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Prefeitura do Rio renomeia circuito de carnaval no Centro em homenagem ao sambista Bira, do Cacique de Ramos

O prefeito Eduardo Paes instituiu, por meio de decreto publicado no Diário Oficial desta segunda-feira, a mudança de nome do tradicional circuito da Avenida Chile, que passa a se chamar “Circuito de Desfiles da Avenida Chile – Bira Presidente”. A homenagem é dedicada ao sambista e fundador do bloco Cacique de Ramos, que morreu em junho deste ano, aos 88 anos, deixando um legado marcante também à frente do grupo Fundo de Quintal.

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Foto: Alexandre Loureiro/Riotur

O circuito tem concentração na Avenida Almirante Barroso, a partir da Rua México, segue pela Avenida República do Chile e se dispersa na Rua do Lavradio. O trajeto já recebe outros blocos emblemáticos, como os Embaixadores da Folia, Bohemios de Irajá e Bafo da Onça. Segundo o decreto, a medida busca celebrar a contribuição de Bira para o samba e para a identidade cultural do Rio, fortalecendo a tradição do carnaval de rua.

Parte do calendário “Rio o Ano Inteiro”, desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, o circuito é um dos mais importantes do carnaval de rua carioca e contribui diretamente para o fortalecimento do turismo e da economia da cidade.

“Mais do que uma homenagem, o circuito reafirma a importância de Bira Presidente como referência do samba e da cultura popular. Ele foi fundamental para consolidar a força do carnaval como uma das maiores expressões do Rio. E cada ação que valoriza a cultura e amplia a programação oficial tem impacto direto na imagem da cidade, atraindo visitantes e movimentando a cadeia produtiva do turismo”, afirma Bernardo Fellows, presidente da Riotur.

Rio o Ano Inteiro é o anuário oficial de eventos elaborado pela Riotur. Com programação permanentemente atualizada, a ferramenta apresenta, de forma inédita, uma lista unificada dos eventos programados para acontecer na cidade do Rio. Pensado para facilitar o acesso à informação, o calendário permite que moradores e turistas consultem os eventos por data, acompanhem o status de cada atração por um sistema de cores e visualizem múltiplos eventos acontecendo no mesmo dia, tudo de forma simples e intuitiva.

Com enredo afro sobre os Ibejis, Imperador do Ipiranga abre temporada rumo ao Carnaval 2026

Na noite do último domingo, o Imperador do Ipiranga deu o pontapé inicial para o Carnaval 2026 com a festa de lançamento de seu samba-enredo, que contou também com a apresentação da coirmã Barroca Zona Sul. Durante o evento, ocorreram a posse dos casais de mestre-sala e porta-bandeira, a coroação da corte e as boas-vindas de Helber Medeiros na Vila Carioca.

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Fotos; Diego Florêncio/CARNAVALESCO

A noite começou com a cerimônia de posse dos casais de mestre-sala e porta-bandeira: Matheus e Laís assumiram como primeiro casal; Samuka e Alessandra, como segundo; Fernando e Dani, como terceiro; e Henrique e Loloca foram apresentados como o casal soberano. A celebração também contou com a troca de pavilhão do segundo casal, que agora será responsável por conduzir o pavilhão do enredo.

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Para 2026, o Imperador do Ipiranga levará um enredo afro, apresentando o encanto dos Ibejis — Doum, Cosme e Damião — com suas cores, alegria, doces, risos e mistérios: “BEJIRÓÓ, ONIPÉ DOUM – IBEJI”. O desenvolvimento é do carnavalesco Romulo Roque, que assina seu primeiro carnaval como autor do enredo, embora já atue ativamente no carnaval de São Paulo desde 2016.

“O enredo foi um pedido do presidente. Ele queria um afro, que a escola estava devendo há algum tempo, e também para manter a alegria e o colorido dos últimos desfiles. Então, optamos por esse. Acho que é bom começar pelas crianças, acho bem legal. Era uma ideia que já existia há tempos, mas que não aconteceu, porque tinha que acontecer neste momento”, destacou Romulo.

Sem realizar disputa de samba, a agremiação convidou um grupo de compositores já conhecidos para criar o hino que embalará o desfile no Anhembi. Sukata, Léo do Cavaco, André Valêncio, Rodrigo Xará e Rafael Turbino são os autores do samba, que será defendido por Helber Medeiros, também participante ativo da composição.

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“Quando o samba chegou para nós, veio bem aberto. A proposta foi: ‘o samba está pronto, mas vocês fiquem à vontade para transformá-lo naquilo que a escola precisa’. Isso foi bacana. Tivemos um processo de praticamente um mês e meio, ajustando o samba, mandando para os compositores, recebendo de volta, envolvendo a diretoria, o diretor de carnaval, o mestre Fuskão. Ainda fizemos um laboratório, Fuskão e eu, em estúdio, e isso foi muito enriquecedor”.

Estreando no carro de som do Imperador do Ipiranga, Helber Medeiros já passou por diversas agremiações, como Morro da Casa Verde, Colorado do Brás, Uirapuru da Mooca, Dragões da Real, Pérola Negra, Lavapés Pirata Negro, Passo de Ouro e, mais recentemente, X-9 Paulistana, onde dividiu o comando com Royce do Cavaco e Daniel Colette. Ele ressaltou que foi justamente essa experiência nos últimos dois carnavais que o credenciou a assumir o posto de intérprete oficial do Imperador.

“Eu venho de uma escola muito boa. Nesses dois últimos anos, considero que estive na escola master, ao lado do meu padrinho, Daniel Colette, e do meu ídolo, Royce do Cavaco. São 25 anos cantando em carros de som, mas a maior aparição foi durante a X-9 Paulistana. Essa oportunidade foi um ápice para mim, pois consegui realizar um grande trabalho com a ajuda de grandes amigos e ídolos. Hoje assumir como intérprete oficial do Imperador do Ipiranga é uma conquista que devo a eles e a todo o aprendizado que tive nesse período”.

Além da renovação da voz oficial, também há movimentação na diretoria. O presidente Neto está trazendo novos nomes para integrar a escola da Vila Carioca, como o diretor de carnaval Diego, o carnavalesco Rômulo Roque e o vice-presidente Dário, anunciado durante a festa.

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“Eu trabalho em equipe, ninguém faz nada sozinho, e a renovação precisa ser feita. Temos o Mestre Fuskão, o diretor de carnaval Diego, o carnavalesco Rômulo, que assina seu primeiro trabalho, e mais pessoas que vêm de dentro da quadra, porque temos muita gente boa aqui. Estamos unindo a experiência dos antigos com a energia dos novos, e é essa integração que vai dar certo. Para isso é preciso união, respeito e comprometimento. Escola de samba é uma empresa, e o Imperador precisa se profissionalizar, gerar recursos e andar com as próprias pernas. Essa é a minha mentalidade empresarial”, ressaltou Neto.

O Imperador do Ipiranga será a oitava escola a desfilar no Grupo de Acesso 2, no dia 7 de fevereiro de 2026.

Disputa esquenta na Mocidade: terceira etapa mostra força de sambas que já sacodem os Independentes

A Mocidade Independente realizou, no último domingo, sua terceira eliminatória de sambas-enredo. Ao todo, onze obras se apresentaram na quadra da escola, na Vila Vintém. O samba eliminado foi o de Jurandir e parceria. Dez composições seguem na disputa, cuja próxima etapa acontecerá no domingo. Abaixo, veja a análise do CARNAVALESCO.

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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

Parceria de Franco Cava: Abrindo o domingo de eliminatórias na quadra da Vila Vintém, a parceria de Franco Cava, André Baiacu, J. Giovanni, Gulle, Almir, Flavinho Avellar, Renato Duarte e Fabinho contou com Leozinho Nunes, uma das vozes oficiais da União do Parque Acari, no comando do microfone principal. A obra teve uma apresentação animada. O trecho “Eu Sou Da Mocidade! / A Padroeira da Liberdade, Rita ‘Lee-Berdade’” foi o ponto alto da apresentação, mas o público recebeu o samba de maneira tímida no fim da tarde.

Parceria de Beto Corrêa: Com Pitty de Menezes no microfone principal, a obra de autoria de Beto Corrêa, Samir Trindade, Rodrigo Medeiros, Cristiano Plácido, Guto Listo, Gilberto Monteiro, Wilson Paulino, Giacomo Peter Corrêa e Márcia Carvalho passou bem nesta etapa. O refrão central “A família tradicional, papai enrustido, o filho oprimido, mamãe de avental; das ovelhas negras, luxúria sem pudor, que nunca conserva-dor”, além de apresentar contradições irreverentes, animou o público presente, sendo o ponto alto da obra.

Parceria de Jefinho Rodrigues: O samba comandado por Wander Pires no microfone principal teve uma apresentação quente. Mesmo com a quadra ainda não cheia, foi a obra que deu o primeiro grande sacode da noite no público. Componentes e admiradores se reuniram à frente do palco para cantar e dançar o samba do início ao fim. O trecho “Transo Rock e Samba Pra Sentir Prazer / Agora Só Falta Você, Agora Só Falta Você” foi uma boa sacada e, aliado à melodia que remete à música original “Agora Só Falta Você”, levantou a quadra, assim como o refrão “Mocidade Êêêêê / Minha Mocidade, Voltei Por Você!”, inspirado no ritmo de “Erva Venenosa”.

Parceria de Rogerinho: Na voz inconfundível de Pixulé, o samba de Rogerinho, Nito de Souza, Duda Coelho, Itamar Trindade, Marcinho.com, Junior Diniz, Anderson Migão, Gordo de Muriqui, João Vitor e Gabriel, ao lado de Thiago Brito, teve boa apresentação. O trecho “Vai buscar os anéis de Saturno / Vivendo o presente, pintando o futuro / Erva venenosa, manifesto de poder / Agora só falta você” animou o público, que cantou, ainda que de forma tímida.

