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História feita! Unidos da Tijuca define samba da parceria de Anitta vencedor para o Carnaval 2025

Por Luan Costa e Rhyan de Meira. Fotos de Allan Duffes

A cantora Anitta, pela primeira vez no carnaval do Rio de Janeiro, vai assinar um samba-enredo. A artista, um dos principais nomes do cenário musical brasileiro, venceu a disputa de samba-enredo da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025. Ela, que não esteve na quadra, na final realizada na noite do último sábado, entrou no concurso com os parceiros Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau. A escola do Morro do Borel levará para a Sapucaí na segunda-feira de carnaval o enredo sobre o orixá Logun-Edé, clamado pela comunidade e desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira. * OUÇA AQUI O SAMBA DA TIJUCA PARA 2025

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“Eu acho que é um dos momentos mais gratificantes da minha carreira. É um sonho realizado! Coisa linda! Muito obrigado Unidos da Tijuca, muito obrigado! A minha parte preferida no samba é: ‘Eu não descanso depois da missão cumprida, a minha sina é recomeçar’. A Anitta foi incrível, dedicou tantas horas de sua vida e carreira, passou de 10 a 14 horas online com a gente, participando de tudo. Um beijo para ela, eu sei se ela está longe da gente hoje, mas logo mais vou conseguir ver o samba dela de perto”, disse o compositor Diego Nicolau ao CARNAVALESCO.

Galeria de fotos: final de samba da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025

Em entrevista ao CARNAVALESCO, a cantora Lexa, rainha de bateria da Unidos da Tijuca, falou o que representava para ela ter uma amiga do funk assinando um samba-enredo no carnaval do Rio de Janeiro.

“Eu fico muito feliz. Vejo que não é porque a gente veio do funk, que fica só rotulada a ele. Ver a Anitta aqui escrevendo para escola do meu coração, uma amiga minha, me deixa muito feliz, emocionada e orgulhosa. O samba está lindo. Eu tenho muito respeito por todos os compositores, por todos os sambas. Ainda agora alguém falou: ‘você está cantando outro samba? Não pode!’ E eu respondi: ‘óbvio que eu amo muito a minha amiga. E eu sou mais para o lado dela. Mas, tenho muito respeito pelos outros sambas também’. É uma delícia vivenciar isso aqui junto com os meus fãs, tem vários fãs meus aqui e fãs dela”, afirmou Lexa.

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O compositor Fred Camacho, um dos autores do samba da Tijuca para 2025, explicou o sentimento da conquista na escola do Botel. “Estou muito feliz, é minha primeira vitória aqui. Eu sou um cara muito apaixonado pelo samba. Pelo Carnaval e por todas as escolas, cada escola tem o seu encantamento. Então, eu é por isso que eu sou apaixonado por todas. Eu gosto muito dessa frase que está vindo na minha cabeça agora ‘Eu não descanso depois da missão cumprida, a minha sina é recomeçar’ porque a gente está sempre começando um trabalho novo, um projeto novo. Esse samba tem muitas frases assim como essa, muito interessante para gente seguir no nosso dia a dia”, comemorou.

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O compositor Luiz Antônio Simas também falou sobre a vitória: “Primeira vez que venço, eu saí do Estandarte de Ouro onde era jurado, para fazer samba e a gente é agraciado com essa vitória. Uma beleza. Eu acho que foi bonito primeiro por causa do tema, a gente tá vivendo um tempo de racismo religioso, quero mandar o meu beijo pra Anita, que colaborou, chegou junto, está junto, está ativamente e tenho certeza que estará com a gente depois na Sapucaí. Eu acho que o refrão do meio é muito bonito, é quando Logun Edé sai da África e vem ao Brasil, a gente ao invés de usar o navio negreiro, usamos o cavalo marinho, rompemos com o navio negreiro, é o cavalo marinho que traz esse encantado pro Brasil”.

Edson Pereira: ‘Quero fazer um carnaval que marque a história da Tijuca’

O carnavalesco Edson Pereira falou do projeto para o desfile de 2025 da Unidos da Tijuca. Ele ressaltou que o trabalho no barracão está adiantado.

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“Acho que estamos fazendo um trabalho muito sério, que começou logo no início do ano. Hoje, estamos com tudo bem adiantado, graças a Deus. E eu espero que, daqui para frente, seja sempre melhor. Eu acho que, quando você faz um bom trabalho, independentemente da ordem (de desfile), ele vai se destacar. E é isso que importa. O trabalho bem-feito fala por si. Eu gosto de carnavais grandiosos. Quero fazer um carnaval que marque a história da Unidos da Tijuca. Esse é o nosso objetivo hoje. Já estamos com as fantasias quase prontas, e isso é muito importante. Acho que o trunfo será a emoção de falar sobre algo tão necessário, que é a relação entre o velho e o novo, o novo e o velho. Isso está muito ligado ao cotidiano, ao que estamos vivendo hoje”.

Casal promete muito trabalho e confia na ‘nova Tijuca’

A dupla de mestre-sala e porta-bandeira da Tijuca, Matheus André e Lucinha Nobre, está na missão de recuperar os décimos perdidos no Carnaval 2024. Ao CARNAVALESCO, eles garantiram que o trabalho para o ano que vem é muito forte.

“A Tijuca vem muito forte. É um enredo muito bom, um enredo afro bem forte. Vai ser uma experiência nova abrir os desfiles na segunda-feira. Eu nunca dancei com quatro cabines, mas acredito que vai ser tranquilo. A gente está com muita energia para dar. Vamos com tudo! Pode esperar aquela Tijuca de sempre: muito alegre, muito forte, mas cheia de axé. Acho que o axé, a energia da escola esse ano, vai ser o diferencial”, comentou o mestre-sala.

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“Podem esperar da gente muito ensaio, muita resiliência. Estamos trabalhando com muita energia, muito carinho, e claro, muitos ensaios para deixar tudo perfeito. A Tijuca vai fazer um trabalho muito diferente dos últimos anos, com muito amor e uma energia incrível. O trabalho do Edson está maravilhoso, a escola está unida, aguerrida, e estamos querendo recuperar toda essa energia que nos define. A coreografia começa a nascer a partir do samba vencedor. No momento, ainda não temos coreografia porque estamos apenas nos ensaios iniciais. Mas, após a escolha do samba, começamos a trabalhar a coreografia. Já fiz uma prova da fantasia. O Fernando Magalhães é o mago das fantasias, confio muito no trabalho dele e acho que essa vai ser nossa melhor fantasia até hoje”, celebrou a porta-bandeira.

Ito Melodia: ‘O que estava faltando antes, não falta mais’

O intérprete Ito Melodia conversou com o CARNAVALESCO sobre o segundo ano no comando do microfone principal tijucano.

