No primeiro semestre de 2024, 760,2 mil turistas estrangeiros desembarcaram no Rio de Janeiro, o que representa um aumento de 19,89% em relação ao mesmo período de 2023, quando a Cidade Maravilhosa recebeu 609 mil viajantes. O resultado é o segundo maior da história, atrás apenas de 2014, ano da Copa do Mundo de Futebol, quando desembarcaram no Rio 804 mil turistas. Os dados são da Embratur, do Ministério do Turismo (MTur) e da Polícia Federal (PF).
Foto; Nelson Malfacini/CARNAVALESCO
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, comemorou o resultado. “Nós temos trabalhado intensamente com as companhias aéreas para aumentar a conectividade internacional no Rio, e a retomada do Galeão cumpre um papel fundamental nessa estratégia. O Rio é a porta de entrada do Brasil no mundo, nosso país só estará bem se o Rio estiver bem. Nesse sentido, é muito importante esse resultado porque gera um ciclo virtuoso: são mais turistas que consomem mais no Rio, gerando mais emprego, surgem novos negócios, novas rotas turísticas, o que atrai ainda mais turistas”, destacou.
A maioria desses turistas são de países da América do Sul (58,75%). Foram 446.676 viajantes desembarcando no Rio, vindo principalmente da Argentina (233.972 pessoas), Chile (154.097), Uruguai (24.988), Colômbia (15.845) e Peru (10.374). Em seguida estão Europa, com 22,77% do total de turistas internacionais, e América do Norte, com 14,1%.
Historicamente, o pico de entrada de estrangeiros no Rio de Janeiro se dá no mês de fevereiro. O grande responsável é o Carnaval, que atrai foliões de diversos países querendo participar da maior festa popular do Planeta. Em fevereiro deste ano, 170.305 viajantes internacionais chegaram na cidade, recorde histórico para o mês. Um aumento de 7,99% em relação a 2020 (156.690 pessoas) e 11,67% a mais que em 2018 (150.416), anos em que o mês de fevereiro registrou maior entrada de turistas no Rio.
Aumentar os voos que conectam o Brasil ao mundo é uma das estratégias da Embratur para alcançar o mercado internacional e já está dando resultados: no Rio, houve aumento de 22,99%, totalizando 717.107 pessoas chegando por via aérea neste ano, contra 552.217 em 2023.
A Portela apresentou na noite do último domingo para sua comunidade os 24 sambas concorrentes para o Carnaval 2025. A azul e branco fará uma homenagem a um dos maiores artistas do Brasil, Milton Nascimento, com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”. Em entrevista concedida ao site CARNAVALESCO, os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga contaram como surgiu a ideia do enredo, explicaram a proposta para o Carnaval 2025 e o que significa o sol nesse enredo. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES DA PORTELA
Antônio Gonzaga, carnavalesco da Portela. Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO
Antônio Gonzaga contou que a ideia do enredo surgiu pela sua admiração por Milton Nascimento e por suas músicas que foram trilha sonora do barracão da escola em 2023. Depois do carnaval de 2024, Antônio sugeriu o enredo a André, que inicialmente estava indeciso, mas depois de se emocionar assistindo o Milton cantar, concordou com a homenagem.
“O Milton Nascimento, eu acho que ele faz parte da trilha sonora da vida de todo brasileiro. Ano passado ele fez parte da nossa trilha sonora no barracão e eu sou muito fã, sempre quis fazer uma homenagem a um grande artista preto, como o Milton Nascimento e a importância que ele tem para música brasileira. E aí, passando o carnaval de 2024, eu sentei para conversar com o André, propus esse enredo e aí, um dia ele me mandou de madrugada um vídeo dele assistindo o Milton Nascimento, cantando, chorando e falou: ‘Antônio, eu estou muito emocionado, agora a gente tem que fazer o Milton’. Levamos o enredo para o Milton, para o empresário dele e para o filho dele. Eles super ficaram emocionados com a ideia da homenagem e a Portela está muito feliz com esse carnaval”, contou Antônio Gonzaga.
André Rodrigues complementou explicando como o enredo chegou até ele: “O tema é uma sugestão do Antônio, que ele teve um pouquinho antes do desfile das campeãs. Ele me trouxe a ideia, ele falou o que você acha da gente fazer Milton e eu achei a ideia super legal, no início eu fiquei um pouco desconfiado, mas abracei muito, a ideia é incrível. Desenvolvendo juntos, a gente chegou nesse caminho que é esse caminho dessa romaria de levar as pessoas até o Milton Nascimento”, afirmou o artista.
André Rodrigues, carnavalesco da Portela. Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO
Sobre a proposta da escola para o Carnaval de 2025, André disse: “A gente procurou analisar o impacto do artista na vida das pessoas. Não nos interessa muito a vida pessoal do artista, mas sim entender e explicar a relevância dessa pessoa para os demais. Para explicar por que Milton Nascimento é enredo de uma escola do tamanho da Portela, investigamos o impacto das músicas, letras e melodias de Milton na vida das pessoas. Muitas pessoas têm músicas do Milton como parte da trilha sonora de suas vidas. Criamos esse caminho, essa romaria, essa andança das pessoas até ele para agradecerem por essa revolução que ele provoca ou pela forma como marca a vida delas. O enredo é basicamente isso, pessoas seguindo juntas e cantando muitas músicas de Milton Nascimento até chegar onde ele está. Hoje ele já é um cara de 80 e poucos anos e já saiu dos palcos. É a nossa vez de reverenciá-lo, a nossa vez de ir até onde ele está”.
Antônio completou dizendo: “O enredo da Portela não é biográfico. Não vamos contar a vida de Milton Nascimento. Vamos entender que ele é a trilha sonora da vida dos brasileiros. Éuma grande procissão que sai da Portela e vai até Três Pontas, em Minas Gerais, cantando essas músicas importantes para cada pessoa que está fazendo parte desse cortejo”.