Parceria de Rafael Drumond: Sob o comando de Milena Wainer, única mulher a puxar um samba nesta disputa e integrante do carro de som da Mocidade, a obra de Rafael Drumond, Gilberto Paizão, Gil Paiva, Giovane Paiva, Vinícius Ramaldes, Pinóquio do Cavaco, Roberto Sade, Emerson Zona Sul, Luiz Antônio Santista e Thainá do Tan Tan teve um bom rendimento junto ao público. O trecho “Sassaricando Nos Jardins Da Babilônia / É Tropicália Rock In Roll No Carnaval” contou com uma breve coreografia dos cantores no palco, o que animou ainda mais os presentes.

Parceria de Jaci Campo Grande: O samba de Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Dr. Marcelo, Alex Cruz, Elian Dias, Marcinha Mocidade, Lúcio Flávio, Paulo Bachini, Aurélio Brito e Lê da Vila foi defendido por Vitor Cunha, intérprete do Império Serrano, e Evandro Malandro, da Grande Rio. A obra apresentou uma melodia interessante e foi bem conduzida no palco. Os trechos “Sua força vocal nenhum macho detém / Canonizada da Vila Vintém” e o refrão “Rogai, Rita Lee, ó padroeira!” empolgaram o público, que se reuniu em frente ao palco para cantar.

Parceria de Santana: A obra de Santana, Paulo Senna Poeta, Valdeci Moreno, Carlos Augusto, Gustavinho Souza, Edvaldo Lucas e Everaldo Silva foi interpretada por Leonardo Bessa e Serginho do Porto, da Renascer e da Estácio, respectivamente. Com apresentação linear e animada, o samba conseguiu levantar o público em volta do palco. O verso “Eu quero ver a pele arrepiar / Sentindo o corpo queimar de amor / Em cada gesto encontrei identidade / Em cada verso entoei minha verdade” foi o ponto alto.

Parceria de Paulo Cesar Feital: Samba defendido por Tinga, a obra de Paulo Cesar Feital, Dudu Nobre, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rozário, Júlio Alves, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casa Nossa, Anderson Lemos e Léo Peres, levantou o astral da quadra. O refrão: “Canta Mocidade, A Voz Feminina / Por Toda Menina Da Vila Vintém / Na Luta Pela Liberdade / Independente Não Teme Ninguém!”, fez alguns componentes balançar, assim como as baianas, que fizeram o rodado clássico do segmento neste trecho.

Parceria de Paulinho Mocidade: Apresentado por Paulinho Mocidade no microfone principal, ao lado de Rafael Tinguinha (intérprete da São Clemente e da Barroca Zona Sul) e Dowglas Diniz (da Mangueira), o samba reuniu uma parceria formada por Sandra Sá, Gabriel Teixeira, Lico Monteiro, Gabriel Simões, Rodrigo Feiju, Tamyres Ayres, Christiane e Trivella. A obra teve uma apresentação forte e quente. O refrão “Eu não sou puta, nem sou freira / Santa Profana, a Padroeira / Desculpe o auê, ardente é o querer… / Agora só falta você!” chamou a atenção e levantou o público, assim como a sacada irreverente no trecho “Venenosa eh eh eh eh eh / Erva venenosa eh eh eh / Vem tocar meu chocalho cascavel / O veneno é cruel!”.

Parceria de Zélia Duncan: Encerrando as apresentações, Zé Paulo Sierra, intérprete da União de Maricá, liderou o samba ao lado dos compositores Zélia Duncan e Frejat, que, junto com Arlindinho Cruz, André, Prof. Renato Cunha, Rafael Falanga, Diego Estrela e Igor Leal, assinam a obra. A presença ilustre da ex-porta-bandeira da Mocidade e mãe de um dos compositores, Babi Cruz, também marcou a apresentação. A entrada de Zélia e Frejat no palco, ao lado de Zé Paulo, aproximou ainda mais o público. O trecho “Vem Cá, Meu Bem / Que A Gênia Venenosa / Da Vila Vintém Tem Cheiro De Coisa Maluca” trouxe malícia e balanço interessante à apresentação.

Na rua em agosto! Mocidade Unida da Mooca sai na frente, começa ensaio para o Carnaval 2026 e já com canto forte

O último domingo tornou-se histórico para a Mocidade Unida da Mooca. Faltando pouco menos de sete meses para o carnaval 2026, a agremiação já realizou o primeiro ensaio de rua para a comunidade. A MUM, como é popularmente conhecida, se antecipou de forma nunca antes vista em escolas de samba a fim de seguir a preparação para a estreia da agremiação no Grupo Especial do Carnaval de São Paulo – que será feita com o enredo “Gèlèdès- Agbara Obinrin”, desenvolvido pelo carnavalesco Renan Ribeiro. O CARNAVALESCO se fez presente no já marcante ensaio de rua em agosto e traz a palavra de uma série de nomes importantes da Mocidade Unida da Mooca, além de contar como foi a atividade.

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No coração da Mooca

A MUM começou o primeiro ensaio de rua da agremiação na praça Ciro Pontes, local em que foi feito o esquenta, com pagode executado por integrantes da agremiação. O carro de som foi posicionado diretamente na margem direita da rua Bresser, enquanto os componentes iniciavam o deslocamento ainda na rua Taquari, virando à esquerda para descer o histórico logradouro mooquense.

Para não subir o viaduto Bresser, os componentes seguiram na margem direita da rua, passando na frente da Biblioteca Affonso Taunay e do SENAI Theobaldo de Nigris, até virarem à esquerda na rua Bresser, chegando na quadra da Mocidade Unida da Mooca – abaixo do viaduto citado.

Na rua desde cedo

Ao longo de todo o ciclo carnavalesco para 2026, a Mocidade Unida da Mooca se destaca como a agremiação que está adiantando datas no cronograma. A explicação para tal característica da escola é destrinchada por Rafael Falanga, presidente da instituição: “Primeiramente, a MUM vive um momento único. A gente está vivendo essa oportunidade de estar no Grupo Especial intensamente, a cada dia e a cada oportunidade”, explicou.

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Rafael Falanga, presidente da Mocidade Unida da Mooca

Quem vai pelo mesmo caminho é Vitor Gabriel, diretor de carnaval da instituição, aproveitando para destacar a canção da MUM: “É muito importante, para a gente, iniciar antes. A Mooca chega pela primeira vez no Grupo Especial, pega um grupo com grandes potências. A gente já começa atrás delas, a gente precisa, de alguma forma, tentar chegar próximo delas. Para isso, a gente precisa adiantar todo esse processo”, comentou.

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Vitor Gabriel, diretor de carnaval da instituição

Para a eternidade

Ao serem perguntados sobre o ensaio de rua precoce, os dois nomes trouxeram pontos de vista diferentes. Para o presidente, a agremiação apenas retoma uma característica antiga da folia paulistana: “No momento do Carnaval de São Paulo, em que a gente cada vez mais vê as quadras esvaziadas, os processos começarem mais tarde, esse é um ponto de partida para a gente começar a trazer as pessoas novamente para dentro do processo de Carnaval, do terreiro, da quadra, da rua, num período que é considerado cedo hoje em dia. Para nós, em um período comum do meio do ano, a gente relembra que a escola de samba funciona o ano inteiro”, alertou.

O mandatário mooquense, por sinal, conclama as coirmãs a fazerem o mesmo que a Mocidade Unida da Mooca fez no já histórico domingo: “Acredito e espero que isso sirva também para que outras escolas antecipem suas etapas, para que cada vez mais o samba, o Carnaval e as escolas de samba ocupem as ruas, ocupem seus terreiros e façam eventos pelo ano todo. Não é nenhuma questão de pioneirismo, é uma questão de resgate, de trazer o povo do samba para a rua em meio de ano, de antecipar esse processo de preparação, como sempre foi. A gente acabou perdendo isso ao longo dos anos, nós estamos tentando resgatar”, destacou.

Vitor Gabriel foi mais sucinto, caprichando no bom humor: “A gente já traz isso no refrão do nosso samba: ‘a Mooca faz revolução’. A gente já quer revolucionar essa questão do ensaio de rua em agosto”, afirmou.

Ajuda?

A reportagem perguntou para alguns nomes importantes da MUM se ir para a rua tão cedo é, de fato, interessante para os segmentos. Unanimemente, todos concordaram que a estratégia mooquense é muito válida. Gui Cruz, um dos intérpretes presentes, destacou a força que o conjunto ganha fora da quadra: “Para o cantor e para a escola como um todo, a rua é o espelho da avenida. Quando a gente está dentro da quadra, a gente não tem como sentir a escola desfilando, em cortejo reto. Nada melhor do que iniciar um ano especial indo para a rua”, pontuou.

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Gui Cruz, um dos intérpretes presentes

Já Sté Oliveira, outra intérprete presente, focou nos presentes no evento: “O nosso presidente é super animado, ele acredita na comunidade e acredita que vai dar muito certo. A importância de a gente poder já fazer esse ensaio agora é já ter noção do que nos espera, trazer a comunidade, enxergar e acreditar que é possível a gente levar esse enredo, esse novo tempo da Mocidade Unida da Mooca no Carnaval como um todo, no Grupo Especial 2026”, vislumbrou.