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“A experiência está sendo maravilhosa, estou muito feliz. Tenho que agradecer muito ao presidente Fernando Horta por esse segundo ano consecutivo, por essa oportunidade. Desta vez, é especial poder falar de uma religião, de uma atriz africana, de um rei muito querido por todos, especialmente pelos mais velhos. Esse rei está aqui, na Tijuca, e poder celebrar isso, resgatar essa energia, essa garra, emoção e paixão, é algo muito importante, especialmente com tudo que está acontecendo no nosso país. O carnaval é uma grande escola, e a presença desse rei na Unidos da Tijuca está sendo fundamental. O samba precisa trazer alegria, garra, emoção, ritmo, paixão… Tudo isso. A Tijuca tem todos esses elementos. Temos uma bateria excelente, comandada pelo mestre Casagrande, cheia de cadência. A escola é guerreira, a comunidade canta fácil, aprende rápido. Os compositores são fantásticos, a equipe toda é maravilhosa. O que estava faltando antes, não falta mais”, garantiu o cantor.

‘É um enredo que já está trazendo uma energia muito boa’, diz diretor de carnaval

O diretor de carnaval tijucano, Fernando Costa, revelou o que é possível esperar da Unidos da Tijuca no desfile do ano que vem. Ele citou que o momento entre os integrantes da escola é muito positivo.

“Pode esperar uma escola grandiosa, um enredo maravilhoso, um samba maravilhoso, a gente já não tem há muito tempo, e esse dinheiro está trazendo uma energia muito boa aqui pra escola. Está todo mundo com a vibração muito boa. Aguardem a Tijuca que com certeza a gente vai fazer um belo carnaval. Nosso primeiro ensaio de quadra será no dia 10 de outubro e no início de dezembro vamos para rua. Se forem lá no barracão já vão ver a grandiosidade. Está bem adiantado, bem grande, como costume ser bem grandona”.

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Fernando Costa também falou sobre a disputa de samba: “Foi uma disputa muito difícil, eu acho que esses anos todos que que eu estou aqui, e não são poucos, acho que a gente nunca passou por uma disputa tão acirrada. A cada etapa era uma dificuldade, uma dor, as pessoas reclamavam por tal samba ter saído, chegamos com três grandes sambas. O presidente quer ver o que que os segmentos estão querendo e ele dá a palavra final. Desde 2003 que a gente não faz um enredo desse tipo e calhou, saiu um enredo desse maravilhoso, o Edson veio com a ideia, quando eu vi logo de primeira topei, e o presidente também aceitou, nem pensou em patrocínio que podia chegar. É um enredo que já está trazendo uma energia muito boa”.

Como foram todas apresentações na final

Parceria de Lico Monteiro: A primeira obra a se apresentar nesta final foi composta por Lico Monteiro, Leandro Thomaz, Telmo Augusto, G. da Esriva, Jefferson Oliveira, Marcelo Lepiane e Washington Lopes Freitas. Mesmo sendo a primeira da noite, a parceira não se intimidou, antes mesmo do início oficial a numerosa torcida cantou o samba, dando sinais do que veria pela frente. A atuação de Wander Pires no comando do microfone principal dispensa comentários, ele deu o habitual show e foi uma dos responsáveis para que a apresentação fosse extremamente positiva. Vale destacar que cada parceria teve 30 minutos para se apresentar, incialmente sem a presença da bateria e posteriormente com, o início da apresentação foi forte, como mencionado anteriormente, a torcida deu um show.

Porém, ao longo do tempo foi possível notar que houve uma pequena queda de rendimento, principalmente da segunda parte do samba. Vale destacar a qualidade da obra, que narra com felicidade o enredo proposto, fazendo de referências a rituais sagrados africanos em sua letra.

Parceria de Gabriel Machado: A terceira e última parceria da noite foi composta por Gabriel Machado, Julio Pagé, Valtinho Botafogo, Jorge Mathias e Robson Bastos. Coube ao intérprete incendiar a quadra após a apresentação quase perfeita do samba anterior, e o intérprete conseguiu fazer com que o alto nível permanecesse, através de um discurso potente, Zé Paulo fez com que toda a quadra olhasse com atenção para a apresentação, sem falar no gás que a torcida ganhou, principalmente no início da apresentação. A apresentação foi extremamente positiva, durante os 30 minutos houveram poucos momentos de oscilação, fazendo com que o rendimento fosse satisfatório e mais explosivo em algumas partes. Os refrões foram o ponto forte da obra, o principal foi cantado por muitos segmentos da escola, com ênfase no verso “Loci Loci, meu pai, quando o morro descer vai ter mandinga da Tijuca no Ilê”.

O verso “Seja menino, menina, homem, mulher, na Unidos da Tijuca, seja tudo que quiser” também foi bem cantado, além de sintetizar parte do enredo, ele tem sia importância por promover uma mensagem de inclusão, diversidade e empoderamento.

Parceira de Anitta: Dando sequência às apresentações, foi a vez do samba de Anitta, Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau ganhar a quadra. O responsável por comandar o samba foi o intérprete Igor Sorriso, durante seu discurso, ele brincou dizendo que não iria cantar, iria apenas ouvir a torcida, e foi exatamente isso que aconteceu durante os 30 minutos de apresentação, a torcida, que estava extremamente numerosa e com muitas bexigas nas cores da escola, cantou de forma avassaladora, aliás, a apresentação completa foi uma avalanche do início ao fim, a energia na quadra já estava alta e incendiou durante a passagem de uma das obras mais comentadas nesse pré-carnaval. A cantora Anitta não esteve presente, porém, o samba contou com a torcida ilustre da atriz e apresentadora Regina Casé, extremamente empolgada, ela se jogou no meio da torcida e cantou durante todo momento. O samba ganhou toda a quadra, inúmeros segmentos da escola cantaram com muito entusiasmo, assim como o público presente, ficou a sensação de que se houvesse mais tempo, o rendimento continuaria em alto nível.

O refrão, simples e repetitivo, dá ênfase ao nome de Logun Edé e caiu facilmente nas graça do público, sendo a parte mais cantada. No geral, o samba captura o espírito do enredo de forma criativa e bem elaborada.

Galeria de fotos: final de samba da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025

Levantando a bandeira do samba, Águia de Ouro apresenta samba-enredo e fantasias para o Carnaval 2025

Por Gustavo Lima e Fábio Martins

O Águia de Ouro realizou na noite do último sábado um grande evento, mostrando o seu potencial para o próximo carnaval. A escola da Pompeia apresentou o seu samba-enredo e também as fantasias que irão para a pista no próximo desfile. Todo o processo de exibição das indumentárias foi comandado pelo novo carnavalesco da agremiação, André Machado. A entidade, que levará Benito di Paula para a avenida, contará a vida do artista através das suas músicas, e dessa forma foram apresentadas as fantasias, tendo nomes das obras do músico. O samba-enredo foi apresentado logo após. Vale destacar que a escola realizou eliminatórias internas, sem divulgar a etapa pelas redes, optando somente por revelar ao público o resultado final neste sábado. Entretanto, deu para notar que a comunidade cantou forte a letra e, sobretudo, a bateria executou bossas e coreografias, mostrando preparo para a data. A agremiação da Pompeia irá abrir o sábado de carnaval com o enredo “Em retalhos de cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”, assinado pelo carnavalesco André Machado.