Com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, os carnavalescos compartilharam um pouco do que representa o sol neste contexto.
“Como o enredo é uma romaria, estávamos desenvolvendo a ideia de um caminhar até Milton Nascimento. Entendemos que essa música, especificamente esse verso, fala muito sobre a nossa ideia de chegar até o ápice do desfile. A partir dessa caminhada, de uma procissão, o final é quando você encontra aquilo que está buscando. Estamos em uma romaria que vai passar pelo dia, pela noite, e amanhecer em Minas Gerais com o Milton Nascimento. Transformamos o verso ‘cantar era buscar o caminho que vai dar no sol’ para ‘cantar será buscar o caminho que vai dar no sol’. E o sol é o próprio Milton Nascimento. Ele é essa figura solar maravilhosa que traz esse sopro de vida dentro de todo mundo através da sua obra. Essa é um pouco da ideia de desenvolver dessa maneira. O sol também é um elemento constantemente encontrado nas músicas do Milton, sempre como sinônimo de felicidade, contemplação, preenchimento. O Milton é isso na vida de todo mundo, ele é um pouco do sol que ele mesmo cantava”.
Antônio explica que a ideia é fazer essa associação do Milton sendo o próprio sol da Portela: ”O sol é uma figura muito presente nas músicas do Milton Nascimento, nas letras dele. É uma imagem que ele busca o tempo todo na hora de compor. E a gente faz essa associação dele sendo o próprio sol da Portela. O título do enredo, Cantar Será Buscar o Caminho que Vai Dar no Sol, ele vem da letra de bailes da vida. E aí, o desfile da Portela vai ser isso. É uma procissão que vai cantando em busca desse grande sol”.
O sábado foi de decisão na Zona Leste de São Paulo. A Unidos de São Lucas escolheu o samba-enredo que levará para a avenida para representar o enredo “Ijexá”, desenvolvido pelo carnavalesco Fernando Dias. A noite, que consagrou os “pratas da casa” Bruno Leite e Ricardinho Olaria, únicos compositores da canção, também teve presenças especialíssimas e a coroação de uma nova rainha. Em tempos nos quais os nomes de compositores se repetem em diversas escolas em parcerias com muitos participantes, é sempre curioso ver um samba-enredo composto unicamente por uma dupla. O caso da Unidos de São Lucas para 2025, entretanto, é ainda mais especial. Quem explica os motivos pelos quais tal obra é tão curiosa é Bruno Leite, um dos compositores da mesma.
Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO
“Para além do samba, temos uma amizade da vida. Conheço o Ricardinho desde os 13, 14 anos de idade. Estamos sempre juntos: o samba é só um complemento da nossa amizade, estamos sempre conversando e compondo sambas de meio de ano ou de carnaval. A aliança é composta, também, de muito samba. As ideias foram surgindo nessas conversas, foi quando percebemos que o refrão principal tinha uma força e colocamos todo o nosso carinho e dedicação ali. É a nossa escola de coração, eu sou nascido e criado aqui na São Lucas, o Ricardinho também é cria da casa. Desfilamos aqui desde novos. É uma honra perceber que a escola nos percebeu. Nesse universo do samba, com escritórios e firmas, nós, em uma dupla, conseguimos chegar com todo carinho e respeito, compondo um samba para a nossa escola de samba do coração”, emocionou-se.
Ricardinho Olaria, o outro compositor da obra, não escondeu os olhos marejados ao falar: “Eu estou até emocionado por conta da nossa parceria de anos. Não escrevemos apenas sambas de carnaval: escrevemos sambas de meio de ano, temos um EP, um projeto juntos. O que fortaleceu mais essa parceria foi a nossa amizade e o nosso jeito de se entender. Fizemos o melhor que conseguimos para a São Lucas”, comentou.
Processo de criação
A mente da dupla de compositores, além de pensar na adequação ao enredo, também buscou ser diferente das demais canções: “Eu e o Bruno nos reunimos e vimos a proposta do enredo. Era maravilhoso! Pensamos, pensamos e viemos com uma proposta diferente da normal: como o tema é Ijexá, todo mundo vai vir fazendo samba inteirinho em tom menor. Vamos fazer um samba curto, refrão fácil… viremos mergulhando. Essa foi a primeira ideia”, comentou Ricardinho.
Outra característica importante foi citada por Bruno – a conexão afrobrasileira: “Ijexá é brasilidade pura, um tema fácil e legal. Lemos a sinopse e vimos todas as referências da música popular, fomos nos inspirando com essa ideia: um samba para cima, que fosse empolgante. Fechamos o samba, viemos com essa aposta e deu tudo certo”, comentou.
Elogios ao samba…
Mais que elogiar a obra vencedora, Edson Feliciano Marcondes, o Nêgo, um dos intérpretes da canção na final do samba-enredo (ao lado de Tiago Nascimento, Jorginho Soares e Vânia Cordeiro), elogiou, também, a dupla: “Eles são dois espíritos de luz. Eu tenho muita felicidade em ver os dois felizes na escola de samba que os projetou. Fico muito feliz de ver essa nova geração de sambistas. Sabemos que um dia a gente vai embora, mas, como diz a Alcione, o samba não pode morrer. São dois grandes, maravilhosos compositores”, pontuou.