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Sté Oliveira, outra intérprete presente

Jefferson Gomes, mestre-sala da MUM, deu uma aula sobre o processo de criação da coreografia para a dupla que ostenta e defende o pavilhão da instituição: “Para a gente, que já começou a ensaiar e já está ensaiando na quadra há um tempo, a vantagem de se ter o contato com a rua agora é que, como a nossa escola tem um samba lançado também muito cedo, a gente já consegue começar a moldar uma coreografia em deslocamento – que é o que a gente vai executar no Anhembi. Normalmente, a gente cria a coreografia no espaço fechado, num quadrado, num espaço mais reservado. Agora, a gente tem a oportunidade de, já em agosto, já colocar em prática algumas coisas que a gente só colocaria em outubro ou novembro. A vantagem é que a gente já consegue testar e consegue eliminar muita coisa que talvez não vai dar certo”, explicou.

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Casal Jefferson Gomes e Karina Zamparolli

Karina Zamparolli, porta-bandeira da Mocidade Unida da Mooca, concordou com a dupla e trouxe ainda mais uma questão – sempre citada por quem ocupa tal posto: “O Jefferson só esqueceu de falar do vento! A porta-bandeira só pensa no vento. Ele está certíssimo em tudo que falou, mas é necessário falar do vento, eu já vim pensando no vento. Está ventando para caramba hoje, mas é bom. É bom porque a gente vai se acostumando, também. Isso acontece muito no Anhembi, a gente já vai um pouco mais preparado”, comentou.

Mestre Dennys Silva, comandante da Chapa Quente, bateria da MUM, identificou que a ida precoce à rua está de acordo com tudo que a agremiação está fazendo ao longo do ciclo carnavalesco: “É super importante ensaiar na rua tão cedo – assim como o samba, que já saiu muito antes. Eu já estou trabalhando com o samba há três meses, já faz um bom tempo”, comentou.

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Outra questão também foi comemorada por Dennys: “Para mim, é muito importante essa interação com o carro de som: tem o delay, a gente faz os paradões, entende se a bossa está atrapalhando os demais setores, os demais departamentos. É importante fazer teste, teste, teste, ir para o próximo ensaio de rua e ir corrigindo essas pequenas falhas”, arrematou.

Acústica em pauta

Sair de uma quadra para ganhar um espaço aberto é sempre um desafio para quem está em um segmento que lida diretamente com o samba-enredo. Gui Cruz explicou: “Na quadra, é tudo um pouco mais abafado. A quadra da Mooca tem um projeto acústico especial, as coisas são bem abafadas. Para a bateria também é assim, aliás. É óbvio que a gente ensaia na quadra e tudo mais, só que os ensaios de rua, quando não estão chovendo, a gente consegue realmente ouvir o somo como a gente vai ouvir lá no Anhembi,  já que é aberto, não é fechado. A rua só traz benefícios para a gente”, destacou.

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Dennys foi pelo mesmo caminho: “A gente está na rua hoje, mas todas as quartas-feiras eu ensaio ali na praça Vicente Matheus, do lado da quadra, para acostumar com a acústica sem o teto. Dentro da quadra, a acústica fica batendo e voltando, não é o ideal. E, na rua, facilita tudo. A gente já simula um box, faz o rodízio das peças, faz toda a manobra de recuo”, comemorou.

Já Sté preferiu focar na força do canto mooquense: “Quanto à acústica, a gente começa a entender que a nossa frase de que ‘escola que canta, ganha’ é aqui e é à vera. Na quadra é muito bom, o ensaio é quente e é aconchegante, mas à vera é a rua. E é o nosso chão: o nosso chão é a rua, mesmo”, afirmou.

Falando em canto…

Reconhecidamente com um dos cantos mais fortes do Carnaval paulistano, a Mocidade Unida da Mooca utiliza muito os ensaios de rua para ter um termômetro de como está a comunidade. Vitor Gabriel explica: “Sobre a questão específica de hoje, do ensaio de rua, é importante explicar para quem não frequenta a MUM: no último Carnaval, que a escola conseguiu o acesso, 90% dos nossos ensaios foram de rua. De janeiro, da virada do ano para cá, todos ensaios de domingo foram na rua. É uma fórmula que deu certo. A gente gostaria de entrar num processo com o pé direito – e nós entramos com o pé direito. Num primeiro ensaio de rua, a gente já consegue sair cantando, evoluindo. É como se fosse o reconhecimento do trabalho que foi feito – e a gente mostrar qual vai ser o caminho desse ano. Queremos estar 90% na rua de novo”, comentou.

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Gui Cruz também relembrou o ciclo carnavalesco que levou a agremiação para o Grupo Especial: “No ano passado, a Mooca fez muito ensaio de rua: depois que virou o ano, só o último ensaio que foi na quadra; os outros ensaios foram todos na rua. E deu sorte! Nesse ano, teremos, também, mais ensaios na rua: a rua vai ajudar, sem dúvida nenhuma, a corrigir muitas coisas. As notas de evolução vieram, a Mooca subiu por conta das notas de Evolução – e, sem dúvida nenhuma, a rua foi muito importante para essas notas de Evolução”, relembrou.

Mais especificidades

Outros segmentos também apontaram algumas questões pertinentes a departamentos específicos. Jefferson destacou que a irregularidade do asfalto, embora traga desafios em ensaios de rua, também traz benefícios mais para frente: “Referente ao asfalto, o contato com o solo e os cuidados que temos que ter, de não é o chão adequado. Mas a vantagem é que, quanto mais dificuldades no chão irregular, a gente realiza a coreografia ainda melhor no chão regular, com muito mais tranquilidade e facilidade. Na rua, tem valeta, a rua meio descaída. Quando vai para o chão do Anhembi, retinho e lisinho, a gente já consegue executar bem melhor. Se um giro saiu torto na rua, no plano ele sai tranquilo”, comemorou.

Indagada se o vento na rua Bresser (com muitas faixas e bastante aberta até o começo do viaduto de mesmo nome) é maior ou menor que no Anhembi, Karina destacou que o desfile oficial, por vezes, traz atenuantes: “É uma pergunta difícil porque venta em todos os lugares. Como é muito aberto, tanto na rua quanto no Anhembi, a importância desse ensaio é justamente para a gente conseguir ter uma noção de como vai ser no Anhembi – lá também é muito difícil. Quando é o desfile oficial, acaba abafando um pouco por conta dos carros alegóricos e por conta do público que vai em peso. Tudo isso ajuda um pouco. Mas, mesmo assim, a gente pode enfrentar essas adversidades – e, por isso, a gente faz tanta questão de ter esses ensaios na rua, em específico, e se empenhar bem para que a gente esteja realmente preparado”, refletiu.

Sair da quadra e caminhar cerca de meio quilômetro tocando algum instrumento também é algo que fez com que mestre Dennys respondesse à reportagem: “Eu aprendi com os mais velhos que a gente tinha que ter uma resistência. Esse é o momento de pegar braço, falando com a linguagem bem popular. Precisamos ter resistência na avenida. Estamos no Grupo Especial agora, é um pouco mais de tempo de desfile. Tem que ter essa resistência e é bom treinar desde agora. São quase seis meses de treino, todo mês a gente vai fazer um ensaio de rua. Vai ser bem legal, é muito importante”, destacou.

Vale destacar que, no Grupo de Acesso I, o tempo de desfile é, obrigatoriamente, entre 50 e 60 minutos; no Grupo Especial, entre 55 e 65 minutos. Os limites em questão foram averiguados pela reportagem de acordo com o Carnaval 2025.

Avaliação e desafios

Vitor Gabriel não falou apenas sobre o quão histórico realizar um ensaio de rua em agosto é. O diretor de carnaval também fez questão de avaliar algumas situações da MUM: “Com certeza dá para avaliar algumas questões do quesito a quesito. O primeiro ponto que eu vou falar que dá para a gente avaliar é a questão do samba: depois da definição do enredo da escola, a primeira coisa que se define é o samba-enredo. E, aqui, a gente já começa a sentir se o samba está legal – ainda mais na Mooca, onde todo o mundo do samba sabe que o samba é um samba encomendado, é um samba feito dentro de casa. Até a gravação da Liga-SP, entre setembro e outubro, até a entrega da pasta, é passível altera o samba. A gente, fazendo esse ensaio agora, já sente primeiro ponto: se o samba está com tudo bacana, se tem que fazer ajuste de letra ou de melodia”, destacou.

Há mais avaliações passíveis, de acordo com o diretor: O segundo ponto é a questão dos próprios quesitos que a gente vê. A gente consegue avaliar o casal e a comissão-de-frente, por exemplo: ver se a coreografia que eles estão fazendo está funcionando, eles ganham uma margem maior para alterar isso. Se eles sentiram que algo não está legal, eles ganham um tempo. A mesma coisa com os segmentos. A gente iniciando antes esse processo, temos um tempo maior para ajustar. É possível avaliar, sim – e é fundamental”, prometeu.

O profissional também destacou algumas questões pertinentes ao bairro da Mooca, dos mais tradicionais e cheios de personalidade da cidade de São Paulo: “Quem conhece a região da escola sabe que é muito difícil a gente achar uma grande avenida para ensaiar. Aqui é um bairro de fato: ruas curtas, muita curva. A Radial Leste, que a gente tem do outro lado, tem um hospital. A gente tem que se virar. É muito difícil para a gente esse processo de liberação: onde a gente ensaia é uma alça de acesso para a Radial Leste – quem é de São Paulo conhece e sabe a importância dessa via. É muito complicado”, comentou.

Ao sair da quadra da Mocidade Unida da Mooca, à esquerda, o primeiro logradouro existente é a avenida Alcântara Machado – primeiro nome dado à Radial, que conta com mais de 23 quilômetros de extensão e vai até a cidade de Ferraz de Vasconcelos. Dois quarteirões passando a Alcântara Machado, aparece o Hospital Salvalus – já mais próximo da estação Bresser-Mooca do metrô.