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Satisfação da vitória

Um dos compositores vencedores, Marcelo Nunes, falou sobre o sentimento de ganhar o samba nas eliminatórias internas. Ele revelou que a mãe chorou ao ouvir a música pela primeira vez. “O sentimento é o mais emocionante possível. Ganhar um samba em uma escola como o Águia de Ouro é uma honra para qualquer compositor. Foi uma disputa interna, mas com 17 obras de compositores renomados do Brasil todo. Tivemos a felicidade de fazer um samba que emocionou, reviver bastante coisa do Benito di Paula… Quando eu cantei pela primeira vez para a minha mãe ela chorou, porque gosta muito dele. É uma satisfação imensa”, disse.

AguiaDeOuro et Compositores

Parceiro de Marcelo, Rapha SP exaltou o canto forte da escola e a honra de homenagear Benito di Paula. “Vencer sempre é bom. Falar de Benito di Paula é uma honra. Em primeiro lugar a gente agradece a Deus por ele existir. Poder homenagear ele, em uma escola dessa proporção, não tem o que falar. A escola já cantou forte, é a marca dela e creio que vai aumentar ainda mais na avenida”, afirmou.

AguiaDeOuro et DiretoraCarnavalJacqueCarnavalescoAndre

Seguindo a linha de Rapha, o escritor Marcelo elogiou os setores da agremiação, e agradeceu a parceria com o seu amigo compositor. “Eu acredito que essas evoluções da escola, bateria, canto da escola, significa realmente que a escola se preparou e caiu nos braços da comunidade. Se preparam para esse dia. Para mim é uma honra estar fazendo samba com o Rapha SP, que é meu parceiro de longa data. Eu sou de Curitiba, mas estou sempre fazendo samba por aqui. É uma honra muito grande”, completou.

AguiaDeOuro et PavilhaoEnredoSegundoCasal

Participação de Benito di Paula no samba e nas fantasias

O presidente Sidnei Carrioulo revelou que a princípio o samba para 2025 seria uma encomenda, mas o resultado final não foi de agrado. Após isso, começaram as eliminatórias internas e, na opinião do gestor, a canção tem a cara do homenageado. “Era para ser feito o samba por encomenda. Ele até foi realizado, mas não ficou legal. Foi o primeiro tropeço dentro do enredo. Aí resolvemos abrir, tiveram 17 obras em disputa, fizemos alguns ajustes e fomos direto nesse. Parece que a comunidade gostou do samba. E eu particularmente também, porque se eu não gostar já falo. Eu acho que tem muita a parte melodiosa está muito dentro da característica do Benito. A gente procurou fazer isso”, explicou.

AguiaDeOuro et PresidenteSidneiCarriuolo

O mandatário contou que Benito aprovou as vestimentas e fez correções. Disse que não olha fantasias de outras escolas e procura se concentrar apenas no Águia de Ouro. “O negócio das fantasias que foi apresentado na Fábrica, o Benito gostou, mas mesmo assim fez algumas correções. Algumas coisas que incomodaram ele nós resolvemos, apresentamos e está dentro do nosso orçamento. Não sei qual é o nível das fantasias de outras escolas, até porque eu não quero saber. Eu não olho nada. Eu sei o máximo que eu posso fazer e aquilo que a minha escola precisa. Isso que foi mostrado hoje, é o que nós vamos desfilar”, destacou.

AguiaDeOuro et ApresentacaoEnredo

Comunidade presente

A diretora de carnaval, Jacqueline Meira, revelou que componentes foram chamados para aprenderem o samba, e que compraram a obra. “A comunidade é muito presente. Na quinta-feira passada a gente abriu para as alas, chamou alguns componentes, fizemos um encontro lá no fundo da quadra. Começamos a cantar o samba, ensinamos para eles e hoje saiu esse grande coral. Foi lindo demais, emocionante. A escola comprou muito esse enredo, esse samba. Está caminhando”, disse.

AguiaDeOuro et DiretoraCarnavalJacque 1

Segundo a líder, os refrões, a melodia e, sobretudo a letra se destacam, pois lembram bastante as músicas de Benito, como também disse o presidente Sidnei. “Até comento com a galera assim, eu ainda tenho uma alma de componente mesmo. Eu coloco a minha emoção de componente. Os refrões vão sempre muito fortes, a galera sempre curte muito, mas o samba, a letra dele está incrível, porque além de estar homenageando todas as canções do Benito, é um samba com uma melodia muito linda também. Eu não tenho como falar para o que gostei mais”, completou.

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Liberdade para o artista trabalhar

André Machado, novo carnavalesco da agremiação, se diz feliz pela liberdade que vem tendo dentro da escola. Segundo o próprio, os protótipos apresentados ao homenageado já teve uma rápida identificação. “Estou muito contente com a minha equipe. Foi um trabalho de três meses tentando ser o mais fiel possível às músicas do Benito di Paula. Ele passou no barracão, apresentei as fantasias e a identificação foi imediata. Acho que se alcança o coração do homenageado, já é meio caminho andado. Estou muito feliz com a liberdade que o presidente vem me dando e a diretoria Jacqueline tem me ajudado a conhecer como funciona a comunidade. O meu trabalho está sendo muito fácil nesse sentido”, contou.

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O artista revelou que Benito opinou sobre cinco obras finalistas, além de que, na sua visão, este samba é o mais bonito dos seus últimos carnavais. “A gente teve 17 sambas, cortamos 10, depois cinco e chamamos o Benito di Paula para conhecer essas possíveis obras que iriam para a avenida. Ele deu a opinião dele em relação a algumas. A gente se reuniu com a diretoria e decidiu que esse samba seria o campeão. Eu digo que dos meus últimos carnavais, este seja o samba mais bonito. Conversamos muito com o Rapha SP e seu parceiro, além das outras parcerias também para seguir à risca a sinopse. A comunidade gostou e tem tudo para crescer”, declarou.

AguiaDeOuro et CarnavalescoAndrepresidenteSidnei

Criatividade na batucada

Mestre da ‘Batucada da Pompeia’, Juca Guerra, enalteceu a obra escolhida e explicou as bossas feitas. De acordo com o músico, que está a frente da bateria desde os anos 80, a criatividade será a cara do seu trabalho no Anhembi. “A gente tinha feito as audições dos sambas, assim de primeiro já agradou todo mundo. Lógico que tiveram alguns acertos com o próprio compositor e, sobre as bossas, como eu já estava na audição, já dava para ir mais ou menos imaginando. Tinha feito bossas para outros sambas também, mas escolhemos esse. Estamos ensaiando e esse ano nós vamos fazer muita coisa no Anhembi. Pode esperar que não será só isso que fizemos hoje”, comentou.