Mas é claro que o atual intérprete da Acadêmicos de Niterói e que cantou na Unidos de Vila Maria no último carnaval também destacou a obra e o carinho com que foi recebido pela comunidade da Zona Leste de São Paulo: “Esse samba é melhor que dinheiro achado! Samba bom, quando gravamos esse samba no estúdio, falei para eles que esse samba é muito bonito. Tenho certeza que esse samba vai ganhar vários prêmios e vai levar a escola muito longe. É o meu desejo. Aqui é um lugar maravilhoso, receptivo, onde as pessoas te tratam maravilhosamente bem. Temos que agradecer uma escola de samba como a Unidos de São Lucas, inteiramente família. Tive o prazer de sair do Rio de Janeiro e conhecer a Unidos de São Lucas, que é maravilhosa. Quero parabenizar todos aqueles que participaram da disputa. Posso falar com a experiência de quem tem quarenta anos no carnaval, meu irmão está a cinquenta na Beija-Flor: é um samba muito bonito”, comentou.
Quem também ficou feliz com a qualidade da canção escolhida foi Adriano Freitas, o Nanão, presidente da instituição: “A gente ficou feliz porque tem um samba bom, de muita qualidade, fácil de se levantar. E, como há muito tempo não acontecia: é um samba da casa, é um samba da comunidade. A São Lucas chega com o que há de melhor para esse carnaval: o samba é de dentro de casa para representar o nosso desfile”, destacou.
Vanderley Silva, um dos diretores de carnaval da escola, pegou o mesmo ponto puxado pelo principal mandatário da Unidos de São Lucas:”É fácil, leve de cantar. E está completamente dentro do enredo. É um samba de melodia fácil, visando a parte técnica. Pelo menos a gente não enxerga nenhum problema técnico de critério de julgamento. É um samba que se adequa melhor para que a comunidade cante, que facilite a comunidade cantar e que também pode ter uma grande possibilidade de nos trazer a nota também. A gente não crava porque a gente não sabe, cabeça de jurado a gente nunca vai entender. Esse é o que a gente enxerga, que a gente tem a maior possibilidade de trazer a nota de samba e enredo”, disse.
Mais que a simplicidade, a capacidade de contagiar também agradou César de Oliveira, diretor de Harmonia são-luquense: “A gente encontra muita facilidade nesse samba, ele é intuitivo em vários trechos. É um samba fácil, como estamos mencionando. Trabalhamos bastante para ouvir a opinião dos times, ouvimos todos os jurados para entender o melhor momento e encaixar o samba. Ele vem para abrir os nossos trabalhos, essa caminhada de 2025 é muito importante. Contamos muito que o pessoal abrace esse samba, hoje nós percebemos que a comunidade ficou muito feliz e contente, sentimos a explosão deles. Isso facilita bastante o andamento do trabalho para que a gente alce novos patamares e alcançar novos resultados. A escola está trabalhando bastante para isso”, afirmou.
Andrew Vinícius, mestre da bateria USL, foi pela mesma linha: “O que me chamou mais a atenção nesse samba foi a simplicidade dele. Eu entendo que é um samba bem explicadinho dentro do tema, dentro da proposta que estava sendo pedido, com um refrão bem chiclete, empolgante. Gostei muito desse samba, principalmente pelo refrão de cabeça do samba”, pensou.
Sem citar simplicidade, o casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola preferiu se apegar à capacidade da canção de contagiar: “Gostei muito do samba vencedor por conta da energia que ele traz. A comunidade se identificou com o samba. Observamos e, além da nossa opinião, deu pra ver que a comunidade aderiu. A energia desse samba, o refrão dele fala muito… e a comunidade abraçou. Isso já fala por si. Com certeza vai ser um desfile lindo", disse Erick Sorriso. Victoria Devone se rendeu ao ver a comoção da quadra na hora da apresentação: "O refrão pegou ali, a gente viu a quadra inteira vibrando, cantando, sabendo a letra… isso arrepiou. Quando arrepia, a gente já sabe que é aquele samba que a gente vai levar para avenida”, refletiu.
Já pensando na adequação da canção ao enredo, Fernando Dias destacou o quanto a obra deixa o trabalho mais encaminhado: “Eu acho que tudo está nesse samba. Eu comecei a pegar os detalhes e eu acredito que não vou precisar fazer muita coisa nele. Eu acredito que é um samba que faz a escola estar concentrada para entrar na avenida. Eu vejo a escola passando e vejo até a parte plástica, muito bem representada com esse samba”.
… e à safra
Muitos segmentos fizeram questão de elogiar, também, os sambas de parcerias derrotadas. Na final, foram quatro apresentações. A primeira delas foi do Samba 08, composto por Saulo Mesquita, Maradona, Juliano Braga e Thiago Japa e interpretado por Vaguinho – atualmente na Torcida Jovem.
A apresentação campeã, que tinha o 04 como número, foi a segunda a se apresentar. Além de compositores e intérpretes, chamou atenção uma participante vestida e agindo como Oxum. A parceria teve muita adesão da comunidade, com bandeiras vermelhas e pretas – cores da agremiação, juntamente com o branco.
Depois, foi a hora do samba 05 se apresentar, composto por Xandinho, André Ricardo, André Filosofia, Nando, Edson, Felipe, Fredy Viana e Ronny Potolski, ele foi cantado pelo intérprete da Mancha Verde, pelo integrante do carro de som da Acadêmicos do Tatuapé e, também, por Rodrigo Atração – profissional da Imperador do Ipiranga. Com muito papel picado, a parceria também teve boa recepção.
O samba 10, composto por PH, Serginho do Cavaco, Enzo Dhirie, Celso Lovetro, Jozimar Pereira e Daniel Marinho e interpretado por Chitão Martins (atualmente na Independente), contou com torcedores que empunhavam bexigas vermelhas.
Nanão foi um dos entusiastas da safra: “Nós tivemos uma safra muito boa de sambas, e o tema ajudou pra caramba. Dentro da sala, a briga foi acirrada, foi por coisa de pouquíssimas diferenças, mas nós tínhamos quatro sambas muito bons. Todos teriam condições de representar muito bem a Unidos de São Lucas no Anhembi. É uma coisinha ou outra para estarmos alinhando”, comentou, já pensando na avenida.