O diretor também aproveitou para destacar que, por vezes, a escola precisa mostrar a veia mais guerreira que existe na comunidade da Mocidade Unida da Mooca: “Mesmo com muita antecedência, às vezes a gente tem uma negativa. Só que, mesmo assim, a gente bota a escola na rua. Vou ser sincero: a gente é um pouco teimoso. No ano passado, a gente conseguiu a autorização para cinco ensaios de rua dos dez que previmos. Nos demais, a gente meteu as caras e foi para a guerra. Pedimos liberação para a CET e entramos com ofício solicitando o espaço para a subprefeitura da Mooca com até vinte dias de antecedência – mas nem sempre é acolhido; e, mesmo assim, a gente vai para a rua. Às vezes, a CET fala para a gente acelerar o passo e ir embora logo para a quadra – e em outras vezes, igual hoje, a gente passa tranquilo”, revelou.

Vem mais por aí

De acordo com o presidente da MUM, os próximos passos da agremiação também incluem surpresas: “A partir da semana que vem já começam os ensaios gerais na quadra. Nós temos uma agenda de quadra e rua, que serão alternados conforme a estratégia da Harmonia. Daqui para o carnaval todo domingo; em janeiro, sexta e domingo. Sobre o que tem de pioneirismo (e eu nem sei se essa é a palavra, acho que seria melhor dizer que estamos queimando largadas) daqui para frente, a gente vai deixar como segredo e vai anunciar nas redes sociais. Vem mais coisa por aí, com certeza”, finalizou Rafael Falanga.

‘Tigresa que mata um leão por dia!’ Parceria de Bira vence samba da Porto da Pedra para o Carnaval 2026

Por Gabriel Radicetti e Rhyan de Meira

A Porto da Pedra definiu na madrugada deste domingo o hino que defenderá o enredo “Das mais antigas do mundo, o doce e amargo beijo da noite”, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes, no Carnaval 2026. A parceria campeã é formada por Bira, Rafael Raçudo, Oscar Bessa, Márcio Rangel, Eric Costa, Fernando Macaco, Jarlão, Rafael Gigante, Vinícius Ferreira e Miguelzinho. O samba conquistou a comunidade e emocionou o público na quadra de São Gonçalo. * OUÇA O SAMBA CAMPEÃO

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Fotos: Gabriel Radicetti e Rhyan de Meira/CARNAVALESCO

Um dos principais nomes da obra, o compositor Bira destacou a responsabilidade de transformar em poesia o universo das profissionais do sexo: “Essa vitória representa para mim e para minha parceria uma alegria imensa. Falar dessas profissionais e desses profissionais do sexo foi um desafio, já que nós, homens, não temos lugar de fala. Quando começamos a construir o samba, tentamos sentir essa ambiguidade que é a vida dessas pessoas, tão bem retratadas no enredo do Mauro. Conversamos com coletivos que estiveram presentes na final e recebemos o agradecimento por termos representado bem a luta delas. Além das homenageadas terem aprovado, a direção da escola e os componentes abraçaram nossa obra. É uma felicidade enorme, porque conseguimos colocar no samba aquilo que elas próprias querem dizer. Um dos coletivos fez questão de reforçar que a palavra ‘puta’ deveria estar na letra, e o nosso samba foi o único que assumiu essa posição, quebrando preconceitos. Quando cantamos: ‘Dona de mim, vestida ou nua, o preço da vida quem sabe sou eu’, afirmamos o valor e a dignidade de cada uma delas”.

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Compositor Bira

Outro integrante da parceria campeã, Miguelzinho ressaltou a emoção de voltar a vencer na escola que o formou: “Qualquer obra de arte que chega à avenida já é um sonho. Eu já vivi isso antes e agora estou repetindo. É indescritível a emoção de vencer na Porto da Pedra, a escola que me criou. Tivemos muito cuidado para transformar esse enredo em poesia, usando a licença poética para criar um samba maravilhoso, que acredito ser um dos grandes sambas do próximo carnaval”.

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Miguelzinho

Rafael Raçudo destacou a narrativa escolhida: “Estamos nessa batalha desde 2010, e a Porto é nossa casa. Fizemos o samba com muito carinho e respeito às profissionais do sexo. Acredito que o diferencial foi termos construído a narrativa em primeira pessoa, dando voz direta a essas mulheres. Na Sapucaí, a Tigresa vai matar um leão por dia”.

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Para Márcio Rangel, a ousadia da parceria foi determinante: “Depois de algumas derrotas, voltamos com a intenção de ganhar. Pensamos cada detalhe do enredo. Muitos achavam arriscado colocar a palavra ‘puta’ no samba, mas nós acreditamos que era necessário e acertamos em cheio. O samba tem refrões fortes, é fácil de cantar e não cansa. Na avenida, vai funcionar muito bem”.

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Compositor Márcio Rangel

Mauro Quintaes: ‘Um enredo necessário e atualizado’

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Carnavalesco Mauro Quintaes

O carnavalesco Mauro Quintaes explicou que a proposta retoma um desejo antigo, mas com roupagem nova: “Eu já tinha vontade de falar das profissionais do sexo desde 1997, quando fiz o enredo sobre a loucura. Agora, em 2026, o presidente Fábio Montibelo sentiu que era o momento certo. Fizemos uma pesquisa profunda e atualizamos a abordagem, contemplando mulheres, homens, trans e todos os segmentos. É um enredo necessário. Nos protótipos já estamos bem adiantados, e com a verba em dia vamos entregar um grande desfile”.

O diretor de carnaval, Aluízio Mendonça, destacou que a escolha antecipada do samba ajuda na preparação: “Nosso objetivo nunca é ficar em terceiro, sempre buscamos mais. Com o samba definido, fica mais fácil ensaiar a comunidade e colocar o hino na ponta da língua. Dependemos da liberação das datas de rua pela prefeitura, mas já vamos iniciar os treinos de quadra. Em 2026, desfilaremos com cerca de 1.800 componentes”.

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Diretor de carnaval, Aluízio Mendonça

Wantuir: ‘Me sinto em casa na Porto da Pedra’

O intérprete oficial Wantuir exaltou o clima na escola e a força da comunidade: “O desfile de 2025 foi maravilhoso, mesmo sem o resultado esperado. Agora temos mais um ano para botar pra quebrar. O mestre Pablo é uma referência no carnaval e montou uma bateria da comunidade, que tem harmonia incrível. Depois de tantos anos em outras escolas, estar de volta à Porto é um prêmio. Aqui me sinto em casa, como um pinto no lixo (risos)”.

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Intérprete Wantuir

Mestre Pablo prepara novas bossas para a ‘Ritmo Feroz’

O comandante da bateria “Ritmo Feroz”, mestre Pablo, destacou a energia do grupo e já projeta novidades: “Em 2025 a bateria vibrou a Sapucaí, e os jurados reconheceram isso. Agora espero o samba definido para criar as bossas que ele pedir. Cada obra tem seu jeito de falar comigo. O Wantuir é um querido de São Gonçalo, foi abraçado por todos e está somando muito com a nossa bateria. Estamos felizes e confiantes”.

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Mestre Pablo

Porta-bandeira é prata da casa

A primeira porta-bandeira Joyce Santos, cria do projeto da escola, falou sobre sua ascensão ao posto principal ao lado de Rodrigo França: Joyce: “Sou prata da casa e fui preparada para estar aqui. O Rodrigo me conhece desde sempre e me dá muito suporte. Não posso dar spoiler da fantasia, mas vai ser algo incrível. Quando o samba casa com o casal, tudo flui”.

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Casal Rodrigo e Joyce

“A Joyce tem amor e dedicação à Porto da Pedra, isso faz a diferença. Ainda não consigo visualizar toda a coreografia com esse samba, mas ao longo dos ensaios vai fluir. Temos certeza de que será mais um grande ano”, completou o mestre-sala.

A escola apresentará “Das Mais Antigas da Vida, o Doce e Amargo Beijo da Noite”, que aborda a história da prostituição, tema do carnavalesco Mauro Quintaes com pesquisa de Diego Araújo. Em 2026, o Tigre será a sexta escola a desfilar no sábado de carnaval da Série Ouro.

Terceira eliminatória de samba do Salgueiro mostra três parcerias com um passo à frente na disputa

O Salgueiro realizou a terceira eliminatória para escolher o seu samba-enredo do Carnaval 2026. Foram 11 parcerias disputando vaga na próxima fase. Todas se apresentaram e agora aguardam o resultado, que será divulgado no início da semana, nas redes sociais do “Torrão Amado”. Três parcerias se destacaram bastante: Marcelo Motta, Marcelo Adnet e Rafa Hecht. Para o próximo carnaval, a Academia do Samba homenageará a carnavalesca Rosa Magalhães com o enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, desenvolvido por Jorge Silveira. Veja abaixo a análise do CARNAVALESCO.

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Parceria de Marcelo Motta: O primeiro samba a se apresentar foi o da parceria de Marcelo Motta, Dudu Nobre, Julio Alves, Manolo, Daniel Paixão, Jonathan Tenorio, Kadu Gomes, Zé Moraes, Jorge Arthur e Fadico, que deu um passo à frente em relação aos demais concorrentes. A obra foi cantada por Tinga, intérprete da Vila Isabel. Embora não estivesse em sua noite mais inspirada, os apoios deram conta do recado, garantindo boa apresentação. A parceria foi um dos destaques da noite, contando com numerosa torcida e um grupo performático de três passistas à frente, carregando bandeiras. O refrão principal foi o mais cantado. Fora da torcida, quatro baianas acompanharam a apresentação com a letra do samba na mão. Foi possível notar alguns mais animados pela quadra, embora o restante do samba ainda não estivesse decorado nem mesmo pela própria torcida.