AguiaDeOuro et MestreJuca 4

Além das bossas, Juca mostrou as tradicionais coreografias que o público gosta. O músico prometeu que irá continuar, ainda mais por abrir o sábado de carnaval. “Vai tudo para a avenida. Pode esperar muita coisa. A gente vai abrir o sábado e a bateria do Águia não vai ser mais uma que vai passar. Pode acreditar que eu estarei deixando uma poeira lá”, concluiu.

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‘Obra prima’, trabalho forte e importância do canto

O intérprete Serginho do Porto chamou o samba de obra-prima e disse que o importante é que a escola abrace forte e cante bastante. “A grande importância desse samba é a nossa comunidade forte, aguerrida que canta a plenos pulmões. Nós temos hoje uma obra-prima para que a nossa escola faça o desfile do jeito que a gente quer na altura do Benito di Paula. Nós estamos muito felizes com tudo isso que está acontecendo e é só o começo do trabalho”, disse.

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Outro integrante da dupla, Douglinhas Aguiar, elogiou a safra das obras que foram apresentadas e revelou que emocionou Benito e seu filho. O cantor também falou sobre a responsabilidade desta homenagem. “Esse ano eu acho que o nível estava melhor que o do ano passado, mas esse samba à primeira vista já era meio fora da curva. Emocionou muita gente e acho que isso pesou. Emocionou inclusive o Benito e o filho dele que também opinaram. Eles opinaram e aí a gente chegou nesse samba maravilhoso. É uma responsabilidade grande, mas acredito que a emoção vai tomar conta de todo mundo e a gente vai conseguir fazer um grande trabalho. Tenho certeza disso”, declarou.

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Serginho contou que os ensaios feitos para a festa começaram na quinta-feira e o resultado foi satisfatório. “Esse trabalho começou na quinta-feira, nós nos reunimos juntamente com a comunidade e com a bateria já surgiu isso. Temos muito tempo pela frente ainda, quatro meses para poder trabalhar, para colocar o canto com a bateria juntamente com a comunidade no lugar. Vamos com muita força, com muita fé, com muita determinação e com muita vontade”, finalizou.

Três parcerias se destacam na Mocidade após unificação das chaves dos sambas concorrentes

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Mocidade para o Carnaval 2025. Foi a unificação das chaves. A parceria de Ricardo Simpatia foi eliminada do concurso. A próxima fase é no sábado que vem, dia 28 de setembro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

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Parceria de Jojo Todynho: A abertura da noite foi com a parceria de Jojo Todynho, Beto Corrêa, Rodrigo Medeiros, Cristiano Plácido, Guto Listo, Gilberto Monteiro, Wilson Paulino, Márcia Carvalho, Giacomo, Samir Trindade, cantada por Pitty de Menezes, que levou bem a obra. A subida para o refrão final e o próprio refrão, destacado o verso, “A paixão Independente/Em brilho neon”, são os pontos altos, destacando também o início da segunda parte do samba: “Nasce um novo dia/O meu ziriguidum não foi ilusão/O homem se desfez da poesia/Refém da própria criação”. Pitty, em conjunto com o carro de som, ajudaram muito o samba a crescer durante a apresentação, em especial durante o refrão do meio. A torcida estava bem animada, mas cantava mais os refrões da obra.

Parceria de Jefinho Rodrigues: Jefinho Rodrigues, Arlindinho Cruz, Marquinho Índio, Lauro Silva, Prof.Renato Cunha, Cleiton Roberto, Felipe Mussili e Igor Leal formam a segunda parceria da noite, que esteve sob a voz de Wander Pires. O samba é um dos mais melódicos da disputa, com vários versos podendo ser destacados ao longo de toda a letra, em especial, o refrão do meio que chama a atenção pela poesia do mesmo: “Fiz um pedido pra estrela iluminar/Quero saber quem sou, aonde vou chegar/Criei a máquina pra dominar o mundo/Mas a tela num segundo pode até me dominar”. A subida para o refrão final também se destaca, sendo muito boa e envolvente para levar ao mesmo. A torcida esteve muito animada e cantou bastante o samba, que foi um dos destaques da noite.

Parceria de Paulo Cesar Feital: Terceira da noite, a parceria de Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr Castilho e Léo Peres, hoje comandada por Igor Vianna na voz principal, ainda tem como destaque o seu refrão final “O céu vai clarear/Iluminar a Zona Oeste da Cidade/Deus vai desfilar/Pra ver o Mago recriar a Mocidade”, que tem um ritmo muito interessante. Com versos que chamam a atenção na primeira e na segunda parte do samba, muito pela cadência dele em conjunto com a letra, que foram uma boa união, como a cabeça “A luz que nos chega da estrela primeira/Nascida do pó no Cruzeiro do Sul”, ou os versos finais da segunda parte, que referenciam alguns carnavais da Mocidade. Teve uma participação boa da torcida presente na quadra. Além disso, foi um dos destaques da noite.

Parceria de Jaci Campo Grande: O quarto samba da noite foi composto por Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Alex Cruz, Dr. Marcelo, Duda Coelho, Marcinha Souza, Lucio Flávio, Elian Dias, Paulo Bachini, Bimbim Portella. Samba para cima, em especial a segunda parte, que chama a atenção nos versos relativos à vida virtual, como “meu perfil de avatar é um castorzinho apaixonado”, mas também nos versos iniciais da primeira parte “Galática luz da criação/Poeira de estrelas brilham na imensidão”. Os refrões também são bons dentro da obra. Sob a condução de Leozinho Nunes, a letra anima muito durante a apresentação, em especial a torcida que cantou muito bem durante o tempo no palco.

Parceria de Zé Glória: Quinta a subir ao palco veio a parceria de Zé Glória, Diego Nicolau, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Trivella, Myngal, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax. Charles Silva levou bem o samba junto aos seus auxiliares, obra que tem partes muito interessantes, se destacando mais uma vez o falso refrão “Voar, voar…”, que eleva bem o samba tendo sido um dos pontos altos da apresentação essa levada mais suave que esses versos, relativos a este início, tem. Na primeira parte também se destaca também o início “Somos poeira na constelação/Livres, poeira na imensidão”, e os versos que antecedem o falso refrão, que se destacam com a melodia empregada neles. Além disso, a torcida estava bem animada durante a apresentação. Foi um dos destaques da noite.