Tuca Maia, intérprete da agremiação, ao falar dos demais concorrentes, não escondeu a felicidade com o resultado: “O que chama a atenção ao longo de toda a eliminatória foi o fato de termos, no mínimo, três grandes obras. Uma se sobressaiu pela melodia: é um samba leve, gostoso, e a gente sentiu isso na hora do anúncio, com todo mundo cantando. Não tinha como dar outro resultado que não fosse esse”.
Vanderley, ao destacar o processo de escolha do samba-enredo, deixou implícito que o nível foi alto e todos os quatro sambas tinham defensores na diretoria: “A escola tem os jurados, um grupo de jurados, e a gente respeita muito a opinião de todos os jurados. Os jurados são escolhidos pensando em dar representatividade na escola: cada um representa um grupo e foi uma escolha como qualquer escolha de samba-enredo. Cada um tinha uma opinião, foi se desenvolvendo, a gente fez uma audição interna que nos ajudou bastante a tomar a nossa decisão – e, hoje, ela foi sacramentada com a escolha do samba”, comentou.
Já Fernando focou na gratidão a todos os participantes: “A gente tinha uma safra de sambas muito bons. Tanto que a final foi bem disputada, foi bem acirrada. Até para nós e para a diretoria, foi bem difícil chegar a uma conclusão. Foi no mínimo do mínimo de detalhe para chegar ao samba campeão. Agradeço a todos os compositores por ter acreditado na São Lucas, na nossa sinopse, na nossa história, e ter feito obras maravilhosas”, agradeceu.
Histórico recente em alta
Um detalhe foi levantado por Tuca Maia: nos últimos anos, não é a primeira vez que a Unidos de São Lucas terá sambas de boa qualidade na avenida. Ele fez questão de enumerar os três que ele interpretou pela escola para argumentar: “O fato da Unidos de São Lucas ter escolhido sambas bons nos últimos anos ajuda muito porque a gente tem profissionais que estão muito cientes do que é necessário fazer no carnaval. Estamos tomando muito cuidado para escolher os sambas e, em 2025, nós abriremos uma noite de carnaval. O ‘Jongo’ (2023) foi um grande samba, o ‘O Canto das Três Raças… o grito de alforria do trabalhador!’ (2024) foi maravilhoso e, agora, escolhemos mais um grande samba que vai nos ajudar a fazer um grande desfile. Eu fui um dos jurados e a gente conversa sempre com a comissão julgadora, com diretores, com todo mundo”, pontuou.
Coroação e presenças ilustres
A bateria USL terá uma nova rainha em 2025. Trata-se de Priscila Nogueira, a Pepita, que foi coroada no evento – que, além da final de samba-enredo, também teve um arraiá com diversas comidas e bebidas típicas e bandeirinhas juninas. Ela, que foi madrinha dos ritmistas em 2024, assume o posto que era de Juliana Fenix, também da comunidade são-luquense (como frisou, em discurso, o presidente Nanão) e presente no evento que coroou a sucessora, sendo muito aplaudida – ela levantou para agradecer a todos.
Fenix não era a única pessoa com história na Unidos de São Lucas que foi saudada. Além da histórica Vânia Cordeiro, intérprete da agremiação nos dois anos em que a instituição esteve no Grupo Especial (2001 e 2002) e com mais de duas décadas de ligação com a comunidade, foi muito aplaudida – tal qual Mestre Pelé, outro baluarte com histórica ligação com os são-luquenses.
Quem também chegou para sambar com a já coroada Pepita foi Thelma Assis, musa da Mocidade Alegre e vencedora do Big Brother Brasil 20. Ambas sambaram à frente da bateria USL com Pamela Lino, musa dos ritmistas.
Preparação já iniciada
Muitos segmentos da instituição aproveitaram para falar sobre o quanto o trabalho para o carnaval 2025 já está sendo desenvolvido. Vanderley, por exemplo, citou as próximas datas importantes para a escola: “A gente está com os nossos protótipos finalizados, a gente vai fazer uma festa de pilotos mais interna. O próximo evento grande que a gente tem é o dia 24 de agosto, que é o nosso aniversário, quando a gente já vai lançar o samba na voz do intérprete oficial já gravado. O evento vai ser aqui na quadra, dia 24. E, a partir do dia 30 de agosto, a gente começa toda sexta-feira os ensaios aqui. Os ensaios aqui são de sexta-feira, das 20h30 até às 23h, toda a sexta-feira. A partir do dia 30 de agosto, toda sexta, a gente tem ensaios”, destacou.
Já César focou no trabalho que será desenvolvido pela equipe de Harmonia da São Lucas: “O trabalho continua com o que estamos implementando, mas vamos aperfeiçoar o que já fazemos continuando na mesma linha. Vamos trabalhar bastante aqui dentro de casa, faremos a lição de casa para que a gente chegue no Anhembi a façamos um grande espetáculo, que tenha uma explosão de canto e que as pessoas sintam a mesma energia e vibração que sentimos nesse samba, para que tudo isso aconteça de forma natural. É um trabalho árduo e contamos com a participação de todos”, pontuou.
Andrew trouxe detalhes da Bateria USL e não negou que já está com a criatividade borbulhante pensando no próximo desfile: “Pensando em como melhorar ainda mais esse samba, a gente já se adiantou. Aqui a gente já está com umas três, quatro bossas. Estamos vendo qual vai se adequar mais ao samba. Mas… a cada hora que você escuta uma ideia vai surgindo. Em questão de andamento, a gente vai manter o mesmo da eliminatória. Vai ser sempre 144 ou 142. A gente vê qual que fica melhor, mais confortável. Em cada ensaio a gente vai bolar um plano e um objetivo diferente. Mas o ideal mesmo é manter aquele 144. Uma bossa simples e uma mais ousada para poder chamar a atenção do público. O carnaval é sério, mas também tem que dar uma descontraída”, relaxou.