Parceria de Bernardo Nobre: O segundo samba da noite foi da parceria de Bernardo Nobre, João Moreira, John Bahiense, André de Souza, Jorge Silva, Alfredo Poeta e Vitor Lajas. Cantado por Igor Viana, intérprete da Mocidade Independente, e Chicão, o samba foi bem sustentado no palco, mas não empolgou a quadra. A torcida compareceu em boa quantidade, mas apenas para efeitos cênicos, pois mal cantava o refrão principal. Levavam cachos de bolas e bastões luminosos. Toda a empolgação ficou restrita ao palco.

Parceria de Xande de Pilares: A terceira parceria teve uma das torcidas mais numerosas da noite, o que não significou adesão da quadra. O time formado pelo atual campeão do concurso, Xande de Pilares, ao lado de Fred Camacho, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Jorginho Via 13, Jefferson Oliveira, Jassa, João Diniz e W. Corrêa, mostrou mais força no refrão principal, embalado pela coreografia no trecho “sou Salgueiro e fim de papo”. A obra foi muito bem conduzida por Evandro Malandro, intérprete da Grande Rio, e Thiago Brito, cantor da Ponte. Apesar da garra no palco, faltou canto da torcida para sustentar a apresentação.

Parceria de Felipe Zizou: A quarta apresentação foi da parceria formada por Filipe Zizou, Maralhas, Felipe Petrini, Ângela do Salgueiro, Luciano Gomes, Queiroga, Ailtinho, Micha, Beto Sérgio Português e Rogerinho do Salgueiro. O samba foi defendido por Thiago Acácio, Igor Pitta e Rodrigo Tinoco, que mostraram bastante entrosamento. A torcida era pequena, mas tentou cantar com ajuda do folheto da letra. Além do refrão principal, o trecho “coroada nessa casa de Xangô” também foi bastante entoado.

Parceria de Paulo César Feital: O quinto samba foi da parceria de Paulo César Feital, Ian Ruas, Benjamin Figueiredo, Luiz Fernando, Márcio Pessi, Zé Carlos, Bruno Papão, Vagner Alegria, Dredi e Ygor Leall. Cantado por Dowglas Diniz, intérprete da Mangueira, e Leonardo Bessa, a apresentação contou com participação ativa da torcida, que, mesmo pequena, se destacou nos refrões, principalmente, na virada do samba com o verso “Salgueiro, impossível não se emocionar”.

Parceria de Gui Salgueiro: A sexta apresentação foi da parceria de Gui Salgueiro, Mônica de Aquino, Carlos Ferrão, Dennis Garcia, Eugênio Leal, Fábio Teixeira, Geraldo da Valda, Júlio James, Marcão Campos e Nego Martins. O samba, conduzido por Guto, teve a torcida mais empolgada da noite, que buscava cantar a obra inteira até explodir no refrão principal. A torcida ainda contou com casal de mestre-sala e porta-bandeira vestidos de Visconde de Sabugosa e Emília, garantindo uma das melhores apresentações da eliminatória.

Parceria de Serginho do Porto: A sétima apresentação foi da parceria de Serginho do Porto, Sereno do Fundo de Quintal, Maurício Dutth, Chacal do Sax, Leandro Thomaz, Mário Carvalho, Cláudio Gladiador, Telmo Augusto, Josy Ferreira e Cléo Augusto Willian Ramos. O samba foi sustentado em três passadas pelos cantores Bruno Ribas (Unidos de Padre Miguel), Serginho do Porto (Estácio de Sá) e Rafael Tinguinha (São Clemente). A torcida, pequena e tímida, agitava bandeiras e bolas, mas não acompanhou a energia dos cantores no palco.

Parceria de Marcelo Adnet: O oitavo samba foi da parceria de Marcelo Adnet, Gustavo Albuquerque, Babby do Cavaco, André Capá, Bruno Zullo, Marcelinho Simon, Rafael Castilho, Luizinho do Méier, Igor Marinho e Fabiano Paiva. Grande destaque da noite, foi conduzido por Wander Pires, intérprete da Viradouro, com apoio de um animado carro de som. O samba se destacou tanto no palco quanto na quadra, que contou com a maior torcida da etapa. O trecho “desata o nó na garganta do nosso torrão” foi cantado com força. A parceria também avançou em relação aos concorrentes.

Parceria de Rafa Hecht: O nono samba foi o terceiro grande destaque da noite. A parceria de Rafa Hecht, Samir Trindade, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Fabrício Sena, Deiny Leite, Felipe Sena, Ricardo Castanheira, JP Figueira e Deco mostrou força com a interpretação de Marquinho Art’Samba (Unidos da Tijuca) e Tiganá (Estácio de Sá). A torcida cantou com energia os dois refrões, interagindo bastante com os cantores e compositores. A obra se firmou como forte candidata na disputa.

Parceria de Moisés Santiago: A décima apresentação ficou por conta da parceria de Moisés Santiago, Pedrinho da Flor, Gilmar L. Silva, Leonardo Gallo, Orlando Ambrósio, Zeca do Cavaco, Alexandre Cabeça, Bruno Dallari, Marquinho Bombeiro e D’Miranda. Com a torcida mais participativa da noite, o samba foi cantado de ponta a ponta. No palco, Tem-Tem Jr. (União da Ilha), Tuninho Junior (Tradição) e Ito Melodia deram show. Os compositores vibraram o tempo todo, garantindo uma apresentação de muita energia.

Parceria de Professor Avenas: O último samba da noite foi da parceria de Professor Avenas, Edu Chagas, Juarez Baez, Silva Santana, Vânia Moraes, Luiz Vieira, Pedro Bastos, Walter Lopes, Zena e Luiza Gazal. Cantado por Edu Chagas e com a presença de uma pessoa caracterizada como Rosa Magalhães no palco, a apresentação destoou das demais. A quadra já vazia e a torcida pequena reforçaram a sensação de um desempenho abaixo dos anteriores. A torcida quase não cantou, comprometendo a passagem final da noite.

Comunidade e celebridades lotam a quadra da Mangueira para entoar sucessos de Jorge Aragão

Uma tarde de muita celebração e de sucessos consagrados deu início à nova temporada da tradicional feijoada da Verde e Rosa na Estação Primeira de Mangueira. Neste sábado, o Palácio do Samba ficou lotado de fãs do samba e de um de seus maiores mestres: o carioca Jorge Aragão. A comunidade e diversas celebridades cantaram junto tanto os sucessos da escola, bem como os diversos hits do veterano de Padre Miguel que se consolidou como um ícone do samba.

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Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira

Os mais de 4500 presentes se emocionaram com as apresentações da Velha Guarda Show, do Grupo Batucaê e Chacal do Sax. Jorge Aragão não decepcionou e emplacou hit atrás de hit. Canções como Malandro, Vou Festejar, Doce Amizade, Identidade, Eu e Você Sempre entre outras emocionaram a plateia composta de anônimos e de diversas celebridades. A cantora Liniker, a atriz Duda Santos e a influenciadora digital e DJ Jude Paulla estavam presentes e curtiram a tarde acompanhadas de amigos.

Arlindinho encerrou a noite no Palácio do Samba junto de Dowglas Diniz e da bateria da Mangueira com sucessos de sua autoria e do pai, Arlindo Cruz, falecido recentemente.As próximas edições da feijoada serão divulgadas através das redes sociais da agremiação, com venda de ingressos antecipada.

Disputa de samba na Vila Isabel para o Carnaval 2026 começa em alta qualidade

Para homenagear Heitor dos Prazeres, a Unidos de Vila Isabel trouxe, na primeira noite de disputa, uma safra de alta qualidade. O enredo desenvolvido por Gabriel Haddad e Leonardo Bora permitiu que os compositores da escola criassem sambas interessantes que, com certeza, irão levantar o público até a grande final, marcada para o dia 12 de setembro. Abaixo, as análises dos sambas classificados para a próxima etapa eliminatória.

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Foto: Matheus Vinícius/CARNAVALESCO

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Parceria de Moacyr Luz: A segunda apresentação da noite foi da composição de Moacyr Luz, Inácio Rios, Márcio André Filho, João Martins, Igor Federal, Dani Baga e Gustavo Clarão. O intérprete responsável por conduzi-la foi Bruno Ribas. É uma obra que conquista pela melodia e cadência, principalmente em sua primeira parte. Como exemplo, os versos: “Heitor dos Prazeres,/ sonhei seus saberes, Cateretê!/ Os velhos ranchos perfumando meu ilê/ Vou de camisa listrada/ A bença Ciata, tirei meu chapéu”. O refrão principal também merece destaque pela forma como a repetição de “Macumbembê Samborembá” é utilizada.

Parceria de Juju Ferreirah: Com a força de uma parceria totalmente feminina, as compositoras Juju Ferreirah, Eliza Barra, Euza Borges, Laudicéa Rodrigues, Maria Clara e Silvinha Melonio tiveram seu samba defendido pela intérprete Clara Vidal. A apresentação conseguiu levantar parte da quadra, mesmo com a torcida reduzida. É interessante como o refrão do meio utiliza os termos “Macumbembê” e “Samborembá”, que fazem parte do título do enredo, além de transformar “Kizomba” em verbo, com o criativo “Kizombear”. Os versos “Tem luta, terreiro e Ferreira/ Solta o alabê da Swingueira” preparam bem o refrão principal, em sintonia com o primeiro verso: “Desce o morro, moçada!”.