Cyro Garcia critica som dos camarotes no Sambódromo e defende que controle das escolas de samba fique com trabalhadores das comunidades

Dando sequência à série de entrevistas do CARNAVALESCO com os postulantes ao cargo de prefeito do Rio, Cyro Garcia, do PSTU, abordou suas propostas para o Carnaval, o maior evento cultural do Rio de Janeiro, enfatizando a importância de devolver o controle das escolas de samba às comunidades e trabalhadores que as representam. Segundo Cyro, o poder público deve garantir investimentos que assegurem a previsibilidade e estabilidade para as agremiações, promovendo dignidade tanto para os trabalhadores do carnaval quanto para os integrantes da economia informal que dependem do evento.

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Foto: Divulgação/PSTU

Cyro Garcia também destacou a necessidade de um olhar mais atento para as escolas de samba da Intendente Magalhães, defendendo melhores condições de trabalho para seus barracões. Ele criticou a elitização do Sambódromo e propôs medidas para reduzir os preços dos ingressos, tornando o desfile mais acessível ao público. Além disso, falou sobre o papel das quadras das escolas de samba como espaços de convivência comunitária, sugerindo que a prefeitura promova atividades culturais e sociais ao longo do ano nesses locais. Confira a entrevista na íntegra com Cyro Garcia.

O carnaval é o principal evento da cidade e traz um retorno em impostos que ajuda o Rio o ano todo. Eleito prefeito como você pretende fomentar o maior evento cultural da cidade?

“O desfile das escolas de samba é a manifestação cultural mais representativa da cidade do Rio de Janeiro. O papel do poder público é o de fomentar e incentivar a cultura, garantindo estabilidade e previsibilidade para as escolas de samba, proporcionando oportunidades para os trabalhadores da economia formal (como o setor de bares e restaurantes) e informal da cidade (como os ambulantes que vendem bebida nos ensaios das escolas). Defendo, também, que as escolas sejam controladas pelos trabalhadores das comunidades que representam e não por mecenas, geralmente, ligados à contravenção”.

As obras da Cidade do Samba 2 já começaram. Mas são muitas agremiações em outros grupos que não tem um teto digno para construir s e u carnaval. Sua candidatura tem alguma proposta para essas comunidades?

“O poder público precisa olhar com atenção para as escolas da Intendente Magalhães. Por falta de espaço, os trabalhadores dos barracões muitas vezes se submetem a condições insalubres e inseguras. É preciso dar dignidade aos trabalhadores de todas as escolas de samba do carnaval da cidade, e não apenas as da Sapucaí”.

O Sambódromo completou 40 anos em 2024. Obras de infraestrutura no local são pedidas há anos. Há previsão de alguma intervenção no equipamento caso você seja o prefeito?

“É preciso buscar um meio de trazer o público, que constrói o carnaval de volta a Sapucaí, pensando numa política de barateamento de preços. Não é possível que o som dos camarotes atrapalhe a experiência de quem está na arquibancada, por exemplo”.

A subvenção para as escolas de samba será mantida na sua gestão? Há previsão de aumento? Você pensa em usar a s quadras das agremiações para atividades e projetos sociais da prefeitura?

“Sem dúvida alguma é papel da prefeitura o investimento nas escolas de samba. É preciso que a prefeitura tenha um dialogo com as escolas para que se entenda as necessidades. As perspectivas de aumento da subvenção devem englobar todas as escolas de samba do carnaval da cidade, do Grupo Especial ao último grupo da Intendente Magalhães, de modo a promover maior dignidade aos profissionais do carnaval. Em relação a quadra, pensamos na escola de samba como experiências comunitárias fundamentais de promoção de cultura e sociabilidade. Desse modo, é papel da prefeitura incentivar que as quadras estejam abertas o ano inteiro, seja para shows, feiras literárias, campanhas de vacinação, por exemplo”.

Quais as suas ideias para o fomento do carnaval de rua e como equilibrar os mega-blocos durante o carnaval com a vida da cidade?

“Os blocos representam outra faceta da identidade da cultura carioca. Também geram oportunidades aos trabalhadores da economia informal, por exemplo, e por isso a prefeitura deve incentivar. Entendemos que uma maneira de compatibilizar o s mega-blocos com a vida na cidade é a valorização dos blocos do subúrbio, de modo a descentralizar o fluxo de pessoas”.

Tijuca escolhe samba hoje para o Carnaval 2025 e parceria de Anitta é apontada favorita por mais de 96% dos leitores

A Unidos da Tijuca faz neste sábado, a partir das 22h, a final de samba-enredo para o Carnaval 2025. Três obras estão na disputa. O enredo é “Logun-Edé – Santo Menino que velho respeita”, de autoria do carnavalesco Edson Pereira. Segundo os leitores do CARNAVALESCO, a parceria de Anitta é favorita por 96,4% dos votos para vencer. A parceria de Gabriel Machado, Julio Pagé, Valtinho Botafogo, Jorge Mathias e Robson Bastos recebeu 2,4% e a parceria de Lico Monteiro, Leandro Thomaz, Telmo
Augusto, G. da Esriva, Jefferson Oliveira, Marcelo Lepiane e Washington Lopes Freita ficou com 1,2%.

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Foto: Mauro Samagaio/Divulgação Tijuca

A disputa promete ser bastante acirrada, afinal de contas, a agremiação contou com uma ótima safra de sambas. Dentre as três obras finalistas, nenhum compositor foi vencedor em uma final de samba tijucana (Diego Nicolau foi autor do samba 2020 através de encomenda, não houve concurso). Telmo Augusto, da parceria do samba 77, está na ala desde 1992 e já soma oito finais no currículo, enquanto Lico Monteiro, seu parceiro, foi finalista em 2017 e sonha com o campeonato. A novidade fica por conta da parceria do samba 16. Dos 6 compositores que assinam a obra, 5 participam pela primeira vez da disputa de sambas da amarelo ouro e azul pavão. Tijucano de carteirinha e coração, Gabriel Machado, do samba 8, vai para sua quinta final, almejando a sua primeira vitória.

A noite da escolha do samba-enredo é a segunda mais aguardada pelo público, ficando atrás somente do dia do desfile. Pensando nisso, a Unidos da Tijuca prepara uma festa inesquecível. A escolha do samba do próximo carnaval marcará a última final de samba-enredo na quadra localizada na Avenida Francisco Bicalho. Abrindo o evento, DJ Lipe do Borel comanda as carrapetas que não deixará ninguém parado, na sequência a bateria de mestre Casagrande faz o esquenta abrindo o show preparado exclusivamente para a noite especial. Em seguida, o grande momento da noite, a escolha do samba-enredo. Os três sambas finalistas fazem suas apresentações e aguardam o resultado que será comemorado com o tradicional desfile na Avenida Francisco Bicalho no final da madrugada. Todas as três parcerias já garantiram os ingressos de suas torcidas. Não faltará fogos, bandeiras, balões, samba no pé, alegria e principalmente: emoção.