Por fim, o casal de mestre-sala e porta-bandeira não fugiu da responsabilidade: “Já estamos pensando em muita coisa desde antes da escolha do samba principalmente por causa do Ijexá, que é um ritmo. Ele tem ginga, ele tem uma pegada mais afro, também. A gente está trabalhando bastante em cima disso agora. E, com o samba vencedor, a gente vai poder desenvolver a nossa coreografia e, quem sabe, fazer uma coisa que pegue não só pra gente, mas também pros demais componentes da escola", comentou Victoria. Erick Sorriso também aproveitou para prometer muito entrega do quesito: "A minha porta-bandeira falou exatamente tudo. Eu fiquei feliz desde a escolha do tema. Eu falei pra diretoria que eu fiquei muito feliz porque eu sou muito grato a Oxum, e vem a nossa escola falando sobre Ijexá. E agora, com a escolha desse samba (que como eu falei, é um samba de energia, é um samba de personalidade, de garra), a nossa dança não vai ser diferente. Vai ter tudo isso, vai ter a questão afro, vai ter garra e vai ter muita identidade, pode ter certeza”, finalizou.
O ano de 2024 é muito especial para o Boi da Ilha do Governador. A escola, com base de comunidade na Freguesia, bairro da região, foi campeã da Série Bronze, na Intendente Magalhães, e está a um passo de voltar a desfilar no Sambódromo, afinal, a Série Prata, da Superliga, é o úlimo caminho antes da glória de todos os sambistas, que é se apresentar na Sapucaí, fato que não acontece desde o início dos anos 2010. O esforço da agremiação não vem de agora. Foram quatro anos de “bandeira enrolada”, jargão dado no mundo do samba para quem fica sem desfilar, e o impulso para transformação veio com a chegada de Marcelo Santos, mestre de bateria da União da Ilha, alçado ao cargo de presidente do Boi, e do empresário Donato Nunes, vice da Ilha e patrono do Boi.
Fotos: Equipe do Boi da Ilha para o Carnaval 2025
“Sempre fiz parte do Boi da Ilha na minha juventude. Não aceitava o fato de uma escola que revelou tantas pessoas que hoje estão de destaque no carnaval, como mestre Odilon e Quinho, estar com a bandeira enrolada. Aquilo mexia comigo. Passava na fecha da quadra e via do jeito que estava, fechada, abandonada desde 2009 e falei que tentaria fazer alguma coisa pela escola. Era um local histórico. Me reuni com o presidente da velha-guarda, ele me disse que daria apoio, se eu tivesse vontade de resgatar a escola, olhei o estatuto montei uma equipe para o Carnaval 2022. A escola não desfilava desde o Carnaval 2017. Perto do dia do desfile, o presidente abandonou, me colocaram como cabeça e consegui fazer a escola desfila”, explicou Marcelo Santos.
O resgate ganhou força e vontade com a entrada do patrono Donato Nunes, empresário e que chegou com disposição de apoiar a cultura da região e avalancar o Boi da Ilha.
“O maior desafio que a gente encontrou foi ‘desenrolar a bandeira’. Tinha que encontrar um local para ensaiar e pessoas interessadas para resgatar a escola e que eles realmente entendessem a cultura do Boi da Ilha. É uma escola de samba muito tradicional e que não merecia ter pasado de desfilar. Começar uma escola de samba do zero é muito difícil. Tinha dívida e precariedade”, disse Donato Nunes.
“Não tinha nada, nem instrumento para bateria. Entregaram para gente o estatuto e a bandeira, usada hoje pelo nosso segundo casal, para refundarmos a escola”, completou o presidente Marcelo Santos.
O patrono Donato Nunes explica que a intenção em recuperar a escola foi também de elevar a cultura do bairro. Projetos são milhares nas cabeças dos dirigentes do Boi da Ilha. O primeiro é uma oficina de bateria, depois a criação de uma escola de casais de mestre-sala e porta-bandeira, além da formação de passistas. Sempre trabalhando com as crianças das comunidades do bairro.
“Entendemos que a cultura da Ilha do Governador é pouco explorada. Entramos na escola como pessoas que amam o Boi da Ilha. Nossa missão era reerguer, cultivar o amor e coroa com os desfiles. É importante ver a escola desfilando e dando frutos para o bairro. O nosso segredo foi ter gestão eficiente. Como empresário, trouxe o modelo de trabalho nas minhas empresas para a escola de samba. Deu super certo. Em três anos de trabalho, conquistamos dois títulos”, afirmou Donato.
O presidente Marcelo Santos frisa que a união dele sambista, como o patrono empresário foi fundamental para o resgate do Boi da Ilha.
“A gestão do trabalho conta muito para o sucesso da escola de samba. O Donato trouxe a visão do empreendedorismo. E com a minha visão de carnaval e com muita liberdade na escola. Não foi fácil. No primeiro ano, o objetivo era que a escola ficasse na Série Bronze e conseguimos. Ganhamos em 2024 e agora vamos desfilar na Série Prata. Estamos próximos da Marquês de Sapucaí”.
A escola se reforçou para lutar pelo sonho de voltar a desfilar na Sapucaí. Nino do Milênio é o intérprete, o casal de mestre-sala e porta-bandeira é formado por Mosquito e Roberta, e o carnavalesco é Fran-Sérgio, multicampeão na Beija-Flor de Nilópolis.