Parceria de Cláudio Matos: Cláudio Matos, Ribeirinho, Markinho da Vila, Didi Tupinambá, Américo Z. Zimmermann, Robson Bastos, Domingo PS e Carlinhos Niterói assinam o samba-enredo defendido por Igor Vianna. Durante a apresentação, o samba levantou o público, apesar de um detalhe: a aceleração perceptível na primeira parte. O trava-língua “Moço firmava a macumba e a moça de saia incorporou/ Gente que desce o morro num enredo de sonho que a Vila sonhou” foi bem utilizado para imprimir ritmo e dinâmica à obra.

Parceria de Ricardo Mendonça: Tem-Tem Jr. e Charles conduziram a apresentação da parceria formada por Ricardo Mendonça, Diego Nicolau, Deco Augusto, Guilherme Karraz, Marcão, Vitor Marques, Miguel Dibo e Gigi da Estiva. Um dos pontos altos foi o refrão do meio: “A kizomba é kizumba, saravá!/ Saravá! Saravá!/ Saravá é macumba, macumbá!/ Na gira! Da Vila!” Outro destaque foi o verso que encerra o refrão principal: “Quem assina a autoria é a Vila Isabel!”.

Parceria de André Diniz: O intérprete Wander Pires defendeu o samba de André Diniz e Evandro Bocão. Foi a única obra cujo refrão foi cantado em coro forte pela quadra, enquanto os integrantes do palco optaram por não cantar, permitindo que se ouvisse apenas a voz do público. Os versos que conduzem ao refrão principal carregam beleza poética e melodia envolvente: “De todos os tons, a Vila, negra é!/ De todos os sons, a negra Vila é!/ De China e Ferreira/ Mocambo, macacos e o Pau da Bandeira/ Da nossa favela, branca a azul do céu/ No branco da tela o azul do pincel/ Vem ser aquarela, pintar a Unidos de Vila Isabel”. Um detalhe notado foi um possível ajuste no microfone de Wander durante a apresentação.

Parceria de PC Feital: Encerrando a noite, a parceria de PC Feital, Thales Nunes, Gustavinho Oliveira, Danilo Garcia, Gabriel Simões, Hugo Oliveira, Telmo Augusto e Washington Motta foi defendida pelo intérprete Tinguinha. A melodia desenvolvida cria uma atmosfera calma, enquanto os refrões aparecem fortes e marcantes. Os versos se estendem com beleza: “Que eu me vejo refletida em seu olhar/ Mocambo dos macacos em cortejo, é carnaval/ Da África sonhada à Praça Onze original/ Um dengo de Ciata que nos faz lembrar”. Outro ponto alto é: “Desperta, afro-rei, nossa alma brasileira/ Entidade altaneira/ No berço do Carnaval/ Sou Vila,/ ‘Nossa Escola de Samba’ é madeira/ Do Morro do Pau da Bandeira/ Aos palcos do Senegal”. O trecho prepara com intensidade o refrão principal e fecha com vigor a apresentação.

Ponte faz junção das parcerias de Serginho Aguiar e Chacal do Sax para exaltar o ‘Tamborzão’ no Carnaval 2026

Por Carolina Freitas e Juliana Henrik

Passava das 6h30 deste sábado quando a Unidos da Ponte anunciou a junção das obras das parcerias de Serginho Aguiar e de Chacal do Sax como vencedoras para o Carnaval 2026. Assim, assinam o samba-enredo Serginho Aguiar, Naval, Alexandre Reis, Renne Barbosa, Leozinho Nunes, Jhonatan Tenório, Léo Freire, Gigi da Estiva, Chacal do Sax, Gustavinho Olibeira, Marquinhos Beija-Flor, Gabriel Simões, Raphael Gravino, Brayan Sá, Valtinho Botafogo e Mateus Pranto. O evento também teve a coração da rainha de bateria, Thalita Zampirolli. Para o Carnaval 2026, a Unidos da Ponte transporta para a avenida o enredo “Tamborzão – O Rio é baile! O poder é black!”, desenvolvido pelo carnavalesco Nícolas Gonçalves. Vale lembrar que a escola será a última a desfilar pela Série Ouro no sábado de Carnaval, dia 14 de fevereiro de 2026.

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Foto: Juliana Henrik/CARNAVALESCO

“Fui presidente aqui por dois anos. Era um processo de resgate da escola, que ainda estava na Intendente. A gente tinha um grande refrão, e eles tinham um grande segundo samba. A escola não tem que se prender a quem juntou A ou B para favorecer. Eu ganhei em 2025 na Beija-Flor, fiz o ‘Laíla’ e agora ganhei aqui. A Ponte é uma história da minha vida: meus pais, meus tios… A gente sempre teve ligação. Eu não imaginava ganhar um samba na Ponte, que é uma escola de grandes sambas. Mas estou aí, mais uma vez, escrevendo mais uma parte da minha história aqui”, celebrou o compositor Serginho Aguiar.

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Compositor Serginho Aguiar

“A Ponte é uma escola de grandes sambas. Vem com um enredo que fala muito sobre a gente, que é periférico. Tentamos usar os nossos dialetos, a linguagem do nosso povo, para chegar nesse samba. Eu acho que o outro samba tem um refrão muito bom. Mas o nosso refrão do meio sintetiza bastante do que acreditamos sobre o enredo. A gente acredita muito nisso, nesse lance de pertencimento, de dar voz às periferias. E é isso: acreditamos que vai ser um grande desfile da Ponte. Se Deus quiser, vamos chegar ao Especial. Na Ponte, é a primeira vez que ganho samba. É a primeira vez. Estou muito feliz com os meus parceiros”, comemorou o compositor Faustino.

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O presidente Tião Pinheiro, ao CARNAVALESCO, falou que a escola passa por uma nova fase e que após o incêndio, antes do Carnaval 2025, o pensamento é de um voo ousado no desfile do ano que vem.

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“A Unidos da Ponte passou por uma ampla reestruturação. A gente precisava desse momento de reformulação completa das ações: tirar a Ponte de uma posição em que brigava apenas pela permanência para, agora, disputar a primeira metade do grupo e fazer um voo cada vez mais ousado, mais alto. A Ponte merece isso. É uma escola que ficou 10 anos no Grupo Especial e eu acredito que, com o enredo que temos hoje e os valores que contratamos, estamos capacitados para buscar uma posição histórica. Quem assistiu o desfile de 2025 pode até imaginar que o impacto não foi tão grande, mas só nós sabemos a reengenharia que tivemos que fazer: tirar fantasias do chão, colocar no carro, ir preenchendo a escola de tal forma que tivéssemos uma plástica bonita”.

Gestor da escola, Gustavo Barros, falou do planejamento para o desfile de 2026. Ele elogiou a chegada do carnavalesco Nicolas Gonçalves e chamou o artista de “camisa 10”.

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“Eu acho que hoje essa final de samba só vai coroar essa nova Ponte que eu acho que estamos conseguindo trazer. Vai ser um grandioso carnaval, eu tenho certeza. O enredo é maravilhoso. Estamos conseguindo trazer celebridades, artistas e além disso a gente tem o Nicolas, que eu considero que é o camisa 10 do nosso time, que está preparando um excelente carnaval para poder fechar o desfile da Série Ouro. Já começamos o barracão e as fantasias, temos um planejamento bem adiantado para conseguir de fato fazer um carnaval que a gente possa competir com as escolas com poder financeiro maior que o da Ponte. Porque a Ponte é uma escola que tem 10 anos de Especial, logo é uma escola também que não fica atrás de outras escolas tradicionais do nosso grupo. Mas trabalhamos muito para conseguir, de fato, fazer a Ponte chegar no Especial, mesmo tendo um poder financeiro menor que algumas outras agremiações”.

Novo casal de mestre-sala e porta-bandeira da Ponte para o Carnaval 2026, Thiaguinho e Jéssica, conversaram com o CARNAVALESCO sobre a parceria e o trabalho para o desfile do ano que vem.

“Eu já dancei com o Thiago na Jacarepaguá, e estar na Ponte, uma escola tão maravilhosa como essa, os dois juntos novamente, foi um prazer enorme. Aceitamos o convite com muita alegria. E vamos defender o pavilhão da Ponte com muito amor. A expectativa é a melhor possível. O Thiago é muito disciplinado. Ele tem um riscado muito bonito e postura muito bonita também. É um excelente mestre-sala. O desenho da nossa fantasia está lindo, maravilhoso. Foi o presente que o carnavalesco nos deu. Eu fiquei empolgada e muito feliz. Superou as nossas expectativas. Com o samba escolhido nós já começamos a ensaiar para o desfile oficial. Começamos a fazer a montagem da coreografia e analisar também o tema da nossa roupa, o que viremos representando, para podermos encaixar e vermos qual é a melhor forma de trabalho: se vai ser em cima do som, se vai ser o tema da nossa roupa. Assim, se abre um leque de opções para nós”, comentou a porta-bandeira.

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“Após a minha saída da Viradouro, eu recebi algumas propostas e convites. Houve a oportunidade de dançar com a Jéssica. Quando me perguntaram ‘o que você acha?’, eu falei ‘opa, uma parceria que me interessa, que me agrada’. Eu já tive um contato com ela, quando trabalhamos juntos em 2012. Tentamos ouvir, na verdade, algumas outras escolas, e no final das contas resolvemos fechar a Ponte. A Jéssica tem uma dança muito expressiva, forte e aguerrida. Ela tem um estilo de dançar que traz com ela um pouco mais da ancestralidade e da tradição da porta-bandeira, e isso eu acho que o ponto alto dela. Ela ganha velocidade sem perder o eixo e a elegância, com uma postura exemplar. Eu acho que nós vamos fazer um grande baile. Eu senti que o baile vai ser lindo. O anoitecer e o amanhecer vão ser lindos”, completou o mestre-sala.

Camarão Netto, diretor de carnaval da Unidos da Ponte, contou como surgiu o convite para trabalhar na escola e revelou o andamento das atividades na agremiação.