Os ingressos para a grande final podem ser adquiridos antecipadamente através do Sympla ou no televendas 21 96492-0940 (Fernando Leal). A pista antecipada custa R$ 40,00. Quem preferir poderá adquirir diretamente na bilheteria da quadra durante o evento. A Unidos da Tijuca pensou no torcedor de fora do Rio de Janeiro e naqueles que não poderão comparecer. A festa será transmitida ao vivo pelo canal da escola no Youtube a partir da meia-noite. O endereço é https://www.youtube.com/@GRESUTijuca

A quadra da escola fica situada à Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo. Há estacionamento amplo no local.

Serviço
Final de Samba-Enredo – Carnaval 2025
Data: 21/09/2024
Horário: A partir das 22h
Entrada: A partir de R$ 40,00 (1º lote)
Mesa para 4 pessoas – R$ 500,00
Camarote Inferior para 10 pessoas – R$ 1.500,000
Camarote Superior para 10 pessoas – R$ 2.000,00
Vendas On-line: https://www.sympla.com.br/evento/gres-unidos-da-tijuca-grande-final-de-samba-enredo/2602114
Reserva de Mesas e Camarotes– 21 96492-0940
Local: Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo
Classificação Livre

Parcerias de André Diniz e Raoni Ventapane se destacam na semifinal da Vila Isabel

Na série “Eliminatórias”, o CARNAVALESCO foi acompanhar a semifinal da Vila Isabel. Das seis parcerias que se apresentaram, duas merecem um destaque: André Diniz e Raoni Ventapane. A escola anunciou que divulgará o resultado pelas redes sociais ao longo do sábado. Durante as três últimas as apresentações notou-se um esvaziamento de espectadores na quadra além das torcidas montadas pelas parcerias. A seguir, as análises das apresentações. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

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Parceria de Artur das Ferragens: O primeiro samba-enredo da noite foi dos compositores Artur das Ferragens, Daniel Katar, Anderson Benson, Gui Cruz, Willian Tadeu e Minuetto e interpretado por Carlos Junior. Apesar de não cativar tanto o público refrão principal – “Todo mundo treme… com a Vila Isabel” – é empolgante e fácil de cantar. Um dos pontos altos da composição são os versos “Mas encontro um amuleto/Tão belo e perfeito dentro de mim/Ao desembarcar na Avenida/E vestir a fantasia/A alegria não tem fim” com um melodia muito bonita.

Parceria de Prof Carlos Bebeto: Igor Sorriso, Juan Briggs e Hudson Luiz puxaram o samba composto por Prof Carlos Bebeto, Djalma Santos, Daniel Duarte, Dr. Marcelo Medeiros, Chiquinho Gomes e Juninho da Vila. Os refrões têm uma boa construção, não apresentam um grau maior de dificuldade. O bis “Figa, terço, reza braba/Bruxa feia sai de ré/Que o trem parou o baile/Deus me livre, só por fé” que antecede o refrão principal tem uma cadência agil interessante de acompanhar. É possível reparar poucas menções a símbolos relacionados à Vila Isabel. Por fim, não levantou o público.

Parceria de André Diniz: O terceiro samba e é uma composição de André Diniz, Gustavo Clarão, Gustavinho Oliveira, Arlindinho, Orlando Ambrósio e Thales Nunes e foi defendido por Wander Pires. As variações melódicas do refrão principal dão personalidade à música. Também nota-se uma irreverência em versos como: “oh sereia, me perdoa! tua água é garoa/ só o brilho da coroa seduziu meu coração” e “Cuidado! O povo do samba é/teu bicho papão”. A apresentação levantou um pouco mais o público. O samba conta com elementos que representam a Vila como a coroa, o Boulevard, sangue azul podendo gerar identificação com a comunidade.

Parceria de Raoni Ventapane: Evandro Malandro foi o intérprete da 4ª parceria a se apresentar formada por Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva. Os bis após o refrão do meio e a queda de andamento em “Silêncio/Ao som do último suspiro vai chegar” dão um cadência boa de acompanhar. Além disso, o verso “Embarque nesse trem da ilusão” cria uma atmosfera que combina com o enredo. O pico de carisma é parte “Nas redondezas credo cruz ave maria (bis)/Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia (bis)”.

Parceria de Dinny da Vila: A penúltima apresentação da noite foi da parceria Dinny da Vila, Kleber Cassino, Mano 10, Doc Santana, Clauderi Taberna e Gilson Bernini. Os intérpretes Emerson Dias, Ito Melodia e Vitor Cunha defenderam o samba. Para além da torcida havia poucos espectadores. Foi um samba animado com um ritmo bem para frente. Os dois refrões “Solta o bicho, se liberta, bota o bicho pra correr” e “Já pedi, tô pedindo novamente”são bem empolgantes.

Parceria de Julio Alves: O samba que encerrou a disputa foi da parceria de Julio Alves, Marcelo Adnet, Rafael Zimmermann, Didi Tupinambá, Américo Genésio GG e Daniel Paixão e interpretado por Pitty de Menezes. O refrão principal “O tambor da Vila tem feitiço/To por conta do catiço” tem potencial para crescer entre o público. Outro trecho bonito e carismático é o seguinte: “Ôôô… Por temor ou por capricho/ Vou mandar soltar o bicho/Essa avenida é minha/Ôôôô… Deixa o caldeirão ferver/E se a bruxa aparecer/ Acabou, é fim da linha”.

Ao encontro do Orun! Gaviões escolhe samba em safra elogiada no carnaval paulistano

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

Poucas finais de concurso de samba-enredo eram tão aguardadas no ciclo carnavalesco de 2025 quanto a dos Gaviões da Fiel. Com uma elogiadíssima safra, a agremiação do Bom Retiro realizou a decisão da escolha da canção na sexta-feira (20 de setembro) e contou com boa presença de público – entre torcedores, sócios da escola de samba e da torcida organizada e amantes do carnaval como um todo. A obra escolhida foi a composta por Grandão, Sukata, José Rifai, Ovelha JB, Juliano, Guga Pacheco, Gabriel Lima, Japa Mooca, Wesley, Morganti, Andrezinho, B. Cardoso, Gladzik, Renne Rocha e Dentinho do Morro, que escreveram o Samba 01 para embalar o enredo “Irin Ajó Emi Ojisé”, idealizado pelos carnavalescos Julio Poloni e Rayner Pereira.

