagem a toda nação perucheana. Veja:
“Hoje me despeço da Unidos do Peruche, com o coração apertado, mas transbordando amor e gratidão. Agradeço de forma profunda ao presidente Zoio, ao vice-presidente Clau, a equipe de compras, ateliê, barracão, imprensa, casais, alegoria, crianças, harmonia, patrimônio, corte, comissão de frente, destaques, composições, compositores, músicos, chefes de alas, conselho, componentes e a toda a comissão de carnaval pela confiança, parceria e acolhimento desde o primeiro dia. Agradeço de forma muito especial a grandiosa Velha Guarda Perucheana! Vocês são a alma viva desse pavilhão!
Não posso deixar de agradecer ao querido Tonn . Foi sua indicação que me abriu as portas deste sonho. Ter tido a chance de ser carnavalesco na Peruche é algo que levarei para sempre comigo, como um dos maiores orgulhos da minha vida.
Um orgulho ainda maior foi assinar o carnaval que homenageou o eterno Seu Carlão. Um momento que vai perdurar para sempre na minha memória, na minha trajetória e no meu coração. Um momento histórico para a Peruche e para todos os sambistas paulistanos. Agradeço imensamente aos amigos, coirmãs e parceiros que colaboraram para colocar este desfile na avenida!
Saio com a certeza de me esforcei muito para oferecer o meu melhor a esta escola. Saio com o coração cheio de amor e com uma imensa gratidão pela oportunidade de fazer parte dessa história tão rica e poderosa. A Unidos do Peruche é gigante e sabe que é uma legítima ESCOLA DE SAMBA – oferece oportunidade, ensina e projeta!
Sigo torcendo, com toda minha força, por dias ainda mais felizes e vitoriosos para esse grandioso pavilhão.
Após ter anunciado a permanência do mestre-sala Luan Caliel na última semana, agora a Tucuruvi divulga a continuidade de Beatriz Teixeira. Estreando juntos no Carnaval 2024, a dupla vai para o terceiro ano de parceria. O mestre-sala já tem mais tempo de casa, e Bia chegou logo após. Neste ano, em relação às notas, o casal não obteve êxito na apuração, mas em 2024 foi um dos únicos a gabaritar o quesito. Com essa renovação, a Cantareira mostra a vontade de apostar no mesmo time para alcançar a volta ao Grupo Especial.
Após quatro carnavais à frente da bateria “Ritmo Pioneiro”, a Vizinha Faladeira anunciou, por meio de suas redes sociais, que mestre Renatinho do Batuque não seguirá no comando da batucada para o próximo desfile. Cria da comunidade, Renatinho iniciou sua trajetória na escola como ritmista, passando também por outras agremiações antes de retornar à pioneira do samba como mestre de bateria. Ao longo de sua trajetória, conquistou diversos prêmios, com destaque para o Estrela do Carnaval.
Os nomes já estão definidos: os diretores Polinho e Lipe assumem, a partir de agora, o posto de mestres da “Ritmo Pioneiro”. Eles terão a missão de conduzir a bateria rumo à nota máxima.
Mestre Polinho desfilou pela primeira vez na bateria da Vizinha Faladeira em 2001, sob o comando do mestre Capoeira. Em 2004, foi promovido a diretor de bateria ao lado do mestre Jorginho, com quem conquistou o título e o acesso à Série A. Ao longo dos anos, teve idas e vindas na direção da bateria da escola e acumula passagens por agremiações como Paraíso do Tuiuti, Unidos da Tijuca e Acadêmicos de Niterói. Foi mestre de bateria da Unidos do Cabuçu em 2017 e 2018, e do Feitiço Carioca em 2024.
Já mestre Lipe iniciou sua trajetória na Vizinha Faladeira em 2015, com o mestre Marcão. Trabalhou também com os mestres China e Jorginho, tornando-se diretor de bateria em 2019, função que ocupou até 2024. Também atuou como diretor no Feitiço Carioca e na Raça Rubro-Negra.
O Museu do Samba (museudosamba.org.br) realiza no próximo sábado, dia 3 de maio, a partir das 14h, o Encontro Detentores do Samba, evento que vai reunir representantes dos departamentos femininos das escolas de samba dos grupos Especial e da Série Ouro do Carnaval do Rio de Janeiro. Já confirmaram presença lideranças femininas da Beija-Flor, Portela, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro, Mangueira, Mocidade Independente de Padre Miguel, Salgueiro, Paraíso do Tuiuti, União de Maricá, Unidos de Padre Miguel, Estácio de Sá, União da Ilha e Império Serrano. O evento tem entrada franca e acontece na sede do Museu do Samba, localizado na Rua Visconde de Niterói, nº 1296, na Mangueira. O Encontro Detentores do Samba conta com apoio do Ibram – Instituto Brasileiro de Museus.