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“Eu já esperava uma escola da Série Ouro no carnaval de 2026 para assumir esse projeto lindo e maravilhoso. Como vocês estão vendo aqui nessa festa, totalmente ligado ao nosso enredo. Eu aceitei a proposta, gostei do projeto e topei abraçar a ideia do presidente Tião Pinheiro e do gestor Gustavo Barros. Encontrei a raiz, a essência de uma escola tradicional. A Unidos da Ponte é uma escola que já passou 10 anos pelo Grupo Especial, e encontrei essa essência de uma escola grande, com nome e com raiz. As mudanças apareceram logo no início: assim que assumimos a direção de carnaval, mudamos todo o quadro da direção, inclusive, os casais. Começamos a trazer um ar de grandiosidade e renovação para a Ponte, sem desfazer do trabalho dos segmentos anteriores, mas dando esse novo fôlego. Eu considero que 90% do nosso carnaval vem do samba. É ele que dá o andamento da escola, o termômetro, a defesa do enredo. Antecipar a escolha facilita todo o processo: o trabalho com a comunidade, a reprodução das fantasias, das alegorias. É um avanço enorme para a Unidos da Ponte já ter o samba definido em agosto. Agoram, faremos um cadastramento e recadastramento das alas de comunidade. O trabalho será feito como em uma escola grande, que é o que a Unidos da Ponte representa, inclusive, pensamos em fazer ensaios de rua”, explicou.

De volta ao Rio de Janeiro, o carnavalesco Nicolas Gonçalves disse como surgiu a ideia do enredo da Ponte para 2026 e falou do trabalho na escola.

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“Estou pura alegria de estar de volta ao Rio. Estou lá (São Paulo) e cá e está sendo um desafio gigante, mas que está me dando muitas alegrias. Estou contente tanto lá quanto cá. O enredo é muito profundo, mas também é celebrativo. Busquei trazer pautas importantes, e com ele temos todas as narrativas fortes, que conseguem ser trazidas de forma celebrada, o que é melhor ainda. Vamos trazer isso sambando e rebolando. A Ponte vai ser a última a desfilar, e não à toa o enredo também começa no anoitecer, na madrugada, e termina no amanhecer. Eu tive a sorte de pegar uma escola que se deu uma bela renovada. Temos essa nova administração com o Tião e com o Gustavo, e eu fiquei muito feliz que eles já estão começando. Eu vim de um carnaval no Rio que é difícil, começamos tardiamente e isso prejudica um pouco. Só de eu já estar subindo alegoria e fazendo as fantasias, para mim já está sendo incrível. É muito motivador e o principal é logística. Começando agora vamos conseguir colocar o que planejamos em prática. E eu tenho certeza que a Ponte vai surpreender muito, tanto visualmente, quanto com samba. Eu acho que temos tudo paraformar um casamento e ser um grande desfile, e isso porque as coisas já estão rolando, o que me deixa bem mais seguro”.

Com uma dupla no comando da bateria, a escola terá os mestres Alex e Juninho.

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Mestre Juninho

“Eu e o Alex somos como irmãos, até porque ele é meu cunhado. A afinidade é máxima, a compreensão também. Nós seguimos a teoria de que ‘em time que está ganhando, não se mexe’. Temos que chegar respeitando a casa, a bateria e suas tradições. Até o momento, não vimos necessidade de mudanças. Estamos tentando manter o máximo possível do ritmo meritiense. Mas, se for para mudar algo, será sempre para melhor. O enredo nos permite algumas coisas, mas preferimos trabalhar mais com os instrumentos que fazem parte de fato do samba como surdo, caixa, repique e transformá-los como se fossem utilizados no funk e no charme”, disse mestre Juninho.

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Mestre Alex

“Essa parceria já vem de muito tempo. Quando o Juninho foi mestre na Inocentes, eu fui diretor dele. Além disso, ele é meu cunhado, irmão da minha esposa, então sempre tivemos convivência próxima, já moramos até na mesma casa. Por isso, fica muito mais fácil trabalhar juntos, porque já existe uma relação de confiança e afinidade de longa data. Temos pessoas que nos acompanham desde a época da Inocentes e de outros lugares, sempre somando no trabalho, e graças a Deus tudo tem fluído muito bem”, afirmou mestre Alex.

A Ponte terá os intérpretes Thiago Brito e Matheus Gaúcho em 2026. Ao CARNAVALESCO, eles trocaram elogios. “O Matheus é um cara sensacional, humilde e agrega ao trabalho. Nós não temos vaidade, aqui passamos o melhor para a escola. Ele é um cara com um coração gigante. Nossa parceria tem tudo para dar certo, e já deu certo. Sobre a bateria, eu já trabalho com o Juninho desde garoto. Quando eu era cantor da Inocentes, campeão do carnaval em 2012, 2013, o Juninho estava começando a bateria da Inocentes, e o Alex eu já conhecia da própria Inocentes também, como da Alegria do Vilar, pois defendo o samba lá, sou compositor da escola. Termos uma amizade bastante longa, duradoura, não teve muito mistério”, disse Thiago.

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“O Thiago já é um amigo de longa data, já defendemos bastante sambas por aí. Agora estamos tendo o prazer de cantar junto aqui na Ponte, e se Deus quiser, vamos fazer um grande trabalho pela escola. Estamos fazendo uma parceria, eu e o Thiago, para montar um carro de som de qualidade, com cavaco, escritores. Assim que fomos contratados, nos reunimos e escolhemos os cantores e cordas para nos entrosarmos e ensaiarmos, e daqui para frente nos prepararmos para o nosso desfile”, explicou Matheus Gaúcho.

Saiba como passaram os sambas na final

A parceria de Serginho Aguiar abriu a apresentação da noite da final de sambas da Unidos da Ponte. Com boa condução dos intérpretes Leozinho Nunes, Gabriell Salles e James Bernardes, o samba animou e se manteve constante. O trecho “Paredão já tá formado // Quem quiser pode chegar // Todo mundo convidado a ‘funkear’ // 150 bpm acelerado // No tamborzão da Ponte, ninguém fica parado” é o principal e mais forte, mas encontrou concorrência no que diz respeito ao canto do público, que também se empolgou com a parte “Toca DJ, um som diferente, melodia envolvente // Faz o corpo balançar // Canta MC, sua rima é o legado // Esse ‘dom’ é um ‘tornado’ // Vem pro baile dançar”. A torcida começou pouco animada, mas, nas últimas passadas, virou o jogo e se empolgou até demais, soltando fogos com fumaça dentro da quadra, o que atrapalhou os cantores e incomodou o público, que inalou fumaça. Após o episódio, o uso de fogos foi proibido nas demais apresentações.

A parceria de Robinho da Portela, segunda a se apresentar na noite, contou com uma torcida bastante animada e organizada. O samba empolgou e se mostrou um forte candidato ao título, tendo como ponto alto o trecho “Nosso canto é suor, é raiz // Eu só quero é ser feliz // No baile da Ponte tem charme e tornado // É som de preto, de favelado”, cantado pela maioria das pessoas na quadra. A escolha foi uma ótima sacada, já que faz referência a funks clássicos dos anos 1990 e 2000, que caíram na boca do povo e permanecem conhecidos. O intérprete Serginho do Porto conduziu com muita animação. Torcida e público seguiram cantando com força, mesmo após o fim da apresentação.

A parceria de Toni Bach se apresentou sem torcida, o que dificultou a empolgação do público presente. O trecho mais marcante foi “É a Ponte na avenida // Levanta bandeira // No tamborzão a luta é verdadeira // O som que resiste, da nossa raiz // Eu só quero é ser feliz”, com destaque para a última frase, puxada com garra pelos intérpretes Felipe Lima, Felipão Lima, Toni Bach, Adriano Amaral e Leo 30, que conseguiram animar a quadra, já que a música carece de explosão. A letra também trouxe referências a funks clássicos, como “Já é sensação”, “Nosso sonho não vai terminar”, “Liberta DJ” e “É som de preto”, mas usadas fora dos momentos de maior impacto.

A parceria de Chacal do Sax foi um dos grandes destaques da noite. Empolgante e consistente, apresentou em uma melodia chiclete boas referências aos funks clássicos, como a icônica frase “Tenha a consciência que o pobre tem seu lugar”, do famoso Rap da Felicidade, bem posicionada em um dos pontos altos da obra. Além disso, o uso de gírias e expressões ligadas à comunidade funkeira foi um ponto positivo, como “nevou”, “corte na régua” e “liberta DJ, a favela venceu”. A composição não apenas homenageou o gênero musical e seus criadores, mas também a própria Unidos da Ponte, com destaque para o trecho “Não sou de mandar recado, sou cria de Meriti // Aqui é som de preto! Com orgulho, favelado! É o baile da Ponte na Sapucaí!”. O intérprete Tinguinha brilhou ao levantar o público com sua condução, acompanhado por uma torcida animada desde o início, além do canto forte da bateria e da participação calorosa da plateia, que dançou muito.

A penúltima parceria da noite, de Alexandre Valle, começou com um ritmo que remetia ao Rap da Felicidade e seguiu trazendo referências a funks consagrados, como “Glamurosa”, de MC Marcinho. Com narrativa guiada pelo personagem MC Meriti, a melodia mostrou consistência, mas sem explosão. A tentativa de homenagear o maior número possível de referências ao funk, incluindo “Furacão 2000”, “Tamborzão”, “Não para não” e “Esquece”, acabou tornando o samba um tanto confuso. A ausência de torcida atrapalhou ainda mais a empolgação da quadra. O intérprete Paulo Bispo conduziu com competência ao lado de seus parceiros.