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira/CARNAVALESCO

Horas e horas de samba

Se o evento começou com um DJ, por volta das 23h20 já era possível ouvir o esquenta da Ritimão, bateria comandada por mestre Ciro Castilho. Formou-se, então, um cortejo para saudar o pavilhã – pela ordem: casais, Harmonia, Velha-Guarda, Baianas, Comissão de Frente, destaques de chão, grupos cênicos e passistas. A ala musical, já no palco, executou o hino do Corinthians e mais dois alusivos. Veio, então, uma sequência para pulsar mais forte o coração de quem é dos Gaviões: “Agradeci a Deus” (exaltação), “A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente” (1994, reeditado em 2009), “As Cinco Deusas Encantadas Na Corte Do Rei Gavião” (2003), “No Jogo Enigmático Das Cartas, Desvendem Os Mistérios e Façam Suas Apostas, Pois a Sorte Está Lançada!” (2015), “Corinthians… Minha vida, minha história, meu amor” (2010) e “Um não sei que, que nasce não sei onde, vem não sei como e explode não sei porquê…” (2020). Por fim, também foi executada a paródia da torcida para a clássica “Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)”, de Tim Maia – hit na Neo Química Arena.

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Aí, começou o show da coirmã Mocidade Alegre, apresentando sambas-enredo e de exaltação da doze vezes campeã do carnaval paulistano – e atual bicampeã da folia em São Paulo. Vale destacar o ótimo número de componentes da escola, alguns deles fantasiados e coreografados. Dentre os presentes, estavam a presidente Solange Cruz e Marcos Rezende dos Santos Nascimento, o mestre Sombra, comandante da Ritmo Puro – bateria da agremiação. Chegou o momento das apresentações finais de cada uma das obras. A primeira a se apresentar foi o Samba 05, composto por Renato do Pandeiro, Lubé LK, Edmilson Silva, Fabinho do Cavaco, Kadu, Juninho da Vila, Guipa e Wilsinho Medieval.

O samba campeão veio logo em seguida, e vale destacar que os presentes, tão logo acabaram as seis execuções da canção (duas sem e quatro com bateria) começaram a gritar “é campeão”.

Por fim, veio a vez da execução do samba 02, composto por Cacá Mascarenhas, Rica Leite, Vini, Luciano Rosa, Gi Martins, Souza, Don Costa, Fernando Souza, Henrique de Ogum, Willian Tadeu e Minuetto. Alguns dos presentes também cantaram “é campeão” após o final da exibição.

Após cerca de meia hora de votação, o resultado foi revelado. Além da alegria dos presentes, vale destacar que alguns soltaram o grito de “Tricampeão”, já que parte dos vencedores também venceram o concurso nos Gaviões em 2014 (“R9 – O Voo Real do Fenômeno”) e em 2022 (“Basta!”).

Comemoração e agradecimentos

Ao falar da sensação pela vitória, Grandão, um dos compositores, relembrou todo o histórico dele na instituição: “Estamos em disputa há mais de 20 anos. O trabalho foi difícil, grandes sambas disputando, quero agradecer toda a nossa parceria, parabenizar a diretoria e todos da escola. É difícil, mas é uma alegria que a gente vive a escola, somos corinthianos, é muito feliz, é uma alegria que ganhei infinito”, disse, falando sobre o enredo anterior da agremiação – intitulado “Vou Te Levar Para o Infinito”, com o qual a agremiação ficou na quarta colocação e retornou ao Desfile das Campeãs após treze anos.

B. Cardoso preferiu relembrar o quanto os Gaviões estão presentes na vida dela: “Eu vim nos Gaviões quando eu tinha cinco anos de idade. A emoção para mim é muito grande. Hoje meu pai e meu irmão que me trouxeram se foram. O meu outro irmão é da bateria. Eu não tenho como descrever esse momento. É maravilhoso. É uma sensação que eu estou curtindo e não sei como explicar. Vou comemorar até segunda-feira!”, desabafou.

Outros compositores foram citados por Grandão: “Eu quero dedicar também este samba aos nossos parceiros ao José Rifai. Quero dedicar ao Thiago Meiners também, nosso parceiro que está no Rio de Janeiro e não pôde estar aqui, mas é um cara que representou a gente e estamos sempre juntos”, relembrou.

Dificuldade?

Ao ser perguntada sobre o quanto a temática afro tornou-se um desafio, Cardoso não negou que as palavras em outro idioma foram um fator a ser levado em conta: “O afro é bem difícil nas palavras, mas a gente tentou fazer da melhor maneira para as pessoas conseguirem pronunciar e apresentar o samba”, afirmou.

Mas, de acordo com ela própria, tudo se resolveuda melhor maneira possível: “Eu acho que foi uma das partes mais bonitas quando eu vi todo mundo cantando e gostando do samba. Até quando eu estava entregando a letra, falavam comigo: ‘Eu gosto do seu samba, eu quero que ele ganhe’. Mas você nunca sabe o que vai acontecer. A gente tem aquela fé que vai dar tudo certo”, pontuou.

Resultado agradável

Como dito anteriormente, a safra dos Gaviões era uma das mais elogiadas do carnaval paulistano. E todos os entrevistados pelo CARNAVALESCO fizeram questão de destacar não apenas o vencedor como também todos os participantes. Erica Jacobucci, uma das integrantes da Harmonia Guerreira (comissão do quesito dos Gaviões) foi uma delas: “Hoje é um dia muito importante para nós. Fizemos um trabalho bem legal ao longo dessa semana e a gente acredita que esse samba é bom – além da safra ser muito boa, qualquer um dos três que viesse seria bom. Temos um bom samba para levar para a avenida”, destacou.

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A opinião de Carlos Eduardo Guedes, o Pantinho, diretor de carnaval e com o mesmo apelido do mestre de bateria da Ritimão e presidente da instituição entre 2009 e 2011, seguiu a mesma linha: “Estamos felizes com o samba vencedor, mas é importante ressaltar que os três sambas finalistas estavam dentro do enredo. Qualquer um dos três que ganhasse representaria bem os Gaviões na avenida”, pontuou.

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Responsável por comandar a Ritimão, mestre Ciro Castilho aprovou a escolha e elogiou todas as obras finalistas: “Vamos muito bem para a avenida! Esse ano a gente ficou muito feliz porque as obras vieram muito fortes. Foi o comentário geral em toda a comunidade carnavalesca de São Paulo, é o que está todo mundo comentando. Quem ganhasse nos representaria muito bem, e a obra vencedora foi merecedora”, disse.

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As obras também foram aprovadas por Julio Poloni e Rayner Pereira, dupla de carnavalescos dos Gaviões. Perguntado se a canção fazia jus à sinopse assinada por eles, Julio pontuou que essa não é uma preocupação: “Perfeitamente! a safra dos Gaviões veio muito forte, muito boa, e com certeza a gente chega na avenida com um samba que tem todas as condições de representar o enredo e trazer a potência do desfile que a gente pretende em 2025”, comentou.

Rayner focou na exibição do samba vencedor ao falar: “A gente teve nove sambas – e, na final, os três que mais se identificaram com o nosso enredo vieram para o palco. O vencedor tocou o nosso coração de uma maneira especial”, disse.