Homenagem no enredo
O Boi da Ilha prepara uma grande homenagem para o desfile de 2025 na Série Prata, na Intendente Magalhães. O intérprete Quinho, cria da escola e que faleceu no início do ano, é o enredo para o carnaval do ano que vem. Nascido no Dendê, o jovem feirante niciou sua trajetória no mundo do samba no Boi da Ilha e por conta de seu grande talento, foi chamado por Aroldo Melodia para fazer parte do carro de som da União da Ilha. A partir dali a vida mudou completamente. Intitulado de “Arrepia Boi da Ilha” o enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Fran-Sérgio. Ao site CARNAVALESCO, o patrono Donato Nunes falou da ideia para o carnaval do ano que vem.
“O Marcelo me chamou e faltou: ‘Donato, o Quinho foi um ícone dentro da Ilha do Governador no carnaval e acho que a gente deveria homenageá-lo’. Vi que ele tinha razão. O Quinho foi nossa cria, é muito gratificante para gente fazer esse enredo”, citou o patrono.
“Conversamos com a família do Quinho. Todos vão estar presentes. O filho dele está apoiando 100% nossa ideia. Toda Ilha vai conhecer a história de um insulano”, completou o presidente.
Casal refaz parceira no Boi da Ilha
Porta-bandeira do Boi da Ilha para 2025, Roberta diz que o chamado da escola foi um resgate. Ela citou que começou na escola como criança.
“É uma responsabilidade muito grande. Estou voltando. Passei aqui quando era criança. Passei 20 anos pelo mundo do samba e agora estou participando do resgate da escola. O Boi tem muita comunidade e tradição na Ilha e no carnaval. Vivi 15 anos aqui, quando era mais nova, e vi como as pessoas são apaixonados pela escola”.
Ao site CARNAVALESCO, ela comentou a parceria com o mestre-sala Mosquito. “A gente é tudo e mais um pouco. A gente se entende no olhar, na piscada. Foi uma conexão de primeira”, contou Roberta, que não desfilou no Rio em 2024.
“Tem época que a gente se vê mais do que em casa com a família. Temos mais de 10 anos juntos. A gente ‘namorava’ faz muito tempo. Um dia falei que ainda ia dançar com ela e no ano seguinte a gente estava junto. Todo mundo sabe da nossa história no carnaval. Seria uma vitória ter a nota máxima no próximo carnaval e ter o título e o retorno para Sapucaí”, completou o mestre-sala, que estava no Arrastão de Cascadura.
Cantor fala do samba de 2025
O Boi da Ilha terá concurso para escolha do samba-enredo que homenageará Quinho no Carnaval 2025. Ao site CARNAVALESCO, o intérprete Nino do Milênio falou sobre a relação que teve com o cantor.
“O Quinho é minha referência. Tive oportunidade de ter troca com ele. Meu deu muito conselhos e guardo com muito carinho. É uma honra cantar o samba que será em homenagem para ele. Ouvi histórias que não conhecia sobre ele no bairro. O presidente do Boi é um sambista, sempre foi meu amigo e parceiro. Conheço há muito tempo. Receber o convite foi muito bom e espero que minha colaboração venha com a vitória”.
Perguntado sobre o que precisa ter a obra campeã para 2025, Nino citou: “O samba tem que ter muita irreverência e alegria. O diferencial, porque o Quinho era diferente. O samba tem que ser bem chiclete, porque ele sempre foi assim. Nunca vamos esquecer os cacos dele na condução do samba. A obra de 2025 tem que empolgar nosso componente”.
O intérprete também ressaltou a oportunidade de trabalhar em uma escola que o presidente é sambista, já que Marcelo Santos é também mestre de bateria da União da Ilha.
“É diferente lidar com um presidente sambista. Ele consegue entender o nosso lado. É muito melhor, diferente”.
Nino do Milênio também respondeu se conhecia o samba de 2001 do Boi da Ilha, uma das obras mais lindas do carnaval carioca.
“Conheço o samba e vou aprender todos. O presidente já me mandou alguns. Estou muito feliz com o projeto e ouvindo todas histórias do Boi. Conheci o presidente da velha-guarda e ele me contou várias histórias do Quinho”.
A Mocidade Independente de Padre Miguel, sem dúvida, é uma das maiores escolas de samba do carnaval. A torcida é gigantesca. Apaixonada! Porém, não é segredo que os três últimos desfiles (2022, 2023 e 2024) foram aquém do esperado. É duro o torcedor ler isso, mas não seria injustiça se a Verde e Branco tivesse caído em 2022 ou 2023. O desfile de 2024 não foi tão crônico, mas ainda fora do patamar que a escola pode dar ao seu componente. Não acredito no “caça às bruxas” em Padre Miguel. Tenho convicção que a gestão focada em resolver todas etapas para o sucesso de um desfile no pré-carnaval é o remédio para devolver ao Independente o sabor de disputar no topo do Grupo Especial.
Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO
Dois quesitos são de confiança da escola. A bateria, comandada por mestre Dudu, é segura e trabalha com eficiência. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo e Bruna, também entrega resultado bom para Mocidade. Porém, faltou neste ano a escola “entregar” pontuação em outros quesitos, por exemplo, Alegorias, Comissão de Frente e Fantasias (apenas um 10 em cada em 24) e Enredo (nenhuma nota 10 em 24).
Assim, a virada de chave está na contratação dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage. A chegada dos artistas mexeu com o inconsciente independente. Remeteu aos momentos de glória, os desfiles inesquecíveis, o protagonismo no carnaval. A dupla conhece demais o visual que o torcedor gosta e quer ver novamente no conjunto de alegorias e fantasias.
A divulgação do enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites pra sonhar” para 2025 não foi um boom de sucesso. Houve apreensão e críticas nas redes sociais. Ainda não faço esse coro. Acho muito cedo. É preciso esperar o andamento do trabalho e a passagem na Sapucaí. Imagino uma ida ao passado, relembrando momentos para construção do futuro. Se isso acontecer realmente não haverá limites para o Independente sonhar.