O Encontro Detentores do Samba terá o formato de uma roda de conversa, em que as mulheres dos departamentos femininos das agremiações vão discutir temas como a valorização das sambistas nas agremiações e a importância da força feminina na preservação de tradições no atual cenário dos desfiles. Este é o primeiro de uma série de encontros que o Museu do Samba vai realizar com os segmentos das escolas de samba, incluindo bateria, baianas, passistas e velhas guardas, entre outros.
“O Museu do Samba tem como uma de suas missões fazer a advocacy das demandas dos sambistas, promovendo a escuta e o diálogo a fim de contribuir para mudanças positivas e para a valorização dos sambistas, afinal, não existe desfile de escola de samba sem sambista e seus saberes ancestrais, seja no ritmo, na dança, e, principalmente no modo de ser e de viver dos detentores das origens e tradições desse patrimônio cultural brasileiro”, afirma Nilcemar Nogueira, fundadora do Museu do Samba.
“Decidimos começar os encontros pelos departamentos femininos porque sabemos que o samba é essencialmente matriarcal, com as mulheres exercendo um papel estratégico na preservação e evolução desse modo de viver característico da cultura do samba; fortalecer o carnaval e as próprias agremiações passa por fortalecer e valorizar os saberes e a liderança das mulheres sambistas”, acredita Nilcemar.
SERVIÇO
Encontro Detentores do Samba – Roda de conversa com departamentos femininos
Local: Museu do Samba
Endereço: Rua Visconde de Niterói, 1296 – Mangueira
Dia e Horário: sábado, 14h
Entrada franca
A Inocentes de Belford Roxo, formando o time para 2026, contratou para comandar o departamento de Harmonia, Leonardo Brandão e Vitor Leite, que receberam o convite do presidente de Honra, Reginaldo Gomes. A dupla de diretores trabalha juntos desde 2018, e pretendem atuar em parceria respeitando os componentes em prol da Inocentes.
“Estou muito entusiasmado com o convite, pois a Inocentes é uma agremiação forte. O carinho e respeito pelos componentes irão nortear nosso trabalho. Conduziremos nossa comunidade com muito profissionalismo e buscando sempre o melhor para o nosso pavilhão”, disse Leonardo Brandão.
Leonardo possui passagens pelo Império Serrano, Unidos da Tijuca (campeã 2010 e 2012), União da Ilha e Portela (campeão em 2017, como Diretor Geral de Harmonia). E atualmente atua no Departamento de Carnaval da Portela.
“Meu trabalho é sério e focado em atingir o grau máximo de excelência. Pretendo colocar em prática essa doutrina com toda minha experiência, sempre respeitando todos os segmentos em parceria com os componentes. A Inocentes é uma escola extremamente competitiva, graças a administração dos presidentes de Honra, Reginaldo Gomes e Rodrigo Gomes, que não medem esforços para colocar a escola na avenida, e este foi o principal motivo para aceitar o convite”, falou Vitor Leite.
Vitor atuou no quadro da Harmonia das seguintes agremiações: Tuiuti, Portela, Estácio de Sá, União de Jacarepaguá, Caprichosos de Pilares e Renascer de Jacarepaguá, Tuiuti e Estácio de Sá. Integra a comissão de Harmonia da Portela.
Este final de semana os novos comandantes da Harmonia da Caçulinha da Baixada irão ao barracão de alegorias, na Gamboa, para realizar uma reunião com o diretor geral de Carnaval, Julinho Fonseca.
Rumo ao Carnaval de 2026, a Unidos de Lucas lançou seu enredo para o desfile do próximo ano. O Galo de Ouro da Leopoldina levará para a Intendente Magalhães o tema “O povo escreve sua história em um sublime pergaminho”. A agremiação abordará as revoltas que refletem a luta do povo contra a opressão e evidenciará a desigualdade e a injustiça ao longo da história. O enredo é de autoria do carnavalesco Lucas Lopes, que conta com Paulo Neto e Fabrício Lemos em sua equipe criativa, auxiliando no desenvolvimento do projeto.
“Ambos os temas nos ajudam a entender melhor os conflitos sociais e a busca por direitos e mudanças estruturais em nosso país, evidenciando, por fim, que o povo não depende de heróis nem de salvadores da pátria, mas sim da sua própria luta pela igualdade e felicidade da nação”, revela o carnavalesco.
Diferentes etnias construíram as conquistas sociais deste país. Estarão no desfile os povos indígenas, os africanos e seus descendentes. Da opressão colonial à luta pelo voto livre e direto, o povo sempre buscou formas de construir uma nação livre e soberana — direitos estes que podem ser ameaçados, caso não zelemos pelo bem-estar coletivo de nossa sociedade.
A Unidos de Lucas desfila pela Série Prata, na Intendente Magalhães, e irá em busca do título e de uma vaga na Marquês de Sapucaí em seu próximo desfile.