Tuiuti reafirma acerto nas encomendas e lança samba de potência em melodia e letra para o Carnaval 2026

Por Allan Duffes e Marcos Marinho

A Paraíso do Tuiuti viveu uma noite apoteótica na Cidade do Samba ao apresentar oficialmente seu samba-enredo para o Carnaval 2026, mais uma vez, apostando na bem-sucedida medida de encomendar a obra aos consagrados Claudio Russo e Gusttavo Clarão, agora reforçados pelo talento do escritor e historiador Luiz Antônio Simas. Sob o enredo “Lonã Ifá Lukumi”, assinado pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, a escola mostrou força, casa cheia e energia contagiante em uma festa marcada ainda pelos shows da Beija-Flor, atual campeã do Grupo Especial, e da Grande Rio, vice-campeã. Primeira a desfilar na terça-feira de folia, o Tuiuti deu o tom de que seu hino oficial promete ser um dos grandes destaques do próximo carnaval. * OUÇA AQUI O SAMBA

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“Trabalhamos incansalvamente para fazermos esse evento. Agora, vamos dar passagem de 2025 para 2026. Aproveito para anunciar que, mais uma vez, teremos uma ala 100% trans no nosso desfile. Igualdade para todos”, disse o presidente Renato Thor.

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Ao CARNAVALESCO, Simas falou como foi o convite para integrar a parceria do samba de 2026 do Tuiuti. “Recebi um convite do presidente via Cláudio Russo e Gusttavo Clarão pela minha afinidade com o tema, porque o Ifá é um tema que me interessa. Eu tenho uma relação com a religião, com o Ifá há muito tempo. A gente já vem trabalhando desde que o enredo saiu, eu e Cláudio aqui, o Gusttavo nos Estados Unidos. Nós fomos testando, como não tinha aquela urgência, que muitas vezes é trazida pela disputa, pela pela inscrição e tal, fomos testando samba, dando uma olhada na sinopse, experimentando o que funcionava, o que não funcionava e acabou saindo esse samba. Eu não sou exatamente um compositor de samba enredo. Gosto de temáticas vinculadas ao universo afro-religioso. O que a encomenda te traz, digamos, de positivo nesse sentido, é o tempo de maturação para você preparar o samba, para você testar e não tem o calor da disputa. As disputas, elas são muito intensas. Essa experiência do Tuiuti foi interessante, que é o modelo que a escola já vem adotando há muito tempo e tem dado resultado”.

Fotos: apresentação oficial do samba-enredo do Tuiuti para o Carnaval 2026

Claudio Russo também falou sobre a obra de 2026: “O Tuiuti já se tornou parte da minha família, do meu cotidiano. Esse é o oitavo samba no Tuiuti, que eu faço, e esse de uma forma muito peculiar porque a gente trouxe o Luiz Antônio Simas, que além de historiador e de um grande compositor, ele é babalaô de ifá e o ifá não é tão conhecido quanto outros componentes do candomblé aqui no Brasil. É algo mais particular e específico. A gente tenta sempre fazer o melhor para a escola e para o julgamento também. O que condensa o enredo, resume tudo, é ‘derruba os muros, quem sabe asfaltar, caminhos abertos na mão de Ifá, que o mundo entenda que o ebó vence a dor, sentado à esteira de um babalaô’. O samba todo é a consulta de um babalaô, que é o padrinho, a um iniciado. E nesse final a gente quis trazer aquela ideia que alguns constroem muros, outros constroem pontes. E a gente derruba os muros para abrir os caminhos”.

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Pixulé diz estar em casa no Tuiuti

Em entrevista ao CARNAVALESCO, o intérprete Pixulé citou a importância do samba-enredo estar definido no início de agosto e revelou sua parte predileta na obra de 2026.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Facilita para todo mundo ter o samba cedo. A harmonia pode trabalhar o canto, bateria, para o público aprender o samba mais cedo. Ele sendo confeccionado primeiro que todas as escolas, facilita pra todo mundo. Aqui é uma escola que me abraçou, comunidade me abraçou, presidente me abraçou. Me sinto em casa. Encontrei o meu caminho. Já entrei com um brilhante samba, no ano seguinte veio o Chica Manicongo, outro brilhante samba. E agora, também um outro brilhante samba. Adoro a parte: ‘Eleguá / é o dono do poder/moenda não pode mais moer/põe fogo na cana/Eleguá/Tem coco, mandinga e dendê/hoje o coro vai comer/nas barbas de Havana”.

O intérprete enalteceu a parceria com mestre Marcão e a bateria: “Virou um casamento. Pichulé, Marcão, Marcão, Pichulé. A gente agora nem pensa em divórcio. É um casamento que vai durar por algum tempo”.

Escola já terminou produção de protótipos das fantasias

Em mais um ano como responsável pelo enredo e a parte plástica do desfile do Tuiuti, Jack Vasconcelos conversou com o CARNAVALESCO sobre o enredo e o trabalho na escola.

“Esse enredo de 2026 representa trazer a palavra de Orumila para a humanidade, eu acho que é a grande missão do Tuiuti esse ano. A gente tem que aprender de uma vez por todas de que nós somos uma coisa só. É tudo uma coisa só. O que acontece com um vai reverberar no outro ou em outro lugar, nada está desconectado. Quando a gente entender que nossas ações causam reflexos, acho que já vai ser meio caminho andado para a gente resolver muita coisa”.

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O artista explicou a importância do Tuiuti ter trocado de barracão na Cidade do Samba. “É um barracão que é mais espaçoso. A gente tem um espaço maior para trabalhar. Estamos com uma uma disposição melhor nesse, porque o nosso antigo dava um pouquinho mais de dificuldade, principalmente, com as alegorias. Vamos ter um ganho em montagem de alegoria. Já terminamos os protótipos das fantasias. A gente está entrando agora em reprodução e alegoria a gente está indo para a terceira já. Estamos indo bem. Está tranquilo”.

Jack contou como é sua participação com os compositores na elaboração do samba-enredo do Tuiuti. “A gente se entende muito bem, ele (Claudio Russo) já saca das coisas que que eu quero dizer, ele já pega de longe. É uma parada que parece que a gente se conectou em sonho. A gente não chegou a verbalizar, mas a gente se conectou no sentimento, na ideia, entendeu? Quando o tema é entendido, quando ele é absorvido pelo artista, todo mundo ganha e não tem erro, porque não tem erro em arte”.

Novo barracão facilita a logística

Leandro Azevedo, diretor de carnaval, foi questionado como melhorar o canto da comunidade, que é tão criticado pelos jurados nos desfiles do Tuiuti.

“O Simas (compositor) já fez uma palestra para a ala da comunidade explicando como é a letra do samba. As pessoas vão estar sabendo o que vão cantar, entendendo a mensagem do estão cantando. A escola aposta muito no entendimento do samba pela comunidade, valorizando nossa comunidade, para a gente poder construir um canto forte, coeso e que a escola consiga passar muito bem na avenida”.

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O diretor de carnaval explicou o que já foi feito no novo barracão do Tuiuti na Cidade do Samba. “Não é só mudança de barracão, é mudança de ciclo. Claro que o novo barracão é logisticamente melhor, porque ele tem quatro portões. O outro, apesar da gente já tá acostumado, eram dois portões, e agora são quatro portões. Isso ajuda na logística da escola. É uma mudança para que a Paraíso do Tuiuti consiga os resultados que a gente quer, que é voltar no desfile das campeãs. Já colocamos o barracão com a cara do Tuiuti, com a cara do presidente Thor. Daqui a uns 10 dias mais ou menos vamos iniciar a fabricação das fantasias para o Carnaval 2026. Tudo dentro do planejado. Está tudo muito leve no Carnaval do Tuiuti. Ter o samba logo no início de agosto acelera o processo da escola. Já é uma característica nossa, e, como já temos o samba, vamos iniciar o recadastramento da comunidade a partir de semana que vem. Já temos o ensaio de quadra. Ou seja, temos mais tempo para ensaiar a escola do jeito que a gente quer”.

Casal está conectado

Novo casal de mestre-sala e porta-bandeira do Tuiuti, Vinícius e Rebeca, conversaram com o CARNAVALESCO. A dupla falou sobre a fantasia de 2026, o trabalho em cima do samba e a característica da dança de cada um.

“Desde o momento que o Vinícius chegou para dançar comigo, a nossa conexão foi imediata. Agora eu posso afirmar que nossa dança pegou uma conexão muito forte e parece que a gente já vem dançando há bastante tempo. Assim como vocês estão ansiosos, também estamos bastante ansiosos para poder ver nossa fantasia. Mas ainda não nos foi mostrado. O samba mexeu muito com a gente. E cada momento das palavras e do enredo, é uma condição muito forte que a gente inventa uma coisa que é nossa identidade. E a gente tá trabalhando bastante em cima disso pra poder arrasar”, comentou a porta-bandeira.

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“Eu sempre admirei a Rebeca, até quando eu ia visitar o Tuiuti, quando ainda era mestre-sala de outra agremiação, eu sempre admirei a postura, a forma como ela expressava a dança dela. E, agora, dançando com a Rebeca, isso fica cada vez mais nítido para mim. Ela transforma a dança em fácil, a condução com ela é de uma forma muito clara. E ela tem habilidade. Sem contar que ela linda, maravilhosa, inteligente… Eu que me sinto pressionado em ter que estar a altura dela. O Jack (carnavalesco) é um cara incrível. É um exímio profissional. Ele deixa a gente à vontade. Mas ainda não conversamos, não sabemos nada sobre a nossa instrumentária. Já temos uma reunião marcada. O samba encomendado é uma facilidade. Quando a gente já tem esse samba, ajuda a gente no planejamento”, completou o mestre-sala.