Agora, se isso será verdade, existe um ponto que acho fundamental para construção do desfile. A dupla terá totais condições de desenvolver todo o projeto? Haverá recursos no período ideal para que o trabalho tenha fluência, não gere desespero e nem o falatório prejudicial no pré-carnaval? A gestão, se for eficiente, não tenho dúvida, devolverá o protagonismo para Mocidade. O trabalho tem que ser incansável. O patrono Rogério Andrade parece estar mais presente. Isso acontecendo na prática o caminho da Mocidade promete ter um final feliz em março de 2025.
Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Mocidade
Temos mais de um mês para o início da disputa de samba. A obra de 2024 caiu nas graças do torcedor. Os julgadores não tiveram a mesma opinião. A escola recebeu duas notas 10, uma 9.8 e outra 9.9. É aguardar para ver como será a safra de 2025. O entrosamento do intérprete Zé Paulo com a bateria está garantido. O cantor teve um “casamento perfeito” com toda comunidade.
Achei a avaliação da Harmonia pesada, com uma nota 10, duas 9.9 e uma 9.8. O componente cantou e o carro de som, na minha avaliação, teve um bom trabalho no desfile. Dois julgadores questionaram o andamento, um citou alas que não cantaram, o que definitivamente não concordo, principalmente, porque é impossível identificar isso lá do alto da cabine e na distância para pista dos desfiles. Por isso, não considero que o quesito Harmonia seja de preocupação para Mocidade. A Evolução, talvez, mas também será para todas, afinal, teremos mais uma cabine de jurados e haverá quatro paradas no desfile.
Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO
Para o carnaval do ano que vem, a Mocidade volta a ter um diretor de carnaval e não mais uma comissão. Para mim, uma medida certa da direção. Nada contra os profissionais que estiveram até o desfile de 2024, mas a chegada de Mauro Amorim, um torcedor declarado, competente, campeão na Viradouro e na Imperatriz, traz um acompanhamento próximo de todas etapas do pré-carnaval.
O coreógrafo Marcelo Missailidis também chegou para comandar a comissão de frente. Ele vem de desfiles na Imperatriz. Parece motivado. O trabalho em 2024 na escola leopoldinense recebeu duas notas 10 e duas 9.9. Porém, a expecativa do público e analistas era de uma apresentação mais arrebatadora e não foi correspondida. Aguardar como será o trabalho em parceria com Renato e Márcio Lage.
Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Mocidade
Abrir os desfiles na terça-feira de carnaval, data inédita no Grupo Especial, pode ser uma boa para Mocidade. Ela já terá visto oito escolas passarem pela Sapucaí nos dois primeiros dias. Mas nada adiantará se o trabalho de casa, ou seja, durante o pré-carnaval não for realizado com eficácia. Ano passado, eu escrevi que não era mais possível aceitar pedido de desculpas da direção, mas foi dado o voto de confiança do componente. Houve melhora. Ainda pouca para o tamanho da Mocidade. Após a quarta-feira de cinzas o clima de frustação do torcedor foi visto nas redes sociais.
Fotos: Divulgação/Mocidade
Se a direção da Mocidade for tão assertiva como aconteceu com a liberdade dada ao departamento de marketing, sem dúvida, o melhor trabalho nos últimos anos no Grupo Especial, o Independente voltará a sorrir, não apenas nos ensaios de rua, nas listas de reproduções dos sambas, mas principalmente no desfile, consequentemente, no resultado na quarta-feira de cinzas. Dessa forma, a volta ao passado proprocionará a reconexão da Estrela Guia com os primeiros lugares na classificação do carnaval do Rio de Janeiro.
A Unidos da Tijuca abre no dia 1º de agosto a fase de eliminatórias de sambas-enredo para o Carnaval 2025. A escola do Morro do Borel levará para Avenida, no ano que vem, o enredo “Logun-Edé – Santo menino que velho respeita”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira. O CARNAVALESCO perguntou aos leitores qual o samba que mais gostaram? A parceria de Anitta, Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau recebeu 28,1% dos votos (OUÇA AQUI O SAMBA). A parceria de Júlio Alves, Totonho, Fadico, Dudu, Chico Alves e Claudio Russo com 25% (OUÇA AQUI O SAMBA). A parceria de Gabriel Machado, Julio Pagé, Valtinho Botafogo, Jorge Mathias e Robson Bastos recebeu 14,6% (OUÇA AQUI O SAMBA).
Foto: Rafael Arantes/Divulgação Tijuca
Veja votação das demais parcerias:
Wantuir, Robson Ramos, Gegê Fernandes, Vinicius Xavier, Guilherm Ckokito e Rafael Lopes: 8,3% (OUÇA AQUI O SAMBA)
Leandro Gaúcho, Chacal Do Sax, Luciano Fogaça, Simões Feiju, Miguel Dibo e Léo Freire: 6,2% (OUÇA AQUI O SAMBA)
André Braga, Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues e Sandro Nery (OUÇA AQUI O SAMBA) // parceria de Sereno, Dinny Marcelo do Ouro, André Aleixo, Ricardo Castanheira, Mano Kleber, Rogério Só Filé (OUÇA AQUI O SAMBA) // parceria de Ricardo Bernardes, Edinho, Luiz Thiago, Rogerinho, Daniel Barbosa e Mauricio Amorim (OUÇA AQUI O SAMBA): 4,2% (cada)
Lico Monteiro, Leandro Thomaz, Telmo Augusto, G. da Esriva, Jefferson Oliveira, Marcelo Lepiane e Washington Lopes Freitas (OUÇA AQUI O SAMBA): 3%
Beto do Pandeiro, Henrique Badá, Alace Machado, Gilmar L. Silva, Wagner Zanco e Aldir Senna (OUÇA AQUI O SAMBA) // parceria de Leo de Souza e Duda Ascensão (OUÇA AQUI O SAMBA): 1,1%
Cria do Aprendizes do Salgueiro, o intérprete Igor Sorriso recebeu o site CARNAVALESCO para uma entrevista especial. Bicampeão na Mocidade Alegre, em São Paulo, o artista volta ao carnaval do Rio de Janeiro e seguirá em jornada dupla. Ele cita na conversa como foi o convite da Academia do Samba, a relação com Emerson Dias e a missão de estar na escola do inesquecível Quinho.