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Ernesto Teixeira, intérprete da agremiação e conhecido como “A Voz da Fiel”, aprovou a escolha: “Acredito que esse é um grande samba. Do que a gente está ouvindo e já vimos na semifinal do samba, o desempenho dos finalistas foi muito bom. Uma coisa é a gravação, outra coisa é o desempenho do samba na quadra. Todo mundo se apresentou muito bem e o nosso escolhido, certamente, vai representar muito bem os Gaviões”, confiou.

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Por fim, o casal de mestre-sala e porta-bandeira preferiu focar na canção vencedora do concurso: “É o samba que os Gaviões escolheram, então pra gente foi o melhor. E é esse hino que a gente vai levar pra avenida e vamos dar o nosso melhor. É um samba bonito, lindo, está inteiro na sinopse e é isso que importa. É um samba que contagiou todo mundo que estava aqui hoje. É o samba que vai, é o nosso hino, é o escolhido e vamos lá”, pontuou Wagner Lima. Carolline Barbosa, porta-bandeira alvinegra, concordou: “O samba está contando a história do nosso enredo e ambos são bem bonitos. A nossa expectativa é chegar no Anhembi e trazer o melhor para a nossa escola”, destacou.

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Trabalho apenas começando

Os segmentos entrevistados também destacaram o quanto a rotina pensando no desfile está se iniciando. Erica, por exemplo, aproveitou para falar um pouco sobre o trabalho da Harmonia Guerreira: “A gente faz um trabalho que sempre envolve toda a comunidade dos Gaviões, todas as alas. Independentemente de que cada uma tenha o seu Harmonia designado, a gente também faz um trabalho geral. Eu acredito que nesse ano, o samba escolhido vai dar uma motivação extra, já é um samba diferente do que oS Gaviões estão acostumados. A gente tem algumas estratégias diferentes para esse ano para que o samba vá para a avenida explosivo como a gente está acostumado – e como a arquibancada gosta de ver os Gaviões”, comentou, prometendo surpresas.

Pantinho tratou de tranquilizar todos os torcedores falando sobre o andamento do cronograma alvinegro: “Está tudo dentro do cronograma que foi traçado no começo do ciclo. Está tudo dentro da logística. Já estamos em execução de fantasias e dos carros legóricos. Já está tudo andando conforme a nossa programação. Ele aproveitou para falar, em primeira mão para o CARNAVALESCO, a próxima data importante ligada à escola: “Semana que vem, dia 27 de setembro (sexta-feira), vai ser a nossa Festa dos Pilotos, com apresentação das fantasias para a comunidade e para todos os interessados”, revelou – destacando, também, que será realizada, pelo menos, a Festa das Passistas, além dos tradicionais ensaios.

Ciro destacou que a cabeça do mestre de bateria já está borbulhando pensando em como será a apresentação no Anhembi: “Esse samba mexe com a cabeça não só do mestre, mas dos diretores – que me ligam todo dia para falar do tema. Eles me mandam vídeos, também. A gente já tem algumas bossas pensadas. Sobre as ideias… não tem como um enredo e um samba desse não não ser inspirador. A gente já está vendo muita coisa, já estamos trabalhando. Vai ser fantástico!”, prometeu.

Precavidos

Intérprete dos Gaviões de 1985, Ernesto Teixeira revelou-se um grande estudioso sobre as obras que foram finalistas – e, claro, sobre a canção vencedora: “A gente está sempre ouvindo, as canções. Estamos fazendo só uma semifinal e uma final. Quanto mais você ouve o samba ao vivo, mais você vai pegando a mensagem de cada um deles, pegando a melodia de cada um deles… e, aí, vai vendo o que fica bacana, colocando o seu jeito de fazer. Agora, com a nossa escolha, a gente vai ouvir mais uns dias para colocar a nossa cara de vez no samba”, detalhou.

Por fim, mostrando que os Gaviões estão prontos para tudo, o casal de mestre-sala e porta-bandeira surpreendeu. Ao serem perguntados sobre os movimentos que pensam em fazer de acordo com a obra escolhida, a reportagem foi interrompida por Wagner: “Nós já tínhamos a nossa rotina de movimentos para os três sambas finalistas. Não ficaríamos na mão de maneira alguma”, afirmou. Carol completou: “Desde a semifinal do samba-enredo a gente já estava pensando em quais movimentos poderíamos fazer pensando no encaixe com a história que será contada na avenida”, finalizou.

Ouça o samba-enredo da Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2025

Compositores: Thiago Vaz, W. Corrêa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Miguel Dibo, Cabeça do Ajax, Chacal do Sax, Julio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Claudio Russo

EIÊÔ! KAÔ KABESILÊ BABÁ OBÁ!
COURAÇA DE FOGO NO ORÔ DO VELHO AJAPÁ
A RAÇA DO POVO DO ALAFIN, E ARDE EM MIM..
RUBRO VENTRE DE OYÓ
NA ESCURIDÃO, NUNCA ANDAREI SÓ
VOVÓ DIZIA: SANGUE DE PRETO É MAIS FORTE QUE A TRAVESSIA!
SAUDADE, QUE INVADE! FOI MARÉ EM TEMPESTADE
SOPRA A ANCESTRALIDADE NO MAR (Ê RAINHA)
PRECEITO É HERANÇA SEM MARTÍRIO
AIRÁ GUARDA SEUS FILHOS NO ILÊ DA BARROQUINHA

É A SEMENTE QUE A FÉ GERMINOU, IYÁ ADETÁ
O FRUTO QUE O AXÉ CULTIVOU, IYÁ AKALÁ
YIÁ NASSÔ, Ê BABÁ ASSIKA
YIÁ NASSÔ, Ê BABÁ ASSIKA

VOU VOLTAR MAINHA, EU VOU
VOU VOLTAR MAINHA, CHORE NÃO
QUE LÁ NA BAHIA
XANGÔ FEZ REVOLUÇÃO

OXÊ… A DEFESA DA ALMA NA PALMA DA MÃO
NO CLÃ DE OBATOSSI, HÁ BRAVURA DE OXOSSI NO MEU PANTEÃO
É D’OXUM O ACALANTO QUE GUARDA O OTÁ
DO VELHO ENGENHO, XIRÊ QUE MANTENHO NO MEU CAMINHAR
TOCA O ADARRUM QUE MEU ORIXÁ RESPONDE
OLORUM, GUIA O BOI VERMELHO SEJA ONDE FOR
GIRA SAIA AIABÁ, TRAZ AS ÁGUAS DE OXALÁ
JUSTIÇA DE AGODÔ, TAMBOR GUERREIRO FIRMA O ALUJÁ

Awurê Obá Kaô! Awurê Obá Kaô!
VILA VINTÉM É TERRA DE MACUMBEIRO!
No meu Egbé, governado por mulher…
Iyá Nassô é Rainha do Candomblé!