Fotos: Guilherme Campagnuci/CARNAVALESCO
O que representa na sua carreira e vida profissional cantar no Salgueiro?
Igor Sorriso: “Realização de um sonho, meta de vida. E hoje eu posso estar desfrutando disso. Estou muito feliz, muito grato Sei da responsabilidade, do desafio, mas hoje eu me considero um cantor preparado”.
Que filme passa quando você pensa naquele jovem que veio cantar no Aprendizes e depois ganhou o mundo do carnaval?
“Sempre fui um sonhador. Nunca limitei a minha mente. Sempre pensei no máximo possível que eu pudesse alcançar. Tudo começa na mente. A gente vai lutando através desse pensamento e as coisas vão se realizando. Hoje ser o cantor oficial da Academia do Samba é mais uma realização de um sonho”.
Qual o samba predileto aqui no Salgueiro e por qual motivo?
“Caramba! São tantos e tantos. Se eu fosse escolher apenas um seria a ‘Ópera dos Malandros (2016)’. É um samba que eu participei ativamente nas eliminatórias. Pude cantar e tenho muita identificação com esse samba. Gosto demais. O Salgueiro é uma escola que tem uma discografia incrível. Muitos sambas que gosto e nunca cantei”.
A harmonia do Salgueiro vem dando nota 40 nos últimos carnavais. O que você pode falar do trabalho e o que mexeu no carro de som?
“É uma equipe extremamente competente. A direção musical do Alemão não deixa mentir. As notas respondem por si só. Ele é um cara que entende muito do ramo. Chego para aprender muito com ele. Tem minha vivência de carnaval, mas a gente está sempre aprendendo. Escola de samba, o nome já diz. A gente tem que estar sempre aprendendo e evoluindo. A harmonia do Salgueiro dispensa comentários. Uma galera de muita qualidade. Estou aqui para aprender, compartilhar e para somar para a gente continue dando notas 40”.
Como será essa fase de conciliar os ensaios do Salgueiro e da Mocidade Alegre?
“Muita ponte aérea. Muita alegria e descontração. As duas diretorias possuem um bom relacionamento. Isso facilitou para que eu possa estar aqui e continuar na Mocidade Alegre. Agora é cuidar da mente e do corpo. Quando estiver em atuação pelo Salgueiro ou pela Morada tenho que estar no melhor da minha forma. Tive uma conversa boa com a presidente Solange quando recebi o convite do Salgueiro. Ela é minha amiga pessoal. Sempre soube dos meus sonhos. Quando veio a oportunidade ela sabia que eu tinha que realizar. Foi uma grande parceira e tem me ajudado bastante”.
Qual é a diferença para o cantor de estar no Rio e em São Paulo? Tem jeito de trabalho diferente?
“Cada agrimação tem a sua peculiaridade e características. A gente precisa se adaptar. Entender como é a nossa escola de samba e a comunidade para a gente poder executar e se identificar o quanto antes. Aprendi muito isso na Mocidade Alegre. O Salgueiro já conheço de longa data. Mas estou há seis anos fora do carnaval do Rio. Percebi que tem coisas aqui que se modificaram, se aperfeiçoaram. Foram para um outro caminho. Tenho que me adaptar a isso. A cada ensaio e evento para poder estar cada vez mais integrado e mais identificado”.
Como é trabalhar com dois jovens como mestres Guilherme e Gustavo e ter como companheira a lendária ‘Bateria Furiosa’?
“Guilherme e Gustavo são dois amigos de longa data. Também do Aprendiz do Salgueiro. São dois profissionais de altíssima qualidade. As notas estão aí e o reconhecimento também. Já temos amizade, eles têm uma grande qualidade musical. Fica mais fácil trabalhar. Vou aproveitar isso, essa bateria, esse ritmo maravilhoso, para eu poder evoluir como cantor também e conseguir fazer um trabalho junto com eles da melhor forma possível”.
Sente alguma pressão por estar na escola do Quinho?
“Eu sinto muita alegria, muita empolgação, muita vontade de fazer dar certo. O Quinho é um ícone da história do carnaval. Aprendi muito com ele. Tenho a minha forma de cantar, a minha forma de conduzir. Cada um tem o seu estilo. Mas eu aprendi e aprendo muito com o Quinho. Uma das coisas que eu aprendi com ele: Cantar sem medo e com alegre. Vou executar muito isso no Salgueiro”.
Você entrou no lugar do Emerson Dias, mas sem problema nenhum. São amigos?
“Sim, o Emerson é um grande amigo. Quando o Salgueiro me fez contato, eu liguei primeiro para a minha mãe e em seguida liguei para o Emerson. É um cara que eu tenho o maior carinho. Minha mãe é apaixonada pelo Emerson. A gente sempre conversou sobre essas coisas. É o mercado do carnaval. O Emerson não continuou no Salgueiro. A escola precisava contratar outro cantor. Se não fosse eu, seria outro. Como o convite veio para mim, muito grato, muito feliz. A nossa amizade continua. É um cara extraordinário, um grande cantor. Tenho o maior carinho, o maior respeito. Fez a história dele aqui na Academia. E agora eu tenho que fazer o meu trabalho também para construir a minha”.
Qual conselho você daria para um jovem que sonha em ser intérprete de escola de samba?
“Continue sonhando. Trabalhe bastante. Cante sempre que puder. Não deixe de sonhar. A realização do nosso sonho começa dentro da nossa mente”.